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[Parents Meeting: Axégando na Onda do Bronzeado] – Sootopolis City –

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Tão rápido quanto a "urgência" envolta nas palavras do rapaz exigia que fossem, partiram. Quase atropelando um pobre treinador desavisado no processo, é verdade, mas naquele momento o fato acabou arrancando apenas um riso da moça, embora mais contagiada por conta da gargalhada do tutor do que por realmente ter graça na situação - apesar de que, por que não? Dois bobos disparando do nada, atrás de sabe-se lá o quê? -.

— É, desculpa! — Exclamou, mesmo sem ter a certeza de que o homem prestasse atenção (mas acreditando ser difícil que não, já que provavelmente não é todo dia que você é atropelado por dois jovens animados). A partir daí, porém, viu necessidade em tentar se focar na rota que os próprios pés percorriam, ainda que o olhar casualmente se visse atraído pela imagem do moreno que guiava o caminho. A maneira como ele parecia saber exatamente as direções que precisava tomar e o fato de que mal parou um só segundo para avaliar as vielas que adentravam a fez imaginar quão bem o tutor já conhecia a cidade. Descobriu logo o motivo da facilidade, porém, ao alcançarem o começo da cratera: E, para sua sorte, não tropeçou uma única vez. Mas, claro, até o momento, não tinha prestado atenção para onde iam, também!

Continuaram, então, a agora subida. A respiração já estava levemente alterada por conta da corrida mas, apesar de tudo, não havia sido um problema muito grande... Bem, isso até que alcançassem o topo da cratera e a ruiva finalmente se atentasse ao motivo da pressa de Drac, porque daí o fôlego desapareceu numa pancada só. A visão majestosa do horizonte, o Sol se permitindo diluir num leque de cores quentes mergulhando no mar e despejando no céu os brilhos do ocaso, o continente ainda mais distante (pelo menos, aparentemente) que a grande esfera de puro fogo - ou, por melhor dizer, de tinta? -, as nuvens de algodão fofo que decorava o tecido celeste: Enfim, um conjunto perfeito de obra que formava com facilidade a mais belíssima entre todas as telas já criadas.

Não conseguia se recordar, por mais que tentasse, da última vez que assistiu um pôr-do-sol. O corpo, então, avançou de maneira automática para mais próximo da grade de proteção, e a mão livre se apoiou sobre ela. Precisou de um momento para recuperar o ar (e a fala), e ouvir aquele "pedido de desculpas" deu-lhe uma boa vantagem naquela tarefa. O olhar se voltou brevemente ao rapaz, e então percebeu que o astro celeste também compartilhava sua iluminação com ele, derramando-se em sua pele, nos cabelos - e nos olhos, principalmente, onde formava uma versão minimalista de seu encontro com o mar. Isso, junto à leve pressão dos dedos entrelaçados (os quais a moça fez questão de manter unidos), a fez sorrir.

— Normalmente, não se pede desculpas ao dar um presente, senhor Drac... — Gracejou, a respiração se acalmando - ao contrário do peito, que aprisionava um ritmo forte e até um tanto descompassado. Com suavidade, o puxou mais para perto. Sentia o coração, a alma - ambos acolhidos, quentes, assim como as cores que divergiam e bagunçavam no horizonte. Sutil, a cabeça se encostou no braço do rapaz, observando as ondas que iam e vinham em alto mar. Ouviu o que ele disse, e concordava, mas mesmo o silêncio não pareceu uma opção ruim por alguns segundos, curtindo não só o momento, como sua própria presença. — ...Posso te contar uma coisa besta? — Perguntou, ainda que fosse meio... retórico. Talvez para manter alguma palavra, talvez apenas por vontade de ouvir sua voz novamente. O olhar se desviou para o moreno por um instante, antes de retornar à estampa ao longe, que gradativamente começava a desaparecer. — Quando eu era menor, eu tinha algumas teorias sobre o pôr e o nascer do sol. — Comentou, meio divagado. — Uma delas, tipo... Que o mar fazia malabares em câmera lenta, beeem lenta com o sol e a lua, porque ele tava treinando e ia ficar com vergonha se errasse e todo mundo percebesse! Ou que o mar era comilão, e a terra jogava tipo "pipoquinhas" pra ele, mas devagar, pra não acabar tudo de uma vez. — Suave, moveu os dedos nos seus, mas não os separou. — ...Ok, acho que parece pior agora que eu falei em voz alta. Dá pra apagar? Acho que era melhor quando eu tava quieta! — Riu, até um pouquinho envergonhada.

