Reconstruindo os primeiros passos

Corajoso, Daisuke deixou a escolha por conta da duquesa, evitando qualquer tipo de envolvimento com sua opinião. Contente com o que parecia ser um aval para uma noite juntos, a menina dispensou o funcionário com educação e alertou-o de que se não encontrassem nada que lhes interessassem, poderiam voltar ali. Ainda com um sorriso no rosto, a menina andou reto, de mãos dadas, ao que parecia ser o restante da rua. Olhou de mais perto os bares de batalha pokemon e julgou-os, como uma verdadeira crítica. O primeiro fora reprovado pela sua entrada pouco chamativa, o segundo pelo cardápio sem graça, o terceiro por não conter vinhos bons. Já viravam a esquerda procurando outros. O quarto parecia perigoso demais, o quinto anunciava como promoção a ausência de regras. Viraram a direita. O sexto era muito pequeno, e o sétimo? Ah, o sétimo era perfeito. De entrada bem trabalhada e decorada, com uma pequena estátua de Hoothoot na frente, simbolizando a vigilância da pequena criatura. Aquele bar tinha, emoldurado, sua licença para existir. O único que a exibia em dia.

A garota nem pensou duas vezes antes de entrar, subiu as escadas animada, ansiosa e curiosa para ver o interior. deixando o parceiro completamente para trás. Ao entrar, sua boca formou um amável "o" que, por mais que fofo, não combinava tanto com a fisionomia da garota, deixando-a um pouco engraçada. Era raro que um duquesa se espantasse com a beleza do lugar mas esta se espantou, sentindo na pele a decoração rústica que Rustboro sempre prezou. Lá dentro o local era igualmente bem decorado, tendo um tema mais antigo, prezando pela simplicidade; cadeiras de madeira empalhadas e mesas no mesmo estilo, uma fogueira decorativa lateral que não parecia ser acessa a anos. O teto e as paredes eram de puro MDF, mas muito bem encaixados e trabalhados, visando um ar natural e conseguindo. Janelas apenas decorativas, mantinham-se fechadas por conta do ar condicionado que nunca desligava, serviam apenas como claraboias e molduras para a paisagem sem graça no fundo. Não havia varanda nem área para fumo, o local era completamente fechado, só revelando sua excelência quando adentrado. Se fossem ao fundo veriam uma arena e dois jovens de vinte anos em seu entorno, conversando com uma longneck de alguma cerveja local na mão. Mimi não se importou se o local estava vazio ou não, decidira ficar, Daisuke sabia dessa possibilidade caso deixasse a escolha nas mãos dela. A menina então olhou o recepcionista e disse:
- Pode nos arranjar uma mesa para dois? - Pediu - E uma taça de vinho da casa para começar, por favor - completou.

O homem então os levou-os para a mesa vazia - igual a todas no momento - e perguntou se o rapaz desejava beber algo também, só a menina entraria na aventura? A ele deu o cardápio de bebidas, com muitas opções de batidas, muitas marcas de vodka e tequila e, de vinho e cerveja, apenas uma, a da casa. Aquilo era um Pub característico, o que explicava sua tradição de conter apenas marcas de cerveja e vinho próprias.

OFF: Sei que os dois personagens são muito jovens, mas como não faço ideia de como está rolando o calculo de idade do forum, interpretarei Daisuke com 18 e Mimi com 16.

Sendo surpreendido pelo interesse de Mimi por vinho, Daisuke preferiu não fazer feio, fingir que sabia o que estava fazendo era o principal pilar dessa ideologia. Ao garçom pediu uma dose de tequila, confiante. A duquesa ficou encarando sem entender, será mesmo que o parceiro aguentaria? Olhou-o nos olhos e pensou no quanto ele ficaria engraçado bêbado, então apenas permitiu. Como ela era parte da nobreza, vinho era a bebida mais abundante em sua mesa, nunca acabava mesmo que todos bebessem e, como estava longe de casa a um bom tempo, a ideia de beber um bom vinho se tornava nostálgica.

O garçom chegou com os dois pedidos em mãos. O vinho ele posicionou bem a frente de Mimi, dizendo um curto agradecimento em francês. A tequila ele apresentara a Daisuke em um copo pequeno, acompanhada de um limão cortado em gomo e um saleiro, deu a ele a bandeja até que virasse a dose e nada falara até que terminasse. Mimi encarou-o curiosa, queria de fato ver qual seria a reação do garoto quanto aquele destilado. Alguns guardanapos estavam posicionados no centro da mesa, estando a disposição do menino para caso precisasse.

