[Parents Meeting: Axégando na Onda do Bronzeado] – Sootopolis City –

Foi bem no meio do projeto de explicação/comentário de Drac que, para provar não só a presença, como que também talvez devessem ter cuidado ao falar dele, o pequeno ovo misterioso se sacolejou sobre a mesa, e quase assustou a garota no processo, visto a exclamação repentina que o moreno soltou por conta do fato. Acabou apenas rindo, porém, quando reparou Kaleo balançar do mesmo jeito que o ovo, encarando-o de perto.

— Será que isso é algo que pode ser comparável com, tipo, queimação na orelha? — Brincou. Quer dizer, era só uma crendice quando alguém estava falando de você, mas... — Bem, se você precisar, eu posso tentar ajudar com alguma coisa! Não sou nenhuma profissional, maaaaas... — Deixou a oferta em aberto. Afinal, recém-nascidos às vezes eram difíceis de lidar, ou mesmo de treinar. Vai saber que tipo de personalidade teriam os que sairiam daqueles ovos? Era imprevisível.

Foi um momento feliz, certamente, quando ouviu o treinador confirmar que, sim, teria um oponente para Solosis. Quer dizer, não era qualquer um que o pequeno poderia enfrentar sem simplesmente sofrer com um hit kill, então estava confiando que não teria esse tipo de problema. Em contrapartida, precisou de uns segundos para pensar quando o rapaz falou a respeito do Geodude. Bem, ele não parecia interessado em batalhar com Rotom novamente, pelo menos por agora, e não achou que valeria a pena colocar algo tipo seu Gyarados para batalhar por motivos claros, e até justos, né?

— Olha, bom, todos os meus pokémons são, viu? — Provocou, dando uma cotovelada no rapaz. — Bem, já que você tocou no ponto de ir atrás de evolução... — Deu uma pequena pausa — Eu também tenho um Axew e um Elgyem. Pode escolher! — ...Ok, admitia. Na verdade, só quis cutucar o aparente pequeno vício (e a saudade) que o rapaz tinha por seu continente natal e, huh, de que maneira melhor de que pokémons naturais de lá?

Enfim, nesse meio tempo, Joy os chamou no balcão, sinalizando que já poderiam levar os pokémons. A ruiva sugeriu para que o rapaz guardasse os ovos, e se prontificou em ir buscar as duas pokéballs (agradeceu a enfermeira, claro, antes de recuperar as esferas e logo voltou para o grupo, estendendo a de Ume para o moreno.

— Que tal a gente ficar aqui fora, pelo lado do Centro? Aí a gente pode voltar aqui, se precisar! — E, vamos combinar? Ambos sabiam que precisariam, visto que agora tinham um treino planejado.

— Seria um sonho se ele nascesse tão proficiente quanto nós dois com trocadilhos e piadas, então? — Sugeriu, quando o rapaz comentou sobre os pokémons ouvirem tudo desde dentro do ovo. Bem, não era impossível, e até que parte de si gostava da ideia de acreditar nesse tipo de coisa, também. — ...Acho que sim! E com vídeo-chamada todo dia pra ele não sentir saudade? — Brincou.

Dito (ou seria pensado?) e feito, só foi necessário falar o nome dos pokémons para que a empolgação cintilasse nos olhos de Drac. Os irmãos aparentemente não conheciam, o que justificava que não acompanhassem o ânimo do mais velho mas, oh, não era problema algum. Porém, eles o projeto de questionamento indireto de ambos a fez responder com um balançar de cabeça.

— Não, steel eu não tenho nenhum. — Bem, tecnicamente, tinha Nosepass (que ainda evoluiria para um Steel) mas, huh, não era como se achasse uma boa ideia colocar aquele pokémon junto das crianças. Vai saber que tipo de estrago aquela criatura poderia fazer? — E, fada, tenho a Azumarill, mas essa você já conhece, Luci! — A atenção, então, novamente se voltou ao mais velho, e assentiu com a cabeça quando o rapaz optou por ir contra o dragãozinho.

Após receber as pokéballs, Luch inevitavelmente teve que recolher Buddy em sua esfera bicolor: O que não muito agradou o pequeno Solosis, que flutuou direto para perto do pokémon quando o viu ser envolto em luz vermelha e... Passou direto, quando o animal desapareceu em pleno ar. O psíquico olhou de um lado a outro, e então para Drac, com os olhos expressivos em uma carinha de partir o coração de qualquer brutamontes.

Sobrou para Chase resgatar o treinador dessa situação, captando o pokémon gelatinoso entre as mãos e o virando para si.

— Ei, Kal. Você lembra que acabou de ver uma batalha do Rotom e da Ume? — Em resposta, o pokémon apenas piscou os olhinhos duas vezes — Bem, eu preciso da sua atenção agora, ok? Porque é a sua vez. Depois você conversa um pouco mais com o Buddy, tudo bem? — O animal ficou em silêncio por alguns segundos e, baixinho, emitiu um som arrastado meio contrariado, mas logo pareceu superar a situação e se acomodou entre as mãos de Chase.

