Treinando meus voadores e +

—  Petalburg Woods.  —

O rapaz chamava seus companheiros para fora de suas Pokébolas e explicava seus objetivos aos mesmos antes de adentrar a floresta de Petalburg.
Aquela floresta era um ponto um tanto quanto conhecido no continente de Hoenn, principalmente pela diversidade de espécies Pokémons que podem ser encontradas naquela região e pelos treinadores que costumam utilizá-la para realizar seus treinamentos, capturar novos Pokémons para suas equipes, e também como rota de acesso entre as cidades de Rinshin, Rustboro e Petalburg, a qual compartilha seu nome com o da floresta.
Pela grande variedade de Pokémons dos tipos Grama e Inseto que faziam daquela área seu habitat natural, o jovem Gus aparentemente havia feito uma boa escolha ao optar por aquele lugar para procurar pelos Pokémons que desejava. Mas, levando em consideração o tamanho da enorme floresta, tão como a baixa iluminação natural daquele lugar - já que a copa das árvores era bastante densa, impedindo que a luz do sol pudesse clarear seu interior em sua plenitude - talvez o rapaz dos cabelos negros tivesse algum trabalho para encontrar aquilo que queria.
Assim, acompanhado por sua borboleta azulada e pela andorinha de rosto vermelho, o jovem dava início à sua aventura pela floresta de Petalburg, com o intuito de treinar seus Pokémons e buscar por novos companheiros, tendo alguns objetivos específicos quanto às espécies que procurava naquela região de vegetação mais densa.
Ao começar a caminhar pelo local, Gus podia notar que a vegetação se tornava cada vez mais densa, e a copa das árvores mais fechadas, conforme avançava pelo interior da floresta. Junto disso, percebia que apesar do sol estar praticamente à pino, a iluminação era um tanto quanto precária, levando em consideração o horário do dia.
Porém, ainda conseguindo enxergar sem grandes problemas, seguindo a trilha que se estendia pelo local, o mesmo se via em uma espécie de bifurcação na mata, podendo seguir tanto pela direita como pela esquerda. Mas, e agora ? Para qual dos dois lados o rapaz optaria por prosseguir com sua exploração ?

—  Petalburg Woods.  —

Conforme o rapaz de cabelos negros adentrava a floresta de Petalburg, o mesmo podia perceber como o ambiente ia se alterando, com a mata se tornando mais fechada e as copas das árvores mais densas, influenciando principalmente na iluminação natural daquela famosa floresta, que por vezes era chamada de "caverna verde" ou "floresta negra", por conta destas características.
Assim, o jovem resolvia chamar para fora de uma de suas Pokébolas seu Quilava, o inicial de fogo de Johto, e pedia ao mesmo para que o auxiliasse, iluminando o local as labaredas que aquele Pokémon podia liberar naturalmente de seu corpo. O pokémon de fogo não tardava a obedecê-lo, liberando as chamas apenas de sua cabeça, como fora pedido, e isso realmente auxiliava com alguma claridade a mais, o que era realmente útil naquela situação.
Assim, o jovem treinador também pedia ao seu tipo inseto, Free, para que cuidasse das chamas do Quilava, impedindo que este pudesse, acidentalmente, começar algum tipo de incêndio enquanto iluminava o caminho para a equipe. Mas, com isso, acaba perdendo um de seus "olhos" naquela densa floresta, passando a contar apenas com sua andorinha.
Algum tempo se passava, e conforme Gus e seus companheiros seguiam uma das trilhas do local, se embrenhando na mata, o mesmo se deparava com uma espécie de bifurcação na trilha, e sem ter muito pelo que se guiar - pois realmente, visivelmente falando, não havia nada que pudesse diferenciar qualquer uma das rotas -, acabava optando por seguir o caminho da direita.
Ao seguir por tal direção, o rapaz caminhava pela trilha atento às suas adjacências, procurando por Pokémons selvagens, berries e até outros treinadores que pudessem se encontrar por lá, visando dar início ao treinamento que planejava ao ir para aquele lugar. Mas, em determinado momento, movimentos estranhos podiam ser percebidos entre algumas árvores e arbustos mais distantes, fora da trilha onde o jovem se encontrava.
Pela distância - e com a iluminação sendo um pouco mais defasada naquele ponto da floresta, por ser fora da trilha -, Gus não podia compreender o que era, mas talvez não fosse algo tão pequeno, para a amplitude dos movimentos. Mas, o que seria aquilo ?
Aliás, será que chamaria a atenção do rapaz ? Será que ele seria curioso a ponto de abandonar a trilha e investigar o que estava provocando aquilo ? Ou continuaria seguindo pelo caminho onde se encontrava ?

