Reconstruindo os primeiros passos

Não era muito difícil ver o quanto Daisuke havia evoluído nesse curto tempo de jornada, em pouquíssimas aventuras já conquistara as semi finais da tal Copa Hoenn, que foi tão comentada no continente todo, apenas perdendo brilho para as estranhas enchentes. Felizmente, como um verdadeiro treinador, o menino não se contentava com apenas aquilo, ele pretendia crescer e conquistar mais, sempre avançando; por hora, parar no tempo estava fora de seus pensamentos.

Antes de mais nada, o adolescente decidiu tomar um tempo de descanso pós-copa e passar um pedaço do dia com Mimi, fazendo planos normais para a idade dos dois, ocupando a tarde apenas com isso. Mostrando-se um presente namorado, dedicou-se a moça de forma galante, para só depois disso focar no treino. Passado o tempo de diversão, Daisuke sabia, era hora de focar. Ele sabia e já havia conversado com a garota, se realmente quisesse vencer o contest, teria que usar pokemons diferentes do que usou na Copa Hoenn, menos treinados e que precisariam de mais tempo para crescer, sendo assim, quanto mais cedo o investimento ocorresse, maiores as chances do prêmio vir logo mais. O treinador tirou todos da pokebola, olhou-os com atenção e disse, calmamente, que não estavam ali para diversão, e sim para treino, o que não era um problema para nenhum deles, treinar muitas vezes podia ser divertido.

Praça vazia, se pretendia encontrar alguma alma viva para batalhar, precisaria andar um pouco, mas o ponto positivo de um longo terreno vazio, era a oportunidade de puxar um treino individual, seja de status, técnicas, combos ou experiência; ali era o lugar certo. Mas ocorre também que talvez não fosse esse o objetivo do garoto.

OFF: Hey u, desculpa o post fraco, to meio morta!! Prometo melhorar nos próximos. Enfim, serei sua próxima narradora e espero que tenhamos uma rota divertida.
Ah sim, só uma dúvida, você prefere narrar a Mimi ou quer que eu o faça?

Por mais que Daisuke sempre procure por lugares pouco movimentados ou com pessoas conhecidas, uma praça vazia não era seu alvo atual. Pela primeira vez queria carinhas novas, mas não para entreter-se, e sim para batalhar, treinar e evoluir. Alguns de seus pokemons saíram de orgulho ferido daquela copa e ele, como bom treinador, tinha uma noção de que deveria correr atrás do afeto e confiança perdido, este fora realmente um acontecimento recorrente entre os inscritos da copa Hoenn de modo geral, muitos pokemons saíram se sentindo deslocados e não pertencentes ao grupo, enquanto outros completamente narcísicos.

Passaram alguns bons tempos de procura e nada fora encontrado, Fletchinder voltava de voo baixo, não avistara nada além de velhinhas andando com seus Skitty's inocentes, pokemons selvagens pareciam não muito atraído a praça, provavelmente pelo gigante número de treinadores interessados que passam por ali todos os dias. Nada do que foi visto parecia um bom plano, ainda era cair da tarde e o bairro estava completamente deserto, mas por que? Mimi foi a primeira a perceber isso, pegou o garoto pela mão e disse:
- Não parece ter muita gente aqui no centro - Reclamou - Deve ter alguma atração diferente por ai, não quer procurar em outro lugar?
Era uma ideia interessante, mas era difícil entender a lógica, todo mundo sabe que praças enormes abrigam muitos nômades treinadores e ali era o local perfeito para achá-los. Qual era a informação que a dupla não tinha recebido ainda.

O convite estava feito, podia correr atrás de uma aventura ou dar de ombros, ter um dia divertido com seus pokemons e deixar o treino para mais tarde. Ou ainda, procurar selvagens, o sol ainda estava no céu, podia não ser tão perigoso ir as áreas mais desertas da cidade. Outra opção era procurar vendinhas, feiras ou shoppings, ou ainda um restaurante gostoso! Ok, existem muitas outras opções e Mimi deixara por conta de Daisuke decidi-las, até porque era ele que decidira outrora a importância do treino de hoje.

