Pokémon Mythology RPG
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[EVENTO]A Dama do Lago

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Os artistas também mereciam um descanso. Mesmo que singelo diante as dimensões de sua preocupação. Sentava embaixo de uma árvore majestosa que por sua vez, estava à beira de um lago cristalino. Clichê, mas real, e completamente revigorante. Sua mente estava tão em paz que mal sabia em que rota estava. Tinha passado por Rustboro, tomado atalhos, cansado e embriagado de tédio. Seu instrumento musical era o que mais lhe valia a atenção agora, além é claro de seus Pokémons.

Tratou de liberar a todos para aproveitarem um pouco o ar fresco da natureza. Dedilhava os acordes enquanto a sonoridade relaxava à todos. Era impressionante o poder que a música tinha, não só nos humanos mas como aos Pokémons. Dustox e Beautifly iam para cima da árvore, procurando desesperadamente qualquer coisa que tivesse um néctar açucarado. Fazia tempo que ambos não tinham sequer provado algum fruto. E junto do vento vinha algumas folhas que ambos derrubavam.

Skitty fazia o que vivia para fazer, virar de barriga para cima e dormir da maneira mais estranha e desconfortável possível. Perguntava-se sempre o quão longe iria a flexibilidade da felina para isso, mas ela dormia profundamente assim. Poochyena parecia encarar Marshtomp, que estava sentado na beira do lago. Ambos tinham uma rivalidade enquanto o Pokémon era apenas um Mudkip. mas agora, mais maduro, o aquático não queria muito essa atenção do companheiro.

Já Corphish nadava no lago tranquilamente, seu corpo boiava e por vezes afundava em mergulhos rápidos apenas para umedecer completamente seu corpo. Era bom ver todos ali curtindo à sua maneira, suas personalidades diferentes e suas motivações únicas. E o tempo fazia um de seus melhores truques, curar feridas. Já era quase hora de partir. O sol já não estava mais em riste, e a lua parecia querer seu palco.

Os Pokémons estavam completamente sonolentos. Os voadores permaneciam nos galhos cochilando, Poochyena dormia com sua face virada para Marshtomp, que por sua vez estava deitado no gramado, com os pés na água, encarando o alto, pelo visto, o único acordado.

— Bom. Podemos ir agora. Precisamos encontrar um Centro Pokémon qualquer para descansarmos seguros. - Disse ajeitando normalmente suas coisas enquanto fitava a todos. - Um, dois, três, quatro, cinco... Corphish? - Permaneceu calmo enquanto levantava-se e olhava ao redor. - Corphish! - Gritou pela primeira vez. Sua percepção da personalidade de Corphish o deixava tranquilo, ele era encrenqueiro, então poderia estar por aí brigando com qualquer selvagem, mas, não era de não responder quando chamado. - Corphish! - Gritou mais alto despertando todos os Pokémons.

Tielo apesar de garantir tal liberdade e carinho aos Pokémons, tinha um treinamento mais rígido com eles principalmente quanto a obediência. Ao olhar os dois voadores, eles entendiam o recado. sobrevoavam o local em busca do crustáceo. enquanto os que estavam em solo apenas olhavam ao redor.

— Não saiam de perto um dos outros. Não queremos que mais ninguém desapareça. - Logo todos se reuniam. Os aéreos não tinham sinal do sumido. Ele estava no lago não? Estaria dormindo descansando lá no fundo? O jovem retirou suas roupas mais pesadas e deitou-se parcialmente sobre à grama nas bordas do lado, e afundou sua parte superior no lago, com o máximo de folêgo que podia. Estava quase de noite, enxergava muito pouco lá dentro, não conseguia mais ficar ali, levantou lentamente seu rosto da água e, assim que emergiu viu uma face bem perto dele à encarar.

— Olá, viajante. Perdeste alguma coisa, por isso está tão aflito. - A jovem era branca completamente, seu cabelo escuro de um tom azulado como uma aura, parecia flutuar, ou seria outra coisa? O aspecto que dava era de alguém que estava embaixo da água. Sua roupa como uma manta branca só deixava mais claro que se não se tratasse de uma pegadinha de um Pokémon fantasma, era um espírito real.

Afastou-se de maneira instantânea. Nunca foi de gritar ou espantar-se, mas seu coração acelerava. Todos os Pokémons protegiam-se atrás de Tielo que com seus braços reunia-os atrás de seu corpo. Ele nada respondia, não acreditava no que estava vendo. Aliás, acreditava, muito mais pela reação de seus companheiros. De um frênesi para quase parando ia, ao se dar conta de que Corphish poderia estar em completo perigo, se não já tivesse passado por ele. Ofegava, quando ela mais uma vez o dirigia a palavra.

— Uma criatura passou por mim, completamente perdida, atrás de seu grande amigo. - Dizia até uma espécie aparecer nadando em volta dela. Era Corphish! Estava vivo! Mas... Diferente... Suas escamas brilhavam enquanto tinham um tom rosado, ou um vinho desbotado. Seu olhar e atitude era completamente arrogante, assim como o seu. Parecia. Mas não era. Depois de muito analisar lembrou-se das histórias dos Pokémons brilhantes. Criaturinhas muito sortudas e raras que em sua genética completamente diferente, tinham não só a cor diferente como a pele tinha um brilho inigualável. Seu Corphish era simples. Um Pokémon comum, e isso nele era especial, pelo menos para o treinador. - Este é o seu Pokémon? - O jovem ainda tinha uma expressão assustada em seu rosto, e ela manteve, balançando a cabeça negativamente sem conseguir responder. Seu pulmão parecia já não ter nenhuma particula de ar quando o semblante dela muda, para um sorriso completamente maquiavélico, enquanto responde em um tom de deboche. - A alma de um artista honesto deve ser preservada, parabéns, treinador. - E seu corpo novamente afundava-se aos poucos até sumir completamente junto do Pokémon.

Estava prestes a chorar, porém em momentos, algumas bolhas surgiam na borda e o dito cujo aparece, com cara de quem estava em um longo sono, e nada houvesse acontecido. Sacudia-se na borda retirando o excesso de água e procurava a mochila do jovem para descansar em sua Pokébola, independente como ele era.

— Ei! - Gritou, espantado, juntamente dos outros cinco, que o analisavam. Corphish olhou com cara de péssimos amigo e ignorou completamente, entrando dentro da bolsa, e continuando seu sono mesmo sem achar a Pokébola. Skitty respirava aliviada, de fato, era seu Corphish. O jovem pegou suas roupas e sua mochila e correu dali sem pensar duas vezes, rumo à direção mais próxima. Acompanhado de todos seus Pokémons e de maneira bem desajeitada.



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Hoenn ainda tinha muito a oferecer! Já havia se passado alguns meses desde a minha saída de Kanto para Hoenn, de férias, quando eu percebia que quanto mais eu tentava procurar alguma atividade recreativa naquela região, mais atividades recreativas apareciam.  Fiquei feliz ao saber que aquele lugar era tão atrativo aos turistas. Com isso, eu me sentia bem desbravando rotas, explorando cavernas, ajudando pessoas e tudo isso sem pressão.

Era apenas uma manhã de sexta. Sol quente, céu azul, brisa refrescante. Era possível sentir cheiro de água doce e o frescor carregado pelo vento, no entanto, eu já estava andando por horas e não encontrava a fonte. Era engraçado, porque pelo Pokénav não havia rios ou lagos por ali e estávamos ainda muito longe do litoral. Como explorador experiente eu sabia que tinha alguma coisa estranha, mas já tinha caminhado tanto que eu tinha que fazer uma pausa obrigatória de qualquer jeito.

Como não tinha encontrado uma fonte de água potável, deixei para descansar debaixo de algumas árvores e não era justo ter toda aquela calmaria só para mim: era hora de agitar tudo! Erguia as esferas bicolores para o alto, onde se abriam com ferocidade. O raio de luz caia no chão liberando os Pokémons selecionados para aquela aventura não programada. Elena foi a primeira a dá sinal de vida. A pachirisu tinha TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – o que significava que ela não parava quieta. A velocidade dela fazia com que Elena se tornasse um vulto branco no meio daquela planície. Misdreavus estava incomodada com a luz do dia. Tinha hábitos noturnos e gostava de acorda mais tarde por isso, no entanto, quando ela viu Vanillite e Mudkip sujos de lama, ela não conseguiu se conter. Voando em alta velocidade, envolvia ambos com seu Psychic e logo surgia com um escovão de banho e sabonete, pronta para ser a dona de casa com Transtorno Obsessivo Compulsivo por limpeza. Começava a pensar que eu tinha tendência a ter Pokémons com algum distúrbio psiquiátrico.

E por falar em distúrbio psiquiátrico, lá tinha o mais recluso Pokémon da minha equipe: Ninetails. O Pokémon de nove caudas parecia bem na dele. Olhava com rigor o que acontecia ao seu lado e não parecia se importar. Togekiss era o contrário dele. Ajudava Miss a limpar tanto Vanillite quanto Mudkip, mas foi pega de surpresa por Elena e sua fissura em querer pilotar um avião.

