Re: #005 - Quebrando o Gelo

por **Pacify** Qui Jun 10 2021, 14:20

Era só o que faltava...

Parecia que eu me encontrava num filme, tamanho o espetáculo surreal que se erguia em minha frente. Eu já havia ouvido sobre esses doidos que circulam pelas rotas de Hoenn, é claro; até histórias sobre organizações criminosas já me ocorreram. Mas era a primeira vez que eu presenciava algo assim tão pitoresco: o maníaco agora sumia de vista com uma bomba de fumaça deixada para trás. Assim que o fumacê adentrou minhas narinas, comecei a tossir, assim como Yue e Taillow.

Não tive muito tempo para pensar, mas tive a impressão que era bom minha raposa das neves cessar sua tempestade glacial ou teríamos uma avalanche em plena floresta tropical.

- Yue, volte! Volte você também, Taillow! Mais tarde conversamos.

E devolvia ambas para suas pokébolas. Serena, que sempre está nas barras da minha calça, agora me fitava como se perguntasse: "e aí? Como vamos sair dessa?". E - diferente de tantas outras vezes que estivemos em apuros - dessa vez eu não tinha resposta. Enquanto a pequena fada me fitava, tentava mentalizar para que Ralts ouvisse minha súplica.

"Ralts... Irmã... Qualquer uma, por favor, olhe por nós. Não sei muito bem no que fui me meter, mas por favor, venham ao meu auxílio. Me ajudem, por favor"

Ralts e eu tínhamos um excelente e raro elo empático, então acreditava que a pequena fada poderia me ouvir mesmo a longas distâncias. Já Violet, chamava mais por desespero... Ela esteve comigo em tantos outros momentos de fortes emoções, talvez meu medo e de Clefairy seja capaz de ancorá-la no nosso mundo uma vez mais.

Enquanto a ajuda não vinha, examinava as paredes dessa tal caixa que nos englobava agora.

por **RafaelLuck** Qui Jun 10 2021, 16:00

Por mais forte que fosse o elo empático de Vincent algumas coisas no mundo se provavam mais resilientes e perturbadoras. Sua Ralts não aparecia por perto, nem respondia aos sentimentos de seu treinador. Serena também estava confusa sobre o que acontecia e tudo aquilo fazia com que uma abordagem mais concreta e simplista fosse tomada. Os primeiros passos foram um pouco mais pesados por conta da neve acumulada que começava a lentamente precipitar e a água era absorvida para dentro do solo ao poucos.

Chegando a extrema onde a parede estava mais reforçada era possível ver uma tela rosa cristaliza e sem nenhum arranhão. Se não tivesse visto o homem saindo do domo colorido talvez fosse até mais difícil de acreditar que uma fuga era possível. Aquela altura a fumaça já havia se dissipado mas ainda assim deixava uma pista importante a ser revelada. Vincent procurou ao redor do cilindro cinza e conseguiu encontrar algumas poucas pegadas que terminavam em uma das paredes. Chegando mais perto era possível ver que ela tinha uma projeção diferente das outras. Como se fosse uma parede dupla de cristais.

Serena por sua vez fingiu dar um soco no ar sugestivamente. Talvez fosse um jeito de sair...ou talvez fosse uma armadilha aguardando nosso protagonista do outro lado...só havia uma forma de descobrir...

Progresso:

por **RafaelLuck** Sáb Jun 26 2021, 23:12

Rota trancada por motivos de inatividade de Pacify. Caso deseje retomar a rota futuramente, peço que me procure via discord ou envie uma mensagem no privado pelo sistema do fórum.

por **Pacify** Ter Jul 06 2021, 10:33

De todas as situações que eu temia acontecer quando decidi viajar o mundo procurando por pokémons fada, essa nunca passou pela minha cabeça (e olha que sou ansioso!).

