Pokémon Mythology RPG 13
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Mensagem por DFool Sáb Jun 24 2023, 22:34

Piloto
Era fim de tarde no dia em que Rick havia sido solto da cadeia. Ao sair da ala de celas e ser escoltado para o hall de entrada, onde funcionários transitavam e telefones tocavam, o rapaz foi desalgemado e direcionado para a saída, onde uma figura familiar lhe aguardava ao lado da porta. Ali estava Marco, acompanhado de um de seus pokémons: seu Murkrow, que havia passado mais tempo nos últimos cinco meses do confinamento de Rick na companhia do cativo do que com seu treinador, pelo que o rapaz calculou. A ave lhe visitava na janela de sua cela todos os dias, lhe trazendo quinquilharias pelas grades e grasnando no seu ouvido por puro divertimento.

- Marco, eu não sei nem o que dizer - Já ia começar Rick, ao se aproximar do colega. Marco se adiantou e gentilmente levantou a mão direita.

- Não há o que falar, você passou por muita coisa. Venha, vamos para a pousada onde estou hospedado. Um banho e uma noite decente de sono te farão bem.

- Na verdade, acho que prefiro uma bebida forte - Rick então olhou para o lado, pensativo, fitando o sol alaranjado e morno através da janela do hall de entrada - E imagino que você possa me falar o que perdi nesses meses, não é mesmo?

Marco ficou em silêncio por um tempo, e então assentiu. Levou o colega ruivo para um bar aconchegante que ele costumava frequentar ali, na cidade de Goldenrod. Naquele fim de tarde em especial, o estabelecimento estava quase vazio, preenchido apenas por alguns senhores que jogavam bilhar, uma solteirona solitária com seu Snubbull, o próprio barista, e a televisão na parede, que reproduzia uma batalha pokémon transmitida em rede nacional. Rick e Marco sentaram-se no balcão, e o Murkrow que os acompanhava pousou em uma das luminárias do teto. O barista ignorou a ave e serviu algumas cervejas para os rapazes, que ficaram conversando sobre assuntos triviais por um tempo.

Rick e Marco trabalharam no estaleiro da cidade de Olivine há mais de três anos e meio atrás, quando aconteceu a grande inundação de Tohjo e as regiões locais precisaram ser evacuadas. Quando puderam regressar para casa, aceitaram uma oportunidade de trabalho como contrabandistas, pois o pagamento era promissor e o momento era propício, dado a grande reestruturação de Johto no momento. Naquela época, Marco era apenas um aspirante a treinador pokémon, e agora pelo que contara, mostrava-se no meio de sua jornada, já tendo feito um progresso considerável. Em cinco meses, enquanto Rick mofafa na prisão, o amigo havia largado a vida de crime e seguido sua ambição. O jovem ruivo brindou a isso e ficou feliz pelo colega.

- Eu perdi bastante coisa hein? Queria ter visto um pouco melhor sua evolução. Quem sabe eu não tivesse lhe acompanhado.

- Ainda há tempo, se quiser... Mas acredito que nossos objetivos se divirjam um pouco. - A voz de Marco era franca, e ele fitava Rick com atenção - Foi ele quem fez isso? - Perguntou, apontando brevemente para o olho direito do colega, coberto por um tapa-olho negro.

Rick demorou um pouco, mas assentiu com a cabeça. Ficaram em silêncio por um tempo, remoendo o passado. Pouco antes do dia em que o rapaz ruivo foi preso, o terceiro colega de ambos, Tommen, havia demonstrado um surto instável em sua natureza e provado ser mais ganancioso do que seus amigos jamais imaginaram. Ele invadiu a casa de Rick para tentar roubar uma tábua de pedra arqueológica com hieróglifos gravados nela, resultando em uma briga corporal entre os dois, a qual não terminou nada bem.

- Tem notícias dele? - Perguntou Rick, depois de um tempo, fitando a prateleira atrás do balcão do bar repleta de garrafas de todos os tipos e cores.

- Depois daquele incidente, soube sei ele deixou a cidade de Olivine. Não apareceu para trabalhar no dia seguinte, e nossos contratantes tiveram que arrumar outra equipe, pois eu sozinho não dava conta do serviço. Para mim foi até bom - Marco terminou sua cerveja e pediu um refil - Mas Tommen realmente sumiu. Até então, a única coisa que eu fiquei sabendo, é que as autoridades encontraram na sua casa apenas o que parecia ser metade daquela tábua de pedra que você tinha pego para si.

- Não foi para mim, foi para minha irmã. Eu tinha certeza que ela iria gostar. Mas Tommen não gostou. Aquele maldito... Se as autoridades não encontraram a outra metade, significa que Tommen que a levou. Deve ter pego quando fugiu naquele dia, enquanto eu me distraía com...