A esquilo logo pousava em cima de Togekiss de súbito dando uns choquinhos. Logo isso impulsionava a Pokémon a voar alto, enquanto parecia que cada choque novo era como se controlasse o nervo do Fairy e dessa forma manipulasse seu voo, mas de modo muito mais feito. Pachirisu não era de longe um piloto e aquilo me preocupou.

- Ei, Elena, pouse, agora e pare de perturbar Togekiss!


Mas a resposta não foi muito obediente. Elena soltava outro choque e Togekiss, tentando se desvencilhar do bebê hiperativo, rodopiou e Elena escorregava, caindo na floresta mais adentro. A dor no meu coração foi instantânea. Saia correndo atrás, com medo de ter se ferido ou algo do tipo.

- Miss, você está no comando!

Nem tinha ouvido a resposta do Ghost, e partia entre as árvores, tentando calcular levemente onde foi que aquele Pokémon tinha caído. Tentei ser o mais rápido possível, no entanto, as árvores estavam cada vez mais juntas e uma névoa começava a subir. Foi quando eu vi um grande lago, coberto de névoa, um brilho parecia fazer aquela cena mais linda ainda. Estava ofegante, demorei a perceber que a temperatura tinha caído bruscamente. Logo avistei a Pokémon esquilo, abraçada em um galho de uma árvore, tremendo e choramingando para não cair naquele lago frio.

Uma vez localizado a pequena, sai me esgueirando entre as árvores, um pouco mais tranqüilo. Tentei convencê-la a caminhar e de volta, mas o galho era longo e fino. Certamente quebraria! Eu tentei pensar em um método, foi quando ouvir o primeiro estalo. Crac! O galho começou a se romper, pachirisu se agitou mais. Meu coração disparou. Ela iria cair no meio do galho. Enquanto tentava confortar a pequena para ficar mais calma, segundo crac! Mais agitação e eu tentando acalmá-la enquanto escalava a árvore e me esgueirava entre os galhos mais resistes.

Crac.


O último romper do galho ressoou mais alto que os anteriores. Percebia que tudo pareceu ocorrer em câmera lenta. Ouvia passos. Corridas na floresta. Não quis olhar, afinal, o maior foco estava em minha frente: Elena. Via a feição da pequena de desespero com confusão enquanto em minha mente ela caia em direção ao lago. Mais passos... Uma sombra passou por cima de mim. Ninetails abocanhava a pequena Pachirisu no ar e jogava para mim, enquanto ele caia no lago.

Elena caia no meu colo na árvore. Chorava e chorava enquanto eu tentava aconchegá-la.

- Elena, preciso que seja forte. Ninetails caiu na água.

A Pokémon bebê tentava se controlar, enquanto eu deixava ela nos galhos mais resistentes e tentava olhar para o lago à procura do salvador dela. Nada! Não havia bater de patas, nem tentativa de sair dali. Vi Ninetails caindo, mas não tinha mais certeza do que tinha visto. Assim, peguei minha corda, um nó na cintura, outro na árvore, me joguei. A névoa chegou se afastar com meu impacto e depois cobria a superfície do local. Comecei nadar desesperadamente, enquanto ouvia Pachirisu gritar, como se acreditasse que eu tivesse caído por acidente. Aquela água era realmente fria, como inverno. Voltei na superfície para respirar.

- NINETAILS.


Gritei na tentativa de obter resposta. Nada. Voltei a nada mais fundo. Visibilidade ruim. A corda não me permitia ir mais fundo. Retornei a superfície. Mais um puxar de fôlego. Pachirisu gritava mais. Cortei a corda. Agora iria descer mais. Meus braços pareciam mais fortes naquele momento, certamente a adrenalina. Aproveitei aquele aumento de poder e nadei, nadei e nadei, o mais profundo. Visão turva... Não achava nada, mas via uma luz se expandindo do fundo para a superfície e tive a impressão de que algo passou por mim, saindo do fundo do mar, para a superfície.

Retornava quase sem ar. Demorei para acreditar no que estava vendo. Uma mulher como se fosse um espírito vindo ao nosso mundo de seu próprio. Ela fixava seu olhar em mim, que assustado, fiquei sem reação.

-Jovem treinador, pude ver que você esteve em desespero buscando por seu amigo. Encontrei alguém que também parecia estar perdido.
Diga-me, é este aquele por quem você procura?

Meu olhar parecia confuso. Um Ninetails surgia de detrás da mulher e como ela pareciam ambos caminhar sobre o lago como se fosse uma plataforma sólida, enquanto eu permanecia apenas com a cabeça pelo lado de fora e usando meus braços para permanecer boiando. Engolia em seco diversas vezes. Não era o meu Ninetails. Sua cor cinzenta o deixava mais fantasmagórico que a mulher. Não poderia deixar de notar que era lindo e muito mais poderoso. Seus olhos de cores diferentes era o que mais me chamava atenção. Um era azul, mais azulado que o lago. O outro era castanho, muito vivo, como se fosse uma madeira em chamas.

O grito de Pachirisu me trazia de volta para a realidade: - Não! – respondia de modo impulsivo. – Mas preciso de ajuda!

Infelizmente, a mulher apenas riu de deboche e a névoa envolvia ela e o Pokémon shiny. Eu fiquei olhando para os lados, procurando saber onde ela se foi. Mas não obtive respostas. Sem mais o que fazer, retornei ao lago. Nadei muito e muito. Não iria desistir. Tentei chegar ao fundo, mas parecia que o fundo não tinha fim. Mais uma vez ouvi os gritos de Pachirisu, que se misturavam com o choro. O fundo do lago não chegava. Tentava segurar o ar. Parecia que a última fração de oxigênio tinha sido consumida... Lá estava eu, entre o fundo e a superfície, sem forças para sair dali. Engolia mais água. Era uma sensação horrível. Me agitei. Tentei usar minhas últimas forças para voltar. Ouvia o grito de pachirisu por uma última vez.

...

Meus olhos abriam se de forma vagarosa. Sentia que meu corpo estava mais leve, embora ainda molhado e frio. No ar, eu flutuava passando por cima do lago e começava a tossir, expulsando a última quantidade de água dos meus pulmões. Missdreavus usava seu Psychic para me tirar dali, mas o desespero bateu quando eu vi Pachirisu do outro lado, na margem, e me fez lembrar de Ninetails... Tentei me desvencilhar, mas ela tentava me acalmar. Mas a única coisa que me acalmou foi ver aquela raposa de nove caudas sair da floresta com minhas toalhas em seu corpo e seu pelo inchado. Ele estava bem!

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Wonderland

Blue Golden Blue Mad



O doce vento me animava cada vez mais e dava forças para caminhar entre as árvores que ultrapassavam os limites da minha fazenda. Eu sabia que havia vários bosques espalhados pela região rural, então não fazia mal explora-los um pouco.

Meu coração ainda sentia saudades das tardes em Santalune, então era natural que a minha mente e o meu corpo fossem me guiar para um lugar muito parecido com o meu refúgio favorito quando criança. Os tons de azul desapareciam entre o laranja, e pequenas notas rosadas, no céu, o por do sol tinha um encanto mágico fascinante.

Ao meu lado o coelho feérico em tamanho família andava calmamente, escutando tudo com a mesma admiração. Para alegrar ainda mais o passeio um passarinho pequeno e felpudo aninhava-se em meus cabelos, cantarolando em conjunto com as outras aves, porém em um tom melódico.

Para garantir que nada desse errado, uma figura felina nos seguia pela penumbra, seus olhos brilhavam na escuridão das sombras dos arbustos que se enfiava. Ela podia jurar que eu não havia notado a sua presença, mas eu passei muito tempo ao seu lado e aquele traço da sua personalidade se manifestava desde os primórdios da sua existência, reconhece-la era uma tarefa bem simples agora.

Os sons naturais, a canção de Celerie, a companhia indireta de Reina, a bela paisagem... Tudo estava tão bom, até Kawi decidir correr desesperadamente e entrar em uma grande toca que levava para uma gruta mística. Havia alguns cogumelos estranhos em volta e uma Beautifly voando em direção à um lago. Acho que eu já li alguma história parecida antes...

Para a minha surpresa, não era o Azumarill o Pokémon a seguir a borboleta, mas o Swablu. O Bug Type pousava em uma flor azul que flutuava no lago para sugar o seu néctar e o passarinho de algodão tentava imita-lo, mas por descuido acabou caindo na água e afundando.

Não pensei muito e pulei em desespero atrás do azulado, mas quando abri os olhos, ainda na superfície, para procura-lo, um evento sobrenatural me impediu. Uma moça de cabelos azuis e vestida de uma longa túnica branca surgia, uma aura calma a envolvia e ela sorria tranquilamente.

