Capítulo 001-Significado das coisas,uma jornada pra se superar o passado

Roberto recebera a proposta com um sorriso, apenas afirmando com a cabeça e esperando, sentado, o retorno das enfermeiras com seus pokemons, o que demorara um pouco para acontecer! Levara cerca de quarenta minutos para que Marill ficasse bem de saúde novamente, o que enfim anunciava que a dupla recém formada podia prosseguir em paz sua caminhada. O velhaco foi o primeiro a levantar, botando sua esfera numa bolsa lateral grande, que carregava consigo, e partindo em direção a porta, anunciando à criança:
- Vamos lá? Temos uma caminhada um pouco longa até lá - Informou - Fica fora do centro urbano!

- Não sou bem de Odale... - Disse, coçando a cabeça - Passei grande parte da minha infância aqui, mas sou de Mountrock! Como trabalho com cozinha, acabo me mudando muito... Não sou um treinador mas sou bem viajado também - Finalizou com uma risadinha sem graça.

A conversa fluía enquanto os dois atravessavam a praça central e marchavam para uma rua comercial, que Ryo já tinha a oportunidade de ver quando estava indo em direção ao Centro; não sei bem se reparara, mas estava indo na exata direção que vira a igreja outrora!

- Bem, Odale é uma cidade bem pequena, infelizmente não temos metrô ou trem para facilitar o acesso aos espaços, mas se estiver cansado de andar, podemos pegar um ônibus - Ofereceu Roberto - Não há muita passagem para ver, não perderá muita coisa!

Sorriu em resposta à Ryo e caminhou com ele até o primeiro ponto de ônibus; infelizmente não havia ônibus algum a espera dos dois, teriam que sentar e esperar que viesse algum transporte público, mas pela calma de Roberto ao fazê-lo, tudo indica que os ônibus não costumam muito demorar.

- Pra ser sincero... - Começou, porém parou por alguns segundos, coçando a cabeça e pensando em como dizer as próximas frases - Eu nunca fui lá...
- Pausou uma segunda vez, trazendo com esta interferência uma risada sem graça e um rubor - Não é muito comum ficar visitando distribuidoras de energias, né? Ao menos não parece ser um costume comum daqui... Sei que tem uma pracinha, alguns setores desativados e muita fiação. Deve ter uns prédios cheio de gente, uns espaços com menos; bem, vamos ter que descobrir.

Ao fim dessa fala, um ônibus apareceu ao fundo, fazendo a curva da estrada e revelando ser o ônibus certo. Em um pulo, Roberto levantou-se e deu sinal; fizera aquilo tão bem que parecia até jovem! Logo mais o ônibus pararia para ele e Ryo.

Subiram no ônibus quase vazio; Roberto já era considerado idoso, o que fazia com que a passagem para si e seu acompanhando fossem gratuitas. O veículo então começou a seguir sua rota à frente, e ficara nesta rua principal por um bom tempo:
- Bem, você já deve ter reparado que está numa cidade de interior de Hoenn - introduziu Roberto, que não sabia ao certo se Ryo queria saber sobre o continente ou a cidade - Aqui você vai ver muita gente andando nas ruelas, pouquíssimas lojas e muitas igrejas. Tem só duas escolas estaduais e algumas particulares; a galera que vive aqui tem, em geral, um dinheiro razoável, mas não temos milionários por perto. Fazemos alguns eventos culturais para celebrar o folclore e nossa nacionalidade e, de vez em quando relembramos as grandes enchentes de Johto e Kanto, que por um tempo superpopulou quase todas as regiões de Hoenn, inclusive aqui. Aquela era uma época divertida; recebemos muita tragédia e tentamos mudar um pouco isso e transformar em esperança. O continente todo passou por isso, e com Odale não foi diferente...

Enquanto Roberto falava sem parar, ao fundo continuavam pela ruela principal, que confirmava bem o que o homem falara; várias igrejas, algumas creches e pouquíssimas lojas, e quando à tinham, em geral eram boutiques pequenas de roupas, mercadinhos e lojas de produtos naturais.

Roberto coçou a cabeça; esperava uma resposta daquelas, mas ainda assim, não sabia o que dizer em seguida, então calou-se. Deixou que o silêncio falasse por si só, até porque, estavam chegando, e deveria prestar atenção para não dar o sinal no ponto errado. Passou-se mais alguns minutos até que saíram da rua principal; o cenário que tinha já muitíssimas árvores, começou a dar exclusividade para a vegetação. Nenhuma casa, comércio ou creche; nem sequer igrejas apareciam mais! Enfim saíram do mini urbano e iam em direção as rotas inter-estaduais.

Fora um ou dois pontos depois da civilização que Roberto deu sinal, anunciando a chegada ao ponto de visitação da fábrica, o ônibus iria andar mais alguns poucos quilômetros à frente, mas ali desciam a dupla:
- Bem, chegamos. Vamos lá? - Comentou Roberto, descendo em um pulo.

O ambiente agora era exclusivamente verde, com exceção ao asfalto atrás dos dois. Um portão aberto, prateado, ao fim de cercas igualmente metálicas, delimitava o local e anunciava a entrada para à distribuidora. Um zumbido chato porém característico de tensão ele´trica tomava a cabeça dos dois, aborrecendo-os, porém sem afetar mais que isto.