Earthshakers

Erguendo-me durante o pós-queda, auxiliei Lairon em sua recuperação, visto que ele havia caído de costas pra baixo e que não conseguia se levantar autonomamente. Logo que meu companheiro apresentou sua disposição de seguir em frente, tapeei minhas vestimentas de forma que a poeira do solo desimpregnasse de mim e voltei meu olhar para a direção cujo caminho a ser percorrido era mais vasto. Tardei em perceber, mas então avistei ladrilhos esverdeados, compostos por pedras preciosas, formando uma trilha que prosseguia até as profundezas da “caverna” em que nos encontrávamos. Do outro lado, via-se uma ramificação escura e sombria, a qual eu pretendia evitar.

-Lairon, antes de seguirmos, tente usar seu Rock Tomb para lançar pedras impulsionadas à frente... Quero ouvir o som que elas farão ao bater no chão. – disse. -Se ecoar, quer dizer que haverá um espaço grande para lá. Se soar um baque que dê a entender que o solo é oco, iremos por outro caminho... Não quero acabar tendo que cair em uma armadilha da natureza. Porém, se o som for anormal, iremos averiguar. – completei.

Assim comandado, chamei Lairon para me acompanhar em uma caminhada vagarosa enquanto ele preparava seu movimento, pois minha impaciência não permitia que eu permanecesse no mesmo lugar pelo menor que fosse o período de tempo.

Foi então que, seguindo a série de barulhos provenientes do choque das pedras com o solo, um pó luminoso foi derramado sobre o chão. Aproximei-me dele com cautela e logo o guardei em uma pequena bolsa azulada.

-Talvez isso tenha algum valor... Bom trabalho, Lairon. – disse, acariciando a testa metálica da criatura de ferro. -Vamos seguir, parece que é seguro. – anunciei nossa ida às profundezas do túnel, onde buscaríamos encontrar mais artefatos, itens ou até mesmo relíquias durante a escavação e exploração.

Conforme andava, iluminava o caminho com uma das lanternas que me foram concedidas anteriormente. Aprendi desde cedo que, em túneis como aquele, em certas áreas com baixo sustento, um passo em falso poderia gerar uma reação em cadeia de desabamentos e deslizes de terra. Justamente para não acabar me ferindo desnecessariamente eu prosseguia com cautela. Foi então que avistei uma anomalia à frente. Quando nos aproximamos mais, permaneci contemplando a visão panorâmica de um mar de destroços de uma civilização antiga que se estendia nos horizontes daquele espaço.

-Lairon... Chegamos às ruínas. – anunciei.

Meu companheiro se impôs sobre os escombros, urrando em um ato de alegria por termos chegado ao nosso objetivo. -Shh... Não grite tão alto! O som pode ser a nossa sentença no subterrâneo! – sussurrei uma intranquila menção às possíveis desabamentos de terra. Lairon logo entendeu e calou-se, voltando a isolar-se em seu pequeno mundinho.

-Certo, agora iremos procurar por itens valiosos, então vamos nos separar por agora. – disse, chamando a atenção de Lairon. -Vá para aquela direção... Se você encontrar algo ou entrar em perigo, tente voltar para cá e ir por aquela direção, a qual eu irei tomar na minha busca. Na pior das hipóteses, use seu Roar para me chamar, mas pense nisso como última opção, porque vai que você acaba provocando um deslizamento. – comandei, apontando para a direita, onde Lairon iria ir, e indicando a esquerda, o caminho em que eu iria procurar pelos itens.

Após um curto período de tempo ter se passado desde a minha separação de Lairon para abrangermos um espaço de exploração maior, deparei-me com características marcantes das ruínas, como a presença de apenas um único estilo de construção adotado para as casas que ali se alinhavam. Logo à frente encontrava-se um grande templo, sendo me apresentado com uma fonte já seca e estátuas de diversos tipos de dragões.

-Interessante... – falei comigo mesmo, em reação à arquitetura que se desenhava defronte meus olhos, conforme os movia para ver melhor.

Iluminei as esculturas de criaturas antigas com a lanterna. Mesmo que já soubesse da capacidade humana, sempre me impressionava ao pensar que pessoas que viveram milênios atrás conseguiam fazer coisas que uma pessoa hoje replica ou toma como base, mesmo com todos os avanços na tecnologia. Resolvi então procurar por algum item dentro da fonte. Caso não obtivesse sucesso, rumaria para dentro do templo. E, caso obtivesse sucesso, iria rumar para dentro do templo da mesma forma.

As recompensas que me aguardavam por ter sido oportunista ao checar se havia algum item valioso dentro da fonte foram restos de pedras evolutivas e lascas de pedra do teto. Bom, era melhor do que nada, mas nem por isso levaria comigo. Enfim me dirigi para dentro do templo, que me aguardava com mais estátuas a serem contempladas e um grande altar.

Evitei me atentar às características da decoração de seu interior, até porque muito tempo havia se passado desde que aquele lugar havia sido abandonado, então mesmo que sua arquitetura fosse bela, ainda estaria aos pedaços ou incrivelmente empoeirada, não me deixando ver seus detalhes. Prossegui para o altar, movendo em sua direção tanto a lanterna de meu capacete como a que empunhava. Talvez alguma relíquia ou algo valioso se encontrasse por ali. Bem, não custaria tentar.