- Está perdido, viajante? – Ela perguntou, a voz doce me fazia pensar que ela pudesse ser alguma fada, espírito ou ninfa... Qualquer criatura mitológica de aspecto bondoso. –Ou você está procurando por esse pobrezinho aqui? Ele caiu na água e eu o ajudei...

A figura que aparecia era muito semelhante à de Celerie, sua expressão animada e positiva estava ali, seu lindo par de asas de algodão nem estava mais molhado. Mas, havia algo muito diferente nele. O seu corpo antes azul, agora estava dourado. Aquele não era o meu Swablu... Embora suas cores fossem bem únicas e atrativas.

- Sinto muito... Celerie é azul, esse deve ser outro Swablu... – Respondi, ainda aflito por não ter encontrado o voador.

- Oh... Boa sorte na sua procura então. – Foram as suas últimas palavras, antes de desaparecer nas ondulações da água do lago.

Um clarão surgiu e quando eu recobrei a consciência eu já não estava mais na água, minhas roupas estavam secas e Reina estava sorrindo para mim, o maior sorriso dela que eu havia visto até então. Celerie e Kawi brincavam, fora da gruta e uma quarta figura estava com eles. Myrtil estava dançando, o que não fugia muito do seu comportamento, mas ele usava uma cartola gigante... Onde ele havia conseguido aquilo? Como ele havia parado ali?

Inalei o ar com mais calma e percebi que agora eu já não estava mais dentro da gruta, mas fora dela. O Braixen me olhava com preocupação, todos seus adornos haviam desaparecido, ao lado do trio. Olhei uma última vez para a passagem secreta e vi seus cogumelos soltando esporos multicoloridos e brilhantes... Tudo havia sido uma alucinação qualquer?

Off :


(C) soph


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Úlimo final de semana tranquilo em Rustboro, Lucas tinha decidido relaxar um pouco antes de se aventurar por rotas desconhecidas. Combinou com seu pai que pegaria Pérola pelo fim de semana enquanto visitava uma ilhazinha particular escondida por uma neblina suspeita. Pérola era o nome da lancha da família que seus pais usavam para pescar de vez em quando. Ser rico deixava realmente a vida bem mais interessante. Dia de sol, sem nuvens e com o noticiário avisando que o mar deveria estar calmo até o final do mês. Dia perfeito para relaxar no mar.

- Partiu Pody? – Perguntou o jovem estrategista para seu capitão e amigo.
- Só se for agora. – Respondeu o homem enquanto dava partida no motor e acelerava a embarcação.

Pody era motorista particular da família e capitão de navio quando necessário, adorava levar Lucas até a ilha misteriosa. Ekans era outra que adorava esse tipo de passeio, nadava quase tão bem quanto um peixe. Era bem engraçado ver ela se articulando sobre a superfície enquanto assustava os peixes com seu olhar intimidador. Depois de 40 minutos em velocidade máxima á Oeste, a Neblina branca começou a tampar o céu azul de antes. Era realmente fantástico aquele fenômeno. Lucas sempre quis saber o que de fato originava a condensação misteriosa. Mais alguns minutos adentrando ao ar denso, foi o necessário para o jovem rever a famosa Ilha da Fumaça. Como era chamada pelos poucos navegadores que sabiam sua localização.

- Chegamos. Qualquer coisa estarei aqui.
– Disse Pody enquanto amarrava uma corda na lancha e num pedaço de madeira do píer da praia.
- Valeu Pody, mais tarde voltamos.

  Ekans não esperou um minuto para pular do ombro do jovem para a areia e rastejar mata a dentro. Lucas tirou seu traje formal e com uma sunga vermelha pulou para o píer e correu atrás de sua serpente. A dupla já tinha praticamente decorado a ilha de ponta a ponta, pelo menos era o que eles achavam. Depois de boas horas de caminhada, Lucas percebeu uma coisa que nunca tinha visto, uma espécie de caverna entre algumas árvores escondida pela neblina. Aquilo já deixou ele muito eufórico. – Ekans, chega ai garota. – O monstrinho rastejante voltou para os ombros do jovem enquanto caminharam juntos para dentro da caverna. Lá dentro a neblina era bem mais densa, o que não deixava muito espaço para Lucas apreciar a paisagem, entretanto o jovem percebeu que quanto mais andava, mais adentrava na água, parecia estar em uma espécie de lago subterrâneo ou algo do gênero. Ekans pulou sem hesitar na água e começou a procurar pelo fundo.

- Ekans, volta aqui garota, não conhecemos essa caverna direito. Ekans! Ei garota!
– Já era tarde, ela tinha mergulhado de mais e não ouvia o que seu treinador gritava.

  Enquanto Lucas começava a entrar em desespero por não conseguir achar sua serpente, uma voz estranha e suave vindo de mais a sua frente lhe assustou. Lá a neblina era quase uma cortina branca e nada era possível de ser visto.

- Ambicioso... Leal... Justo... – Sussurrava a voz misteriosa.

- Tem alguém aí? – Perguntava o jovem depois de se recuperar do susto. – Ekans! Volte aqui, preciso de você! – Lucas estava realmente preocupado com a situação, e como estava sem pokemons não poderia se defender caso precisasse.

- Não precisa ter medo Lucas, siga minha voz... Eu tenho um presente para você...

  A voz ficava mais clara conforme o jovem adentrava no lago e a água subia seu corpo, era uma voz feminina e bem melódica por sinal.

- Ekans!

  De repente uma força estranha puxou o jovem para dentro d'água e após alguns estantes Lucas conseguiu voltar a superfície. E o mais estranho era que a névoa começou a mover rapidamente e se transformou em uma mulher fantasmagórica. Linda por sinal, parecia com uma ex-namorada que o jovem teve no passado. Sem conseguir dizer nada e sem entender o que estava acontecendo, Lucas ficou estático.

[EVENTO]A Dama do Lago - Página 2 Dama11

- Eu sei que você gosta do que vê... – Disse a mulher misteriosa flertando. – Você é uma pessoa boa meu garoto, e bastante ambicioso, merece um presente. Salvei seu pokemon e estou lhe devolvendo. – Nesse momento a neblina se configurou dessa vez em um pokemon nos ombros da mulher. Era Ekans, que rastejava até a água e vinha na direção do jovem, mas estava diferente, verde!

- O que está acontecendo? Que diabos é isso? Um Caterpie atrofiado? Essa não é minha garota! Ekaans! – Nesse momento a serpente que nadava rapidamente se dissipou em neblina novamente.

- Além de tudo é honesto e protetor... Você é uma pessoa intrigante jovem Lucas. Nos veremos de novo.
– A neblina voltou a ficar forte e nada mais era visto novamente, apenas uma sombra de Ekans na entrada da caverna.

- Sssss!

- Ekans! – Lucas tinha certeza que agora sim era seu pokemon, sabia identificar seu som de qualquer lugar. Nadou rapidamente para a entrada da caverna para ver o que tinha acontecido com sua serpente. Lucas ainda não acreditava em tudo que estava acontecendo.

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Eu amo evento narrativo e irei defendê-los e representá-los. Oh, desculpe a história fraca, acabei de inventar, eu não tinha muito tempo ):

Historinha :

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[EVENTO]A Dama do Lago - Página 2 9eyrpIv
O Mahiro é o melhor do mundo <3

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Igneel tinha grandes sonhos, ele estava de passagem pela região de Rustboro, com sua cisne aquática Lyanna, os companheiros costumavam sobrevoar os arredores em busca de lagos para o descanso da voadora. Lyanna era muito boa em encontrar lagos, assim achava rápido um onde pousavam, Kimimaro o grovyle do treinador adorava estar junto de seu treinador nesses momentos de relaxamento. Eles nadavam felizes e Lyanna dormia, até que algo estranho aconteceu, algo parecia brilhar á distância no centro do lago. Seu pokémon aquático estava dormindo e Kimimaro era curioso suficiente para bisbilhotar sozinho.

"Kimi!" gritou ele, queria que seu pokémon tomasse cuidado, não era um grande nadador, portanto qualquer perigo poderia ser perigoso. O gramíneo se aproximou cada vez mais do ponto brilhoso e, ao estar perto o suficiente, deu um salto que logo o levou ao fundo da água após a queda, ocasionando no desaparecimento do brilho.

Igneel esperou e esperou e nada de seu pequeno companheiro retornar, preocupado com o que poderia ter acontecido, nadou em direção ao local onde a frágil criatura desapareceu. Mergulhou e nada de vê-lo. O desespero começou a bater e pensamentos da possibilidade de o companheiro já não estar mais com ele o assombravam, Lyanna acordava e estranhava a situação. Não sabendo o que havia acontecido.

Antes que Igneel pudesse explicar e ordenar que Lyanna fizesse algo, um círculo luminoso foi formado nas águas à sua frente e dele surgia uma mulher como se fosse um espírito vindo ao nosso mundo de seu próprio. Ela fixava seu olhar no jovem que, assustado, não tinha reação, nenhuma até ela falar.