Mas, sei lá...
Não era como se estivesse desconfortável.
E quão raro isso era, nos últimos tempos!

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O amanhã é efeito de seus atos. Se você se arrepender de tudo que fez hoje, como viverá o amanhã?
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A essa altura do campeonato ficava difícil saber qual era a minha verdadeira recompensa por ter conseguido chegar ao topo da cratera: se era o pôr-do-Sol belíssimo diante de mim ou a emoção transmitida, por ele, para o lindo rostinho iluminado de Natalie ao admirá-lo. Bem, considerando o tempo que eu passei olhando o Sol comparado ao tempo que passei olhando Naty, ficarei com a segunda opção como escolha ideal!  Quando a garota encostou sua cabeça em mim então, tive a certeza absoluta de que esse dia, era o melhor dia da minha vida. Sorri, observando-a admirar o Sol enquanto o Astro encontrava-se já "mergulhado" pela metade. Entretanto, apesar dos raios mornos sobre a pele, o que estava mais aquecido ali era meu próprio coração. Eu inclusive pedi desculpas por tê-la feito correr tanto, recebendo uma linda resposta de que "presentes" não aceitavam pedidos de desculpa. Isso me fez sorrir ainda mais e deixar mais entrelaçados nossos dedos, no momento em que Natalie pediu para contar algo que chamou de "besta". Confirmei com um aceno de cabeça, mas ainda com ares de um sorriso no rosto que falava por si só. A menina então me contou suas visões sobre o nascer e o pôr-do-Sol que povoavam sua infância, ao qual ouvi atentamente. Eram definições extremamente fofas e muito criativas, que me deixaram até com certa inveja por não possuir uma mente tão complexa.

— Essa foi a coisa mais linda que alguém já me contou, Naty... Eu particularmente gostei mais da definição das "pipoquinhas", eu agora não consigo desver essa imagem... Você sempre foi incrível, não é mesmo? Desde pequenininha... Claro, não que tenha crescido taaaanto assim, né? — Comentei em um tom provocativo no final, finalmente soltando sua mão, mas apenas para passar meu braço por trás da garota, abraçando-a junto a mim, com a mão em seu ombro oposto. Nesse instante, o Sol, ou a "pipoquinha" já era apenas um petisco no horizonte, fraquíssimo, até finalmente desaparecer e dar lugar à escuridão esperada da noite. Ficamos assim por alguns segundos, às escuras, até o sistema de iluminação da cidade ativar-se, ligando os holofotes que focavam a cidade e também os mirantes e o caminho circular. Havia um casal à distância e um treinador solitário caminhando pelo trajeto entre os mirantes, distraído com sua Pokédex ou quem sabe, a PokéNav — Eu acho que nunca tinha tido a oportunidade de admirar tanta beleza assim... — Comentei, alternando meu olhar entre o horizonte, agora apagado e os olhos da menina, refletindo as luzes meio amareladas dos postes de iluminação — O mais próximo disso era subir na Roda Gigante de Nimbasa e ver o Sol se pondo ou quase conseguir ver... Mas não é tão alto quanto aqui... E nunca tive uma companhia tão incrível como a sua... — Complementei, retirando o braço do abraço e virando-me de lado para a garota, apoiado com o cotovelo na grade de proteção. Em seguida, usei as costas dos meus dedos da mão direita para um suave carinho no rosto da garota, sem tirar meus olhos dos seus. Não sabia como ela reagiria a isso, mas fazia este singelo afago com bastante carinho.

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Tinha consciência de que o rapaz poderia ter tirado graça fácil de sua pequena visão infantil, ainda que não acreditasse realmente nessa possibilidade - e o fato de realmente não tê-lo feito e muito pelo contrário, elogiado, foi o pontapé final para envolver com um ninho seu coração. Achou graça quando ele comentou de que agora veria o Sol como uma pipoquinha, e até sentiu as bochechas ruborizarem quando ouviu o comentário sobre "sempre ter sido incrível", mas não pôde evitar de rir com a travessa provocação a respeito de sua altura.

