XIX - Intervalos

Treinamento entre Combates

Kraken e Anne mergulharam juntos no lago e começaram a buscar por traços de Chris ou de Phillipe. A Ranger havia sido atraída pelas bolhas que saíam da parede de rochas e que poderiam indicar uma passagem, mas foi surpreendida pela agitação de Tentacruel, indicando com os tentáculos um outro caminho, onde ele sabia que a dupla de rapazes havia entrado. Anne entendeu o que ele quis dizer, ainda mais quando gesticulou sobre seu irmão. Entretanto, ela fez alguns gestos com a mão confirmando que havia captado a mensagem, mas que mesmo assim gostaria de seguir para a primeira opção. Kraken aceitou de bom grado o que ela disse, indo com toda a velocidade para as bolhas e finalmente encontrando uma passagem, por onde se lançou.

Assim que os dois entraram, o cenário pareceu completamente diferente. Não haviam rochas e sim um largo túnel inteiramente de metal, como um exaustor. Por onde uma forte corrente de ar passava e por isso mantinha a água longe. Certamente era a saída do respirador de todo o complexo que havia ali — Hmm... Parece que meu irmão deve ter se metido em uma furada... Você é o Kraken, não é mesmo? Chris deve ter lhe treinado muito bem! Vou lhe contar um segredo, mas estou investigando aquele Ranger, o tal de Phillipe. Me enviaram a Sootopolis exatamente para isso e eu aproveitei para deixá-lo mais tempo com o inocente do Chris, assim colocaria as garras de fora com mais facilidade do que comigo. Se eu estiver certa, vamos pegá-lo com a mão na massa — Disse a garota, descendo do Tentacruel e andando ao seu lado pelos túneis.

— Se seguirmos por aqui, devemos ter acesso a todo o lugar, só ter cuidado com esse ar forte e possíveis hélices de exaustores... — E conforme caminhavam, a dupla mantinha-se o mais silenciosa possível, observando cada saída de ar que dava em uma sala diferente. Enquanto isso, há alguns cômodos de distância, Chris finalmente acordava, ainda com uma sensação estranha transpassando o seu corpo, mas finalmente enxergando algo. Ele estava amarrado a um cano e sua mochila e Pokébolas pareciam estar sobre uma mesa do outro lado da sala. Um dos homens que o abordaram, o mais parrudo, segurava a incubadora que o rapaz transportava com o grande ovo em seu interior. Era possível ver através do vidro que havia forte movimentação no interior do ovo, como se fosse chocar em breve. O criminoso não havia notado ainda o despertar de Chris. Sendo assim, o que Kraken e Chris fariam? ◄

Treinamento entre Combates

Kraken e Anne caminhavam pelos tubos de exaustão, até que a Ranger ouviu uma voz conhecida ecoar a partir de vários locais — Shhh, vamos manter o silêncio. É a voz de Phillipe... Ele está sozinho e isso não é bom... Precisamos pegar ele de surpresa. Esse garoto é bem esperto... — Comentou Anne, engatinhando devagar e observando cada saída de ar por onde passavam, até que ela encontrou uma que os levaria até um cômodo bastante simples e vazio, onde poderiam descer. Com cuidado, os dois deixaram os túneis e finalmente encontravam-se em solo firme, prontos para explorar. A Ranger não sabia exatamente a posição de onde o som de Phillipe havia vindo, mas ela tinha uma carta na manga.

Com uma de suas Pokébolas em mãos, ela liberou Butterfree, a quem solicitou que rastreasse a movimentação mental pelo complexo com seu movimento Psychic. O Pokémon borboleta fez seus olhos preencherem-se com uma aura azul e bateu forte suas asas, focalizando suas energias em rastrear alterações mentais e emocionais próximas. Não demorou muito até achar alguma coisa próxima e tentar alcançá-la pela porta, que estava fechada. Anne então destravou e abriu a passagem, permitindo que seu companheiro continuasse o rastreio e ela pudesse o seguir.