—  Petalburg Woods.  —

Atraído pelos sons que ouvia em meio à mata daquela floresta, acreditando poder se tratar de uma pessoa ou um Pokémon de porte avantajado, Gus resolvia tentar descobrir do que aquilo se tratava e deixava a trilha pela qual seguia, adentrando a mata e seguindo a direção de onde os sons e movimentos estavam vindo.
Elaborando uma estratégia para garantir maior segurança em sua aproximação, o jovem treinador coordenava seus Pokémons de maneira que Free fosse na frente, analisando melhor o comportamento daquilo que pudesse estar causando aqueles sons. Taillow e Quilava se mantinham junto do rapaz para qualquer eventualidade, e assim todos começavam a andar pela parte mais fechada da floresta, seguindo - com cuidado - aquilo que havia despertado seu interesse.
Conforme seguiam o que estaria se movendo entre aqueles arbustos, o rapaz de cabelos negros e seus Pokémons poderiam perceber que os movimentos se afastavam cada vez mais, mantendo praticamente a mesma distância de quando os mesmos deixaram a trilha para seguir o causador daquilo, chegando a mudar de direção  e entrando atrás de algumas arvores de troncos mais largos, fazendo-os perder o contato visual.
Porém, ao seguirem até lá, podiam perceber que havia uma espécie de pequena clareira em meio às arvores daquele local, havendo um pequeno espaço mais amplo entre a vegetação dali. E também, logo do lado oposto de onde se encontravam, do outro lado da pequena clareira, os sons e movimentações continuava seguindo por alguns arbustos, chegando a sacudir uma pequena árvore contendo uma fruta que estava entre as outras plantas.
De onde estavam, era possível identificar que a árvore em questão se tratava de uma frutífera contendo uma Berry, mas pela forma como estava escuro naquele lado da clareira, não podia identificar ao certo o que era. E também, muito menos o que estava atrás daqueles arbustos, causando todos aqueles sons e movimentos nas plantas.
Mas e agora ? O que estaria daquele outro lado da clareira, mexendo naquela árvore ? Será que o rapaz iria prosseguir com suas investigações ?

—  Petalburg Woods.  —

Ao chegar até aquela pequena clareira e poder observar a movimentação ocorrendo ao lado oposto ao que se encontrava, Gus alertava seus companheiros e então se dirigia até a pequena árvore frutífera que parecia estar sendo sacudida pelo que quer que estivesse se movendo entre os arbustos daquela floresta.
Assim, atravessando a pequena clareira - com Taillow sobre sua cabeça e Quilava ao seu lado, enquanto Free ia um pouco mais à frente do grupo - o rapaz dos cabelos negros podia sentir algo puxar sua perna quando dava um de seus passos. Na verdade, parecia mais que ele é quem estava puxando alguma coisa com sua perna ao dar aquela passada, como uma espécie de fio ou algo do gênero.
O tropeção fazia aquela linha - à qual seu pé agarrava - se arrebentar, e o jovem treinador quase ia ao chão, o que chamava um pouco a atenção de seus Pokémons também. Porém, conforme todos se distraíam com essa pequena ação, algo vindo do alto acabava por surpreendê-los: uma espécie de rede camuflada - a qual era quase imperceptível, camuflada entre a densa copa daquelas árvores, misturada a algumas folhas - caía sobre o treinador e seus Pokémons, à exceção de sua borboleta azulada, que por estar indo na frente da equipe, acabava ficando fora do alcance daquilo que parecia ser uma armadilha, e por estar voando à frente do grupo, passara por cima da linha sem percebê-la.
A rede camuflada, ainda contendo bastante folhagem presa a ela, se embolava ao rapaz, sua Taillow e seu Quilava, possuindo algumas bolas pesadas nas pontas da mesma, que dificultavam que o rapaz pudesse se livrar facilmente daquilo. Além disso, seu Quilava ficava impossibilitado de queimá-la com as chamas de sua cabeça, já que caso fizesse aquilo, as folhas presas à rede poderiam se queimar, expondo o treinador e sua andorinha aos riscos de se ferirem com as chamas.
Mas, Free continuava livre - o que, se não fosse em uma situação como aquela, seria até mesmo engraçado como uma espécie de trocadilho envolvendo o nome da borboleta -, e agora tudo dependeria de como Gus faria para se livrar daquela situação em que ficara preso com a ajuda dele.
E como miséria pouca é bobagem, para piorar a situação, aquilo que se movimentava entre os arbustos - ao parecer perceber o som daquela armadilha se arrebentando -, parecia voltar rapidamente na direção do grupo, sendo atraído pelo som dos mesmos ao serem presos pela rede. Mas, o que poderia ser aquilo ? Será que a equipe estaria em perigo ?
Era melhor que o rapaz dos longos cabelos negros pensasse rápido em uma maneira de se libertar.