— Ei! Você para, viu? Eu sou muito da alta, sim! — Deu um empurrãozinho suave no treinador, brincalhão. Não que fizesse tanta diferença, afinal, a ínfima distância que o havia afastado logo foi suprimida quando o enlace dos dedos foi substituído por um abraço lateral induzido pelo tutor. Naquele curto momento, se deu ao luxo de aconchegar contra seu corpo, enquanto o astro celeste dava seus últimos suspiros e desaparecia. A penumbra foi o primeiro cobertor dos dois, para então a escuridão os engolir - e abandonar, quando os postes da borda da cratera acenderam, um a um. E, ainda que não tivesse durado tanto tempo, o sentimento de sentir unicamente sua presença sob o abraço negro noturno parecia mais que suficiente para si.

Ainda em silêncio ouviu seu comentário a respeito da beleza - do pôr-do-sol, imaginara -, e a imaginação se divertiu ao pensar no rapaz na ponta do pé no topo de uma roda gigante, em busca de uma visão aquarelada do poente. Foi o elogio, porém, que pescou seu olhar, quase a tempo de vê-lo se afastar do abraço e, então, o toque terno no próprio rosto a fez estremecer - e ruborizar, brevemente, outra vez.

— ...Você só tá é tentando me agradar... — Comentou, em tom baixo, sob a sombra de um sorriso. O contato, como da outra vez, não era realmente esperado, mas sua reação foi permitir que as pálpebras caíssem um pouco e aproximou o rosto um pouco mais daquela carícia mansa. Então, devagar, os próprios dedos se aproximaram dos seus, e apoiaram por cima, delicados. — ...Encontrar você foi um verdadeiro bálsamo. — Segredou, em baixo tom. — Tenho quase certeza que devo ter feito alguma ceia pra Arceus ou algo assim, pra ter merecido. — Brincou. Então, um suspiro manso, e se inclinou sobre a grade de proteção, apoiando a área à frente dos cotovelos nela - e trazendo sua mão entre as próprias. Observou os detalhes, afagou o dorso, os dedos, com gentileza. — ...Eu nunca fui em uma roda gigante. — Comentou, os orbes cinzentos se desviando brevemente em busca de seu rosto. — Me conta como é? — Pediu.

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Divertia-se com a reclamação de Natalie sobre a diferença de altura, inclusive com a tentativa dela de me dar um "empurrãozinho", que acabou causando o efeito contrário, já que só ficamos cada vez mais próximos... Quando toquei seu rosto, pude quase que sentir o sangue circulando mais intensamente na sua face quente, em contraste com o frio que já começava a surgir por ali. Pela altitude e sem o calor do Sol, os ventos de altitude podiam fazer seu papel isoladamente. Até dava para disfarçar o arrepio que senti quando vi ela fechando seus olhos levemente para sentir a carícia, retribuindo o toque em meus dedos. É como um leve choque, sem choque exatamente... É um daqueles momentos indescritíveis com palavras, podendo apenas sentir-se... Em seguida, Natalie disse que eu só estava tentando agradá-la, o que arrancou um sorriso do meu rosto — E tá errado? — Respondi, brincando e complementando com uma risadinha. Eu realmente queria agradá-la, mas nada do que eu disse era mentira, realmente sentia-me incrível ao seu lado e aquele momento era o mais especial para mim, não podia lembrar de algo melhor. A menina então respondeu em baixo tom, dizendo com bastante sinceridade e carinho o quanto foi bom ter me encontrado, que certamente devia ter feito alguma oferta à Arceus por esse momento. Parecia algo simples, mas realmente tocou meu coração de modo diferenciado e afastou aquele frio insistente, mesmo que os ventos não cessassem. Natalie manteve-se na mesma posição que eu, apoiando-se também na grade e me perguntou como era andar de Roda Gigante. Uma pergunta capciosa... Será que era possível descrever essa emoção?