Butterfree atravessava corredores e dobrava rapidamente algumas esquinas, até que o trio alcançou uma figura conhecida, agora de costas. Anne parou rapidamente e retornou seu Pokémon para a cápsula, observando Phillipe pelas costas. A garota pegou outra Pokébola e voltou-se para Kraken — Eu cuido dele, continue procurando pelo meu irmão e o ajude. Ele deve estar precisando de você urgentemente... — Disse a garota, liberando em seguida seu Charizard e ordenando-o que agarrasse o Ranger pelas costas com seus braços e asas.

O Pokémon de fogo saiu de sua Pokébola em alta velocidade na direção de Phillipe, mas surpreendentemente, antes que pudesse alcançá-lo, um brilho prateado surgiu entre os dois e tomou a forma de Blastoise, que segurou o adversário pelo pescoço com um sorriso em seu rosto — Vá! Eu assumo! Vá! — Dizia Anne, tentando não demonstrar preocupação. Entretanto, esta seria uma batalha desvantajosa para ela. Kraken poderia contrariá-la e ajudá-la de alguma forma contra o oponente ou obedecer e seguir adiante pelos corredores até encontrar Chris. O que o Tentacruel faria? ◄

Treinamento entre Combates

Chris havia acordado e pode observar bem um de seus captores mexendo em suas coisas, porém não tinha como se soltar das amarras que o prendia. O rapaz então chamou a atenção do criminoso parrudo tentando desmoralizá-lo ao reduzi-lo apenas a músculos enquanto outros faziam o verdadeiro trabalho inteligente e limpo. Ao que tudo indicava, a ideia de Chris havia funcionado, pois o homem deixou a incubadora do treinador sobre uma mesa, próximo de seus pertences e aproximou-se do garoto com um semblante de poucos amigos — Eu construí isso aqui tudo com minhas próprias mãos, seu pequeno Weedle! Vou te mostrar quem só tem músculos... — E retirou um cassetete preso ao cinto para ameaçar Chris. Objeto que, com um apertar de botões, iluminou-se com energia elétrica perigosamente emanada de suas laterais.

Enquanto o homem aproximava-se, Chris podia sentir que o cano ao qual estava preso, na verdade havia se soltado pelo desgaste e corrosão. Se ele quisesse, poderia tirar a corda de lá e movimentar-se pelo lugar, mesmo que ainda de forma limitada por ter uma mão amarrada à outra. Enquanto isso, na mesa atrás do grande criminoso, a incubadora finalmente se abria e o ovo, caindo de lado e girando um pouco, agora brilhava em uma luz prateada indicando que estava ocorrendo o milagre do nascimento. Daquele pequeno "objeto", surgiam asas, garras, pés e uma cabeça que aos poucos foi revelando-se um Pokémon inseto, verde e agitado. Era um Scyther!


Chris podia tentar alguma abordagem com o próprio corpo, revelando que estava mais solto do que o criminoso imaginava e tentando interceptá-lo antes que o ferisse com o cassetete elétrico ou poderia usar de outro artifício, incluindo o Pokémon recém nascido. Enquanto o rapaz pensava em como resolver sua situação desagradável contudo, um som de explosão veio de dentro dos túneis do complexo, fazendo a luz piscar e até a lâmpada do teto tremer. Pelos barulhos, estava ocorrendo uma batalha em algum corredor ou cômodo dali e talvez essa fosse a ocasião perfeita para o rapaz agir, pois o grandalhão distraiu-se por alguns momentos olhando ao redor para entender o motivo da luz manter-se tão intermitente. O que Chris faria? ◄

Treinamento entre Combates

Os sons que vinham do corredor não pareciam isolados e seja lá quem estivesse batalhando, estava em um confronto pesadíssimo entre chamas, pancadas e inundações. Isso não apenas chamou a atenção do grandalhão, mas o fez caminhar até a porta para observar através do vidro em busca de informações. Esse foi o momento exato em que Chris viu uma abertura para entrar em contato com seu recém-nascido Scyther e, esperançoso de que ele entenderia alguma coisa, lhe dar algumas ordens.  O Pokémon entortou a cabeça para o lado, com um olhar calmo, sem entender muito bem o que acontecia e ficou alterando seu foco de visão entre o próprio treinador e o homem ameaçador que ainda estava na porta e fazia pouco caso de Chris e seu companheiro.

