Capítulo 6 - Petiz [Tielo]

Petalburg Woods - Entardecer

Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.

Quando crianças, no geral, temos uma vida em um universo paralelo. Tudo se passa através dos olhos de uma maneira mais imaginária. Não temos grandes responsabilidades e muitos sonhos. Ser astronauta, policial, bombeiro, professor. No mundo Pokémon varia porém não tanto, ser o mestre Pokémon, derrotar ginásios, ser o melhor líder de ginásio, ser o melhor coordenador, o melhor criador, o pesquisador! Infelizmente muitas vezes a vida golpeia nossos sonhos no levando à direções diferentes daquilo que sempre sonhamos, e isso leva ao caminho da vida pacata sem grandes expectativas. Mas, seria correto abandonar totalmente os sonhos inocente de quando crianças para apenas sobreviver? É claro que na nossa vida cabe ainda esses sonhos e essa singularidade e humildade de pensamentos estando presente, é claro que iremos alcançar os objetivos que sempre quisemos. Mas, nada se alcança parado.

— Baby, baby, when we first met...
I never felt something so strong...
You were like my lover and my best friend!
All wrapped into one with a ribbon on it;
And all of a sudden you went and left;
I didn't know how to follow!
It's like a shock that spun me around.
And now my heart's dead.
I feel so empty and hollow...

O jovem trovador caminhava entrando na floresta, cantarolando baixinho. Pela hora, não seria bom fazer um alarde. Mas uma música que trazia um sentimento diferente para o momento não seria uma má pedida, desde que não fosse uma agressão.

— And I'll never give myself to another the way I gave it to ya
You don't even recognize the ways you hurt me, do ya?
It's gonna take a miracle to bring me back!
And you're the one to blame!
And now I feel like!

Desde que trabalhou duro em sua última jornada na cidade de Petalburg, passou uma noite boa de descanso nos acomodamentos do Centro Pokémon. Estava satisfeito. Era um homem que precisava de muito pouco para ser completamente satisfeito. Seus Pokémons lhe traziam conforto e companhia. Sua jornada havia sido balanceada, apesar de emoções conturbadas, não tinha nada a reclamar. Estava vivo, pronto para lutar mais um dia. Já tinha usado sua arte como forma de expressar como se sentia e auxiliar pessoas. E isso era uma boa recompensa.

—Oh, you're the reason why I'm thinking
I don't wanna smoke on these cigarettes no more
I guess that's what I get for wishful thinking
I should've never let you enter my door
Next time you wanna go on and leave
I should just let you go on and do it
'Cause now I'm using like I bleed

Agora, precisava pensar no próximo passo, estava cada vez mais próximo de Rustboro, ao mesmo passo que longe de enfrentar o ginásio, afinal, nem tinha especificado um time apto à vencer o ginásio sem ter grandes dificuldades. Precisava então de algo que completasse estrategicamente seu time, uma floresta era uma boa pedida para Pokémons novos. Talvez algo interessasse o jovem para conseguir pensar em algo.

— It's like I checked into rehab
And, baby, you're my disease
I gotta check into rehab
'Cause, baby, you're my disease


Pausou por um momento e decidiu que era hora de descansar a voz, e aproveitar o único momento que motivou a encarar a floresta à noite. Olhou para cima e viu as estrelas, brilhando e saudando-o para aquele grande espetáculo. Mesmo que por vezes ofuscado pelas árvores que encobriam o céu. Aproveitou a calmaria para tocar apenas uma música pacífica que envolvia apenas o som de seu estranho instrumento.


Ao narrador: Desculpa pelo doloroso e longo começo. Tenho apenas interesse em dois Pokémons específico dessa rota, então perambularei até achá-los. O resto, o que me for ofertado, agradeço.

Petalburg Woods - Entardecer

O jovem procurou pensar no que seria mais sagaz para si e para a integridade de seus Pokémons também.

Afinal, a floresta de Petalburg era conhecida pelos caminhos sinuosos e que causavam um embaralhamento na mente e senso de direção dos jovens que procuravam desbravá-la pela primeira vez (ou segunda, terceira...). A noite a tendência era piorar. Mas não se sentia ruim com isso. Não acreditava nas palavras daqueles que tinham ascos pelos insetos. Era apenas mais um Pokémon.

Embora sua única preocupação com os insetos, eram a facilidade com que provinham movimentos de condições. E isso não era bem agradável. Resolveu guardar seu instrumento musical nas costas junto de sua mochila. Apesar de ter uma lanterna, preferiria não ir por meio de mata tão fechada. Apesar da floresta ser bastante densa, o caminho mais aberto era uma provável opção.

Além de se atentar ao fato de enxergar mais, sabia que o que seria mais longo, talvez fosse o melhor caminho. Seguir o norte foi a opção desejada.

Petalburg Woods - Entardecer

Talvez não fosse uma boa ideia caminhar pela floresta a noite na questão de ver lua e estrelas sendo que as árvores bloqueavam sua visão por algumas vezes. Ainda assim, achava o caminho iluminado o suficiente.