Fiz uma cara de pensativo e então de "esclarecido", como se tivesse recebido uma luz de como explicar exatamente isso — Bem, vejamos... Eu acho que é como a vida, sabe?  — Disse, tentando passar uma expressão de intelectual, mas falhando miseravelmente, pois minha face entregava meu jeito palhaço de ser — Quando a gente entra ainda estamos no chão, então é tudo... normal demais. Mas a gente sabe que vai ser um sobe e desce... Isso traz um frio na barriga, da incerteza, dos receios, das inseguranças... Então quando começa a subir, vem tudo isso ao mesmo tempo e você parece que vai surtar de adrenalina. Mas aí... vem a vista... vem o ar fresco, a brisa no seu rosto. Você fecha os olhos e sente que está... Vivo, sabe? Quando chega no topo, é quase como se estar no alto de uma montanha com alguém especial... — Comentei, tratando de acariciar novamente o rosto da garota, com a ponta dos dedos. Mantinha-se também mais próximo dela, com nossos corpos quase colados — E então... Você se sente o Rei do Mundo, mesmo sabendo que... inevitavelmente vai ter de descer e encerrar por enquanto. Mas o segredo é: não esquecer que a Roda Gigante sobe de novo... E guardar a sensação de como foi, esperar por ela de novo ansiosamente, é a grande magia da Roda Gigante. E da vida também, por que não? — Comentei e ri no final... descendo minha mão da altura do rosto de Natalie até a sua cintura, envolvendo-a em um abraço, dessa vez frente a frente.

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Ao riso brincalhão e questionamento meio retórico do tutor, respondeu com um sorriso zombeteiro, mas não pôde deixar de achar o fato uma graça. Bem, não teria como mentir que, de fato, ele tinha uma facilidade inacreditável não só em agradar, mas como também deixar todo o "terreno" confortável, por assim dizer. Tanto era, que cada pequeno avanço feito pelo rapaz, não era evitado por si. Ele tinha aquele jeito terno, suave, no qual se sentia bem e feliz em se acomodar.

Se Luch não era um desejo personificado, que mais podia ser?

Observou, então, a expressão pensativa feita pelo moreno, se divertindo também com a maneira como ela se "iluminou" de repente. Ficou em silêncio por um tempo, se permitindo ouvir a elaborada explicação que, ao que tudo indicava, tinha surgido do nada - mas, bem, aparentemente ele era o melhor quando se tratava dessas coisas, então não foi uma surpresa tão grande. O sorriso acabou vindo naturalmente com suas palavras encaixadas, que adquiriu um "tom" doce quando o ouviu comentar sobre o tal alguém especial, fato que foi seguido por mais um daqueles carinhos gentis. Não se incomodou, também, com o braço que passou por sua cintura - muito pelo contrário, se te interessa saber.

— Eu tenho que admitir que, por um momento... — Começou — ...eu achei que você tinha começado a falar de montanha russa e ia terminar com um "e aí ela começa a descer e você grita que nem criancinha com aptidão pra ópera". — Gracejou. Com uma pequena dose a mais de coragem, arranjou jeito de arranjar e "escorregar" para um espaço entre o rapaz e a grade de proteção, apoiando os quadris nessa última e observando o rosto do treinador com carinho. — ...Eu já falei que adoro a maneira como você consegue explicar as coisas? — Comentou. Suave, uma das mãos se apoiou em seu peito, e os dedos se moveram para desenhar círculos imaginários, e observou a execução dessa pequena tarefa. — Mas, me diz... — Respirou, devagar. O olhar, então, subiu sem pressa em busca do seu, outra vez. — ...Como tá a sua Roda Gigante? — Arriscou.

Despretensiosamente, é claro.

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Eu sentia que, cada vez mais, o entrosamento e a intimidade entre mim e Naty ficava maior... Todos nossos movimentos, gestos, palavras... Tudo saía com uma naturalidade impressionante. Era como se estivéssemos juntos há muito tempo. Aliás, juntos? Essa é uma palavra engraçada de se dizer... Tinha tantos significados, um misto de emoções... Mas era exatamente a palavra que resumia a situação com maestria. Estávamos juntos, acima de tudo. Acima do mar, acima de Sootopolis, acima do que nos aguardava lá embaixo, quando voltássemos para nossas vidas comuns. Seria ainda possível que isso ocorresse? Ou viveríamos em um constante estado "alto". Tentava não expressar esses questionamentos internos, mas eram perguntas que remexiam meu coração (e meus órgãos internos) com bastante apreensão. Felizmente, para afastar isso tudo do meu coração, veio as palavras doces de Natalie, acalentando a minha alma. Com o senso de humor que só ela tinha e me deixava encantado, a garota fez uma gracinha sobre o que achou que eu diria, ao mesmo tempo que encontrava um espaço entre mim e a grade, de forma que ficávamos bastante próximos. Coladinhos, na verdade... E isso era maravilhoso.