-Jovem treinador, pude ver que você esteve em desespero buscando por seu amigo. Encontrei alguém que também parecia estar perdido.
Diga-me, é este aquele por quem você procura?

Do mesmo modo que ela surgiu, assim se fez um Grovyle, mas não era qualquer deste pokémon, era um com coloração mais intensa tipo aqueles chamados shiny. Os olhos do treinador souberam de imediato que aquela não poderia ser o Kimi, estava à frente de um pokémon shiny, e seu pokemon não possuia essas características. O grovyle parecia em transe e não demonstrava qualquer reação. Assim o treinador respondeu.

-Não, não é ele.

Estava nervoso e rapidamente como que ignorando a mulher ordenou a Lyanna que mergulhasse e encontrasse seu parceiro, esta mau começou a procura logo parou com o que se aconteceu a seguir.

-Por meio dessa resposta posso ver quem realmente você é. Apenas um garoto que procura com preocupação um amigo perdido. Ele merece estar com alguém como você, pequeno treinador e grande coração.

Dito isto, ela retornava ao fundo do lago da mesma forma que dele saiu, junto dela o gramíneo apenas boiava até recobrar o sentidos, nesse momento uma grande nuvem escura cobriu a bela luz do luar. O garoto ficou desesperado, mas logo Lyanna trazia um Grovyle que respondia alegre ao clamor do treinador. Igneel já n tinha iluminação adequada e a penumbra reinava mas sabia que aquele era seu pokemon o retornando para pokebola para que pudesse descansar, sobre o grovyle de coloração diferente ele não conseguia enxergar mais nada, foi como desaparecesse.

Desde aquele dia, ele esteve treinando seus outros pokemons para os desafios de ginásio, aguardando sua vez Kimimaro apenas descansava no storage do treinador.


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Adoro evento narrativo, contudo, infelizmente não estou com tanta criatividade assim para bolar algo super legal. Kkkkkkkk Mais taí! ^^

POKEMON: Pangoro
LUGAR: Praia de Slateport City


No início era tudo escuridão. Num forte clarão todo um cenário parecia estar sendo levantado ao redor do pequenino que se fazia presente. O garoto em questão era Lysander Lestrange, aparentemente com seus 7 (sete) anos de idade. Seria aquilo um sonho? Esta parecia ser a mesma pergunta que o rapazinho se fazia, a observar um mar de areia surgir a seus pés e cobri-los. Atrás de si, árvores cresciam em uma velocidade inigualável e inacreditável, como tudo ali até então. Aos poucos, vindo do horizonte de luz, uma onda aproximava-se cada vez mais de si. O jovenzinho, temendo a grande onda, tentara correr, mas notara que seus pés estavam presos naquele mar de areia. Começara a se desesperar quando notara que a onda estava demasiada próxima, um desespero típico de uma criança; contudo, tal desespero mostrara-se inútil, pois tanto a areia não o soltara, quanto a onda também não o atingira, pois automaticamente, como se tivesse esbarrado em uma parede de vidro, a enorme onda se quebrara, fazendo com que as águas se acalmassem e assim nivelassem ao alcance de seus pés, movimentando-se para frente e para trás, banhando a seus pés e possibilitando que ele pudesse enfim se mover por aquele lugar.

Com seus pés livres, o garotinho dava alguns passos em frente sobre a areia agora úmida pela água salgada que a banhava. Seus olhos pareciam lacrimejar, pois estava ali sozinho. Procurava por alguém conhecido, a lhe dizer que estava tudo bem. Por um breve instante pensara em clamar por sua mãe... Mas então, lembrou-se de que ela havia falecido... Nunca mais ela responderia por seu chamado. Pensou em chamar por Lorcan, seu pai, mas ele parecia disposto a esquecer de sua existência. Estava só naquele local, sem ter a quem chamar, e esta sensação apenas fazia crescer seu medo daquela solidão que o atingia. Uma vez mais ele encarou o horizonte, e pôde perceber que como aquarela, a luz parecia estar sendo pintada de um tom azul celeste, com diversas pinceladas brancas em forma de nuvens. Era este o céu? Ele sempre fora assim tão belo? Mas... Seria este o mesmo céu que cobria Trovita Island, seu lar?

Aos poucos, uma brisa suave e marítima atingira sua face, e sombras fantasmagóricas começaram a surgir diante de seus olhos. Estas silhuetas branco-peroladas, transparentes e gasosas, também aos poucos parecia estar ganhando uma fisionomia mais física, até parecerem completamente reais. Finalmente tudo ficara bem nítido ao jovem rapaz, era como ele estivesse em uma praia, com diversas pessoas de biquínis, sunga e calções, a se divertir naquele belíssimo cenário, que apesar de belo, apenas o afligira.

Rapidamente, diante de todas aquelas pessoas, ele tratara de limpar suas lágrimas nas mangas de seu pijama de patinhos. Afinal, se seu pai havia lhe ensinado algo, era que não deveria expor seus sentimentos em público, principalmente lágrimas. Mordendo seus lábios, ele aproximou-se de uma pessoa qualquer e lhe disse. - Oi, moça... Você poderia... - Mas a pessoa não parecia lhe ouvir. - Moça, oi! - Tentara ele mais uma vez... Porém nada ocorrera. Tentou a próxima pessoa, e a próxima, e a próxima, e a próxima. Nenhum deles o ouviam. Ninguém mais o ouvia. Uma vez mais o desespero da solidão o atingira, fazendo com que seu rosto se ruborizasse e prorrompesse em lágrimas. Suas frágeis pernas o guiava por entre todos aqueles "fantasmas", vez que seus olhos fechados e as lágrimas certamente atrapalhavam sua visão.

Nenhuma daquelas pessoas o notava, e tampouco ele parecia ser capaz de tocá-los, vez que seu corpo simplesmente os atravessava. Eis que... BAM. Finalmente trombara em algo físico, fazendo com que seu corpo ricocheteasse para trás, caindo de bunda ao chão, onde ali ele se encolheu e ficou em posição fetal, suas lágrimas a lavar toda sua face a este tempo. Mas algo lhe surpreendera, algo o cutucara, e após alguns instantes, este mesmo "algo" alisara seu cabelo. Uma sensação de tranquilidade parecia estar abatendo sobre o garotinho com aquele toque, e ao abrir seus olhos, deparou-se com um enorme urso panda, de pelugem cinzenta e olhos omissos, mas ainda assim um semblante de preocupação, como se lhe dissesse "Ei, está tudo bem?"

- Você... Você... Você pode me ver? - Dissera ele, com um tom de voz infantil e choroso. Se não fosse a sensação de tranquilidade que o atingira, certamente teria fugido a gritar diante daquela grande criatura. O ursão, porém, imediatamente cruzara seus braços e observara o rapazinho, curioso, como se não entendesse aquilo que o garotinho dissera, então logo tratou de acenar positivamente e balançar seus ombros largos. Era claro que ele o via, que pergunta mais boba, afinal, eles haviam inclusive se esbarrado. O pequenino Lysander, então desatara a chorar uma vez mais, mas desta vez de alívio. O grande Pangoro parecia confuso diante da situação, sem saber como proceder, então simplesmente ficara a desviar olhares entre o garotinho e um rapaz que estava deitado sobre uma manta na areia, a seu lado. Instintivamente, o "ursinho" começara a dar alguns saltinhos ao redor do garoto e fazer a ele algumas caretas e gestos engraçados.

Logo, as lágrimas deram espaço a um sorriso bobo à face do garotinho, que parecia se divertir com aqueles movimentos. Mal percebera ele, mas o jovem que parecia acompanhar o grande urso observara a cena de Pangoro, também com o mesmo sorriso bobo em sua face. Era aquele o mesmo Lysander, porém com seus 21 anos. Bacchus, como também era conhecido aquele urso em específico, estava feliz por ver que havia sido capaz de tranquilizar o garotinho, e aproveitara isto para aproximar-se ainda mais do garoto, e com sua mãozorra, limpar as lágrimas do garotinho, que apesar de relutante, permitira o gesto carinhoso do grande urso. - Que... Quem é você? - Perguntara o garotinho, acabando de enxugar suas lágrimas as mangas de seu pijama uma vez mais. - Pan... Go... Ro. Pangoro. - Respondera ele, à sua própria maneira.

- Pangoro? - Pronunciava o garotinho, obtendo ao fim um aceno positivo do urso, confirmando que era este seu nome. - Eu sou Lysander. - Imediatamente a parte do rosto de Pangoro que se equivaleria à sua Sobrancelha, se arqueara, mantendo um aspecto de perplexidade enquanto desviava olhares entre o garotinho e o rapaz sobre a areia, que assim como todos os outros ali pareciam não notar o garotinho. O grande urso então abaixara-se, ficando de quatro ao chão para poder ficar mais ao nível do garotinho e examinar-lhe o rosto. Era realmente muito semelhante ao do grande Lysander, tanto que levantando-se ele tentou ir empurrado gentilmente o garotinho até seu treinador, e apontava repetidamente de um para o outro, como se estivesse os apresentando. - É inútil... Eles não podem me ver. - Dissera o garotinho, lançando um rápido olhar ao ursão, ao mesmo tempo em que o grande Lysander, mal compreendendo seus gestos, simplesmente dissera - Tudo bem, Bacchus, pode ir dar um mergulho. Só não se afaste muito, certo? Vá na frente que daqui a pouco eu também vou, garotão.