OFF: Desculpa a demora, estava pensando no plot D:

Mimi revirou os olhos decepcionada, depois dizem que a mimada da história é ela. Se não há ninguém ali, de que adiantaria ficar, não é? Daisuke se frustrava atoa vendo seus planos iniciais irem por água a baixo, isso não significava que nada podia ser feito. É como os antigos professores de filosofia sempre diziam - e ninguém prestava atenção -; o apego ao controle é o mais perigoso, já que as vezes ele nos escapa por completo.
Um pouco triste com o olhar melancólico do namorado, a menina soltou sua mão e esperou que tomasse alguma atitude, já que a dela não foi bem aceita. Sua cara lentamente foi fechando, esperando o moço se animar, ocorrendo uma inversão completa de humor em questões de segundos; enquanto a moça ficava cada vez mais sensível ao desanimo de Daisuke, este ia aos poucos levantando, se recolhendo e indo, ao fim, dera no mesmo, que acatar a ideia de uma vez, a única diferença fora que o humor da moça já não estava tão bom assim.

Evitando começar qualquer outra conversa chata com sua dupla, a menina apenas deu as mãos e andou um pouco mais retraída, sem falar muito, deixando claro seu descontentamento sem ter que colocar sentimentos em palavras, em sua cabeça apenas tentou ajudar e não foi recebida com muito carinho.
Os dois atravessaram a praça mudos, em um ar tão denso que parecia formar barreiras. Um clima pesado, uma situação esquisita e um evitar de olhares pairava sobre os pilares de orgulho próprio de Mimi, que não se permitia tocar no assunto antes de Daisuke, esperando fielmente que, em algum momento, ele falasse algo.

Relativo a estrutura local, a praça se caracterizava como uma rotatória, mas não haviam mais que três saídas, a primeira fora de onde vieram, então sabiam que lá encontrariam tanto movimento quanto na praça, a segunda, levava a ruas de movimentação noturna, com bares, restaurantes, hotéis, fast foods e algumas práticas ilegais que poderiam causar encrencas desnecessárias. A terceira opção levaria o menino ao desconhecido, não havia sinalização e nem pontos importantes no guia turístico que mostrava aquele caminho como interessante. Ao fim, acrescento algo óbvio; todos estes caminhos se ligam a outros que poderiam trazer outras aventuras caso eles por si não dessem em nenhuma trama, sendo assim, estavam livres pelas estradas curtas de Rustboro.

OFF: Escolhi os plots pelos pokemons do wonder trade que cairam na hora que eu tava escrevendo, espero que goste <3 E desculpe pela demora também e pelo post fraco.

Mimi pensou antes de emitir quaquer resposta, ela sabia que o passeio não iria se suceder a uma linha divertida, era óbvio que Daisuke procuraria alguma exploração ou desafio, então nada mais justo que ir com ele. Ainda sem falar muito, a garota demonstrou concordância com a opinião, apenas com um balançar de cabeças positivos, sendo segurada firme pelas mãos do parceiro, deixou ser guiada até o desconhecido.

Andaram em passos lentos, sem muita pressa, a tarde estava começando a despedir-se , não havia do que ter pressa, a noite estaria ali por bastante tempo para recebê-los. Ao atravessar a rotatória e enfim chegar na entrada que beirava a rua vazia, Mimi parou por um segundo e apertou a mão de Daisuke forte, não estava com medo, mas com receio de que aquela não fosse uma boa escolha. Encarou-o no fundo dos olho e meio insegura disse:
- Você sabe se essa rua tem saída? - perguntou - Porque, caso contrário, não tem muito motivo para seguirmos por aqui - ressaltou.

Na cabeça da garota, parecia ilógico procurar algo onde nada se tinha, o que havia atraído seu namorado para lá? Se nada é sinalizado há duas opções; ou nada se tem, ou algo está escondido, mas se a rua é tão visível e da de cara à praça central, a chance de dar apenas em um bairro doméstico qualquer é alta, pensava a garota, que ainda assim não tentou colonizar as ideias do menino decidido.