— Você é demais, Naty... Sempre consegue elevar tudo a um nível ainda melhor... Quando crescer, quero ser que nem você...  — Comentei, apertando-a um pouco mais contra meu corpo e ainda ouvindo ela dizer o quanto adorava a minha forma de explicar as coisas, fazendo carícias na altura do meu peito, circularmente. Algo tão simples, mas nossa... Cada gesto e atitude daquela garota me deixava ainda mais "na dela", se podemos dizer assim... Por fim, Natalie também me perguntou de forma bastante suave e branda, encarando-me nos olhos, como estava minha Roda Gigante. Deixei um silêncio no ar, sorrindo em retribuição e depois levei a mão dela, que já estava no meu peito, a tocar a região com a palma, para sentir o bater do meu coração. Estava acelerado e bem... Já havíamos subido há muito tempo pelas escadas para ser causado por um mero "exercício físico" — Consegue sentir...? Eu diria que, pelas batidas... Estamos subindo, lentamente a Roda Gigante, com tudo o que isso trás... E eu estou bastante disposto a fazer ela parar um pouquinho que seja no topo pra gente aproveitar, porque veja só... Olha essa vista... Entende? — Disse baixinho para ela, quase sussurrando, conforme aconchegava-me mais com o abraço carinhoso e forte, mas sem tirar meus olhos dela... Arrisquei aproximar-me mais ainda dela... até nossos narizes praticamente roçarem, e poder sentir a respiração da garota junto à minha. Sentia-me à vontade para ir adiante e por isso, não retrocedi, finalmente deixando meus lábios tocarem os dela, no que se tornaria um beijo se não houvesse reação contrária.

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Foi impossível evitar um riso leve, manso, quando o rapaz deixou escapar aquela frase que misturava a infantilidade de uma criança com a graça usual - imagine só, se crescesse ainda mais? Ia ter que pegar um banquinho para conseguir ficar próxima ao seu ombro, e olhe lá!

— Ser do seu jeito já tá mais que ótimo, Luch. — Comentou, em um tom baixo, embora suficiente audível para o tutor — Ou vai ter dor na coluna pra se abaixar... — Brincou, sentindo o corpo ser um pouquinho mais pressionado contra o alheio. Não reclamou, porém - e não parecia disposta a fazê-lo. Muito menos quando os dedos em seu peito foram interrompidos para que a mão fosse espalmada sobre ele, na região do coração: Sentiu as batidas apressadas pulsando sob a palma, e o olhar inevitavelmente desceu até a área. Não por muito tempo, considerando as palavras que serviram como isca fácil aos orbes cinzentos, e não demorou a se dar conta da aproximação vagarosa, mas frequente, que Drac arriscava.

Sentiu, outra vez, pinceladas róseas e mornas pintando suas bochechas, e o próprio coração ecoou batidas mais fortes dentro do peito. Embora não fosse capaz de responder suas últimas palavras, teve a sensação de que não existia nenhuma necessidade verbal. Suave, então, aproveitando a maior proximidade, uma das mãos se liberou para pousar com delicadeza no rosto do rapaz, afagando-o quando as respirações se entrosaram, quentes. Com a pequena pausa que aconteceu, ela mesma arriscou avançar um pouco mais, roçando as pontinhas dos narizes num tímido beijo de esquimó.

