Gaspar Ya'wara
Cidade Natal: Solaceon, Sinnoh
Carreira: Treinador
Idade: 21 anos
Altura: 1,81 cm
Peso: 71 kg
Carreira: Treinador
Idade: 21 anos
Altura: 1,81 cm
Peso: 71 kg
Descrição Física
Um rapaz alto, moreno e de corpo robusto. O costume diário na chácara da família o habitou a calçar somente botinas e calças jeans. Em contrapartida, sempre optou por trajar camisetas cavadas, expondo à brisa todas as curvas de seu busto. Seu cabelo preto é mantido curto, formando um delineado escuro para os olhos acinzentados. No pescoço, um colar de onde pende uma pedra vermelha milenar presenteada por sua mãe. Ao bolso, sempre carrega um pacote de palheiro, que gosta de bitocar em momentos de tranquilidade, quando senta ao chão pensativo e seu parceiro Houndour acende o cigarro com seu bafo de calor.Personalidade
Gaspar é um caipira incorrigível. Mais do que a simplicidade propriamente dita, ele gostava do luxo de um tempo comedido, do corpo a se espreguiçar no ócio, e sua passagem à apreciação do esforço bruto e incontornável no cultivo da vida. Tranquilo e paciente até não poder mais, era esta a educação que aprendera com a rocha e incorporara até em suas experiências urbanas mais incompatíveis. Gostava de abrir coisas com o sorriso, e qualquer rigidez no toque áspero de sua mão calosa era fruto de um carinho árduo, difícil.Biografia
Felizmente, Gaspar já era um rapaz cascudo quando sua vida foi tirada dos trilhos. Até a situação se revelar irremediável, Solaceon, sua cidade natal, era lugar de afeto imensurável não só por remontar à sua origem e formação, mas também por ter se tornado, mesmo durante a maioridade, seu projeto de vida - era ali que ele planejava continuar habitando enquanto a existência permitisse. Junto de sua mãe e órfão de um pai que morreu ainda em seus primeiros anos de vida, Gaspar cresceu aprendendo e se orientando nos cuidados para com a pequena chácara que a família possuía nos arredores do vilarejo. Essa realidade pacata e sem perspectiva de progresso da vida de interior foi motivo de frustração apenas durante uma pequena fração da adolescência do garoto, entre os quinze e dezessete anos, momento em que saiu de casa para tentar a sorte numa cidade urbana e moderna. Depois de experimentar as paixões, angustias e possibilidades da metrópole, decidiu, já um tanto maduro, que embora Solaceon em nada fosse uma cidade perfeita, era o lugar que ele queria efetivamente transformar em seu; empreitada, aliás, que vinha a calhar ao seu campo de saberes: pois cedo aprendera o manejo da terra e dos desejos.Ao completar vinte anos, no entanto, tudo se pôs a perder. Da noite para o dia, chegou à sua casa um homem alegando que a terra em que Gaspar e a mãe viviam era propriedade dele. Se tratava do irmão de seu falecido pai, que há muitos anos haviam rompido todos os laços. Antes de tudo, foi isso que pôs Gaspar perplexo: por quê aquele homem só viera reivindicar a terra agora, passados mais de quinze anos da morte de seu pai? Depois de algumas semanas de intrigas, brigas e discussões burocráticas, Gaspar descobriu que, na realidade, seu tio só reaparecera por ter sabido que havia um fazendeiro milionário interessado em expandir suas terras, e pagava muito bem por isso. Como a chácara era uma herança deixada pelo avô para os dois filhos, o que tinha se afastado viera com a intenção de reaver apenas a sua parte, mas no percurso descobriu que seu irmão tinha não apenas falecido há tempos, como deixado a terra nas mãos de um filho bastardo e uma mulher nativa de Alola que não tinha direito legal nenhum sobre o lugar. Tiro e queda: embora os anos de permanência da mulher na terra dificultassem uma decisão judicial, a influência política e as ameaças violentas do fazendeiro não demoraram a pesar decisivamente na situação. Alguns dias antes de serem expropriados em definitivo, a Houndoom que acompanhava a família já há tantos anos, cuidando e protegendo a chácara, amanheceu morta por envenenamento; por sorte, a cria que a pokémon havia parido há não mais que algumas semanas passou incólume. Foi o estopim: depois da tragédia, a mãe de Gaspar decidiu abandonar a casa, abalada e esgotada demais para continuar alimentando aquele conflito.
Sem teto, mãe e filho foram acolhidos pela vizinhança antiga de Solaceon. Mas ver o lugar em que tinha cultivado a vida por tantos anos, e com tanto carinho, ser tomado de si já idosa abalou o psicológico da mulher. Nos dias que se passaram, ela sofreu um AVC e teve de ser internada imediatamente. Gaspar entrou em choque, e o único sentimento que se propagava em seu corpo era o de uma impotência excruciante. Ya'wara, o sobrenome, vinha da mãe, e significava algo próximo a "caçador". Seu próprio pai insistiu em repassar aquele nome para sua linhagem. E de tudo que lhe tiraram, era só isso o que restava: a possibilidade da caça. No leito do hospital, ainda sofrendo gravemente com dificuldades de fala, sua mãe contou que havia uma pessoa na cidade de Oldale, no continente de Hoenn, que devia um favor antigo e valioso a ela e seu pai. Que era lá onde Gaspar devia caçar seu novo futuro. O rapaz não compreendeu de imediato, já que não via perspectiva de fazer uma longa viagem com sua mãe naquele estado debilitado, e sequer concebia a ideia de abandoná-la ali, sozinha, à própria sorte. Passou os meses seguintes trabalhando em serviços esporádicos que a vizinhança oferecia, e tendo por companhia, basicamente, apenas o pequeno Houndour, filhote da velha Houndoom da família. Algum tempo depois de completar 21 anos, sua mãe faleceu. Foi quando, num surto de lágrimas, compreendeu o que ela tinha lhe dito. Sem se delongar, fez o enterro, juntou a pouca renda acumulada, se armou da carta de endereçamento também providenciada pela mãe, e dirigiu-se ao Porto de Canalave, onde comprou uma passagem só de ida para Slateport, a grande cidade portuária de Hoenn. Não sabia o que iria fazer, mas precisava se agarrar a algum porvir.