Tateando os arredores daquele domo cristalino, parecia ser o fim. Não fazia ideia do que poderia ser feito essa prisão cor-de-rosa. Quer dizer, já tinha visto um Mr Mime criar paredes invisíveis antes uma vez que fomos assistir um circo itinerante em Ecruteak. Mas essas paredes não se pareciam em nada com o produto do pokémon mímico, só o fato de serem quase transparentes e aparentemente intransponíveis. Quando não achava a saída de forma alguma, meu corpo ameaçou começar a chorar, mas logo engoli; não era hora para desmanchar assim. Meus sentimentos teriam que esperar.

Quando estava quase sem esperanças, notei finalmente as pegadas do maluco metido a ninja. Elas terminavam no... não terminavam? Simplesmente sumiam pra dentro da parede. Tateando aquela parte da estrutura percebi que se diferenciava do resto da gaiola... Não sabia muito bem explicar em palavras no que, mas sentia que ali era a exceção que nos levaria para fora dessa prisão infernal. Serena, como se tivesse notado muito antes de mim, gesticulava para que eu quebrasse a parede na porrada. Será? Tentaria empurrá-la a todo custo; se não desse certo, estaria preparado para sair na mão com a tela cristalina. Uma coisa era certa: sairíamos dali vivos e prontos para procurar por Ralts e Ambrose. Não padeceríamos!

por **RafaelLuck** Ter Jul 06 2021, 14:23

Como diria o lendário Josef Climber: A vida é uma caixinha de surpresas. Vincent jogou seu corpo contra aquele ponto específico da barreira e pasme...estava do outro lado. logo depois dele seus pokémons conseguiam escapar da armadilha. Segundo depois sua amada Ralts aparecia ao seu lado. Ela corria para abraçar seu dono e um laço vermelho trazia um bilhete que caiu no chão. Durante a corrida para o abraço um brilho azulado começou a pulsar ao redor da pokémon que olhava para Vincent. Será que ela iria evoluir? Tudo dependia da autorização de seu treinador.

Do lado de fora o ar quentinho e límpido nivelava a temperatura de Vincent. as pegadas de lama seguiam mata a dentro até o infinito tapete verdejante da floresta. Sem Ambrose talvez fosse um grande risco ir mata a dentro mas apenas Starchild sabia como seu coração estava naquele momento. O que seria maior...a preocupação com seu amado ou as chamas quentes da vingança que ainda ardiam em seu peito?

Progresso:

por **Pacify** Sáb Jul 10 2021, 12:32

Quase tropecei e caí contra aquela parede prismática. Parece que não precisava se tanta força assim... tanto que Serena saiu me olhando com julgamento em seus olhos, como se falasse "era só sair, seu burro". É...

Para minha surpresa, Ralts repentinamente surgia em minha frente. Estava morto de preocupação! Já estava preparado para começar a gritar para encontrá-la, mas não foi preciso... A pequena soube encontrar seu caminho de volta. Vê-la bem esquentou meu interior e acabou por terminar de destruir as barragens dos meus olhos, resultando no bom e velho choro.

- Que bom que você está bem - disse, fungando e a aninhando em meus braços - Tive tanto medo, tanto medo... Estou muito orgulhoso de ti!

Foi nessa última frase e olhar compartilhados que vi seu corpo começar a brilhar. Em branco e azul, sua silhueta foi se moldando em frente aos meus olhos: aumentava de tamanho, crescendo o tronco, braços e pernas, antes tão pequeninos, agora mais vigorosos. Seu "capacete" mudou, alongando-se pelos ombros e criando um par de "chifres". Por fim, quando dei por mim, Ralts já não era mais um pequeno e desajustado pokémon. Parecia uma bailarina, graciosa e de cores vivazes. Era uma Kirlia!

- Ralts, você... você mudou! - disse, Serena batendo palminhas e saltitando em comemoração. - Você...

Aí lembrei de Ambrose, ainda enfermo e na mata, em algum lugar. Lembrei também do malfeitor misterioso, o que fervia meu interior em aço. Cogitei por alguns segundos caçá-lo; poderia fazer, mas... será que valeria a pena? Mas também deixaria um criminoso desses sair impune por aí? Eram tantas questões que insistentemente acabavam voltando para Ambrose, imaginando-o machucado. Não tinha jeito. Agora iríamos atrás de meu amado. A vingança - se é que haveria alguma - ficaria para depois.