Mimi riu, mas foi foi pouco, riu como se estivesse em algum circo de palhaço muito talentoso, as gargalhadas eram sincronizadas com as tossidas e a menina não conseguia parar para ajudar o amigo. A crise de riso tomou-a junto com uma crise de tosse, que fez o garçom imediatamente trazer um copo d'água da casa, este que segurava com muita força o sorriso para não parecer mal educado.

A sessão passou e Mimi decidiu entrar na brincadeira, como se aquela taça representasse apenas uma dose, virou-a completamente dizendo:
- Ok, se você consegue eu também consigo - afirmou.
A taça se esvaziou completamente, sobrando nem sequer uma gota de rosada no fundo do copo. A menina manteve a pose, querendo ou não vinho era natural para ela, mesmo que meio amargo, ela achava o gosto habitual. Esperou o garçom trazer a dose de vodka e o parou, a ele pediu com muito carinho na voz, de modo angelical, mas com um pedido nada pertinente a sua idade. Ainda assim o garçom a atenderia, já que o trabalho dele não era julgar, e sim ser simpático:
- Traga mais uma dose de Vodka, por favor! - Pediu e, depois disso, virou a seu parceiro, mudando o referencial da conversa - Espere a minha, vamos beber juntos!

Em poucos minutos o garçom vinha com uma pequena bandeja trazendo o segundo pedido da moça. Desta vez a bebida viera apenas em um copo pequeno, sem nenhum extra como sal e limão, teriam que tomar puros. Mimi foi a primeira a virar, soltando um desagradável arroto logo em seguida que a fizera ruborizar como nunca na vida. Pegou rapidamente um guardanapo e tampou a boca, como uma espécie de censura, ruborizando cada vez mais. Seus olhos lacrimejavam pelo ardor na garganta que a bebida lhe trouxe, seu rosto ficava cada vez mais quente, seus músculos da face quase todos retraíram e ficaram, envergonhadamente, olhando para os lados, sem muita coragem de olhar para cara do amado.

OFF: Não deu pra revisar ç.ç desculpa qualquer erro grave

Vendo que o menino pouco se importava com a falta de educação que emitira outrora, Mimi relaxou e a medida que seu rosto perdia o tom rubro, abria um sorriso, ria também. Rapidamente voltava ao estado de conforto novamente, por dois motivos chaves; Daisuke a ajudava e, não menos importante, o álcool começava a fazer efeito.
As risadas foram aumentando, a frequência da fala também, a duquesa se mostrava outra, completamente animada e a par das diversões populares, se sua família a visse em um bar de rua, mesmo que muito bem arquitetado, no cair da noite acompanhada só de um homem, sabe-se lá o que fariam. Graças a deus a tempos não tinha sinal dos integrantes conservadores da linhagem. Este pensamento começou a tomar sua cabeça por alguns instantes, enquanto olhava os lábios secos do namorado que falava, viajava completamente em um raciocínio sem sentido. Ao fim da fala do garoto, ele lhe perguntou sua opinião, Mimi, ainda perdida, apenas respondeu com um simplório "Hã? O que disse?", mostrando que não prestara atenção alguma na fala do garoto. Reparando o quão ofendido ele poderia ficar, reparou que segurava um cardápio e reformulou rapidamente o discurso para um permissível "ah, pode ser!", sem saber ao certo o que tinha confirmado.

Sendo assim o garçom chegou para anotar os pedidos, Daisuke pedira mais duas doses e que trouxesse um cardápio com aperitivos, já que ainda não havia na mesa, assim poderiam escolher melhor. O homem em contrapartida pediu apenas perdão pela gafe, aquilo deveria estar ali desde o início. Assumindo o erro trouxe rapidamente o que deveria; o cardápio de comido agora estava a vista, mas Mimi não dava a mínima, apenas virara mais um copo de vodka, dessa vez como se fosse água, já estava bastante alterada. Ao fim do ato pediu uma copo de água gelada, sem explicação alguma. Durante o momento da espera tentou ler o cardápio mas não fazia ideia de onde fora parar sua concentração, tudo que lia precisava reler mais cinco vezes para entender o que poderiam comer. Desistindo da missão, apenas largou o cardápio, dando a Daisuke, e disse:
- Eu quero batatas fritas, e você? - afirmou como quem deu de ombros para as ações seletivas.

