Pokémon Mythology RPG
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[A Link to the Past] - Aztlán City

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Após o discurso pronunciado por mim, sentia como se um peso tivesse largado minha consciência. Talvez estivesse me fazendo mal ficar tanto tempo sem falar o que eu achava de mim mesmo para alguém... Só não esperava que seria com ele. Afinal, havia acabado de conhecer aquela que talvez fosse a personalidade mais importante de Aztlán.

- Hmm... - Prestava atenção nas falas do homem, que parecia sempre proclamar com convicção e atitude de um líder. Ok, ele era um. Mas aquela história me cativava... E a possível capacidade de manter minha auto-estima também era ótimo. Apesar do eu triste continuar sendo o meu eu, queria simplesmente parar de chorar um pouco... Talvez antes de morrer desidratado.

O cheiro daquilo era bem estranho... Levaria algum tempo para me acostumar com o odor. Mas talvez, se ele me ajudasse já bastaria. O formigamento também era estranho, parecia que os ossos de meus dedos saltariam deles a qualquer momento... Ugh. "Mas... Como eu faço isso?" Não tardava para que fosse respondido. O homem tomava a dianteira em cruzar suas pernas, fechava os olhos como quem já era acostumado a prática, e me pedia para que eu fizesse o mesmo, mas não só comigo... Com meus Pokémon também.

- Ok... - Receoso, pegava todas as seis esferas dos meus Pokémon e os liberava, um por vez. Eles pareciam confusos sobre o que estavam fazendo ali, mas não era complicado explicar o que deviam fazer. O único problema seria Shelly imitar aquela posição... - Amigos... Vamos meditar um pouco. Tudo bem?

Enfim, imitava a posição do homem. Mantinha as pernas cruzadas, fechava os olhos apertadamente, tentando me focar em algo... Talvez um possível nada. Juntava minhas mãos as coxas, curvava levemente minha coluna e tentava praticar a tal meditação, mesmo não sabendo exatamente como ela funcionava.

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Timothy não sabia ao certo o que estava fazendo, mas tentava o seu melhor para conseguir meditar e seguir o treinamento passado por Carlos. Seus pokémons, diante daquele homem que sem dificuldades conseguia impor sua liderença, logo fizeram o mesmo. Cada um se posicionou para meditação a sua maneira. Aos poucos o cheiro do incenso ficava mais e mais intenso e a sensação de formigamento dominava o corpo do jovem Timothy completamente.

Mesmo de olhos fechados, o garoto percebia que o rapaz de quase um metro e noventa agora estava de pé, circulando calmamente entre o treinador e seus pokémons. Continuava a analisar todos com toda a calma. Conseguia ouvir os passos do rapaz e, por fim, suas últimas palavras antes que o garoto perdesse completamente os seus sentidos.


- Se um treinador quer fortalecer seus pokémons, ele precisa se fortalecer junto com eles. Sem isso, ele jamais conseguirá impor respeito e autoridade. Conheça seus limites e faça o possível para ampliá-los sem extrapolar.

Após a última frase ser dita, Timothy se sentiu num grande vazio por alguns instantes. O cheiro do incenso havia sumido e ele não conseguia sentir a presença de ninguém pelas proximidades. Porém, logo a situação mudou. O garoto agora sentia frio, conseguia ouvir o som do vento batendo nas folhas das árvores.... Espera aí, árvores?!?

Ao abrir os olhos, o garoto percebeu que estava sozinho. Estava no meio de uma floresta tropical e era noite de lua cheia com o céu todo estrelado, garantindo assim uma luminosidade razoável do local. Aonde estava? O que havia acontecido com seus pokémons? E com Carlos?

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Continuava a tentar meditar, mesmo não entendendo muito bem como isso funcionava. Aos poucos, o pulso de minha respiração se suavizava, parecia estar em um ritmo mais lento, não sentia vontade de abrir meus olhos, sentia meu corpo formigar por inteiro... Era estranho, mas não poderia negar que achava isso interessante. Porém, as palavras de Carlos eram a última coisa que ouvia, antes de entrar completamente em transe e sentir que simplesmente havia desaparecido. Literalmente, tudo havia ficado escuro...

