Cap. 9: TMs, Stantler e Kangaskhan

 Ainda meio tonto com tudo o que estava acontecendo, assistia Nydon e Azumarill avançarem contra o Pokémon em sua frente. Na verdade, não poderia considerar aquilo um Pokémon, mas sim um monte de monstrinhos reunidos. Eu não conseguia manter meus olhos na quimera por muito tempo, toda hora vindo à tona o pensamento de saber se aquilo estava vivo ou não. Eu tremia ao pensar que aquele maluco poderia tomar posse da cidade, então eu não poderia me dá o luxo de pirar no momento.

Quando os Pokémons avançavam contra a arma alfa, o cientista via que a derrota estava eminente. Embora os seus Pokémons fossem absurdamente poderosos, não poderiam combater todos os nossos Pokémons. Quando Nydon e Azumarill se envolviam no escudo, a explosão acontecia. Foi tão rápido que a minha reação demorou. Quando dei conta, lá estava eu no chão, no meio da enxurrada com a chuva sobre mim. Meu tornozelo doía, não sabia o que estava acontecendo com ele, mas no momento era o menos importante.

Erguia com dificuldade, apoiando-me em um escombro e de longe ouvia o som de Togekiss e a criadora voltava. Klaus parecia um pouco confuso e não queria deixar o fardo para ele .Gyarados estava bem agitado e ao longe os Pokémons estavam caídos. O Rattata nocauteado, Nydon e Azumarill eu não sei. Talvez o Protect tenham salvado os Pokémons, mas “cansados” era a definição perfeita para eles. Ainda com um zumbido no ouvido, Togekiss pousava ao meu lado e quando me dei conta, o cientista estava fugindo.
- Togekiss, eu preciso de você nesse momento! Aquele cientista é mal e preciso que você o pegue para mim. Sabe que não posso correr. Agora preciso que libere o seu ranger interior para o fim dessa missão.

Em um voo sublime, Togekiss tomava altitude e esperava que o Pokémon pudesse finalizar com justiça. Algo estava perto do cientista, mas devido a forte chuva, nem notei o que era. Acenava para a criadora nos ajudasse com os nossos Pokémons guerreiros.

 Como uma resposta, seu celular toca, o fazendo lembrar que tinha um e que tecnologia boa que durou diante de todos esses acontecimentos.

  Na torcida para saber se Togekiss havia capturado o cientista, ou não, eu logo percebia que aquela situação se tornava um pouco mais tensa. Sem poder correr, sem muitos Pokémons com cem por cento de saúde para me ajudar, toda esperança de que o cientista não seria mais um homem faria o mal, mas sim um detento, deixei o trabalho para Togekiss. O fairy iria fazer o necessário, pelo menos, em sua esfera de realidade. Togekiss nunca machucaria alguém, o que algumas vezes me deixava preocupado. Ao ver que algo retornava e parecia ter alguém voando, eu fiquei aliviado ao ouvir o som de togekiss.

Mas quem trazia o cientista não era o voador, mas sim uma loira de olhos azuis e que tinha uma presilha de borboleta na cabeça azul bem chamativa. Eu fiquei olhando para ela quando meus lábios soletravam o nome dela. Marcella me abraçava ali, sem cerimônias e assim me machucava um pouco. A explicação dela era plausível, já que ela era desse jeito. Quando Klaus perguntou sobre a tv, eu dei de ombros, olhando ao redor para ver se tinha alguém filmando, mas a situação da chuva atrapalhava.

Comecei a seguir os rangers, que diziam que tínhamos uma reunião urgente com o prefeito. A líder Misty deveria estar fora da cidade, senão, teria ajudado nas tragédias. A criadora parecia animada por ter ajudado muitas pessoas e eu recolhia os meus monstrinhos, agradecendo cada um pela ajuda. Em seguida, fui verificar se Klaus estava bem, mas ele havia acabado de atender o telefonema.

- Você veio direto para Cerulean, mesmo sabendo que aqui está um caos? – eu perguntava para a loira e ela com mãos unidas e um sorriso na cara tão enorme que mal cabia ali balançava a cabeça positivamente. – O que eu dizia sobre o fato de entrar em perigo?

- Mas fui eu quem prendi o cientista... – ela respondia. – E sou mais velha... – falava baixinho e abafado, mas ainda audível.

- E eu sou Ranger, você apenas coordenadora. Quem tem mais experiência? E é mais fácil prender quando não tem um Pokémon monstruoso com ele...

- Sim, mas eu prendi... E... Ah! Que fofo! – Marcella cortava o assunto pegando em Togekiss e o abraçando, recebendo o abraço de volta. Togekiss parecia ter gostado da menina e eu revirava os olhos, continuando seguindo os rangers.

 Logo, caminhou com Ayzen em direção ao prefeito, sinceramente preferia estar de banho tomado ou menos fedorento para ver alguém que representa tanto poder - será se Misty estaria lá? - mas, querer não é poder e ainda sorridente pelo telefonema de sua mãe, se vê no gabinete do chefe. Vasculha o local por curiosidade e logo uma pergunta lhe é lançada.

 Marcella fazia questão de ficar ao meu lado, agarrando o meu braço e sorrindo para todos que via, mesmo sem necessidade. Mas ao perceber que eu estava todo repleto de uma gosma estranha e de cheiro questionável, a loira resolvia se afastar e ficar só de longe vendo, enquanto passava a sua mão gosmenta na farda de outro ranger, de forma descarada. A loira seguia a mim e ao grupo até o gabinete do prefeito, onde os destroços não haviam diminuído, mas ainda assim, tinha gente trabalhando.

Klaus atendia o telefonema e pela cara dele, era alguém especial. O jovem conversava com a mãe, enquanto tinha que ouvir da minha irmã o quão fedorento e sujo estava. Para quem estava em uma batalha e diante de um monstro daqueles, sem poder correr, eu estava até bem. No entanto, meu calcanhar ainda doía muito e nem dava para saber o que estava acontecendo com ele, uma vez que estava envolto da bota ortopédica.

Já no gabinete, Marcella ficava de fora (para o meu alívio) e eu seguia para dentro do local, junto do criador. O prefeito nos agradecia pelo serviço prestado e nos explicava o porquê que os reforços demoraram tanto em chegar. Isso me deixou curioso, mas eu ouvia com atenção, hora ou outra passageando a perna. Precisa ir ao Pokémon Center para ver o que era aquilo... Na pergunta do prefeito, eu fiquei um pouco perdido. Por que eu arrisquei minha vida?! Klaus dava os seus motivos.

- Bem, eu sou ranger, apesar de estar de “férias forçada” por conta de alguns empecilhos – dizia esticando o pé para destacar a bota ortopédica – Mas é o meu serviço. Sei que a vida de um ranger nunca para e eu sou a prova viva disso. Eu nasci para isso, eu tenho um voto com os Pokémons e ao ver aquele cientista usar de Pokémons para atacar a cidade, eu tive que deter. Mas estava priorizando a segurança do local, embora sempre estivesse alerta para liberta. Quando vi um momento, conseguir atacar a coleira e libertar Garchomp. Já a fera... bem... não consegui salvá-la- dizia olhando para o chão decepcionado.

Embora a fera parecia ser um robô guiado e aparentemente não apresentar emoções, eu sabia que ele ainda era um Pokémon e mesmo que não fizesse nada, tinha o direito de ser livre e viver sem sofrimento...