O urso bufara e então se virara ao mar. O garotinho repetia seus gestos e também se colocava a examinar as águas do mar. - Sempre gostei do mar... - Suspirara o garotinho, aproximando-se das pernas de Pangoro, ao ponto de se escorar nele, e o grande urso instintivamente colocar sua mão gentilmente sobre o ombro do pequenino Lysander, acariciando-o. Pois a decisão de Pangoro estava tomada. Fazendo seus dedos de pinças, pegara a gola do pijama do garotinho e a erguera, retirando-a. No momento seguinte, apontou ao mar e até lá correu. De início, de uma forma tímida, o garoto pareceu duvidoso, mas após alguns instantes, correra até o urso, que quando próximo o suficiente, o agarrara e depois o girara e por fim o retornara à água. Os dois pareciam se divertir de uma forma quase mística, e para Lysander, era como se não se divertisse já há muito tempo.

Eis que algo ocorrera. Do nada, Pangoro mergulhara e simplesmente desaparecera de sua vista. O garotinho esperara um pouco mas logo começara a se desesperar uma vez mais... Havia a única pessoa capaz de vê-lo e diverti-lo desaparecido? Tomado pela emoção, o garotinho mergulhara, e para sua surpresa, sua respiração naquele lugar parecia diferente, não parecia precisar prender sua respiração, podia permanecer ali por quanto tempo desejasse, e estava decidido a usa-lo para procurar por seu Amigo. Seus olhos, contudo, não demoraram para encontrar algo que lhe chamara sua atenção. Uma espécia de portal se fazia presente naquele lugar, e de seu interior uma moça surgira. Ela certamente era bela - Não mais bela que sua mãe, mas bela -, e havia um olhar curioso em seu semblante.

- Olá, meu rapaz... Procura por algo? - Dissera ela, sua voz a ecoar aos ouvidos do garotinho, que a observava assustado. Ela também era capaz de vê-lo, mas diferente de Pangoro, o garoto não sentia o mesmo, a única coisa que aquilo o trazia era confusão.

- Sim... O nome é... É... Panga-ro... Pangoro! Estou procurado Pangoro, meu amigo. - Confessara ele, apesar de seus sentimentos.

- Entendo, entendo... Acabo de encontrar alguém que também procura por alguém... - E no momento seguinte, algo a mais surgira daquele portal, controlado pela moça que surgira. Era um enorme urso, bem semelhante a Pangoro. - Seria este, aquele que você procura?

- Pangoro! - Bradara ele instintivamente. Contudo, assim que se aproximara o suficiente pôde ver que era diferente do que lhe fora apresentado antes, sua pelugem e mãos eram de cores diferentes das que lembrava. - Não! Este não é meu amigo! - Bradara ele, e no momento seguinte, lançando-lhe um sorriso compreensivo, o cenário todo parecia mudar uma vez mais. Uma forte luz emanava aquela mulher, e no momento seguinte, o garotinho acordara em seu quarto, sua respiração precária e seu corpo a transpirar. Estava uma vez mais na mansão de seu pai. Estava uma vez mais sozinho...

- Pangoro... - Suspirara o jovenzinho, uma lágrima a despencar por sua face estranhamente pálida.

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[EVENTO]A Dama do Lago - Página 2 EMg4KZc[EVENTO]A Dama do Lago - Página 2 41lIBvE

description[EVENTO]A Dama do Lago - Página 2 EmptyRe: [EVENTO]A Dama do Lago

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Após muitos meses, Blake McBride finalmente havia conseguido se adaptar bem a sua rotina na carreira de criador e passou a planejar melhor seu tempo livre. Apesar de ter deixado o meio acadêmico há certo tempo, a biologia marinha ainda era uma de suas principais paixões, então assim que surgiu um tempo livre em sua rotina na fazenda, McBride aproveitou para passar alguns dias em Riyado, na escola de mergulho.

Após comprar o equipamento, o criador foi até um grande lago que havia próximo da cidade para ter sua primeira aula. Pontual, o jovem chegou no local indicado meia hora antes do início de sua aula e achou estranho que não havia ninguém ali. Logo se passaram duas horas e nenhum sinal nem dos alunos e do professor. Sem saber o motivo do ocorrido, o treinador resolveu chamar seu companheiro de aula para fora da pokébola para que pudesse explicar para ele o que houve.

- Chinchou, infelizmente não teremos nossa primeira aula de mergulho hoje...

Disse o treinador, dialogando com a criatura aquática que havia ganhado de seu amigo Nicholas. Ele e Blake nunca dialogaram muito e foram raros os momentos de interação, limitados, em sua grande maioria, ao trabalho de irrigação dos lotes de plantio da fazenda. Talvez por isso o tipo elétrico tenha virado de costas para o treinador e seguido alegremente até o centro do lago. O jovem nativo de Slateport cogitou chamá-lo de volta para sua pokébola, mas algo inesperado aconteceu: uma força misteriosa puxou Chinchou para o fundo do lago e ele simplesmente sumiu de vista do treinador.

Assustado com o ocorrido, o rapaz logo saltou no lago e começou a nadar em busca da criaturinha, mas ela havia simplesmente desaparecido. Blake cogitou usar o equipamento de mergulho sem nunca ter feito uma aula, mas antes que o fizesse, percebeu a presença de uma linda - e estranha - mulher na beira do lago. Ela chamava o jovem para a margem e ele foi até sua direção. A aparência da mulher era peculiar: seus olhos eram azuis como oceano, seus cabelos eram verdes com a mais brilhante das esmeraldas e seu vestido parecia ser revestido de diamantes.

- O seu pokémon sumiu no fundo do lago? - Foi a pergunta da mulher misteriosa, que recebeu um aceno positivo de Blake como resposta. - É um Chinchou, correto? Seria aquele ali?

Do fundo do lago, um Chinchou com um tom de pele esverdeado emergiu. McBride logo identificou o exemplar como um pokémon shiny e ficou impressionado. Apesar de já ter uma Klefki de coloração alternativa, ver outro pokémon exótico daqueles o impressionava. Mas o que mais deixou o criador impressionado com aquele pokémon, foi o fato do Chinchou shiny ser brincalhão e carinhoso. Ele parecia gostar e respeitar demais o seu treinador!

- É ele sim, moça! Obrigado por ser preocupar! - Respondeu Blake, de forma inocente.

- Estou decepcionada. Esperava mais de você. - Foi a resposta da mulher, com muita raiva em sua voz.

A dama misteriosa simplesmente estralou os dedos e o Chinchou desapareceu. McBride ficou apavorado com o ocorrido e perguntou para o mulher o que houve, mas ela não estava mais ali.

Desesperado, o treinador voltou para o Centro Pokémon e, por alguma razão, Chinchou estava são e salvo em seu storage. Sem entender ao certo o que aconteceu, decidiu contar sua história para a Enfermeira Joy, que apenas respondeu o rapaz com uma frase que o intrigou:

- Lago? Não existem lagos na cidade de Riyado...

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Tinha sido mais um dia cheio de histórias pra contar. Timothy estava sentado na cama que seria seu local de repouso naquela noite, em alguma cidade qualquer de Hoenn. Ele anotava algumas coisas interessantes que viu pelo seu caminho naquele dia, enquanto ponderava sobre o que estava por vir. Claro, não demorou muito para que o sono o tomasse de assalto, já que a noite já se estendia às onze horas da noite, e o menino não tinha o costume de ficar acordado até tão tarde. Para alguém que dormia às oito normalmente, era quase um ultraje para o seu organismo estar acordado a uma hora daquelas.

O garoto repousou seu corpo já fatigado nas cobertas que estavam sobre aquele colchão, e ele não precisou pensar muito antes que o seu cérebro desligasse de tudo e entrasse no transe característico do sono, de forma que nem o próprio dono do corpo repara até acordar. Infelizmente, devido a isso, o pequeno abajur que iluminava os últimos momentos do jovem naquela noite ficou ligado. Inconscientemente, o jovem virava de um lado para o outro, ajeitava o seu corpo durante o sono e balbuciava projetos de frases, essas coisas comuns do sono profundo.

Lá pelas três da manhã, um frio na espinha acordou o garoto de súbito. Ele pode verificar rapidamente no relógio digital que estava no criado-mudo que eram três e quarenta e sete da manhã, antes que todo o quarto desaparecesse diante dos seus próprios olhos, e ele mesmo perdesse a consciência e a visão do seu próprio corpo. Era como se ele tivesse desaparecido dali e virado um espectador, em um mundo estranho que começava a surgir bem diante dos seus olhos.