- Ralts... Quer dizer, Kirlia! Nos guie até Ambrose. E cuidado, gente, vamos ficar atentos, ok? Não quero mais ninguém machucado hoje.

por **RafaelLuck** Sáb Jul 10 2021, 14:08

Kirlia retribuiu o abraço de Vincent acalmado suas emoções. Ela talvez melhor do que ninguém conseguia sentir o que ele estava passando. A pokémon usava seus poderes para levar seu treinador até seu amado. As camadas do espaço eram distorcidas até que chegava a um belo campo de flores amarelas que era adornado por uma casa de madeira ao fundo. Alguns pingos de sangue estavam pelo chão e parte do campo de flores estava amassado. Um par único de pegadas seguia até a entrada da porta que estava encostada.

Nosso protagonista reconhecia aquelas pegadas fofas. Eram de seu amado. Um pensamento simples ocorria em Vincent agora que a situação havia se acalmado um pouco: Como sua pokémon iria levar Ambrose até sua mãe se não sabia onde ela estava? Por mais que houvesse uma certa comodidade e conforto na Técnica de teletransporte ela não garantia onisciência ao seu portador. O perímetro ao redor da casa parecia segura e um fio de seda prendia a porta pelo lado de dentro. A Beautifly confirmava que era Vincent e os deixava entrar. O local apesar de um pouco empoeirado estava bem cuidado e lá uma senhora desconhecida trocava a faixa de Ambrose enquanto o acomodava na cama. Ao olhar nosso protagonista ela o analisou de cima a baixo e depois o convidou a se sentar ao seu lado.

- Ele vai ficar bem. A pancada foi forte mais nada que um repouso bom e algumas ervas para não infeccionar não resolvam. Gostaria de me contar o que aconteceu jovem?

Progresso:

por **Pacify** Sex Jul 16 2021, 10:56

Estava meio zonzo do teleporte; já havia pedido para Ralts me conduzir a pequenas distâncias - na época, do banheiro até o quarto de hotel em que estava - só por curiosidade mesmo. Mas nunca tinha viajado por tantos quilômetros! Serena também parecia confusa, fazendo uma dança circular que eu nunca a vi realizar. Demorou um tempinho para eu me recompor - as mãos apoiadas nos joelhos, o suor escorrendo pelas costas - e enquanto eu me ancorava de volta ao meu corpo, comecei a vislumbrar o local onde Kirlia nos carregara. Um campo aberto de flores amareladas, iluminadas pela luz da lua minguante, com uma casa modesta ao fundo. Como foi que...? Kirlia conhecia esse lugar de antemão? Ou só foi se teletransportando até encontrar sinais de vida? De toda forma, achei que estávamos no lugar certo a julgar pela Beautifly que Rose acabara de capturar. Ela me reconheceu também, permitindo minha entrada. Peguei Serena no colo (a pequena ainda girava feito um Spinda) e entrei.

Lá dentro, fui recepcionado por uma senhora tranquila, com meu namorado enfaixado. Logo foi me perguntando, com um tom sereno de voz, no que me vi atropelando palavras:

- Eu... não sei como dizer, tinha um cara de estilingue que simplesmente atacou a gente na floresta sem motivo. Ambrose foi atacado mas eu consegui desviar, mas não tava bom pro cara ainda, ele me colocou numa espécie de redoma de vidro, de cristal, prisma, sei lá e forçou uma batalha pokémon que consegui vencer graças a Arceus, enquanto isso pedi pra Ralts, quer dizer, Kirlia transportar Rose pra um lugar seguro porque não sabia quanto tempo ficaria em batalha e... ele tava sangrando tanto... Entrei em desespero... Ele vai ficar bem? Quer dizer, ele tá aqui, acordado? Ai meu Arceus...

