[101] O Abrir das portas

Um Choque de Aventuras

A pior parte do trabalho de Sara e Blaize parecia ter chegado quando finalmente deixaram o trajeto apertado e perigoso da selva. Entretanto, carregar aquelas madeiras pesadas não era uma tarefa fácil, como a dupla de treinadores logo descobriu. O rapaz pensou em utilizar a força de seus monstrinhos para talvez quebrar o objeto em partes menores, mas antes de conseguir testar sua hipótese, acabou sendo atrapalhado por uma movimentação nas árvores observada por Pichu. Blaize então pediu para Sara continuar com a tarefa de tentar diminuir o tamanho dos galhos e troncos, enquanto investigava sorrateiramente o local observado por seu companheiro, tentando não assustar sua amiga.

Blaize e Pichu caminharam até o meio das árvores, mas não viram nada. Ao longe ouvia-se o som de Taillows, mas estes apenas sobrevoavam a selva por cima da vegetação e não causariam qualquer transtorno. Enquanto o rapaz olhava para um lado, uma nova movimentação surgiu atrás de si. Algo saltou de galhos em galhos agitando a copa das árvores e atraindo novamente a atenção de Pichu, mas haviam sido rápidos demais para serem notados pelo garoto. Talvez fossem apenas Pokémon brincando e não oferecessem riscos a nenhum dos dois jovens, afinal Pichu estava preparado para tudo, mas não demonstrava medo ou qualquer coisa do tipo. Entretanto, ao olhar para trás, Blaize viu uma cena curiosa. Haviam dois Pokémon pequenos, que pareciam nozes. Eles tinham patas minúsculas e andavam de forma bastante engraçada.

Os dois Pokémon da selva pareciam cercar Sara e quando pararam numa distância razoável da garota, a encararam estáticos, quase como estátuas. Eles não estavam atacando, mas certamente estavam em uma posição muito estranha e podiam mudar de humor muito rapidamente. Pichu sentia vontade de saltar da cabeça de Blaize e já enxotar os dois Pokémon com seu gênio forte e um tanto competidor, mas era provável que essa atitude não fosse a das melhores no momento. Caberia ao rapaz decidir o que fazer com esses Pokémon. Avisar Sara poderia deixá-los agitados e causar problemas para todos, mas não avisar também era problemático. Como Blaize resolveria essa situação? ◄

Um Choque de Aventuras

Os dois Pokémon muito curiosos, aproximavam-se de Sara cada vez mais. Pichu já ficava em uma posição, pronta para o ataque, mas Blaize o fez recuar e focar-se em resolver a situação de uma forma diferente. Para tal, o rapaz e seu Pokémon, começaram a chamar as criaturinhas para perto de si, tirando o foco delas de Sara. Já para a garota, Blaize avisou sobre a situação com calma, tentando não alardeá-la e gerar um caos. A menina e seu Skitty trabalhavam em um dos troncos e assim que o menino comentou sobre o que acontecia, ela virou-se devagar, olhando por cima do ombro apenas para ver uma das criaturinhas a encará-la.


Enquanto uma delas, fixava seus olhos vazios em Sara, a outra havia sido atraída pelo chamamento de Blaize e seu Pichu. O Pokémon aproximou-se de forma cautelosa do treinador, passo após passo. Não parecia hostil, mas certamente procurava comunicar-se com o rapaz e seu Pokémon. Já a menina, inicialmente ficou paralisada pela presença inesperada, mas depois manteve-se calma e segura, até mesmo chamando o Pokémon para perto de si. Algo que a criatura prontamente respondeu, aproximando-se. Felizmente, os dois Pokémon eram tranquilos e deviam apenas querer um amigo. O que Blaize faria diante disso? Continuaria a trabalhar nos troncos, tentaria capturar algum deles ou algo mais? ◄

Um Choque de Aventuras

Uma vez que as criaturas em formato de noz não se mostraram hostis, Blaize pode aproximar-se com mais tranquilidade de Sara, juntamente de seu Pichu. A menina brincava com um dos selvagens e ficou feliz de ver o garoto, levantando-se e indo falar com ele sobre a missão que tinham ali, mas que não haviam concluído ainda — Blaize! Enquanto você estava lá atrás pedi para Skitty e Zigzagoon utilizarem seus movimentos nos troncos e olha só... — Disse a menina, mostrando um dos troncos rachados em partes mais finas, que seriam mais facilmente levadas até a cabana do idoso que precisavam ajudar. Os Pokémon da menina estavam bastante empolgados por serem úteis — Acho que conseguimos acabar isso bem antes de anoitecer, então se quiser... Podemos até nos divertir um pouco... Treinar ou até... batalhar, quem sabe? — Comentou finalmente a menina.