Resolvido o "problema", a moça observou Luch se afastar até o computador para organizar suas pokéballs e, sem pressa, aguardou seu retorno após a confirmação a respeito da ideia de batalhar próximo ao Centro, que não demorou muito tempo. Achou graça - e riu, oras - da parte de "segurar a arena pro resto do dia" e, sinceramente, até estava disposta. Não teria que treinar seus pokémons de um jeito ou de outro? Fazer isso com uma boa companhia parecia ideal para si. Trocas feitas, pokéballs guardadas, tudo pronto, e se dirigiram para fora, contornando a estrutura para alcançar sua lateral.

Então, libertou Kaleo, que levitou para frente, dando uma pequena voltinha em seu próprio eixo para observar a ruiva, e o treinador do lado oposto. Não só ele, como também se preocupou em recuperar de suas coisas a pokéball de Axew e, com uma pequena pressão, o objeto se partiu, libertando o feixe esbranquiçado que atingiu o chão e nele plantou um pequeno formato quadrúpede, que facilmente era capaz de alterar para bípede.

Assim que o esverdeado coloriu o molde do pokémon, sentado no chão, o dragão bocejou, esfregando um dos olhinhos com uma pata, e apertando as pálpebras algumas vezes antes de olhar vagarosamente ao redor. Ao se dar conta da treinadora, porém, levantou num movimento rápido, e se arrastou para perto num movimento bambo, abraçando uma de suas canelas (afinal, aparentemente a rota ainda estava destinada à uma situação "awwwwwww"!).

É de se imaginar que a moça não seria capaz de ignorar esse tipo de apelo de seus pokémons, então, inevitavelmente, se abaixou também, afagando o rosto do dragãozinho, que apertou os olhos e levantou a cabeça, aproveitando o carinho, antes de se encolher outra vez e esfregar a bochecha na pele da jovem.

...
Como dizia, awwww!

— Ei, pequeno... — Sorriu, mansa, principalmente quando atraiu com facilidade o olhar carmim do espécime — Eu estava pensando, faz um tempo que a gente não treina junto, hein? O que você acha de uma batalha com o Luch? — O pokémon piscou uma, duas vezes, e emitiu um cry baixo, antes de finalmente se dar conta que, oh, tinham plateia! Seu olhar passou pelo pequeno grupo amontoado na lateral do Centro e, timidamente, com um sorriso besta, liberou um dos bracinhos e acenou para Drac e também para as crianças. Quando viu Solosis, porém, libertou de vez a perna de Natalie, que finalmente pôde levantar outra vez, e esticou as patas na direção do psíquico, pulando algumas vezes até que o animal descesse à sua altura e o dragão pudesse o acolher num meio abraço, esfregando o rosto em sua superfície gelatinosa.

Com o gesto amoroso, o sorriso foi incapaz de não aparecer, pincelado pelo rosto da treinadora.

— ...Então, Luch... — Pausa, e o olhar ergueu devagar ao... Amigo! — Que tal um 2x2? Quer dizer, não necessariamente os dois contra os dois, mas... Ao mesmo tempo? E tal? — Sugeriu.

OFF: @Tielo, sua deixa, precisamos de sua presença, volte para nós! <3

Após acertadas as condições de como a batalha funcionaria, e agora com um Centro Pokémon bem ao lado (ou seja, sem necessidade de atravessar uma cidade atrás dele, hah!), tudo parecia encaminhado para que iniciassem o confronto. Tudo que faltava era que Drac libertasse seus adversários, e isso não tardou a acontecer: Inclusive, quando se deu conta de qual espécie era Lira, não pôde deixar de achar graça. Quer dizer, até o momento, tinham um monte de pokémons iguais (e a única coisa que mudava era quem estava evoluído)! Roselia, Bulbasaur, Magikarp... Tudo bem que o rapaz só sabia do segundo mas, oh, talvez fosse algo que valesse a pena comentar depois, só como uma curiosidade divertida.

Aliás, era impressão sua, ou aquela Magikarp era muito menor do que deveria ser?
Era quase hilário ver uma expressão tão parruda cravada no olhar de um pokémon quase minúsculo!

...Por bem, achou melhor não comentar em voz alta, apesar de que a sombra do sorriso não a deixava mentir.

— Vocês ouviram, certo? Kaleo, você vai contra a Lira, Axew, o Geodude é todo seu! — Reafirmou, observando o pequeno dragão dar um pulo de satisfação, antes de se voltar para o rochoso e arrastar de leve uma pata no chão. Não pôde deixar de achar o ato um tanto hilário já que, bem, ele quase parecia um touro daquele jeito! — Kal, comece com um Confuse Ray e tente um Psywave. Axew, duplo Dragon Rage!

Fosse para o bem ou por mal, sem dúvidas a exclamação de Luci diante daquela primeira rodada havia sido a mais adequada para a situação, e servia bem para expressar a reação não só de Luch, como da própria ruiva.