Aos poucos, grandes partículas outrora transparentes tomavam a forma do que parecia um borrão, uma obra de arte moderna que foi se misturando até que tomou a forma de um lugar que Timothy estivera há uns bons anos. Era nada mais, nada menos do que a Rota Oito, lugar que ligava a cidade de Icirrus com a Ponte Tubeline, lugares que o garoto visitara algumas vezes quando jovem com a sua família. Parecia estar no inverno, já que o branco abundante tomava conta da sua visão, e o lugar que geralmente era bem verde-escuro devido à sua afinidade com o que seria um pântano dava lugar à uma imensidão congelada. A sua frente, era possível ver um grande lago congelado, que provavelmente poderia ser pisado por anos e anos sem gerar uma única rachadura no gelo.

Todavia, o mais bizarro era que Timothy não estava com o controle de si mesmo. Literalmente; o jovem era apenas um espectador que parecia assistir uma outra versão de si mesmo, que caminhava com roupas pesadas e um cachecol sobre o pescoço que cobria a sua boca; a sua versão no sonho definitivamente aprendeu depois de quase morrer de frio na Rota 117. Já que ele não conseguia tomar controle do que parecia ser um devaneio, Timmy se limitou a acompanhar aquela realidade como um mero espectador.

E lá estava ele. O Timmy do Gelo saía a patinar naquele grande lago com patins azuis, que tinham uma longa lista branca em forma de raio. Desde quando ele aprendeu a patinar, aí era outra história. Ele nunca tinha passado por essa experiência. Perto dele estava o seu Electrike, que conseguia usar da própria eletricidade gerada para se livrar dos ventos gelados que castigavam aquele lugar, e também para brincar um pouco com o seu treinador.

O menino e o cachorro passeavam bem felizes por aquela imensidão congelada, e se não contassem que havia um grande volume de água naquele local, alguém desavisado poderia facilmente pensar que estava andando em terra firme. Podia-se ver ao longe grandes flocos de neve voando, ursos polares com barbas congeladas e até mesmo sorvetes voadores passeando naquele cenário, digno de filmes animados. Eles pareciam quase dançar no céu, protagonizado por uma aurora boreal que com certeza não pertencia àquele lugar e uma canção que falava incessantemente sobre como o cantor deveria se liberar mais. Era o sonho lúcido mais bizarro que Timothy já viu!

Aos poucos, outras figuras que ele só viu nos livros e mitos começavam a aparecer. Blocos de gelo gigantes com olhos, aves com uma longa envergadura e um grito inconfundível, um dragão cinza cujos olhos representavam o mais puro vazio de quem serviu como uma casca. Eram todas as lendas que representavam aquele lugar, e que faziam a imaginação do jovem que apenas assistia outra representação de si mesmo passear ali.

De súbito, as coisas pararam de funcionar, ao que um estalo fazia a música feliz e quase natalina cessar naquele momento. O Timothy do Gelo não pareceu ligar muito, até o momento que, do nada, o grande bloco que cobria toda aquela água começou a rachar. O jovem correu e correu, mas para onde ele corria, a fissura parecia perseguir seus movimentos. Digno de um desenho de comédia, mas parecia muito real para o jovem. Não demorou muito para que a estrutura cedesse.

Após isso, o garoto e seu Pokémon esverdeado desabaram na água que estava abaixo deles. Curiosamente, o clima não parecia funcionar mais, já que a água não estava nada fria, mas a visão do Timothy que acompanhava aquele evento ficou turva e escurecida, até que o menino daquele devaneio conseguiu alcançar a superfície da água em segurança. Todavia, o cenário parecia ter mudado completamente, como que num teleporte.

A floresta congelada dava lugar a árvores perfeitamente normais, plantas rasas e uma grande imensidão azul. O garoto não sabia reconhecer o lugar inconscientemente, mas uma grande seta apareceu como em um documentário, indicando que se tratava do Lake Verity, em Sinnoh. Timothy só conhecia aquele lugar pela tevê, o que fazia daquela visão muito estranha. Toda parte daquela imensidão que não era conhecida pelo garoto simplesmente se perdia em formas rabiscadas, como que tentando preencher a lacuna que faltava na mente do jovem.

Não demorou muito para que o garoto sentisse falta de quem estava com ele antes. Electrike tinha simplesmente sumido! Em desespero, o Timothy que protagonizava o sonho começou a nadar para todos os lados procurando por seu Pokémon, e suas pernas pareciam quase como uma turbina de barco, ao que a imaginação fluía para dar forma àquele momento. Aos poucos, a água perto de si começou a borbulhar.

Um pilar de água subia daquela imensidão azulada, e chegava a cerca de um metro e sessenta centímetros, quando um feixe começou a se abrir daquela água, revelando um corpo humano que repousava ali dentro. As feições femininas se apresentavam naquela pequena cachoeirinha que tinha se formado, um cabelo feito da torrente que se misturava com a água do lago, como que se abastecesse a cabeleira daquele ser. Ela abria os olhos, transparentes como a água mais cristalina, e as curvas de seu corpo tomavam à dianteira em relação as suas madeixas líquidas. O seu corpo era constituído simplesmente por um feixe branco, quase cegante, que tomava a forma de uma mulher de vinte e poucos anos. A sua feição parecia indiferente, até que notou o garoto que nadava energicamente em busca de seu companheiro.

Ela foi na sua direção e subjugou o seu corpo utilizando da água ao seu redor. A própria água tomava as rédeas do corpo de Timothy, levantando seu tronco para deixar as cabeças dos dois frente um ao outro, mas segurando-o de forma relativamente suave, que o permitia respirar tranquilamente e olhar bem fundo nos olhos daquela criatura. Ela não se apressou em apresentar, e a profunda voz anunciava sua identidade, a Dama do Lago, em um som que parecia se misturar com a água ao seu redor e ecoar por toda a porção líquida que se estendia ao longe.

Aos poucos, se formava na frente do garoto uma outra figura, e o corpo cegante da Dama do Lago ficava mais tolerável e menos esbranquiçado, ao que as formas pontudas denunciavam a sua identidade: Se tratava de nada mais, nada menos do que um Electrike! Mas ele não era familiar. Sua cor era de um azul tão límpido quanto o da água ao seu redor, e não era familiar para o Timothy que acompanhava aquele sonho como um espectador. Mas ele não tinha controle sobre o outro Timothy que via aquela criatura brilhante à sua frente, e ele parecia maravilhado com aquela criaturinha. Não demorou muito para que a Dama do Lago falasse outra vez, com uma voz profunda, que parecia tilintar em cada molécula de H20 do garoto:

- Garoto, pude ver que você esteve em desespero buscando por seu amigo. Encontrei alguém que também parecia estar perdido. Diga-me, é este aquele por quem você procura?

Inconscientemente, o Timothy espectador queria dizer que não, que aquele não era o Electrike que ele conhecia. Mas não foi bem assim. Com os olhos tão brilhantes quanto a superfície daquela água, aquele Timothy que protagonizava o sonho, sem relutância, ansioso e, principalmente, ganancioso, gritava que sim, aquele era o seu Electrike querido, e falava sobre como ele estava feliz de tê-lo encontrado. O silêncio tomou conta daquele momento por alguns segundos, até que a face da Dama do Lago escureceu, juntamente ao céu atrás de si. As nuvens se formavam, e, ao que trovões começavam a cair, a voz da Dama do Lago se alterava completamente e parecia admoestar o Timothy que protagonizava aquele sonho.

- Por meio dessa resposta, posso ver quem realmente você é. Você não passa de um menino que negou tudo aquilo que construiu com aquele que começou uma vida nova contigo apenas por uma cor diferente. Ele não merece estar com alguém como você.

Trovões começavam a cair na água, que parecia fluir em um movimento circular, meteoros se formavam no céu e caíam no lago que tomava uma cor avermelhada como o sangue, e o pequeno canino de cor diferente desaparecia, ao que o jovem que Timothy assistia era sugado pelo vortex à sua frente, gritando desesperadamente por sua vida.

Foi nesse momento que, num estalo, Timmy acordou de novo, dessa vez de verdade. Ele quase pulou da cama, suava frio, tremia sem parar e perdia o compasso da respiração, naquilo que se tornava um verdadeiro pesadelo. O garoto continuava a tremelicar enquanto procurava desesperadamente por suas Pokébolas, localizando a de seu próprio Electrike. O garoto liberou o seu Pokémon, olhou para ele e não precisou reparar na sua cor para saber que era o mesmo Electrike que ele conhecia. Aliviado, se limitou a abraçá-lo com toda a força que vinha ao seu corpo, enquanto soluçava e falava sobre como tudo estava tudo bem, que não teria nenhum problema, que ele ia ajudar se aquilo acontecesse de verdade. Seu Pokémon não entendia muito do que aconteceu com Timothy, mas se compadeceu dos sentimentos do garoto e recebeu aquele afago de forma positiva, enquanto lambia o rosto do menino, na tentativa de acalmá-lo.