Se sentia bem. Suas roupas o aqueciam à medida certo, apesar de serem pesadas e extravagantes demais. Mas, esse era o seu ponto. Mas isso não o deixava menos empolgado ou ansioso. Apesar de aparentar bem neutro e lesado, aproveitava todos os momentos e sons. Talvez o ronco de alguns Pokémons? Não dava pra saber. Mesmo que ocorresse algo que o desanimasse, era muito passageiro. Provavelmente comporia algo sobre isso, e seguiria com novos sentimentos e lições. Por hora, apenas caminhava até deslumbrar-se com uma árvore bastante diferente.

Algumas tinham os troncos marrons em perfeito estado, com folhas bastante verdejantes, mas essa, apesar de um leve tom de cinza, parecia mais robusta que todas as outras. Emponente claramente! Era uma árvore que provavelmente já estava ali a mais tempo que todas as outras. Em que algumas simplesmente morreram, foram cortadas devido as ações humanas, Pokémons ou batalhas que responsabiliza ambos. Mas esta parecia ter resistido.

Tielo olha e sorri bem de leve. Talvez fosse um grandioso ponto para saber retornar caso se perdesse. Pelo menos pra Petalburg saberia sair. Mas não só a árvore o chama atenção. Em meio à um caminho em que todos os Pokémons estavam ausentes, um casulo estava jogado ali. Afinal, casulos não eram exímios em movimentar-se. Talvez esse tinha caído por aqui ou sido levado. Teorizou mas aproximou-se, com cautela. Ser envenenado era a última coisa que queria.

Talvez o melhor fosse ir embora. E se aquele fosse o lugar dele e ele apenas estivesse curtindo o momento? Mas, e se não estivesse?

O jovem não era um rapaz extremamente altruísta mas, realmente teve uma empatia com aquilo. Era engraçado, afinal poderia estar tendo empatia por algo que acontecia pelo menos na cabeça dele. Precisava de um mediador!

— Certo, Silcoon... Venha! - Retirou o casulo semelhante da Pokébola, e aproximou-se de Cascoon com ele na frente. - Ooooi...! - Disse para Cascoon enquanto escondia parcialmente sua cabeça por trás de Silcoon. - Ei, me ajude a ver se este Pokémon está com problema... Ok?! - Cochichou pra Silcoon. Embora talvez fosse melhor considerar retirar Cascoon da Pokébola, ela tinha uma personalidade muito difícil. Provavelmente iria arrumar uma encrenca com seu semelhante, e Tielo ainda não havia trabalhado nessa personalidade. Silcoon era total contrário da Cascoon. Era calmo, paciente e nada agressivo, embora não rejeitasse batalhar... Talvez conseguisse mudar um pouquinho a essencia de sua Cascoon, mas talvez depois. Esse era um momento perfeito para aumentar laços com seus Pokémons que, até agora, poucos tiveram um contato mais próximo. - Então, você precisa de ajuda? - Agora, era esperar uma resposta de Cascoon, ou uma atitude de Silcoon para planejar o próximo passo.

Petalburg Woods

Como um Pokémon casulo não iria sair correndo por ai. Tielo aproveitou-se para aproximar-se apenas um pouco mais.

Era claro que o Cascoon estava com medo. Isso era muito nítido ao olhar e expressões de som e corporais, como tremedeira. Ainda mais para um jovem que era perito em ter a percepção do sentimento. Sendo assim, conseguiria saber exatamente o que Cascoon sentia.

E o que melhor para espantar o medo do que uma bela canção?

Pegou seu instrumento musical, e tocou a segunda música que havia tocado ao entrar na floresta, porém bem leve e mais pacífico, e nada dizia, apenas concentrava-se. Esperava o olhar do Pokémon mudar, ou ele ceder à uma intervenção.

Petalburg Woods

Apesar de saber várias linguagens, muitas delas poéticas, como a da alma, das emoções e físicas como das feições e comportamentos. A linguagem Pokémon era totalmente fora dos conhecimentos de Tielo. Apenas visualizava pacientemente a conversa de ambos. Não queria se mostrar apressado ou ansioso. Por mais que estivesse interessado em outras circunstâncias da aventura, não deixaria essa situação desse jeito.

Silcoon parecia compreender os problemas de Cascoon. E por mais que não entendesse completamente a fala de seu treinador, sabia o que ele queria dizer, ou que pelo menos, ele queria ajudar.

— E? - Perguntou com uma voz mansa, dedilhando o instrumento sem pressa, e focando sua atenção em ambos. Já estava bastante escuro, e era uma situação inusitada. - Como vou fazer pra você me traduzir isso? - Perguntou pra si mesmo. - Tentativas com mimicas. Melhor... Vamos lá... O Cascoon, tem treinador. - Apontou para si mesmo e a Pokébola. - Ou ele tem família? - Apontou para as árvores. Esperaria uma resposta de Silcoon, como jogar a seda em algo que Tielo havia apontado, ou apenas olhar.