Depois de alguns segundos de absorção das informações, o Pokémon inseto finalmente resolveu agir, batendo suas asas para manter-se fora do solo, mas ainda bem próximo do chão. Ele vasculhou ao redor, mas não entendia muito bem o que deveria fazer, emitindo um som para Chris bem alto. Um som que talvez indicasse dúvida, mas que muito provavelmente indicava fome — Scy! Schyyyyy! — E essa gritaria toda finalmente atraiu a atenção do criminoso, que saltou no mesmo lugar, assustado com a presença inesperada. — Mas de onde esse filhote de Giratina surgiu? Fica paradinho aí, vou acertar sua cabeça e acabar com isso de uma vez por todas! — Comentou o homem, segurando o cassetete com as duas mãos, pronto para golpear Scyther. O Pokémon não parecia reagir, mas assim que ele ligou a energia elétrica de sua arma, houve um grande rebuliço no local.

Scyther gritou ainda mais alto e começou a utilizar seu movimento Quick Attack para todos os lados descontroladamente. O Pokémon derrubou os pertences de Chris no chão e algumas de suas Pokébolas espalharam-se pelo lugar. Uma delas, de conteúdo desconhecido, rolou até os pés do rapaz. O homem recebeu um golpe na barriga e foi parar próximo da porta, esbaforido. Quando tentou voltar para a luta entretanto, foi surpreendido pela porta se abrindo e Kraken adentrando e enrolando seus tentáculos ao seu redor, fazendo-o largar o cassetete e lutar para se libertar — Criatura maldita! SAIA! — E como último recurso, ele alcançou uma de suas esferas, no cinto, libertando um de seus companheiros Pokémon pronto para o combate. Diante disso, o que Chris faria? ◄

Treinamento entre Combates

A situação estava completamente enlouquecida dentro daquela sala. Scyther não sabia muito bem o que fazer, mas felizmente havia ajudado seu treinador a alcançar uma de suas Pokébolas, mesmo que sem querer. Kraken havia invadido a sala e entrava em luta corporal contra o criminoso mais parrudo e o próprio grandalhão havia conseguido alcançar uma de suas cápsulas e lançou em campo um Pokémon enorme, era seu Pangoro! Chris contou com a sorte e lançou a Pokéball que estava próxima de si, revelando seu companheiro Volcano, o Charizard! Realmente o treinador havia sido beneficiado pela sorte...

— Argh! Me solta sua água-viva maldita! Pangoro! Swords Dance e depois, Gunk Shot nesse Charizard! — Ordenou o homem, enquanto tentava tirar os tentáculos de Kraken do seu pescoço, mas apenas conseguindo movê-los sobre seus olhos, o que dificultava ainda mais a sua vida. Scyther, por outro lado, tentava a todo custo entender o que era exatamente uma Pokébola e depois que compreendeu do que se tratavam, começou a suas para pegar algumas das cápsulas de Chris com as foices que possuía no lugar das mãos. Cntudo elas só escorregavam e caiam no chão. Parece que ele ainda era novo demais para entender esse tipo de dificuldade e precisaria ser orientado sobre a melhor forma de levá-las até Chris.

Charizard, apesar de toda a imponência, recuou um pouco diante do grande tamanho de Pangoro. Ele tentava demonstrar confiança para seu treinador, mas só a criatura sabia o quanto estava ansioso vendo seu treinador naquela posição e a confusão que se inciou na sala sem entender absolutamente nada sobre como começou. Ele queria soltar Chris, ajudar Kraken e ao mesmo tempo compreender quem era Scyther, mas não tomava qualquer decisão. O que Chris ordenaria para cada um de seus Pokémon em campo? ◄


Campo: Salão não muito grande, com algumas caixas empilhadas, chão e teto formado por grades e paredes de aço com algumas portas. Há uma mesa de madeira com alguns pertences de Chris e suas Pokébolas estão espalhadas pelo chão.