Rota 104: Rustboro, siga em frente?

Com sua mente preenchida com futuras estratégias para a líder de ginásio que desejava enfrentar, o jovem Terri seguia com passos largos através da estreita estrada de terra que cortava os resquícios da floresta que deixou para trás, porém, também pensava, além de desejar, encontrar um local onde pudesse recuperar suas energias das aventuras que lá teve.

A trilha por qual seguia mostrava-se bem monótona, na sua maioria em linha reta, desviando-se do percurso apenas para desviar de uma árvore ou outra que aparecia a frente, mas logo em seguida retornando ao seu curso. As árvores que o rodeavam se espalhavam aleatoriamente ao longo do terreno, distantes e apresentando caules finos, com exceção de uma ou outra, com copas altas e folhagem rala, o que providenciava a entrada de luz mais facilmente ali, assim, deixando a paisagem mais bela quando iluminava os pequenos arbustos e o solo coberto de vegetação rasteira que gritava em um forte verde. O céu estava limpo e os ventos amenos. E quanto aos sons? Mantinham-se vivos devido às criaturinhas que vez ou outra corriam alegres por ali ou escalavam as árvores, assim como o farfalhar das folhas e o quebrar de pequenos galhos.

Mais alguns minutos de caminhada e o jovem pode se deparar com uma estranha bifurcação na trilha. Seguiria pela esquerda ou direita?

E diante de uma inesperada bifurcação na estrada por qual seguia, o jovem Terri, usando de sua esperteza, passou a analisar com cuidado os diferentes aspectos que cada um dos caminhos a sua frente apresentava para, somente então, decidir por qual continuaria sua jornada.

O da esquerda, apesar de continuar apresentando a mesma formação de terra do qual era originado, continha menos declives, apresentava-se mais plano em comparação aos demais e não parecia se deixar influenciar tanto pela natureza ao redor, seguindo em linha reta por alguns metros e subitamente fazendo uma fechada curva para a esquerda, além de ser mais larga, como uma estrada pavimentada, tornando-se anormal ali. Enquanto que o da direita se mostrava como uma cópia do caminho que havia seguido até ali, seguindo o mesmo estilo ameno para com o cenário e sinuoso através das árvores.

Curioso para saber o que revelaria a misteriosa curva no final do caminho da esquerda, Joul decidiu seguir por aquela estrada, ansioso pelo o que o futuro lhe reservava. Assim, começou a caminhar por ali, sentido a facilidade na qual conseguia se mover devido ao solo firme e plano. Entretanto, não chegou nem mesmo a curva para que coisas estranhas começassem acontecer.

Por entre os pacíficos sons da rota centro e quatro, um estranho som se fez mais alto, como galhos sendo quebrados atrás do jovem, surpreendendo-o. Porém, antes que pudesse ter qualquer reação quanto aquilo, sentiu algo bater contra suas costas com enorme força, fazendo-o ir ao chão enquanto arqueava sua retaguarda de dor.

Escutou alguns grunhidos enquanto ainda estava no chão, e se procurasse pela origem deles, a sua direita, tudo que Terri veria seria uma noz bem grande girando ao seu lado. Uma noz que tinha olhos e o encarava espantada.

E assim, diante daquele doloroso acontecimento, o jovem Terri ergueu-se ignorando a noz, que ainda grunhia assustada, e passou procurar por um possível inimigo através daquele misterioso lugar, acreditando que se realmente fosse um, não tardaria a aparecer.

Por alguns segundos, a selva retornou a sua habitual calmaria, dando a entender que não havia mais nada ali com se preocupar, apenas o vento que rugia lentamente, o farfalhar das folhas e a música que as criaturas dali emitiam se faziam presentes no local... Mas sem explicação, o farfalhar se tornou mais alto através dos altos galhos em conjunto do quebrar dos mesmos, som que se aproximava rapidamente e, por fim, rodeou o adolescente.

De repente, um rugido raivoso se propagou pelos céus enquanto que um vulto branco descendia das copas das árvores em direção a Joul.

E no momento em que a criatura branca atingiu o solo a frente do jovem, a estranha noz emitiu um guincho estridente e correu para perto das pernas de Joul, enquanto que ele, sem demonstrar medo, apenas sacava um de seus companheiros, o Slowking, e preparava-se para uma possível batalha com ajuda de sua enciclopédia eletrônica.

A grande criatura a sua frente apresentava traços bastante parecidos com outra que o jovem havia capturado a pouco, uma pequena preguiça de pelagem amarronzada, mas ainda assim eram diferentes. Essa apresentava as mesmas longas garras e era maior, além de ser branca e conter um estufado topete vermelho. Entretanto, a diferença mais marcante era comportamento delas, a outra era preguiçosa e sonolenta enquanto que essa era bem mais do que agitada.

Vigoroth

Vigoroth, o Pokémon macaco selvagem, é uma grande preguiça que possui garras poderosas. Vigoroth não pode ficar parado por causa de seu batimento cardíaco extremamente rápido. Isso faz com que seja muito agressivo e veloz.

- Ora, um Slowking? Interessante... – Soou uma voz de trás da preguiça branca.

Logo, o rosto de um pequenino de cabelos dourados, pele alva e notáveis olhos verdes apareceu das costas daquela criatura, e passou a fitar curioso o companheiro de Joul, como se o estudasse, depois, dirigiu os olhos para a assustada noz que grunhia.

- Ei moleque, pode nos dar licença?