Beijo este que logo se tornou um de verdade, por assim dizer, quando os lábios enfim se tocaram. A brisa fria não foi suficiente para impedir o calor aconchegante que subiu por todo o seu corpo, e as pálpebras não foram capazes de resistir sem se cerrar. O coração, já agitado, estourou em uma escola de samba e a outra mão, até então livre, se apoiou em seu peito: Já a que estava em seu rosto, vagarosamente encontrou caminho pelo cachecol, deslizando pelo pescoço, arriscando por parte da nuca e os dedos invadiram o começo das madeixas escuras, numa curiosidade hesitante.

Sentiu as borboletas revirando dentro de sua alma, aquarelada pelas mesmas luzes com que o poente há pouco pintava o céu e o mar em beijo agridoce. Já o de ambos, suave, terno, manso - correspondido.

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Antes mesmo de tocar os meus lábios com os de Natalie, a garota tratou de usar o próprio nariz em uma espécie de "beijo de esquimó". Não esperava essa atitude, o que foi uma grata surpresa e de certa forma uma confirmação de que estava indo pelo caminho certo, ao finalmente tocar os lábios dos dois em um tenro beijo que dizia muito mais do que qualquer palavra que pudesse pensar ou imaginar. Meus olhos se fecharam automaticamente e lentamente, como se fosse a única coisa possível de ser feita, afinal bons momentos precisam ser apreciados da forma mais singela, tranquila e agradável possível. Sentia meu tórax tocar o próprio tórax de Natalie, quando nossos corpos se entrosaram quase que como um só, num rítmico bater de corações compassados, em sincronia. Quando um avançava mais, logo recuava para acompanhar o próximo ou vice-versa. Os dedos da garota deslizavam pelo meu corpo e foram parar juntos à minha nuca, passeando pelos meus cabelos, como se buscassem mais de mim, mais de tudo o que eu tinha e queria lhe oferecer. Com uma das mãos eu acabava encontrando um caminho semelhante, acariciando sua nuca por entre seus cabelos, enquanto a outra mão percorria a lateral de seu corpo, num aperto firme, mas não forte demais, talvez com a mesma curiosidade com que ela percorria meu cachecol e meu pescoço... Queria senti-la entre meus dedos, como uma loção perfumada de amores...

Depois de um tempo com nossos lábios sincronizados, em beijos doces, mas extremamente quentes, afastei meus lábios dos dela, quase que em câmera lenta. E tão lentamente quanto, abri meus olhos, apenas para vislumbrar aqueles olhos apaixonantes a me encarar com ternura, de uma forma que jamais vivenciei. Era como me fazer levitar, deixando meu coração mais leve que o ar e certamente palavras não fariam jus à esse momento, portanto reservei-me a um sorriso, um pouco sem ar, mas sem me afastar demais dela, como se isso fosse causar uma ruptura naquele momento. Não! Não poderíamos nos afastar meio centímetro se o Universo inteiro conspirava para que estivéssemos ali, sob a abóboda celeste, com as estrelas e a própria Lua de testemunhas. Fechei delicadamente meus olhos novamente e retribui o "beijo de esquimó" de outrora, tocando nossas testas por um tempo, apenas para sentirmos o calor um do outro. Em seguida, voltei a tocar meus lábios com os dela, em um beijo envolvente. Sentia meu corpo fluir como a maré abaixo de nós e, como uma onda quebrando na praia, sentia meu ser chocar-se com o de Naty em algo além do físico. Quase transcendental... A Roda Gigante estava no topo e os comandos pareciam ter sido desligados, pois a descida não viria tão cedo...

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Até então, havia resistido à brisa fria, que escapava do mar e balançava os fios ruivos, em parte por conta do calor proporcionado pelo contato dos corpos, e também por culpa do aquecer que a mera companhia do rapaz fazia incendiar em sua alma. Não foi capaz, porém, de evitar o estremecer orquestrado pela mão firme se acomodando ao seu corpo, e tampouco o arrepio que deslizou pela coluna, vindo da nuca, com a mínima carícia de seus dedos no local. A reação se transformou em um sutil aperto de dedos entre as madeixas volumosas, e o peito se uniu mais ao de Drac, se isso sequer era possível.

