[1.5] Como ser sequestrado sendo um perdedor!

- Ok, agora vamos acabar com isto de uma vez por todas! - Loban exclamou, quase que instataneamente, percebendo que a situação estava favorável a si, feliz com aquilo, sabia que a trait de Watkip também se ativava, custava-lhe a ele acertar um ou dois ataques para conseguir a vitória - Use Water Gun contra o Poison Sting! - Respirou, estava ofegante por sua animação.

Suspeitando a possibilidade de que mesmo se ganhasse, ainda seria preso pelos homens, já tomava um pouco sua atenção, olhou para Pikachu e pedia para que ele ficasse atento sem dar alarde algum, pois ainda faltava-lhe saber o que a velhinha estava fazendo.

- Depois role para frente contra o Poison Tail, se não pode desviar, deixe ele bater contra sua defesa gordurosa! USE A PANÇA E DEPOIS WATER GUN NA FUÇA! - Gritou novamente, brandindo o punho.

Com a batalha enfim chegando ao seu desfecho, Loban tomava suas estratégias para conseguir fugir caso fosse apanhado novamente pelos caçadores. Pikachu se preparava para agir caso fosse necessário. Voltando o foco para a batalha, os presentes conseguiram ver Gligar se projetar para trás enquanto lançava seus espinhos venenosos, indo para trás o bastante para conseguir a vantagem que mais poderia o ajudar, já que conseguiu aplicar o golpe em Mudkip ao mesmo tempo que esquivava do primeiro Water Gun. Realmente aquele Sand-Attack fez a diferença. Mas ao receber as agulhas, foi como se alguma coisa acontecesse dentro do aquático.

Isso já havia acontecido antes. Estava mais eufórico, mais animado para vencer a batalha. Gligar foi ordenado para agir com rapidez, e assim fez, girou um mortal no ar e brilhou sua cauda em púrpura, mirando o topo da cabeça do oponente. O Pokémon de Aleksei estava pronto para rebater, e despejou outro poderosíssimo e maciço Water Gun. O golpe foi o bastante para parar o movimento da cauda do voador e para lança-lo para trás, e isso foi mais que suficiente para acabar com o combate naquele momento

- Impossível. - admirou-se Paola.

- Não pode ser. - duvidou Marco.

- Paola vai ficar uma fera... - disse Eric.

Gligar foi retornado e Wat, o Mudkip, foi se arrastando para os pés do treinador esperando um abraço ou algum outro tipo de cuidado. Pikachu assistiu a cena em silêncio, e todos viram Paola bater o pé até Aleksei, onde desembuchou:

- Você não é ruim. Mas é o que eu falei. Hoje de noite ninguém mais vai derrotar meu Gligar. Hoje o grandioso Gliscor vai aparecer e honrar o clã de caçadores que a Vovó fundou quando era saudável e de boa memória. - disse a moça. Andou na direção da casa e comandou os irmãos sem sequer olhar para trás. - Levem-no para o quartinho.

E os brutamontes caminharam na direção de Aleksei. Seria tão valente quanto pretendera quando pedia o favor ao Pikachu?

Aleksei retornava o Mudkip para seus braços, vagarosamente dando passos para trás, olhou para o Pikachu que deveria estar pronto para outra batalha, mas sabia que somente ele não daria conta de seus adversários. Com isso em mente, deu dois passos para trás, antes dos brutamontes se aproximarem e então disse.

- Sabe, eu não sei aonde estamos, sabe, sabe? - Loban exclamou caminhando para trás - E bem, que tal apostarmos? Se eu vencer seu Gliscor hoje a noite, depois do meu Wat se recuperar... Vocês me botam em um caminhão com as minhas coisas, o Mudkip e o Pikachu e me deixam no meio da floresta ou qualquer outro lugar que eu possa retornar vivo e... - Parou para respirar, dando tempo para os homens terem uma certa reação, buscando alguma resposta - Se eu perder, fico aqui e vocês decidem o que quiserem comigo.

Parou novamente para esperar uma reação, segurando em seus braços o aquático enfraquecido pela batalha, tentava agarrar Pikachu consigo também no colo, manter consigo as duas criaturas parecia-lhe mais seguro para proteger ambos e a si mesmo. Enquanto depositava um pouco de esperança na mente dos caçadores e no orgulho da treinadora.

- Sabe, nada melhor para estrear do que derrotar o grande rival aquático que o derrotou antes, né? - Proclamou, antes de finalizar suas apostas.

- Você não está em condições de negociar. - disse Marco parecendo insultado.