O relógio marcava sete horas e quinze minutos. Era um novo dia.

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O mundo é construído por histórias.

Existem aqueles que, movidos pela ânsia de fama e glória, são dispostos a criar os mais fantasiosos contos, na esperança de que estes prossigam firmes ao longo e impassível desgaste do tempo. Criaturas gananciosas capazes de, com um mero vislumbre de chances de sucesso, se agarrar até às oportunidades mais imorais que rastejam na viscosidade da podridão humana. Estes casos, não surpreendente, por vezes tentam moldar a realidade à bel prazer, mesmo que seja necessário passar por cima de pobres inocentes no processo.

Em vãs tentativas de se blindar aos constantes ataques avarentos, suas vítimas clamavam piedade às estrelas - agentes celestiais que, em seu longínquo plano de existência, enchiam seus puros corações com lamentos distantes, destroçando-os no aperto vil das garras rancorosas daqueles que, abandonados ao sofrimento injusto causado por conta das mentiras mesquinhas, padeciam assolados por uma reputação que, verdadeiramente, não os pertencia.

Então, houve a intervenção divina.

Seu início ocorreu com a sutileza necessária para passar despercebido: Dentre as tantas narrativas que berravam vantagem aos quatro ventos, surgiram aquelas onde balbuciavam arrependimentos os tolos que de tudo tentavam tirar proveito. Nada que atraísse de verdade os olhares da humanidade, menos ainda que preocupasse os que há muito se acostumaram aos holofotes.

Até que, num rompante, tudo explodiu.

Os algozes de outrora testemunharam a própria queda num oceano raivoso de punições de grande variedade, que iam desde pertences perdidos para sempre até a inutilização de seus corpos, nos mais drásticos casos - ou mesmo de seus entes queridos. Pânico e terror se espalharam em assombrosa velocidade por todo o planeta, o medo da perda se esgueirando por cada viela; E, então, a consequente falta de coragem que passou a nascer em respeito à vontade de subir na vida, afinal, o que poderia ou não ser considerado passível de condenação?

Não se sabia.

Por anos, o progresso se viu estancado. Os Anjos, responsáveis pelas catástrofes que se espalharam por todo o globo, de repente se viram encurralados: Temidos mesmo por aqueles que tanto rogavam seu auxílio, inúmeras famílias aterrorizadas até para sair de casa, a iminência do fim de um mundo que antes tanto lutava para sobreviver.

Outra vez, e desta por culpa própria, os celestiais tiveram de interferir em prol do destino da humanidade.

Em velocidade bem menos alarmante do que quando todo o caos começou - afinal, o terror sempre atravessa fronteiras mais rápido que a segurança -, casos reais passaram a ser considerados fábulas por aqueles que inicialmente os espalharam. Relatos com pessoas, em grande parte, foram modificados: Em sua nova versão, agora protagonizados por animais. Os que não seguiam essa regra facilmente entravam para mitologia, quando houveram afirmações repetidas de que tentaram repeti-lo e nada daquelas “bobagens” aconteceram.

Enfim, a veracidade das histórias se defasou no tempo. Por outro lado, as lições de moral que tantas traziam à tona passou a se assentar no senso comum das pessoas e, então, o âmago do problema inicial foi solucionado ao que o número exorbitante de mentiras finalmente retrocedeu, pelo menos na maior parte dos casos, e consequentemente as punições que as sucediam.

O que não significava que estas também deixavam de existir.

~x~

Quando abriu os olhos pela primeira vez, não foi capaz de dizer onde estava.

Sentia as costas duras, os membros dormentes e o pescoço dolorido - por conta disso, o tempo que levou para levantar foi quase idêntico ao que os orbes cinzentos precisaram para tentar se situar. Sem nenhuma outra reação por longos segundos, ou talvez minutos, quem sabe, a visão tentou se adaptar e compreender a presença dos imponentes troncos enegrecidos de árvores espalhados pelo local, cujas copas cerradas criavam um fantasmagórico céu verde-escuro decorado com veias amarronzadas.

As pálpebras se apertaram, devagar, em busca de compreensão - ou mesmo fuga - daquele cenário estranho, e só então se deu conta da presença também de um zumbido inquietante dominando sua audição. Aos poucos, com a adaptação da consciência outra vez e a percepção do próprio corpo no espaço, jogado na relva, nasceu também o incômodo quando apercebeu-se das gramíneas espetando-lhe os locais em que a pele jazia descoberta.

Com um gemido dolorido, tratou da busca pela recuperação dos movimentos outra vez - um remexer dos dedos, uma esticada dos pés e, após pouco tempo, a coluna finalmente cedeu em se erguer. Os pulmões se encheram de ar, sem pressa, e esvaziaram no mesmo ritmo; o cheiro do orvalho limpo atuando como droga em seu sistema.

A cabeça pendeu para a frente com morosidade, e pôde sentir os longos cabelos balançando no processo. Distante, e ao mesmo tempo próximo, o farfalhar das folhas lutava para manter sua prisioneira no infeliz estado hipnótico, e o zumbido quase pareceu distante por um momento. O desejo de permitir-se tombar novamente no gramado urgiu na alma, a letargia brincando com cada célula de seu ser confirmando-lhe ser uma boa opção.

Então, no meio disso tudo, um uivo longe, quase sofrido, ribombou na sua cabeça - e todos os outros sons se silenciaram, ínfimos, sem valor.

As pálpebras, fazendo jus à sonolência, lentamente subiram. As pupilas, incertas, passearam pela paisagem nublada, em busca da origem do lamúrio responsável por cercear-lhe os planos de se entregar à inconsciência. A visão, quase comparada ao mundo observado por um fundo de garrafa, a nauseava com facilidade impressionante; Os olhos se apertaram num universo escurecido e, com a repetição do som agudo, arriscaram se abrir outra vez. Não sabia se estava em juízo perfeito, ou se a insistência do barulho se tratava de uma alucinação que servia de aviso que deveria sair dali, afinal, a vista turva era um empecilho em busca de quem quer que fosse o responsável por produzir tal aulido.

Na terceira vez, porém, foi capaz.

À distância, quase imperceptível por miudeza, finalmente pôde discernir a sombra densa e quadrúpede que insistia em chamar atenção para si. Foi só ao identificar o topete de topo carmim, no entanto, que ligou a imagem à alguém que já há tempos a acompanhava - Zorua. Mas, por que tão distante?, foi a primeira coisa que se perguntou.

Com os membros ainda trêmulos, o corpo lutou para levantar. Sentiu-se cambalear algumas vezes, e temeu tombar outra vez: Com a reação, entretanto, percebeu a maneira como as orelhas do canino distante se ergueram mais - e, num último latido, voltou-se ao lado oposto e seguiu entre as árvores.

Foi o combustível que precisava. Temendo a perda da mascote - afinal, o que ela queria com aquela atitude? -, endireitou a postura tanto quanto possível, e apressou-se em seguir o caminho conduzido pela quadrúpede. Felizmente, não a perdeu de vista, mas questionava-se que tipo de trilha invisível ela parecia tão determinada a ir atrás. Por vários momentos, imaginou que existia alguém à frente que, sinceramente, não enxergava.

Talvez ela estivesse apenas brincando.
Talvez fosse guiada pelo cheiro de algo, ou alguma criatura.
Talvez…

A cada passo que avançava, o silvo do vento afagava ríspido as folhagens das copas, protestando contra a teimosia da moça de não ceder aos caprichos de Morpheus. A presença escura e imponente da floresta era sufocante, apesar, e ela sentia o peito apertado enquanto os segundos corriam sem pressa.

Também não seria capaz de afirmar com certeza quanto tempo demorou naquela caminhada atrás de Zorua. Se parasse para pensar, talvez achasse estranho o fato de que, durante todo o trajeto, não havia se deparado - ou sequer ouvido - nenhum outro pokémon. Como podia uma área tão verdejante ser tão morta, senão pior, que um deserto?

Digamos que, da última vez que estivera em um lugar assim, nada acabou bem.
E nada acabou - o Limbo ainda mantinha as raízes de suas perversidades fincadas fundo em seu coração. A prova viva disso era um dos pokémons que ainda insistia em carregar, sua mais profunda cicatriz: Nosepass.
Talvez, no fundo, realmente acreditasse no que o homem que habitava aquele solitário lugar dissera-lhe: Aquele pecado era sua responsabilidade.
Talvez nem bem soubesse o porquê.

Enfim, depois de um período que talvez só Arceus fosse capaz de informar com exatidão, a jovem se deu conta que a floresta começou a se abrir à frente. Zorua estacou no limiar das árvores, e latiu mais duas vezes para a frente; Voltou o focinho para trás por um momento para checar se estava realmente sendo seguida e, então, continuou seu caminho.

