[Evento]Contos Natalinos

Qualquer coisa.
Qualquer coisa.
Qualquer coisa.

Seria algo que se passaria pela mente de qualquer um ao tentar desenvolver um jantar de natal as pressas, mas não na cabeça do jovem Hector. Talvez, ao menos as vezes, ele fosse exigente demais consigo, chegando até ser perfeito nos aspectos que lhe diziam respeito as suas habilidades. De qualquer forma, o jovem garoto de cabelos negros amava cada detalhe do que fazia na cozinha, não é à toa que havia saindo através do mundo em busca de melhorar suas habilidades, tal qual sua irmã mais velha fizera. A Sue realmente era sensacional na cozinha. Era simplesmente sem igual.

Contudo, naquele ano, não se encontrava aos aconchegos da região de Kalos, mas sim em uma pequena casa aos arredores de Verdanturf. Para encurtar essa história, até porque o caro narrador está bêbado e não tem muito tempo para escrever, já que começou a escrever exatamente as 22:40 da noite do prazo. Mais cedo naquele dia havia encontrado com um casal de senhores, o qual lhe ofereceram um lugar agradável para passar a noite de natal. Então, agradecido por tal convite, lhes prometeu cozinharia para eles em agradecimento.

Bom, o jovem só não gostava muito de agir sobre pressão, ainda mais quando o desejo era impressionar e detinha pouco tempo. MUITO POUCO.

Com certa avidez, seus olhos correram pela simples cozinha, nada semelhantes as quais estava acostumado. Mas de nada isso importava, já que isso lhe trazia um certo desafio ao orgulho e acreditava que uma comida saborosa e quente ao ser contava muito sobre o carinho no qual era produzida. De início, foi a geladeira, fitando com voracidade os ingredientes que lhe surgiam a vista enquanto tamborilava com seus dedos a porta da geladeira. Batatas, queijo muçarela, presunto, requeijão, cebolinha. Batata Rosti. Pão dormido, leite condensado, leite integral, açúcar, ovos. Rabanada. Arroz, milho, ervilha. Arroz temperado. Peito de Frango, tomate, cebola, sal, pimenta do reino, azeite, molho de tomate, creme de leite. Um leve Strogonoff.

Certamente o jovem não estava em um dos seus melhores dias de criatividade. Isso sim era algo verdadeiro. Mas se esforçaria ali para conduzir uma ceia minimamente saborosa, por mais que não contasse tanto assim com pratos tradicionais. Dessa maneira, seus dedos, ágeis como sempre, corriam de um ingrediente ao outro enquanto sua mente orquestrava os passos necessários para realizar tal projeto, sempre escolhendo aqueles que demoravam mais de cozinhar primeiro.

Escolhia. Cortava. Cheirava. Provava. Adicionava. Lavava.

Pouco a pouco, como em uma dança, sua leve mente se perdia na melodia do som das facas, panelas e ingredientes, deixando que todo aquele cenário se transformasse numa extensão de si enquanto cozinhava. Aquele era seu terreno, seu lazer, seu esplendor. Nada mais importava naquele momento se não satisfazer de maneira acalentada o estômago daqueles que o haviam acolhido. E apesar de tão natural, não lhe era uma tarefa tão fácil. Fazer quatro receitas num único momento e em pouco tempo exigia muito de si. Mas, por fim, com um sorriso na face, conseguia pouco a pouco deixar todas prontas, quase que ao mesmo tempo, permitindo que todas fossem servidas ainda quente.

Não era um natal onde estivesse confortável junto de sua irmã, como gostaria, mas se poderia acalentar os outros através de sua culinária era sim um natal feliz.