OFF: Sua narração está muito boa <3 Adoro narrar história de quem parece interessado hausidhqwuihduqw
E desculpa não ter postado ontem, levei horas para conseguir atualizar seu perfil e colocar o Diário, minha internet caia a cada 5 segundos ç.ç

Já era alcool demais para o organismo de dois jovens que, até então, não haviam sido batizados. A verdade era que nenhum deles fora ensinado a como beber ou como ficar bêbados e estavam experimentando a sensação pela primeira vez. Mimi gostava muito da situação, a medida que ficava mais solta também se tornava mais emotiva e, a cada novo acontecimento, uma felicidade interna acendia. Estava com um sentimento de ternura e um calor no peito delicioso e queria com toda certeza tornar dessa saída um hábito. A água já estava a sua frente e, em poucos goles, foi a consumindo. Era engraçado como que com a água - única bebida pura que havia chegado na mesa até então - ela já não conseguia mais virar de vez, se sentia enjoada, seu estomago já não estava tão forte, precisava beber aos poucos. De fato, era hora de dar um tempo, mais tarde talvez um segundo round, mas agora não.

Olhou em volta, o movimento aumentava mas ainda era consideravelmente baixo, continuou viajando em seus pensamentos até que Daisuke pediu sua atenção com um simples "hey"; um pouco fora de si o menino fora bastante direto no se objetivo e, igualmente fora de si, Mimi achara aquilo lindo. Ruborizou mais uma vez, dessa vez não mais de vergonha do próprio ato, mas sim pelas palavras que o menino escolheu usar. Amor. Será isso que é amar? Querer alguém ao seu lado todo o tempo, desejar planejar juntos e não mais imaginar sua vida sem ela? Era quase que literal para Mimi a expressão "eu não tinha vida até você chegar", não era difícil para ela assumir isso graças a sua história, mas será que isso é amor? Um frio na barriga que parecia eterno a tomou, um impulso esquisito de calar-se veio a tona, a menina não queria falar nada, e mesmo que quisesse, não saberia o que dizer, então apenas deixou-se levar pelo mesmo impulso que a fez parar de falar; levantou elegante da cadeira, arrumou o vestido bem costurado e deu dois passos em volta da mesa, chegando assim bem ao lado do namorado e sentando ali. Quer dizer então que, mesmo com essa relação forte que os dois tinham, faltava um beijo. Um pequeno símbolo de afeição que não foi projetado até então. Ok, se é isto que falta, porque não preencher a lacuna? Se hoje é um dia de experimentos, porque não por nossa relação em conhecimento? Porque não ir mais além? Todas essas perguntas retóricas a fez apoiar a cabeça no ombro do menino e, com um charme próprio, sussurrar no seu ouvido um suave "porque não?". Com as mãos a menina tocou seu rosto e, com muita delicadeza, percorreu da bochecha ao queixo com os dedos, puxando-o devagar para mais perto e, finalmente, encostando sua boca na dele. Era um beijo. O que começou apenas com um selo criou movimento, aos poucos já estavam brincando com as mãos, Mimi colocava seu braço por trás do pescoço do menino e, com o direito, acariciava-o os cabelos e de quando em quando o apertava com força. O beijo que era apenas simbólico virara carnal e durara muito mais tempo que imaginaram e, ao fim dele, os dois se encararam ruborizados em um silêncio mortal.

O silêncio perdurou por alguns segundos até que o menino falara que precisava parar de beber, Mimi ainda não tinha dado sua opinião sobre o fato, apenas riu e disse que talvez teriam exagerado um pouco, mas só foi tirar sua verdadeira conclusão quando decidiu levantar para ir ao banheiro. Cambaleou, por pouco não tropeçou no próprio pé e caiu. O ato fora acolhido com um riso envergonhado e uma fala direta:
- É verdade, acho que eu também deveria parar. - assumiu.
E assim saiu de cena, dizendo que logo mais voltaria. O menino agora estava sozinho na mesa, pensamentos decorrentes do acontecimento vinham a tona em sua mente e, sem Mimi ali, teria tempo de sobra para ser assombrado por paranóias.

OFF: DESCULPA, EU TAVA ME PREPARANDO PRA UMA SEMANA DE PROVA MT TENSA