Tentando ser empático Daisuke se colocou no lugar de Mimi, reparando no desagrado que poderia causar indo aquele lugar. Há algumas responsabilidades que se deve cumprir quando assume fazer uma jornada em dupla, uma delas é ponderar as opiniões e escolher o mais saudável. Quase sempre é mais fácil seguir sozinho por ai à que ter que aceitar a divergência. O menino engoliu seu desejo e parou na entrada da rua, ouviu o que sua namorada tinha a dizer e mudou a rota. Mimi abriu um sorriso, depois de muito tempo de cara fechada conseguiu com que seu amado a ouvisse; se sentia importante novamente, e não impotente ou insegura.

Abria um pouco as mãos, relaxava o corpo e, a medida que o tempo passava, voltava a ser a menina contente de sempre. Um sorriso voltara ao seu rosto, tímido e ruborizado, mas um sorriso. O andar de mãos dadas já não era uma obrigação cumprida pela garota, mas sim um passeio que, aos poucos, ficava mais confortável. Daisuke conseguia sentir que sua mão já não era mais tão apertada quanto antes. Finalmente a vontade, a duquesa foi voltou a andar ao lado do menino, não mais atrás como quem apenas o seguia, sentia-se mais uma vez no lugar certo. Passado o momento de tensão os dois seguiram para a tal rua possivelmente movimentada.

Conversa ia e vinha, falavam sobre coisas bobas, pensamentos e ideias, nada muito importante foi trago a tona, não por Mimi pelo menos, e fora nesse novo clima que rapidamente chegaram ao lugar decidido. A rua tinha um nome genérico, St. Louis Street, nada que soasse realmente como santo, com o nome popularizado Lis, sabe-se lá porque, provavelmente advinha de algum bêbado que comera algumas letras depois de algumas garrafas de vinho. A bera da entrada viram que o movimento, por mais que mil vezes maior que o da praça, não era tanto, até porque, mil vezes um número muito próximo de zero, não da um resultado tão alto assim. Ainda assim, era melhor que voltar de onde vieram né? Mimi tomou partido e deu o primeiro passo a frente, não decidindo sozinha que iriam continuar ali, mas para ver melhor o que tinha na tal Lis; a rua vazia ajudava bastante a visão periférica. Encarou um pouco os arredores e viu alguns bares e restaurantes, como na descrição do local, todos com uma ou duas pessoas sentadas em cada, televisão e temática própria, sendo a maioria nada original: Bares de Futebol. Felizmente conseguiu também ver outros temas, alguns que ela particularmente apreciava e, outros, que evitaria a qualquer custo, entre eles estavam um bar de temática de boxes, completamente praticado por humanos, outro que parecia ser baseado em batalhas pokemons, dois poke-cafés, que eram dados como ponto de encontro de moradores que apreciam pokemons domésticos e, por fim, muitos restaurantes caseiros, que eram uma incógnita na cabeça da moça. Obviamente, estes foram só o que conseguiu ver, certamente haveriam mais para o fundo.
Por sorte - ou não -, um funcionário do restaurante mais próximo fora ao encontro do casal e abordou-os:
- Boa noite! Estão procurando mesa para dois? - perguntou - Podemos reservar a vocês, já que mais tarde essa rua costuma lotar.

Infelizmente Mimi olhou para Daisuke confusa, não fazia ideia do que responder ao moço, então deixou com ele a responsabilidade de dar um aval ou não. Na realidade, a moça nem sequer sabia responder o que estavam procurando. Por outro lado, aquele homem trouxe uma excelentíssima informação aos dois, ainda era cair da noite, o que significa que muitos desses bares poderão lotar logo mais.
Mimi, raciocinando rápido, deu uma ideia paralela ao do funcionário, que em sua cabeça parecia até ser boa, mas não tinha certeza se seu parceiro aceitaria bem:
- Você não queria batalhar? - disse - Que tal darmos prioridades a esses bares de batalha? Não parecem ser tão bagunçados assim, podemos procurar algum dentro das regras - Acrescentou.