A ruiva logo descobriu onde aquela “abertura” desembocava: Um lago de águas escuras, com todo o seu esplendor, se estendia até onde a visão não alcançava. Também foi capaz de localizar o que tanto a raposa parecia perseguir: Nosepass, em sua marcha lenta e pesada, caminhava pelo lago em direção ao fundo em uma linha reta.

Já poderia ser estranho o suficiente sem que ele estivesse andando sobre as águas.

Zorua, incerta, tateou a superfície do lago com uma das patas.

Por alguns momentos, a jovem perdeu sua capacidade de reação - tanto pela cena improvável, quanto por ter de encarar aquele animal que só fazia questão de dar-lhe problemas a cada vez que se encontravam. Não tinha certeza de qual seria o circo da vez, mas não tinha tanta vontade de descobrir.

Era exaustivo e, sinceramente, às vezes se perguntava se precisava aguentar esse tipo de coisa.

Desejou, secretamente, que o animal rochoso pudesse simplesmente desaparecer. Que ela pudesse sair dali e fingir que nada tinha acontecido, que tivesse a oportunidade de largá-lo para trás e arrancar aquela lembrança dolorosa de uma vez por todas de sua vida.

Do fundo do coração, desejou.

Mais um latido atrapalhou sua linha de pensamento - e a garota correu o olhar em busca da quadrúpede bicolor. Qual não foi sua surpresa, então, quando viu que a margem estava vazia e, ao desviar a atenção para o lago novamente, pôde vê-la também sobre as águas, perseguindo o nariz-de-bússola?

Não, não. Talvez o mais ideal seja questionar a respeito do choque quando, ao finalmente alcançá-lo e ambos pararem no lugar (talvez discutindo, quem sabe?), os pokémons foram abruptamente tragados para baixo do lago, desaparecendo no azul profundo e as únicas provas de sua presença se resumiram nas pequenas ondas da superfície.

Tudo o que aconteceu, então, foi muito rápido. A ruiva correu para dentro das águas - então, ao perceber que os pés afundaram, jogou as coisas na margem de qualquer jeito e mergulhou. Lá dentro, nadou até cansar - buscando no lago inexplicavelmente vazio, voltando para cima apenas para tomar ar e gritar pelos pokémons.

Não percebeu o tempo, tampouco a neblina que se espalhou, vagarosamente, por toda a área do lago enquanto insistia na sua busca quase desesperada. Nem mesmo a queda gradual de temperatura, ou a maneira que os silvos do vento arranhavam a atmosfera, cada vez mais frequentes. Ficou ali até que os dedos ficassem pálidos e enrugados, que o fôlego começasse a faltar mesmo para se mover, que os músculos lamentassem a cada tentativa de movimento - e só então, derrotada, praticamente se arrastando até a margem, abandonou as águas.

O tronco tombou contra as gramíneas, e uma crise curta de tosses não auxiliou a melhorar a situação. Os dedos, trêmulos, se pressionaram contra o solo, cavando pequenos cilindros ao arrastá-los pela terra.

Do fundo do coração, se amaldiçoou.

E então, um riso cristalino ecoado preencheu o ar.

Por um momento, foi como se tudo tivesse parado - se é que as horas realmente passavam naquele lugar. Os pulmões pararam de funcionar por um rápido segundo, e a respiração de repente quase se regularizou. Receou checar se estava louca ou não - não quis, de imediato, verificar se existia vida ali além dela própria, e seus pokémons agora perdidos.

A consciência do vazio do lugar, de repente, a atingiu com uma pancada certeira; por isso, temeu.

Mas não era o temor que espantava os fantasmas.

— Que estado deplorável em um lugar tão bonito, você não acha? - Novamente, o riso calmo.

Sem saída, olhou.

De primeiro momento, parecia que realmente era só alguém que, por algum acaso, tinha chegado em uma péssima hora - por mais estranhas que pudessem ser suas atitudes. Até um segundo olhar, pelo menos, onde pôde por fim identificar a figura a qual lhe dirigia a palavra.

Fora da água, apenas a altura de seu torso estava exposta. Os dedos das mãos brincavam com o líquido, arrastando-o de um lado à outro, e olhos verdes vivos clamavam em fortes urros por atenção, e facilmente eram atendidos por qualquer um que se deparasse com sua figura. Assim também aconteciam com os cabelos, ou ao menos o que deveriam sê-los; Algas esverdeadas recaíam por seus ombros, plantadas do topo da cabeça. Uma camisa, extremamente parecida com uma rede de pesca, adornada com conchas e pequenas estrelas, era tudo que cobria seu tronco.

A mulher sorriu.

— Tudo isso por culpa de dois bichinhos? - Questionou, a voz irritantemente serena. — Normalmente, as pessoas rogam um pouco mais antes de ficar com essa expressão derrotada.

Julgando que uma resposta atrevida poderia custar um pouco mais que o sumiço temporário dos seus pokémons, ruiva engoliu as palavras dentro da boca, e limitou-se em voltar o corpo na direção da estranha criatura. Ora, o lugar estava vazio o suficiente para que pudesse contestar o fato dela comentar o que os outros fazem ou deixam de fazer! Mas, em contrapartida, sabia que não a tinha visto até então: E, considerando a situação, o que lhe garantia que a mulher não desaparecera ela mesma com os animais?

— ...E você os viu? - A expressão fechou, impassível, embora os olhos ainda denunciassem não só o próprio desconforto, como o receio.

— Certamente. - O sorriso branco cresceu no rosto, como uma tela estampada. — Veja só.

Com uma pausa rápida do movimento dos dedos, a donzela fitou as águas escuras, que borbulharam inquietas. Dali poucos segundos, uma circunferência aquosa flutuou para cima da superfície, arrastando de seu manto azulado a figura de uma pequena raposa marrom adormecida.

— Não é esta a quem procura? - Prosseguiu, serena. — É uma bela espécie, devo dizer.

Os lábios de Natalie se torceram, mansos. Poderia, facilmente, concordar: Afinal, pagaria para ver se a diferença nos pelos não pudesse ser, quem sabe, lama (mesmo que fosse uma opção estranha, acabando de sair das águas). O grande problema era que suas vistosas pelagens vermelhas agora facilmente se confundiam com a tonalidade das águas, ou mesmo poderiam ser suprimidas por esta, visto sua clareza azul.

A jovem balançou a cabeça, negativamente.

— Não, Zorua não é assim. Mas eu creio que você sabe, se assistiu tudo, não? - Retrucou, inquieta. Aquilo era algum tipo de pegadinha cínica? Ugh.

Com a resposta, observou a desconhecida perder o sorriso que, até então, decorava seus lábios finos. Ela encarou a ruiva na margem por um intervalo de longos segundos, e estreitou o olhar.

— ...Entendo. Oh, uma tragédia, certo? - Forçou um sorriso. — Vejamos este, então. É o seu?

Do mesmo modo que a quadrúpede, um pequeno pokémon rochoso foi regurgitado do lago. Seus tons azulados, com o enorme nariz vermelho no meio do rosto, infelizmente eram conhecidos o suficiente pela moça para que passasse despercebido ou que pudesse rejeitá-lo sem pensar em todo o peso que aquilo pudesse significar.

Pensou em fazê-lo, é verdade.
Mas também pensou que, bem, toda aquela desgraça começou com esse desejo.

Teve vontade de rir. Não era maravilhoso como mesmo naquele tipo de situação, era justo ele quem não se perdia nas águas?
Talvez fosse sua sina.

Maldito pokémon.

— ...Infelizmente. - A ruiva sorriu, sem humor algum. — Mas, sim, é. De novo, você já sabe a resposta, não sabe? Não entendo que tipo de jogo sádico quer fazer aqui.

Então, de perto, assistiu toda aquela expressão serena da figura se quebrar. O jeito como seu cenho se franziu, os lábios torceram e, acredite, uma rachadura negra trincou-lhe o rosto. Os pokémons aprisionados dentro das bolhas foram derrubados na margem do lago, e ela avançou para agarrar o rosto da treinadora com os dedos longos e ossudos.

Um sorriso afiado brincou em seu rosto contornado por algas, que se aproximou perigosamente do alheio.

— ...Entendo. - Repetiu, devagar, arranhado. — É uma pena. - A boca entreaberta chegou mais perto de um dos ouvidos da moça, a respiração lenta. A figura apertou as unhas pontudas no rosto da ruiva, e um filete fino de sangue deslizou. — Você não vai poder ficar conosco, então. - Sussurrou.  — É uma pena, - Repetiu. — todos os outros adoram o fundo do lago.

Então, tão rápida quanto chegou, ela se foi. Largou a mão fina do rosto alheio, desaparecendo nas profundezas azuis e abandonando os dois pokémons ao lado da adolescente consternada.





O mundo é construído por histórias.

A grande diferença entre elas, jovem ouvinte, é quando você tem a sorte de ouvi-las ou, mais ainda, contá-las.

Reze para nunca fazer, para sempre, parte de uma.

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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