—  Petalburg Woods.  —

O rapaz dos longos cabelos negros acabava ficando preso naquela rede que caía da copa das árvores, e então pedia para que seus amigos Pokémons tentassem ajudá-lo a se livrar de tal armadilha, com seu Butterfree tentando levantar a rede utilizando seu Confusion, e sua Taillow tentando cortar a rede com suas asas, ao utilizar o Wing Attack.
A Borboleta azul conseguia levantar um pouco a rede, apesar do peso em suas pontas, e isso dava um pouco mais de espaço para o pássaro atacar com suas asas, atingindo as cordas da mesma e começando a causar alguns danos a ela, ainda que não fosse o suficiente pára cortá-la de uma só vez. Assim, a equipe continuava a trabalhar em equipe por mais algumas duas ou três tentativas da Taillow, e as cordas da rede realmente pareciam demonstrar claros sinais de desgaste, estando bem próximas de ceder.
Porém, enquanto Free utilizava seu Confusion, algo vinha a assustá-la, impedindo o prosseguimento do movimento. Aquilo que se aproximava por entre a mata, saltava repentinamente de dentro de um dos arbustos, e sacudia algo que passava com grande velocidade ao lado da Borboleta azulada. Assim, a mesma voava um pouco mais para longe, novamente se desviando do objeto que passava zunindo pelos ares, tentando capturar o tipo Inseto.
A rede e a folhagem presa a ela atrapalhavam bastante a visão do jovem Gus, impedindo que o mesmo pudesse enxergar o que estava ocorrendo com clareza, ainda mais com toda a movimentação que a Taillow fazia dentro da rede, tentando cortá-la com o Wing Attack. Porém, por um momento, o rapaz podia ver o que era aquilo que estava perseguindo seu Pokémon naquela clareira.



Aaaargh !! Volte aqui !! - Exclamava aquele homem, perseguindo a borboleta e tentando apanhá-la com a rede em suas mãos. - Eu não posso deixar uma beleza dessas, como você, escapar !! Nunca esperei encontrar uma da sua espécie por aqui, já que não são naturais dessa região !! - Dizia o mesmo, com um sorriso engraçado e ao mesmo tempo desafiador, quase maníaco, parecendo extremamente empolgado ao se deparar com o Butterfree.

O estranho homem, cheio de folhas, terra e gravetos espalhados por sua roupa - provavelmente por ficar se embrenhando na mata e rastejando pelo chão à procura de Pokémons -, parecia nem mesmo perceber ou se importar com o que quer estava preso abaixo daquela rede, dada a excitação e empolgação que transpassava ao avistar aquela espécie de Pokémon Inseto, ignorando todo o resto.
Com isso, o mesmo apenas tentava sacudir sua rede de captura em direção à Borboleta azulada, que continuava a voar ao redor de seu treinador e utilizar seu Confusion contra o objeto de captura daquele sujeito, para desviar seu curso e se manter livre. Enquanto isso, a Taillow do rapaz desferia um golpe mais forte contra a rede, conseguindo abrir uma brecha por onde o jovem treinador poderia sair daquela armadilha.
Mas, o que ele faria em relação ao sujeito de comportamentos estranhos - se não até engraçados - que tentava apanhar sua Butterfree ?