Não se engane. Tinha consciência absoluta que a fúria liberta de Axew não era, nem de longe, inofensiva; mas também não achava que seria uma batalha a ser finalizada quase tão rápido quanto um estalar de dedos e, ironicamente, eis para onde o andar da carruagem os levaram. A (falta de) reação de Drac, unida com a carga desanimada em sua voz ao lançar as ordens no meio do turno, era um indicativo que ele mesmo já tinha entendido a situação em que tinha se metido e, infeliz - ou felizmente, para si -, o pobre Geodude não teve para onde correr. Por outro lado, na outra parte do campo, um combate bem, bem mais lento se desenrolava, praticamente sem emoção. Sabia que Solosis não levaria aquela, talvez até pelo nível baixo e sua consequente falta de resistência, mas pelo menos seria uma boa primeira experiência para o gelatinoso. E o pequenino parecia tão empolgado em estar participando, mesmo tendo levado uma peixada na cara, que até tinha dúvidas que se importaria de perder!

Contrastando com o choque inicial ao fim da rodada, estava Axew. O dragãozinho, ao ver sua vitória definida, lançou os bracinhos pro ar e emitiu um som animado, dando pequenos pulinhos no lugar e, sem esperar para ver se ainda teria a bola da vez, se voltou à treinadora e disparou novamente para sua canela, sentando no chão ao abraçar a perna da garota e sentando em sua "cadeira" de direito, com um sorriso quase tímido na boca.

A ruiva deu um riso sem jeito, e coçou a cabeça com o comentário de Drac. Bem, tecnicamente, até Rotom tinha deixado Ume passar da primeira, raios, até uma segunda rodada tiveram antes de finalizar a batalha! O coitado do pokémon rochoso nem teve chances de terminar os dois primeiros golpes!

— Rapaz, eu vou te falar que nem eu tava esperando isso não, viu? — Pontuou, sem graça. Não tinha certeza se não sabia da força de seu pokémon, ou se simplesmente não recordava que ele tinha a capacidade de mandar uma dessas, o tanto de tempo que não batalhavam juntos. — ...Claro, por mim tudo bem. Ahn, Kal, você primeiro: Continue com dois Psywaves! Você está ótimo, bebê! — Comentou, embora ainda meio desnorteada com a rápida vitória do primeiro confronto. Não deixou de presentear o dragão com um pequeno afago na cabeça, que emitiu um som feliz, esfregando o focinho na perna da treinadora, carinhoso. — E você também, foi incrível, Axew. Obrigada! — Então, mesmo que meio impossibilitada de se mover, não teve problemas em endireitar a coluna outra vez, pescando a nova pokéball para o iminente combate que logo se desenrolaria.

Quando a esfera se partiu, um raio esbranquiçado cortou o ar para o campo à frente, moldando um baixinho formato humanóide, que, embora inicialmente pudesse se passar por uma criança, logo provou estar longe de um ser humano quando foi colorido por seus tons quase tão esverdeados quanto os de Bulbasaur, que em breve também sairia de sua cápsula. Isso, é claro, sem considerar o resto das características do pokémon, como os leds afixados em suas palmas - dedos, talvez? -, que brilharam de maneira alternativa, como um curto padrão de três etapas: verde, vermelho, amarelo; amarelo, vermelho, verde.

Ao contrário dos outros pokémons, o psíquico quase não esboçou reação nenhuma ao ser posto em campo. O olhar correu de um lado à outro, foi para uma das próprias palmas, ao erguê-la, mas terminou por aí. Os orbes esverdeados, então, se focaram em Ume, quando a inicial foi liberta à sua frente, e penetraram o fundo de seus orbes carmim. O pokémon estendeu vagarosamente um de seus braços na direção da gramínea, expondo as vibrantes luzes afixadas em sua palma, a expressão impassível no rosto.

Verde, vermelho, amarelo.
Amarelo, vermelho, verde.

Lento, rápido, luzes que alternavam não só quando brilharam, mas também a velocidade que o faziam.
...Nauseante, não?

— ...Elgyem? — A primeira vez que chamou, não arrancou reação nenhuma do pokémon, que manteve sua postura contra Ume. — Elgyem? — Tentou outra vez, e a cabeça ovalada do alienígena finalmente se virou para o lado, permitindo que o psíquico a observasse pela visão periférica.

A troca de olhares, porém, não durou pouco mais que alguns segundos. Tão devagar quanto girou para a observar, o bípede voltou novamente seu rosto para frente, observando a gramínea num encarar fixo, invasivo, que até poderia se passar por indiferente.

Um olhar que, embora não vítreo como o de Rotom, talvez pudesse ser bem mais duvidoso.

…
Sentiu um curto arrepio correr pela espinha.
Ironicamente, nem era ele o fantasma de sua equipe.

Não achou que precisava informar a respeito do combate.

— ...Ok? — Pausou, meio incerta, um curto olhar trocado com Drac. Bem, não era como se ele fosse realmente um perigo, né? Quer dizer, não como tinha certeza que Nosepass era!

Certamente, era só o jeito do pokémon.
...Embora fosse um pouquinho assustador.

— Bem… Elgyem, vamos, então? Psybeam e Heal Block! — E, embora não houvesse especificado que seria Bulbasaur sua oponente, de novo, não achou necessário.

Não do jeito que o psíquico observava, insistentemente, a pobre Ume.