Dei uma lacrimejada nas frases finais (pra variar). Não sei se me fiz entender, uma vez que falava atropelando as palavras e tropeçando na minha dicção, além de no final me atrapalhar com mais lágrimas. Depois da choradinha, me senti mais tranquilo. Serena me consolava; já estava acostumada com meu choro, que era frequente, enquanto Kirlia parecia tentar purificar o ar; devia ser algo da sua espécie, tão ligada aos sentimentos humanos.

Por fim, me ajoelhei ao lado de onde Ambrose estava, segurando na sua mão. Estava um pouco fria demais para o seu padrão - o homem estava sempre com as mãos quentes e suadas - mas ainda era sua mão. Repousei a cabeça em seu peito, escutando seu coração trabalhar; foi o som mais tranquilizante da terra. Tinha algo em Ambrose que me fazia sentir-me em casa. Acho que foi isso que me fez perceber primeiro o quanto eu amava aquele rapaz que conheci faz tão pouco tempo. Agora, acompanhando sua respiração serena e seu hálito de menta - agora misturado com um cheiro forte de cobre - me sentia seguro, finalmente. Essa floresta me deu Ambrose e quase me tirou ele. Não sei como faria sem meu companheiro de estrada.

por **RafaelLuck** Sex Jul 16 2021, 17:41

Que cena bonita TT:

A senhora levava sua mão já enrugada mas gentil e serena até o topo da cabeça de Vincent fazendo um afago caridoso.

- Pronto. Pronto. O pior já passou e devem ficar seguros dentro da minha cabana. Podem passar a noite aqui e amanhã cedinho se ele estiver melhor podem pegar a estrada de novo. Não estamos muito longe da saída da floresta.

Ela ia até seu fogãozinho a lenha e servia um chá com mel e camomila para nosso protagonista.

- Vai te ajudar a acalmar os nervos. Tem muita gente ruim ai no mundo meu filho. Gente mal amada sabe? Talvez fosse isso. Inveja do amor dos outros. Bom...não temos como saber o que foi né? Então vou preparar uma caminha para você aqui pertinho do outro garoto e vamos ficando de olho nele tá bom?

Ambrose respondia ao aperto da mão de Vincent. Seus olhos abriam e ele dava um sorriso.

- Parece que eu te salvei de novo né? Bom te ver querido.

A senhora levava seu dedo indicador para a boca do jovem.

- Descanse. A paulada não foi séria mas te abalou. Amanhã vocês dão uns amassos para compensar o prejuízo de hoje hihihi.

A senhora dava um batidinha com seu cotovelo em Vincent e depois se colocava para arrumar tudo do jeitinho que havia dito que faria. Antes de voltar a dormir Ambrose deu uma piscadinha para seu amado Vincent e depois sua beautifly emitiu um aroma doce para renovar os ares do ambiente.

Progresso:

por **Pacify** Sex Jul 23 2021, 12:24

Também achei TT:

Não entendia muito bem porque aquela senhora estava sendo tão complacente conosco. Aliás, não entendia muito bem NADA. Não conseguia compreender porque fomos atacados, nem o que era aquela cúpula de cristal, ou até mesmo como Ralts - agora Kirlia - fora capaz de encontrar esse casebre modesto. Parecia estar no mundo onírico, como se eu fosse acordar em cinco minutos e perceber que tudo passou de um esquisito sonho febril. Acho que não tinha percebido o quanto estava cansado até deitar. Meu corpo parecia ter sido atropelado por um Cufant. Serena também estava cansada, o que era incomum para sua espécie, que não costuma dormir de noite. A pequena se recostou ao meu lado e quando vi, já estávamos dormindo.

(...)

Acordei de um sono sem sonhos, com certa dificuldade de entender onde estava e quem eu era. Sentia um aroma gostoso no ar, e percebi estar com fome pela dor que meu ventre emitira. Antes mesmo de me levantar, falei:

- Ambrose? Ambrose, você tá aí?

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