got me thinkin' nonsense ~

Ei, ei, também não é assim. Tá achando que só porque 1 (uma) das algemas é vagabunda (apesar de que nem era, só se tornou velha....... eventualmente), todo o resto do lugar também é? NADA DISSO, VIU, MEUS SENHORES!

Mas, não é nesse beco sem saída que os deixarei. Afinal, não haveria graça nenhuma se fosse esse o caso, né (quer dizer, até teria, mas aí seria uma longa espera até alguém aparecer por aí, e... Acho que pelo meu próprio bem de 3 anos, não devo permitir uma parada dessas em um lugar que tem-... tinha... uma cama).

Enfim: Não, a grade não cedeu. Não ficou nem perto, aliás, mas deixe-me voltar a atenção para a o portão. Ao contrário de uma porta de cela usual, aquela ali tinha uma pequena, mas grandíssima, diferença: A fechadura era mantida no lugar por meio de quatro parafusos bem apertadinhos, e... Tá, eu devo admitir que essa não era a melhor das seguranças. Além disso, a entrada de chave também era a de uma simples porta normal - o que poderia ser tanto incompetência quanto conveniência ou qualquer outra coisa.

Mas era assim que era.

Que absurdo, eu nunca falei isso na MINHA VIDA TODINHA.

Mas, sim, sobre a fechadura: Click, clack, click - treck. Caso não tenha percebido, eu realmente sou ótima com onomatopeias e, essas aqui em especial, remetem à luta vã da tal fechadura antes que ela finalmente cedesse, a pobrezinha, e o portão se abrisse com um sonoro e enferrujado nheeeec. Também vou adiantar para os dois que o mesmo não funcionaria com as algemas, pois a fechadura era pequenininha demais para que a presilha conseguisse encaixar.

De qualquer jeito, isso não importa.

Do lado de fora da cela, o clima não mudava muito, mas pelo menos era possível observar melhor os detalhes daquele lugar. Era basicamente um ambiente 3x3 (retangular, não quadrado, mesmo que seja algo esquisito de falar - mas era basicamente, não exatamente, então tá tudo bem), com o corredor dividindo o grupo de três celas em cada um dos lados daquela prisãozinha não-tão-mas-ainda-sim-improvisada.

Próximo á saída (uma porta escura que dava sabe-se lá onde), uma mesa-escrivaninha repousava pacientemente com todas as suas três (muitos, né????) gavetinhas, além de uma lamparina que cintilava com suavidade, iluminando parcialmente o ambiente e também as mochilas (familiares, viu!!! Até demais!) largadas em sua superfície com muito mau jeito. É preciso informar que essa aqui estava do lado direito, para que possam se localizar bonitinho...

E, diretamente à frente, na esquerda, os tais murmúrios seguiam.
Não murmúrios. Gemidos? Abafados. Quase nulos... Quase imaginação.
...ainda estão prestando atenção neles??? Não é nada, bobinhos! Bora embora, vá?

Ei, não eram vozes... Não exatamente, pelo menos.

BEM, vamos por partes, do mesmo jeitinho que Sashimi também o fez quando deu uma dentadinha e quebrou as correntes que ligavam os pulsos do ruivo - não vou dizer que deu cabo nas pulseiras, mas você não vai querer tanto assim que um BOCÃO daqueles chegue TÃO perto, vai? Espero que lembre que ela é uma gordinha linda, mas não é exatamente a rainha da precisão...

Aliás, você devia ter vergonha de reclamar de qualquer bobeirinha e ficar olhando enquanto uma VENUSAUR PULA EM CIMA DE VOCÊ.... Cadê todos os ossos quebrados agora, hein? Não tem, né? NÃO PODE CULPAR A NARRADORA, AÍ NÃO TEM, NÉ???????

hum.

Como eu disse anteriormente, a tal mesa era uma mesa-escrivaninha. E, apesar de meus bonitos não terem olhado por conta própria se tinha alguma coisa por ali, há uma característica em específico que sei que chamará atenção suficiente talvez não do ruivo, mas com certeza da minha loirinha o-tesourinho-não-é-da-galera. Me refiro à um emblema dourado que, mesmo naquela meia-escuridão, brilhava em toda a sua glória, estampado no meio de uma das gavetas - logo abaixo dele, pequenas letrinhas giratórias que circulavam pelo alfabeto.


A SEGUNDA COISA...

São os sons. NÃO VOZES, ok? E, como já bem especificado, vinha de dentro de uma das celas. Vamos seguindo o corredor, pois é o que resta nesse momento - pé ante pé, passo pós passo e, no caso de Zhár, pézão pós pezão. Quer dizer, você não pode esperar que um bichão DESSE TAMANHO consiga ir na discrição, né? Felizmente, não acho que irão precisar desse fator-vantagem (pelo menos por enquanto).

Mas... Sim. Há uma cela, há um prisioneiro.
Provavelmente não como seria esperado, porém.

Contra a parede mais distante das grades, de fato, existia alguém. Sentado mais ou menos sobre um colchonete, de um jeito bem torto, havia um homem... Ou o que só posso supôr que seja um, considerando a altura quase anormal da criança. Acredito, entretanto, que o gênero não seja a maior das preocupações do momento, considerando o fato de que aquele pobre projeto de prisioneiro não só havia sido largado de qualquer jeito, como ocorrera com o casal.

Ah, não.
Esse aqui, meus senhores, estava em uma camisa de força.
Não só isso, aliás; Uma corrente firme se amarrava à parte anterior da nuca da vestimenta, ligando-o à parede e limitando ainda mais os movimentos que, cá entre nós, já não eram os mais livres possíveis naquela condição.

Não que ele parecesse se importar, em realidade, considerando os murmúrios ininteligíveis que escorriam da garganta casualmente, a maneira como o corpo ocasionalmente balançava centímetros pra lá e pra cá, em um zonzear (quase) silencioso. Outro grande sinal disso é a cabeça tombada pra frente de qualquer jeito, os longos cabelos claríssimos escorrendo pelos ombros, ocultando a maior parte de seus detalhes e trejeitos (que malmente eram expostos, a julgar pela situação)...

Com exceção das orelhas, eu acho. Se você quiser tirar sarro, acho que provavelmente é a melhor característica para se agarrar - nas grandes e pontudas orelhas, que tanto lembravam as de uma distante figura de mitologia élfica.

Ou algo parecido.