Por alguns segundos, após o salto pelo choque que correra seu corpo ao finalmente reocnhecê-lo, ficou quieta e em silêncio. Questionava-se quantos passariam por seu caminho naquele lugar. Quantos sumiriam em plena fumaça? Ela encolheu-se contra o chão e abraçou os joelhos, quase tomando a forma de uma pequena bolinha ruiva naquela imensidão branca. Fitou o solo - ou plataforma, que seja - e respirou profundamente.
- Isso não está certo. - Um murmúrio suave, e a ignorância que passou mesmo após ouvir a fala do gigante que ali estava. Balançou a cabeça com tenuidade e roçou a ponta dos dedos pelos cachos que revolviam-se com a brisa fria e balançavam no ar.
Os orbes prateados corriam o lugar, e a mente voava em busca de explicações que não apareciam. O mundo era fora de lógica; Tal qual a floresta que sempre aparecera após estes portais. Mas agora, se encontrava em um loop infinito de mudanças sob as paisagens, e simplesmente não suportaria por muito mais tempo andar e andar por horas a fio com um facho de esperança que jamais se demonstrava correto.
Os dedos se cerraram e apertaram com tenuidade, como parentes e amigos que há muito não se encontram. Matando as saudades de tanto tempo separados. Sua caixa toráxica lentamente contraiu-se e se expandiu logo a seguir, acompanhando o ritmo automático de sua respiração.
- Parem de fazer isso.Uma ordem ou pedido para o nada, para o mundo. Não! Não desabara até agora e de maneira alguma que se renderia aos pés e ao impulso negativo daquela atmosfera que a recebera inicialmente. Era uma invasora? Sim. Porém, não desistiria de encontrar a saída. Afinal, possuía muitos assuntos pendentes a resolver em seu próprio mundo. Assuntos estes que apenas se intensificaram no decorrer daquela realidade.
Ergueu-se e balançou suavemente a cabeça. Se realmente desejava sair dali... Deveria aprender a encarar as coisas de frente. E seus olhos encontraram a face do rapaz, não importando a diferença de altura. Os braços relaxados ao redor do tronco... E, por milésimos de segundos, o olhar estreitou-se com suavidade.
Qual era a daquele joguinho imbecil?
- Quem é você, afinal?Richard não agia daquela maneira. E tampouco poderia estar ali!... Era apenas uma ilusão? Provavelmente. Se utilizasse a mesma regra e lógica do poder de transformação de Zorua, talvez, e apenas talvez, pudesse ser capaz de passar por cima daquele local espelhado.
Mas, agora, era o tudo ou nada.
E sinceramente, não se agradava nada com a hipótese de realização da segunda opção.
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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?