O rapaz engoliu em seco, sentindo algo travando em sua garganta. Virou o rosto para fora do alcance do amigo, e terminou com seu copo de cerveja. Em seguida, pediu para o barista algo mais forte, nem que fosse destilado. Marco decidiu retomar a conversa:

- Enfim, tive a mesma conclusão que você, Rick. "Tommen fugiu com a tábua de pedra". Mas tem mais: durante minhas viagens pelas rotas de Johto, fiquei sabendo por treinadores de um rapaz agressivo que havia se envolvido com pessoas de índole... Duvidosa. Fizeram uma aliança, e agora estão espalhados por algum lugar da região, fazendo sabe-se lá o que.

- Tommen? - Indagou o outro, mais como uma pergunta de confirmação.

- A descrição dos treinadores bate com Tommen. Onde ele está eu não sei, pode estar em qualquer lugar. Mas essa gente com quem ele anda não parece coisa boa.

- E Tommen já deixou de ser bom faz tempo. Me diga o mais importante, por favor: Marie, minha irmã, foi encontrada? As autoridades foram atrás das pistas que indiquei?

Marco demorou para responder. Rick percebeu no silêncio a verdade, e apertou o copo novo que o barista lhe serviu com um pouco de rum. Sua narrativa foi considerada uma piada e delírio para os policiais. Talvez nem os Rangers ficaram sabendo. Sua irmã desapareceu porque unowns ascenderam da tábua de pedra e interferiram na realidade, sumindo com Marie para fazerem o mesmo logo depois, como se nunca tivessem aparecido naquela noite. Não havia outra testemunha além do covarde do Tommen, e as autoridades deveriam estar insistindo até agora em ir atrás de um sequestrador fantasma.

- Sinto muito, Rick...

- Tudo bem - Ele colocou sua mão livre no ombro do amigo, e em seguida removeu sua testeira, passando os dedos por seus cabelos cor de fogo e dando um longo suspiro de derrota.

Após isso Rick fez outras perguntas menores, e a conversa se prolongou um pouco mais. Marco lhe informou que a avó de Rick vendeu a casa da família em Olivine e se mudou para Blackthorn, o que para o jovem Taliore significava que ela havia abandonado o neto de tristeza, culpando-o pelo sumiço de Marie. Rick esperava poder fazê-la mudar de ideia algum dia.

Já era noite lá fora, e os senhores do bilhar pararam um pouco seu jogo casual para olharem curiosos a batalha transmitida na TV. Um Nidorino penava muito para tentar enfrentar um Gengar, o qual desaparecia e aparecia entre sombras enquanto deleitava-se com a dificuldade do adversário. Rick fitou a cena por um momento, e no instante que o pokémon fantasma acertou o quadrúpede roxo com uma esfera negra, fez a seguinte declaração:

- Vou me tornar um treinador pokémon, Marco. Só assim alcançarei meu objetivo.

O amigo ficou surpreso, e pediu por uma elaboração do raciocínio.

- Não vou desistir de minha irmã. Vou descobrir como trazê-la de volta. Sei que isso foi coisa dos unowns, estou obcecado com eles. Não durmo direito à noite lembrando daqueles múltiplos olhos enquanto Marie era tirada de mim. Aquela tábua de pedra era das Ruínas de Alph, então preciso começar por lá. Quero saber tudo o que puder desses pokémons, para entender o que posso fazer para reverter essa situação.

- Então pretende se dirigir mesmo para as ruínas? - Perguntou Marco, interessado.

- Bom, se eu tivesse a tábua de pedra completa comigo iria tentar estudá-la como fosse possível, e recolher o máximo de informação sobre ela. Porém ela está quebrada, dividida, e imagino que você não saiba onde está a metade que as autoridades confiscaram em minha antiga casa, não é mesmo?

- Nem ideia, amigo.

- Imaginei. Talvez investigando as ruínas, eu descubra sobre aquela tábua, portanto Irei até as Ruínas de Alph, e depois vou atrás das duas metades, se for necessário. Pelo menos sei que uma está com Tommen, mas agora ele tem seus próprios pokémons... Nesse caro, terei os meus também, para caso eu precise forçá-lo a cedê-la para mim.

- Mas você não sabe onde Tommen está, e pode demorar para encontrá-lo. E como falei, ele está com gente perigosa agora.

- Sim, sim, eu sei. Ainda vou pensar nessa parte... Mas é um risco que estou disposto a correr. Tudo para trazer minha irmãzinha de volta.

No fundo, os outros clientes comentavam entusiasmados em alto som enquanto o nidorino era nocauteado de vez e substituído por um ônix. Estrondos de batalha eram ouvidos na transmissão, e no bar, Marco sorria para um confiante Rick. O rapaz ruivo tomou sua decisão. O colega entusiasmado terminou sua cerveja e ajustou seus suspensórios.

- Você é o cara mais cauteloso e precavido que já conheci, Rick. Está ciente dessa decisão?