Quando acordei, já não estava mais ali. Estava no meio de uma estranha floresta, me levantava com calma, tentando entender o que havia acontecido. Esfregava meus olhos, tentava me beliscar um pouco (Um deles havia doído pra caramba), mas não adiantava. Eu literalmente estava ali, ou fui induzido a pensar que estava. Mas... Tudo era tão real...

A situação era que eu estava sozinho, em uma floresta a noite, sem saber aonde estava e sem saber o que fazer. "Mas que cena de filme cretina..." Enfim, me levantava. Tinha noção de que chamar pelos meus Pokémon, pelo Senhor Monctezuma, pelos meus pais seriam todos inúteis... Então, resolvi andar um pouco, procurando por alguma coisa. Tentava andar com cuidado, já que não sabia o que diabos poderia ter ali, mas era estranho, o cheiro do incenso eu sentia antes pareciam ter se impregnado ao meu olfato. Mas afinal... Aonde eu estava?

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Aquela mudança de cenário foi um grande choque para o jovem Timothy, que agora estava pensando estar em uma cena de filme ou algo do tipo. Apesar de estar sozinho naquele local, o rapaz sentia que não estava correndo perigo ali. O vento soprava com força e o único som que ele escutava era o das folhas das árvores balançando. Fora isso, estava completamente sozinho.

Agora melhor ambientado, começou a olhar aos arredores e percebeu que a mata era muito fechada, mas ainda assim daria para desbravar aquele cenário. Provavelmente sairia com alguns arranhões, mas nada de demais. O problema é que por terra, todo o cenário parecia ser o mesmo. E se ele arriscasse seguir para o lado errado?

Foi então que uma pista, um sinal ou qualquer coisa que fosse surgiu diante dos olhos do rapaz: um sinal de fumaça surgia no céu. Isso só podia significar uma coisa: ele não estava sozinho. Será que valeria a pena seguir naquela direção?

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Off: Post ruinzão só pra dar continuidade. q

Me sentia estranho após andar depois de algum tempo. Fazia pouco caso dos machucados adquiridos por passar na mata fechada, mesmo que eles me fizessem mal depois. Não tinha certeza, era tudo tão real... Coçava a cabeça brevemente, o escuro do local me causava algum sono, principalmente devido a calmaria que a floresta exalava. Parecia que nada ia aparecer, afinal...

Mas se fez. Um sinal vinha dos céus, era uma nuvem de fumaça que subia com intervalos médios, o que parecia ser realmente obra de índios... Afinal, aonde eu estava? Tudo era muito bizarro... Mesmo assim, decidi me aproximar. Tinha medo do que poderia estar ali, mas minha curiosidade falava mais alto...

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O rapaz logo viu o sinal de fumaça e, ao se deixar levar por sua curiosidade, seguiu em direção ao mesmo. Teve um pouco de dificuldades para passar por aquela mata densa, mas logo chegou a um cenário um pouco diferente. Aos poucos as árvores foram se espaçando e o som de água corrente tomou conta do cenário.

Timothy agora estava andando nas proximidades de um rio que pareciam levar até o sinal de fumaça, que parecia vir de uma grande montanha que ficava a aproximadamente dois quilômetros de distância. Até aí estaria tudo bem se não fosse algo de diferente chamando a atenção do jovem.

Logo a sua frente, sentado em uma pedra próxima do rio, estava Leo. O inicial de Timothy suspirava fundo e claramente sentia-se melancólico. O que poderia estar se passando pela mente do pequeno Squirtle?

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Ao que começava a seguir no caminho do sinal de fumaça, o clima "extremo" parecia se intensificar. Um rio que dava espaço a uma montanha ao que eu continuava no caminho da água, não entendia bem aonde estava e começava a me sentir cansado após tanto tempo andando. E, curiosamente, apareceu finalmente uma das personalidades que eu conhecia...

Em cima de uma pedra, estava ele. O companheiro que estava ao meu lado desde o início de minha jornada... O Squirtle parecia simplesmente deprimido. Meu olhar de preocupação se agravava ao ver a face triste do aquático, que até onde eu havia visto, também estava em meditação. Afinal... Sua melancolia se devia ao erro que eu havia cometido, antes? Isso me entristecia, também. Mas provavelmente era este o motivo...

