[1.5] Como ser sequestrado sendo um perdedor!

Aleksei olhou para a direita, depois para a esquerda e então disse.

- SIM, SOU UM ENCANTADOR DE POKÉMONS! MAS ESTE MUDKIP É MEU E DE MAIS NINGUÉM, GANHEI ELE QUANDO NASCI ENTÃO NÃO META O DEDO AQUI - O garoto balançava as mãos de formas únicas e ''bitoladas'' para tentar ameaçar Pedro e amedronta-lo - SE SAIR DAQUI AGORA, NÃO IREI ROUBAR SEU ZIGZAGOON! XÔXÔ - Gritou uma última vez, antes de tentar voltar a ficar quieto e esconder novamente.

- Aleksei, que gritaria é es... - Paola aparecera no momento errado. Pedro olhou para a loira e para o mascarado. - Opa. Tô voltando pra dentro. Se resolve aí.

Um silêncio permaneceu por alguns instantes. Pedro não acreditava que aquele era mesmo Aleksei Loban, o garoto que o encorajou a virar um treinador Pokémon. Everaldo olhava para seu treinador e para o mascarado, tentando prever o que estava por vir. Pedro respirou fundo antes de começar a perguntar. Cruzou os braços e falou:

- Quer dizer que eu me preocupei o dia todo para isso? Para encontrar você no bembom com uma loira linda dessas? Cara, por que não deu um sinal de vida? Quando eu vi tudo limpo lá na Rota, eu achei que dei algo errado. Você não ia conseguir levar os dois caçadores contigo sem ajuda de alguém, e eu não vi nenhum ranger ou policial ali. Eu não mereço nenhuma explicação?

É uma longa história para ser explicada em simples momentos, por isto, Aleksei apenas parava para dar uma breve explicação.

- Acontece que os vilões não eram vilões e os malvados ainda vão vir, aquela ali é irmã dos caçadores, e eles não são tão maus assim. Agora vou cuidar dos malvados de verdade pros malvados falsos conseguirem se fugir com uma velhinha que tem alzheimer e precisa de ajuda e conheci e vi isso e entendi que isso precisa ser feito agora, aqui, nesse momento, sem falta, entendeu? - Parou, para tomar um certo fôlego, Pikachu e Watkip estavam fora de si também tentando entender o que seu treinador falava - E agora estou aqui nessa situação, com o Wat e meu novo Pikachu-que-ainda-vai-ganha-um-nome.

Olhou de um lado para o outro esperando algum movimento suspeito de algum carro ou algo do tipo, e então voltou-se para o loiro.

- Sugiro você fugir daqui, não tem máscara nem nada, okay? Quanto menos se meter em confusão, melhor para você - Disse, cada vez mais preocupado, queria tirar Pedro ali assim que possível pois sabia dos perigos que estavam por vir, ou pelo menos esperava saber.

- Bom saber que você ta bem, cara. - disse Pedro soltando os braços em rendição. - Boa sorte. Eu vou pra Rota 102 amanhã. Espero te encontrar vivo por lá.

Pedro então virou as costas e sumiu na penumbra da rua asfaltada. Não demorou muito para dois faróis acesos no baixo chegar e estacionar na frente da casa de Paola. Por sorte ninguém viu Aleksei, e três homens desceram do carro. Eram altos, usavam sobretudos e chapéus negros. O carro era uma SUV preta bastante bonita, parecia um jipe. Os homens caminharam fumando charutos e sem demora foram atendidos por Paola. Agora lá fora estava somente Aleksei mascarado e o motorista. Era hora de agir. O que faria?

Novamente as coisas voltavam a seus trinques, o garoto já estaria longe dali e não correria mais perigo, enquanto Aleksei esperou os homens serem atendidos por Paola. Esgueirou-se o máximo que podia em direção a limusine, até chegar ao lado da porta da limusine, na parte do motorista.

- EIIIIIIIIIIIIIIII! - Gritou alto, porém apenas o suficiente para dar um susto no homem sem alertar os outros na casa, ou pelo menos assim esperava.

Abriu a porta o mais rápido que pode, ou pelo menos tentou claro, puxando Watkip consigo, segurando suas patas traseiras com uma mão e suas patas dianteiras com a outra, como se fosse alguma espécie de arma de fogo.

- Pô sai do carro, ou eu te molho! Aposto que esse terninho ai foi caro, seu riquinho! Pô sai, pô sai - Ameaçou, balançando seu aquático, que estava tão perplexo pelas ações repentinas quanto o provável motorista.

Diante de uma tentativa de assalto, o homem de terno foi frio e cauteloso. Sua cara era carrancuda, como a de um italiano mafioso. Nariz curvado e grande, barba preta e cheia, cabelo castanho penteado para o lado. Mascou alguma coisa em sua boca, abriu a porta do carro e ficou de frente para Aleksei, que pôde ver quão grande era o homem, tanto em altura quanto em força física. Seria perigoso continuar ali, tentando bancar o bandidão?

Aquela criatura alta e brutamontes que saia de dentro da limusine fazia Aleksei repensar algumas vezes se valia a pena realmente ajudar Paola e o resto do esquadrão caçadores. Uma missão quase impossível ter que lidar com mafiosos, aquele tolo de coração bondoso fazia o que lhe era pedido e tentava manter alguma pressão contra o grandalhão.

- Vai lá e abre o porta-malas - Balançava o mudkip, esperando alguma reação do homem - Depois jogue a chave do carro pra longe, entre no porta-malas e feche-o, entendeu?

O mafioso esboçou um sorriso amarelado, olhando com maldade para Loban. Não passava nem mesmo raio gama em Aleksei quando o homem esticou as mãos na direção do garoto, e graças a Deus, algo aconteceu. Uma gosma verde acertou em cheio a cara do homem, que cambaleou para trás e caiu. Um vulto passou pelo lado de Aleksei e montou sobre o mafioso, que esperneou e tentou se soltar. Era Pedro, os cabelos loiros não se deixavam enganar. Gargamel estava na cara do mafioso fazendo força para não soltá-lo. Pedro balançou a cabeça para o lado, onde uma fita isolante estava jogada.

- Ele não me viu. Você não precisa se preocupar. Pegue essa fita e faça seu trabalho!

- Ok, ok, vamos lá então! - Disse, dando um pulo para trás, depois de toda aquela comoção, suas pernas tremiam de medo.

Agarrou a fita e passou ela sobre as mãos e pés do homem, depois pedindo ajuda para Pedro para coloca-lo no porta-malas do veículo, obviamente procurando a chave do carro antes.

- Depois disso, temos que nos esgueirar lá para dentro - Disse tirando a máscara - Tome isso, ninguém sabe quem eu sou mesmo, meu rosto exposto ou não, vai tudo ficar bem. Sou um aventureiro nato em início de carreira, lembra?

Com o motorista colocado no porta-malas com sucesso, a dupla dinâmica agora tinha que entrar na casa para ajudar Paola. Encontraram lá uma porta entreaberta, além da passagem lateral que ia para os fundos da casa, para o jardim/quintal. Como ambos agiriam?