- Não vejo prazer em ser um treinador, nem possuo sede de glória. Mas é o caminho que irei traçar pela minha irmã.

- Nesse caso, você possui a minha benção - ele assoviou para seu Murkrow, que desceu do lustre e pousou em seu braço, não sem antes bicá-lo várias vezes - Vou lhe dar meu Murkrow!

- Oi? - Rick hesitou por um momento. Aquela era uma resposta imediata da qual ele não estava esperando.

- Isso mesmo. Pode ficar com ele, ele nunca me obedeceu muito mesmo, e passou mais tempo te fazendo companhia na prisão do que comigo aqui viajando pelas rotas. Eu falei te falei meses atrás que essa ave gostava mais de você do que de mim, lembra?

Rick não sabia o que responder. Embora fosse inicialmente supersticioso com Murkrows por conta das tutelas de sua avó, ele se acostumou muito com a criatura nos últimos cinco meses. O pokémon lhe visitava pela janela da prisão diariamente e passava as tardes com ele, grasnando em seu ouvido e lhe bicando a mão teimosamente. Apesar de considerar o pássaro irritante, via na irritação dele algum conforto, mesmo que a ave enchesse o saco do rapaz propositalmente.

- Tem certeza? Ele me bica direto e tenta roubar os meus brincos. Além disso, esse malandro só sabe berrar no meu ouvido. E também... eer....

- Ele não encheria o seu saco se não gostasse de você. E ele ficou bem inquieto todo esse tempo durante a sua ausência. Aqui, pegue a pokébola dele, é seu para chamá-lo como quiser agora, e me livrar dessas bicadas infernais.

Junto aos risos de Marco na sua última frase, o rapaz entregou a capsula do Murkrow para Rick, que voou para o ombro do rapaz e o saudou com uma bicada leve e afetuosa. O jovem ruivo sentiu-se extremamente confortável tendo aquela ave do azar em seu ombro, tão perto de si. Não pode deixar de esboçar um sorrio, o qual Marco nitidamente percebeu.

- De nada! - Disse, satisfeito.

- Marco, eu não sei como agradecê-lo... Você ainda pagou minha fiança com suas economias... Eu não sei...

- Sabe sim! Aceite de bom grado, e isso não foi nada - e então começou a vasculhar sua grande mochila pesada - E mais uma coisa, imagino que vá precisar desses itens aqui! Tenho alguns sobrando, então pode pegá-los de presente!

Marco supriu Rick com cinco pokébolas livres, uma poção, alguns tickets especiais, uma vara de pesca velha e  uma mochila menor de sarja e couro com um rosto feliz estampado nela, a qual era feita para ser pendurada no corpo transversalmente. Além disso, concedeu ao amigo mil pokédolares, e um autêntico Rotom Phone. Quando Rick segurou o último item, olhou desconfiado para o outro rapaz, que logo se defendeu:

- Fica tranquilo que eu não roubei esse ai não! Um amigo meu, assistente do Professor Elm, de New Bark, me deu de presente quando comecei minha jornada, mas fiquei com preguiça de aprender a usar isso ai, então ele está praticamente zerado - E soltou uma gargalhada - Boa sorte com ele!

- Marco, você é incrível - Rick não conseguiu conter algumas lágrimas - Prometo que irei retribuí-lo algum dia, e cuidarei muito bem do Murkrow!

- Eu sei que vai, meu caro.

Terminaram a noite em bom humor. Depois disso foram para a pousada em que Marco estava, onde Rick lavou-se e apagou na cama, tendo a primeira noite de sono decente em muitos dias... Pelo menos até a hora que acordou com seu novo pokémon cantando uma serenata para a lua. Assim passou o resto da madrugada tentando pegar no sono enquanto cobria a cabeça com o travesseiro.

No dia seguinte, o jovem ruivo acordou tarde por conta da noite mal dormida, mas dessa vez estava de bom humor. Passou um último dia com Marco na cidade de Goldenrod, e então se despediram com um forte aperto de mão no meio das ruas tomadas pelo pôr do sol. Ambos se desejaram boa sorte e estimaram boa viagem um para o outro. Quando se separaram, o rapaz ruivo fez um carinho em seu novo pokémon, o irritante Murkrow pelo qual havia simpatizado, e decidiu apelidá-lo de Cartola. Assim, devidamente equipado e com a imagem de sua irmã fixada em sua mente, ele traçou seu rumo.
Fim

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Mensagem por Food Dom Jun 25 2023, 00:30

@DFool

Inicial entregue! Pode começar sua jornada em Goldenrod ou adjacências!

_________________
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20% de bônus de experiência - Especialista Lutador II
15% de bônus de experiência em batalhas - Aprendiz de Líder de Ginásio B (Lutador)


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O Arthur não faz parte da Virtuum:
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Especialista Fighting II

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