Nesse instante, já que ficaram mais solitários com a conversa entre Blaize e Sara, os Pokémon nozes simplesmente saíram de lá, voltando para a floresta e desaparecendo da vista dos treinadores. Como tudo voltou ao normal, só restava mesmo aos treinadores terminarem o que tinham de fazer ali para ficarem livres e seguirem seus caminhos. Zigzagoon e Skitty trabalhavam a todo vapor e talvez Pichu também pudesse tentar usar de forma controlada seus poderes elétricos para cortar de uma vez as madeiras em partes menores. Além disso tudo, Sara havia proposto um treino ou batalha e era algo que Blaize ainda precisava responder à amiga. O que o treinador faria sobre todas essas decisões a tomar agora? ◄

Um Choque de Aventuras

Blaize realmente adorou a ideia de Sara, o que fez a menina sorrir de canto a canto da face, ruborizando. Contudo, o treinador também era bastante cauteloso e precavido, por isso disse à sua amiga que era melhor terminarem a missão e deixarem a floresta antes de qualquer coisa, pois o ambiente era perigoso demais para esse tipo de coisa, ainda mais com o risco de enfraquecerem seus Pokémon quando mais precisassem deles. A menina concordou prontamente, agitando a cabeça fervorosamente para indicar que entendeu — Entendi Blaize... Vou seguir quebrando esses troncos e quando tivermos umas seis partes boas, acho que podemos parar e ir embora... Não haviam tantos furos assim na casa e ainda sobrará madeira caso ele precise de mais depois... — Comentou a garota, andando até atrás do tronco com seus dois Pokémon.

Blaize também concordou em deixar seu Pichu ajudar no serviço, o que fez com que o ratinho elétrico descesse rapidamente de seu ombro e fosse para perto dos seus companheiros Pokémon, conversando com eles sobre qual deveria ser a melhor função a desempenhar. Depois de alguns sons diversos de criaturinhas para lá e para cá, o trio parecia ter entrado em um acordo e começaram a trabalhar. Já haviam dois pedaços prontos, provenientes de um tronco, restavam apenas quatro serem feitos e Skitty e Zigzagoon iniciaram o trabalho pesado rapidamente. Já Pichu, debruçou-se sobre as duas madeiras já prontas e utilizou seu choque do trovão como uma serra, para diminuir o tamanho de cada parte pela metade, facilitando o transporte. Seriam então doze pedaços cortados por Pochu ao final da missão.

Com tudo trabalhando muito bem, Sara e Blaize poderiam descansar um pouco. A menina observava sua Pokédex em busca de informações sobre os dois Pokémon que estavam ali recentemente, descobrindo seus tipos, nomes e muito mais. Após um certo tempo concentrada, ela pareceu ter um insight, lembrando-se de algo importante — Ei Blaize! Precisamos de alguma coisa que nos ajude a amarrar todos os pedaços juntos, não acha? Você tem ideia do que podemos usar? Talvez tenha algo útil pela selva... O que acha? — Questionou a garota, aproximando-se do rapaz enquanto falava. Os dois realmente precisavam de algo assim se quisessem levar as madeiras por todo esse trajeto, mas o que poderiam fazer? O que Blaize decidiria? ◄

Um Choque de Aventuras

Como já havia demonstrado há bastante tempo, Blaize realmente se importava e se preocupava com o bem estar de Sara, uma vez que a menina demonstrava ser bastante assustada e ter leves problemas de autoconfiança em alguns momentos. Pensando nisso, ele pediu para que seu Pichu ficasse ajudando Skitty e Zigzagoon enquanto ele mesmo seguiria adiante pela selva em busca dos cipós. Ao que tudo indicava não seria uma tarefa tão árdua assim — Cuidado Blaize! Ficarei aqui tomando conta dos Pokémon e de nossas coisas, volte logo! — Gritou Sara, enquanto o rapaz se afastava para o interior da selva, rumo ao desconhecido.

Blaize realmente poderia estar correndo perigo, uma vez que estava sem qualquer tipo de suporte de Pokémon, num lugar repleto de criaturas selvagens e um tanto territorialistas. Entretanto, nos primeiros minutos de caminhada o rapaz não encontrou qualquer viva alma pelas árvores ou pela grama razoavelmente alta que roçava suas pernas. Infelizmente, a escassez de Pokémon também englobava uma escassez de cipós e a cada momento que o treinador não encontrava o que procurava, acabava tendo que adentrar mais e mais na selva. Em certo momento ele encontrou algo diferente, ou nem tanto... Um emaranhado de seda, que descia de algumas árvores e era bastante semelhante ao que tinha achado anteriormente com Sara, mas que optou por desviar.

Era difícil saber o que esses "panos" significavam, talvez a presença de Pokémon selvagens. O que era sabido no momento é que ali, bem no meio de toda essa seda haviam alguns cipós pendendo de galhos mais altos. O rapaz só precisaria subir um pouco em uma das árvores mais baixas para poder alcançar os cipós e puxá-los para baixo. Um ou dois deles já seriam o suficiente para amarrar todas as madeiras, pois pareciam bastante resistentes e eram bem longos. Contudo, Blaize estava sozinho e podia acabar despertando alguma criatura. O que o rapaz faria então, diante dessa situação? ◄