[Rota] Pokémon Retrô - Yay

Os contínuos avanços dos pokémon do protagonista forçavam Hypno e Venomoth a irem além. Dedicando-se além de suas capacidades para estourarem os cristais, por mais que insistissem, só conseguiam deixar os cristais fortemente rachados, mas longe de serem deteriorados. Por que? Será que lhes faltava força? O que ele faria se não poderia forçar seus pequenos a insistirem mais?

Bem, a resposta estava logo atrás de si. Antes espantado pelo repelente, uma figura amarela começava a se aproximar, curioso com o que o menino fazia no local. O mais engraçado? Ele aparentava não estar sendo afetado pelo ambiente como os demais Pokémon do local. Até nocauteava alguns que tentavam se aproximar de forma abrupta, enquanto tentava permanecer escondido. Nosso protagonista tentaria se aproximar do Pokémon bigodudo? Ou ele apenas forçaria mais de seu Hypno e Venomoth, que, diga-se de passagem, já estavam além do próprio cansaço.

A notória percepção do menino talvez trouxesse um certo ar de maturidade para ele. Finalmente tomando uma decisão sensata, né campeão? Aliás! Isso está ficando tão recorrente... será que os meus sermões estão adiantando de alguma coisa?! Eles crescem tão rápido... Enfim! Secarei minhas lágrimas de satisfação para dar continuidade a história. Diante a indagação do protagonista, Kadabra apenas respondera com um "...?" de volta. O que aquilo significaria?

Engraçado, não é? Eu achei. Enfim, o bigodudo com rabo de formiga, queria apenas fazer uma demonstração. Canalizando seu poder psíquico num ponto, ele era capaz de cortar o cristal, e de lá, saía um pequeno fragmento do mesmo cristal. Chamando a atenção do menino, Kadabra balançava sua colher na frente dele, e depositava um pouco de energia psíquica, fazendo a pedra brilhar. E depositando cada vez mais, ela brilhava em intensidade que aumentava gradualmente, até explodir. Era esse o caminho. Os cristais reagiam a energia psíquica, mas precisava ser bastante.

O que o protagonista faria? Tentaria ganhar aliados?

As simpáticas figuras dos venenosos eram mais do que suficiente para conseguir alguns aliados. Adianto que tudo isso foi demorado. Mas com a percepção de que seus dois pequenos, sabe-se lá o porquê, estavam normais, mesmo com todos os outros Pokémon da caverna num estado que beirava a insanidade, aquilo por si só já era um grande motivador. Tendo dois venenosos, que normalmente estariam loucos, uma horda de sete ou oito Kadabras era trazida por Venomoth e Nidoking! Olha só que prestativos!

Já seu Hypno, ficava até ofendido com a constatação de seu treinador, lhe dando um pisão no pé! Não era como se ele não soubesse o que fazer, só lhe faltava... potência. Cortar pequenos pedaços dos cristais poderia até ser fácil, mas a energia se dissipava para o resto da pedra muito rápido. Haviam outras formas de se passar pelo obstáculo, mas bem, caro menino de 10 anos, você escolheu a mais trabalhosa. A essa altura do campeonato, isso não surpreende ninguém, né?

Sem mais delongas, com aquele mundaréu de Pokémon Psíquico ali, todos se juntaram para canalizar sua energia psíquica, e aguardavam somente por Venomoth e Hypno, para explodirem a barreira. O protagonista os faria esperar e daria mais um rolê por aí, ou simplesmente detonaria o obstáculo?

Com o sinal pronto, os oito Kadabras, Hypno e Venomoth, iniciaram os trabalhos! Com Nidoking puxando seu treinador para um local mais afastado, e ficando na frente de seu treinador para reduzir os danos de qualquer onda de choque, o grupo de monstrinhos iniciou seu bombardeio psíquico nos cristais. Com todos eles juntos ao mesmo tempo, a parede até resistiu muito. Absorvendo a energia psíquica e ressoando um brilho branco intenso, era possível ouvir uma voz ecoar pelas paredes da caverna, uma súplica desesperada.


Mas sinto muito, colega, ninguém esta interessado em parar. Os raios de energia psíquica conseguiam deixar a voz cada vez mais alta, chegando até mesmo a ser incomodo, enquanto, pouco a pouco, a sua luz interior começava a tomar um brilho escarlate, e os cristais começavam a rachar, pouco a pouco, e a voz gritava, como se estivesse sendo torturada.

Até que o cristal não aguentou mais.

Com uma explosão, a caverna inteira foi recheada de luz, e todos os Pokémon Selvagens dali foram nocauteados com o poder psíquico emanado, é claro, que a exceção eram os Kadabra que ali residiam, mas a exceção dessa espécie, nenhuma outra ficou de pé. Nidoking foi empurrado para trás, mas felizmente ele protegeu o menino de 10 anos, enquanto os responsáveis pela explosão se mantinham firmes, e, enquanto assistiam a explosão, um som perturbador ecoou pela caverna: um cry de um Pokémon. Mas não cry qualquer. Um repleto de desespero, dor, e... principalmente agonia. Os psíquicos até comemorariam, mas o que tinha por trás dos cristais, os assustaram profundamente. Algo muito forte estava bem irritado, e com dor, tudo isso poderia ser visto pelo menino se ele...

...se ele resolvesse descer as escadas que estavam atrás da agora inexistente parede de cristais.

Como sempre, digno de uma invejável coragem e de uma repugnante falta de senso, nosso menino de 10 anos com boné vermelho, aparentemente com sede pelo próprio sangue, descia as escadas, e sua visão, bem... era com certeza magnifica, estonteante. A medida que descia as escadas, podia observar mais daqueles cristais que compunham a barreira de antes. Mais e mais, era quase como se tivesse uma mina inteira deles rodeando o local, e mais do que isso, aqueles emanavam brilho fortemente, iluminando toda a caverna, e revelando nada além de um calabouço úmido. O mais esquisito? Bem, não tinha água, rio, córrego, nem nada do tipo, mas se olhasse para cima, com certeza se assustaria com água que levitava, completamente sem base, sustentação alguma.

A sua volta, nada podia ser visto, nada além de uma grande sala vazia e vasta. No entanto, um brilho incomum de cristais se destacava, em meio aquele mar de luzes brancas refletidas, os cristais ao fundo, refletiam uma luz arroxeada, sendo movido por curiosidade ou não na direção da pedra. Ou ainda que ficasse parado, não demoraria para aquele brilho arroxeado ficar mais intenso, mas esse, diferentemente de qualquer outro brilho, não incomodava os olhos. Na verdade, eles eram até confortáveis de serem olhados, e, aos poucos, esse brilho ganhava uma sombra, que se projetava de trás deles. Um humanoide, com uma calda forte e membros desenvolvidos, subia e levitava, na direção de nosso herói.

Aparentemente com raiva, a figura se aproximava, levitando, e, em alto e bom som, ele emitia seu cry pouco antes de aparecer na frente de nosso protagonista, fuzila-lo com o olhar, e fazer sua voz ecoar, forte e imponente, na voz de nosso pirralho.