O homem fez menção de partir para cima do garoto, talvez estivesse realmente ofendido, talvez colocado em segundo plano por não ser um treinador tão habilidoso. Eric não fez esforço nenhum para segurá-lo, mas alguma coisa o fez parar. Uma mão estava no ombro de Aleksei, era Paola, olhando fixamente para o irmão. Puxou o rapaz para dentro da casa e o afastou dos caçadores. Foram para o sofá da sala, onde Paola sentou e convidou o garoto para sentar também. Respirou fundo e começou a falar.

- Sabe... Aleksei, não é? Minha família é assustadoramente apaixonada por caça Pokémon, e tudo isso começou com a minha avó. Ela era uma mulher bastante pobre, sabe, e a única forma que conseguiu para trazer dinheiro para casa foi caçar Pokémon. Foi assim que ela sustentou meu pai e meus tios e tias, sendo reconhecida por isso e ganhando mais dinheiro ainda. Eu sei que você veio parar aqui sem ser de sua vontade... - a voz doce da mulher, a qual nem parecia ser a mesma Paola, de repente mudou - Você não deveria ter se intrometido na caça. Vovó sofre com Alzheimer, mas tem um contrato que vale todos os bens da minha família, e ela precisava dos pássaros de ontem para conseguir pagar a parcela. Você atrapalhou nossos negócios e pode falir a minha família. Você vai ficar aqui até a história ser resolvida. Se tudo correr bem para nós, você vai são e salvo, caso contrário, Gligar acabará com você pela honra de nossa família. Você mexeu com as pessoas erradas.

A forma como Paola falava com Aleksei o deixava um pouco sentido, assim como seu aquático, o garoto tinha um emocional muito sensitivo, principalmente naquela situação, uma vez que a situação lhe fora explicada, o garoto parava para falar.

- Hmm, agora que explicaram a situação, ou melhor, você explicou, um posso entender um pouco mais, se me permite, posso contar o meu lado da história e acho que chegamos a uma conclusão menos... Prejudicial? Talvez até favorável a vocês - O garoto respirou, antes de iniciar sua longa história - Eu estava procurando um pokémon perdido com um conhecido recente, que seus irmãos viram, mas não se preocupe, eu o enxotei antes de ser pego porque sabia que ele se meteria em problemas e não poderia correr perigo. Tentamos defender esse pokémon porque ele estava atacando suas aves e toda aquela situação me fez pensar que vocês eram pessoas ruins - Respirou novamente e olhou para Eric e Marco - Eu entendo bem como o mundo funciona, afinal, carne de aves tem de vir de algum lugar não é? Eu só pensei que eram contrabandistas ou algo do tipo. Bem, pessoas que tratam pokémons de forma cruel por diversão e dinheiro ''extra''. Eu não posso contribuir com dinheiro, mas eu posso oferecer minha ajuda. Posso ser um treinador iniciante aqui, mas tenho certeza que Wat e... Pikachu? - Olhou para o elétrico - Se ele quiser ser meu pokémon também, poderíamos ajuda-los. E claro, eu não quero recompensas nem nada, apenas ajudar já seria de bom grado. Mais tarde isso pode virar uma história boa para contar para os meus futuros netos.

Agora estava mais relaxado, acredita que aquelas pessoas ali não eram tão más assim, ou pelo menos assim pareciam, confusões acontecem, merdas acontecem. E agora era hora de Aleksei tomar as consequências de seus atos naquela situação, e tinha convicção em cada palavra que dizia.

- Claro, eu sei que temos um Pidgey em péssimo estado aqui pela confusão, se ele for bem cuidado, eu ficaria feliz também - Disse o treinador.

Aleksei e Paola finalmente estavam se entendendo. Talvez aqueles caçadores não fossem tão maus, mas sim as condições adversas que os levaram até essa situação de ter que pegar selvagens para pagar uma espécie de dívida. Paola ficava feliz, mas os irmãos estavam um pouco desconfiados, talvez ainda não confiassem em Loban. Pikachu sorria ao poder ser cogitado para ajudar os treinadores, e Wat já estava escolhido para participar da tarefa. Paola bateu as mãos nas coxas em felicidade enquanto levantava do sofá. Estendeu a mão direita para Aleksei e esperou ser cumprimentada. Enquanto apertava a mão do menino, começou a falar:

- Na hora do café da tarde vamos nos reunir na mesa e conversar mais sobre o que vai acontecer. Enquanto isso, fique a vontade aqui em casa. Pode usar o quintal para batalhar, treinar, capturar esse Pikachu ou qualquer outra coisa. Nos vemos na hora do café. Vamos, Eric, Marco.

E subiu as escadas na companhia dos irmãos. O que Aleksei decidiria por fazer?

 [OFF] Muito sem tempo ontem pra postar.

