De Cinnabar à Ula'ula Island

Depois de um longo período, afinal desde bem antes do Battle Factory o treinador de Cinnabar não colocava suas habilidades junto a seu time de pokémons em cheque, Joul se via pronto para o início do torneio proposto pelo hotel. Disputa esta que, além de ser algo realmente relevante para aquele período, era a oportunidade que o rapaz teria para conhecer mais dos pokémons que naquela região existiam, o que certamente seria uma grande aprendizagem para o Terri.

Então, procurando não perder muito tempo, já que estava mais do que claro que seria necessário estar o quanto antes na arena A3, o rapaz, depois de tentar acenar em cumprimento a uma Nina nitidamente deslocada, tratou de seguir, da forma mais confiante que ele pudesse exibir, de encontro ao lugar onde sua primeira disputa teria seu início. Fato que fazia com que a pulsação de seu coração acelerasse de uma forma que ele não conseguia dominar.

Com isso, enquanto procurava ter certeza sobre a real posição da arena, o jovem olhava em todas as direções atrás de novas informações sobre qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a criar uma estratégia inicial para o evento. Agora, era torcer para o surgimento de pistas que viessem a fazer a diferença e enfim dar o pontapé inicial para a competição.

Quando se viu no campo onde sua primeira batalha iria acontecer, Joul acabou se dando conta que, pela presença do arbitro, que ainda não era sua amiga Nina, e de seu adversário, ele era mesmo o último a chegar ao local. Fato que, pelo rosto da dupla, ainda não indicava um possível atraso do jovem treinador de Cinnabar.

Então, antes que o Terri pudesse, simplesmente pela educação recebida, se desculpar por ser último a chegar, seu oponente já o estendia a mão em cumprimento e desejos de boa sorte a disputa que eles travariam, Por sua vez, Joul, procurando deixar um sorriso em seu rosto ser uma espécie de cartão de visitas, logo o respondeu:

- Prazer Jhony! Quanto a mim, me chamo Joul Terri e sou um turista vindo de Cinnabar em Kanto. Também espero um bom divertimento e a oportunidade de conhecer pokémons e técnicas diferentes...

Ao final de suas palavras, Joul logo percebeu que o arbitro já se encontrava com uma espécie de moeda em mãos. E, ao escutar a pergunta feita por ele quanto a opção por uma das faces, o jovem viajante, meio que por reflexo, respondeu:

- Cara!

Com isso, o treinador ficou a espera do que viria a acontecer. Pois, por sua experiência, o sorteio poderia indicar o primeiro a lançar seus pokémon, além da decisão por um dos lados da arena.

Por sorte, que poderia não ser tanta assim, afinal tal condição dependia muito do ponto de vista, Joul havia sido contemplado com a oportunidade de descobrir quais seriam seus oponentes antes de enfim convocar seus parceiros. Contudo, como nem tudo poderia ser do jeito que o treinador de Cinnabar gostaria, ele teria que orientar sua dupla de pokémons antes que seu adversário tivesse que o fazer. Mas, para isso, o herdeiro dos Terri teria que se decidir por quais pokémons utilizar.

Joul, pelo menos nos primeiros segundos após a convocação da dupla oponente, enquanto ainda era acompanhado pelo arbitro do confronto, não conseguia tirar os olhos dos pokémons a sua frente. Jolteon, uma das eeveelutions de Kanto, havia sido uma espécie enfrentada pelo rapaz na Copa Hoenn, sendo um dos responsáveis pela derrota do treinador naquele evento. Já, Aipom, um dos pokémons nativos de Johto, era uma criatura normal que, ainda nos primórdios da aventura do rapaz, tinha causado sua primeira derrota como aspirante a mestre pokémon. Ou seja, Joul estava prestes a enfrentar dois pokémons que não o remetiam há algo muito bom de se lembrar.

Independentemente destas assombrosas memórias que ocupavam sua mente, o Terri deu as costas para arbitro e partiu rumo ao outro lado do campo. E, ao chegar lá, que acabou por durar uma eternidade, tempo que ele usou para colocar seus pensamentos no lugar, Joul voltou seu olhar para o lado oponente enquanto empunhava duas esferas, que foram retiradas de forma discreta dos bolsos.

Então, crente que seus planos poderiam de alguma forma funcionar, o rapaz lançou ambas aos céus e viu seus parceiros se materializarem em campo. Tauros com sua determinação sempre admirável e Phantump com um olhar assustado mas que conseguia entender quais eram os pensamentos de seu mestre pokémon.

Por fim, depois de um leve acenar de cabeça, que para ele poderia ser uma forma de acalmar seus pokémons, principalmente o gramíneo fantasma, Joul tratou de cumprir as regras da disputa:

- Tauros e Phantump, para começar, quero que ambos projetem sobre nossos oponentes o Rock Slide. Façamos isso nas duas oportunidades de ataque. Vejamos como eles se livram disso!

Com aquela sequência de ordens ficava mais do que claro que a intenção de Joul era mesmo a de causar a maior quantidade de problemas a seus adversários de forma dupla, além, é claro, de descobrir algo que pudesse ser usado contra ele que limitasse, ou até mesmo impedisse, aquele tipo de técnica no futuro. Agora, era esperar pelo que aconteceria a partir dali.

Ao final turnos iniciais de ataque, Joul, pelo menos nos primeiros instantes, não conseguia tirar os olhos do corpo desfalecido de Phantump. Afinal, independentemente do que seu oponente pudesse pensar, o treinador da ilha de Cinnabar não esperava que o fantasma gramíneo iria sucumbir logo na primeira parte do confronto. Seria este um indício que o Terri novamente cairia para aquelas espécies de pokémon?

Mesmo que todo o cenário pudesse indicar algo desta magnitude, Joul preferiu se apegar ao que sempre o ajudou, já que, em outros momentos tão tensos como aquele, seus pokémons, em principal Tauros, sempre fizeram o melhor para reverter quadros complicados. Assim, confiante nisso, o treinador, voltando novamente a si, tratou de gritar ordens ao poderoso bovino:

- Tauros, se mantenha firme! Use seu Earthquake duas vezes seguidas. Vamos colocar o chão desta arena para tremer!!

De fato, o uso daquela sequência de Earthquake certamente faria o estrago que Joul esperava, principalmente depois das orientações dadas pelo oponente. Agora, restava saber se Tauros teria forças para suportar os efeitos do Toxic e ainda atacar com tudo na próxima oportunidade de ataque.

Joul acompanhou a movimentação de Tauros e seus adversários em mais aquela etapa do combate. E, para a felicidade do jovem de Cinnabar, seu parceiro Normal conseguiu, com um único Earthquake, uma vez que os efeitos de toda aquela areia nos olhos fizeram sim a diferença, levar um dos oponentes ao chão enquanto deixava o outro em uma notável péssima condição.

Então, ciente principalmente dos efeitos do Toxic, que tenderia a aumentar com a passagem dos turnos, o Terri sabia que precisaria continuar naquele ritmo caso quisesse vencer aquela batalha. Assim, procurando se apoiar no grande poder ofensivo de seu Tauros, o treinador foi logo falando:

- Tauros, ,muito bem! Continue com Earthquake por mais dois turnos. Vamos seguir com tudo no ataque. Afinal, não temos tempo a perder!!