Então, ele se afastou. Inevitavelmente, se viu acompanhar seu movimento, o que fez perdurar por um único segundo extra o roçar suave dos lábios, mas também induziu um entreabrir de pálpebras - os orbes cinzentos ameaçando ser ocultos pelos cílios, porém, nem eles foram capazes de impedir o mergulho no mar dos seus. Ainda que com a respiração um pouco descompassada, num sussurro suspirado, chamou por seu nome, mas não viu necessidade de mais nada quando o rapaz se aproximou novamente, correspondendo o afável beijo de esquimó de mais cedo e arrancando-lhe um sorriso tímido. Recebeu em silêncio o contato imposto entre as testas, sentindo as respirações se entrosando, num convite tentador - e permitiu que as pálpebras caíssem outra vez, apenas para pouco depois se ver envolvida na doçura de seus lábios novamente.

Tinha certeza que devia ter perdido o chão, pois se sentiu flutuar, e capaz de tocar o céu - quem sabe, talvez, até um passeio pelas estrelas, que certamente deveriam ter interferido no que mais parecia a realização de um sonho secreto no fundo de seu coração? Porque, bem, não poderia definir aquele momento com nenhuma outra palavra mais apropriada: Não encontraria, se tentasse. Sentia o coração balançado, como se ele ameaçasse fugir a qualquer momento em busca de um contato mais direto com o alheio.

Somente quando o fôlego sentiu necessidade - embora com pesar -, arriscou romper vagarosamente aquele beijo doce: Mas, assim como ele mesmo havia feito anteriormente, não se afastou. Manteve os rostos próximos, o peito subindo e descendo, e as pálpebras cerradas. Os dedos em seus cabelos se desvencilharam dos fios, sem pressa, mas se mantiveram apoiados perto da nuca.

Se era Morpheus o culpado,
desejou não acordar.

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Não sabia nem ao menos que era possível sentir tanta coisa de alguém em um beijo, mas os lábios e as mãos de Natalie cantavam uma melodia única, enquanto dançavam pelo meu corpo como seda sobre a pele. Isso tudo tornava este beijo muito mais do que um simples beijo. Um ósculo tão complexo como o entrelaçar de nossos dedos com os cabelos ou o balé sutil, mas constante e poderoso de nossas línguas dentro de nossas bocas. Era intenso! Era algo que só podia ser "mágico", pois não havia explicação lógica para tal. Era como ir aos céus e voltar em cada batida de nossos corações, em um sonho vívido do qual não pretendia acordar. Nossos lábios colados como ímãs, tal quais difíceis de se separar, portanto mesmo durante uma pausa para respirar, mantínhamos uma proximidade indispensável.

Durante esta pausa, senti os dedos de Natalie deixarem meu cabelo, mas repousarem em minha nuca. De certo modo, fiz algo semelhante, retirando meus dedos de seus cabelos e direcionei meu braços ao encontro do outro, onde se encontraram em um abraço, que só posso classificar como "apaixonado". Nossos rostos ainda próximos, nossos olhos ainda fechados. Mesmo assim eu sentia o sorriso em seus lábios que tinha início em Natalie e um fim em mim, com a mesma felicidade exultante. Pensei em dizer algo, mas lé era possível? Minhas palavras não tinha alcance, meu corpo parecia ter transmitido toda a energia para minha alma, deixando-o em algum estado de dormência. Respondi então da melhor forma que pude e ansiava, complementando o nosso último beijo com uma sequência de selinhos, deixando o ar voltar aos meus pulmões.

— Como está a sua Roda Gigante...? — Perguntei baixinho, só para Naty, imitando-a um pouco antes de darmos nosso primeiro beijo, mas sem deixar sumir um momento sorriso de meu rosto. Toquei então meu lábio na sua bochecha ainda corada, enrubescida, num demorado beijo fofo, simples, mas carregado de palavras não ditas — Desde que eu te vi hoje cedo... Algo estalou em minha mente, sabe? Agora eu sei... Eram meus lábios desesperados por encontrar os seus... — Comentei com ela, deixando nossos rostos colados, lado a lado ainda abraçados, de modo que minha boca ficava bem próximo de seu ouvido. — O que estou sentindo com você, nem ao menos pode ser explicado, Naty... Só sentido... — E calmamente, nesta posição, dei mais um beijo suave, como o anterior da bochecha, mas mais próximo de sua nuca, fechando novamente os olhos e silenciando-me, mas mantendo o abraço.

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