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Aleksei olhou bem antes de tomar uma decisão, seria a coisa realmente certa, acreditar na bondade alheia daqueles homens e mulheres numa situação tão incomum? O coração bondoso do garoto dizia que sim e por isso agradecia pela hospitalidade até então, claro, antes de tudo, voltava ao armazém de limpeza e cuidava para arrumar tudo que havia pego, tudo nos ''trinques'' como diria.

Após deixar tudo aquilo arrumado, aproximava-se do Elétrico, com o aquático em mãos, soltou Watkip cuidadosamente no chão, enquanto sacava uma de suas pokébolas normais e oferecia para o Pikachu.

- Então, podemos lutar ou podemos só te capturar? Não se preocupe, não sou muito de ficar sozinho, então você vai sair da pokébola com frequência e eu prometo aventuras menos dolorosas que essa de agora, o que acha? - Disse o garoto, esperando uma resposta.

Caso o ratinho elétrico aceitasse, o capturaria e logo o soltaria para fora da pokébola, assim também como, iria se digirir em busca de Eric e Marco para pedir desculpas formais. Caso quisesse batalhar para ser capturado ou não, iriam para o lado de fora da casa realizar a batalha.

Off: -1 pokéball

Loban dava a opção de batalhar ou de ser capturado sem demora. Pikachu e Aleksei, apesar de terem se conhecido a pouco tempo, puderam trocar impressões um sobre o outro, e batalhar contra Paola fora a batalha que Pikachu precisava para ver se Aleksei era digno de tê-lo na equipe. Graças ao bom resultado, Pikachu apenas avançou alguns passos para Aleksei, que entendeu na hora o que deveria fazer, então arremessou a Pokéball. A esfera alvirrubra chacoalhou uma, duas, três vezes, então seu azul vivo se tornou escuro e algumas estrelinhas saltaram do botão ao som de um *click*.

Pikachu estava no time!

Aleksei entrou na casa para procurar os irmãos caçadores, agora na companhia dos seus dois Pokémon. Rodou pelo primeiro andar da casa, onde cômodos de visita estavam dispostos. Mas subir para o segundo andar, onde se encontravam os quartos, e onde provavelmente estavam os irmãos, era algo mais pessoal para os moradores e intrusivo para Aleksei. O que faria?

Aleksei ao chegar a escada para o segundo andar já parava para pensar na situação, diferente de Paola, os irmãos pareciam não gostar dele, muito mais que isso, o pareciam odiar, por motivos óbvios.

Decidia não subir e voltar então para sala que estava anteriormente, com Pikachu e Mudkip do lado de fora, resolveram ali mesmo tirar o seu tão merecido cochilo até a noite, pois as coisas pareciam que iriam se agitar ao tardar.

[OFF] Post pequeno porque estou na preça. :c

Diante de uma tarde que não prometia muita coisa, senão a espectativa de uma noite que, aí sim, tinha de tudo para ser legal e agitada, Aleksei, Wat e Pikachu foram dormir e esperar que alguém fosse o acordar. Deitaram no sofá e não demoraram para pegar no sono. Tiveram bons momentos no sofá almofadado mais gostoso que provavelmente já deitaram, e aparentemente em um piscar de olhos, uma mão leve o cutucou no ombro. Era uma loira bonita, Paola, que virava as costas e ia na direção da sala de jantar.

- Temos que fazer o planejamento.

E todos agora estavam sentados na mesa. Inclusive vovó, que olhava para o pão com bastante vontade de comê-lo. Havia café, leite, bolo e pães, igual ao café da manhã. Eric e Marco estavam um de cada lado da mesa, se deliciando. Paola sentou ao mesmo tempo que Aleksei, e começou a falar antes de todos.

- O Sr. Baccio é o nosso cliente mais fiel, mas também é o que nos cobra mais. Há algum tempo ele fez um pedido e confirmamos que poderíamos realizar, assinamos um termo por isso. Infelizmente a caça foi fraca e não conseguimos realizar tudo, e o termo escondia a regra que, se o produto não for entregue por inteiro, 200% dele seria pago ao longo de dois anos. Estamos no meio do segundo ano, e precisamos fazer a entrega. Ele nunca vem pessoalmente, manda alguns empregados, mas são tão mal encarados quanto ele. Devemos fazer alguma coisa para pará-los e tentar fugir. Ficar aqui não é uma opção. Você, Aleksei, vai nos ajudar a derrotar os capangas de Baccio. Você vai usar uma touca para cobrir o rosto, caso contrário vai ser perseguido também. Depois que tudo acontecer, eu e minha família estaremos viajando para Sinnoh, onde Baccio mora, e esse será o nosso adeus. Combinado?