Desta vez, tentava lutar contra minhas emoções. Não parecer triste. Não chegar a chorar à toa... Infelizmente, a falta de prática me deixava com uma face meio retorcida, agravada pelo pequeno nó na garganta. Mesmo assim, mantinha uma face apenas de preocupação, enquanto me aproximava de meu Pokémon inicial;

- L-leo... Você está bem? - Me aproximava dele, me prepararia para segui-lo, caso fosse necessário. Precisava resolver essa aflição logo...

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Ao se aproximar de Leo e avistar o Squirtle cabisbaixo, Timothy lembrou do ocorrido mais cedo e logo sentiu o sentimento de culpa. Seria ele o motivo de seu inicial aquático se encontrar naquele estado? O treinador então se aproximou do Squirtle e foi pego de surpresa pelo que aconteceu.

O rapaz agora estava num cenário conhecido: o Laboratório do Professor Oak. De longe, conseguia ver seu Squirtle quando filhote brincando e correndo atrás de um Bulbasaur, também filhote. Eram claramente amigos. Distraídos, não perceberam a presença do Charmander, que apenas observava os dois brincando com certo rancor em seu rosto.

Quando a dupla menos esperava, o inicial de fogo atacou o pequeno Bulbasaur com um arranhão, fazendo com que o mesmo começasse a chorar. Sem demora, o Professor Samuel entrou no local e o Charmander começou a chorar também. O Professor não parecia perceber a presença de Timothy e logo conversava com o trio, retornando um de cada vez para suas respectivas pokébolas.


- Por que estão chorando? Squirtle, foi você que fez isso? Não maltrate seus amigos, ok?

Antes de retornar para a pokébola, Leo apenas percebeu que o Charmander exibia um sorriso debochado para ele. Sem querer, acabou parecendo vilão da história. Mas... por quê? E por qual motivo Timothy estava tendo aquela visão?

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Me aproximava cada vez mais do Pokémon aquático, e o clima de surpresa se instaurava pelo o quê acontecia ali... Quando estava perto de me aproximar do inicial, mudei de cenário mais uma vez. Isso era muito estranho, mas eu parecia estar em uma visão da própria mente do Squirtle. E... Que visão mais sacana.

Mostrava Leo, junto de outros dois Pokémon iniciais. Eram as outras duas escolhas de Kanto, talvez as mesmas espécies e indivíduos que eu pude escolher... Mostrava apenas dois deles brincando, o meu Pokémon e a escolha gramínea, a qual eu lembro de ter cogitado bastante. Mas não largo mão de meu inicial atualmente... Até que se aproximou o terceiro. Era o tipo fogo... Sinceramente, nunca gostei muito do tipo. Talvez precisasse de um atualmente em minha equipe, mas não via necessidade em ter um que talvez tivesse as atitudes daquele ali...

Ficava revoltado ao ver como o lagarto agia com o Bulbasaur e, principalmente, da forma desonrosa com que ele culpava Leo. Tinha vontade de reclamar ali, gritar, mas provavelmente seria inútil... Mesmo assim, resolvi tentar, mesmo que muito provavelmente eu fosse apenas um espectador passivo.

- Oak...? Não foi ele... - Ok, seria inútil. Mas tentava mesmo assim me aproximar do professor, mesmo que desaparecesse logo depois naquela curta visão. - Não foi o L-leo, professor..

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Logo após o final da cena, Timothy voltou a si. Ao olhar aos arredores, percebeu a presença do rio, das árvores,  da montanha e da fumaça mais uma vez. Percebia que aos poucos seu Squirtle também recuperava seus sentidos e percebia que não estava mais só. Um pouco cabisbaixo, mas feliz em ver seu treinador, ele logo correu até o garoto e o abraçou com firmeza.

Aparentemente ele não sabia que Timothy teve aquela visão, no qual o garoto nem soube dizer se era real ou não. Seria aquilo uma lembraça de Leo ou seria apenas fruto de sua imaginação? Infelizmente o garoto não teria muito tempo para pensar naquilo pois logo foi surpreendido com um som estranho vindo da copa de uma das árvores.

Ao olhar com atenção, percebeu que era mais um conhecido que estava ali: Hero pousava num dos galhos mais altos de uma das árvores, mas parecia estar com medo de descer da mesma! O que estaria acontecendo?

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