Pokémon Mythology RPG
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#001

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Foram poucos os momentos em que Aiko sentiu aquilo, ou talvez, apenas uma única vez; quando a sua mãe definhou até a morte em cima de uma cama, mas daquela vez parecia ser pior; estava dando adeus para o seu pai e mesmo que não fosse para "sempre", a única pessoa que ela tinha era ele e isso trazia alguns sentimentos ruins para a garota.  Ainda percorria pela sua mente a cena em que seu pai havia acabado com alguns bandidos minutos atrás. Perguntou-se se um dia seria como ele, mas logo esses pensamentos se perderam pelo ar quando deitou os olhos em sua Charmander. A Pokémon salamandra parecia estar incrivelmente feliz andando com sua treinadora pelas ruas de Littleroot. Ai deixou um leve sorriso brotar em seu rosto, enterrando as mãos em sua calça moletom, sentindo algumas Pokébolas que há pouco havia recebido do ajudante do professor Birch. A PokéDex pesava o bolso de sua camisa de frio branca. Tratou de fazer um coque com o seu próprio cabelo descolorido, deixando ainda mais aparente a raiz escura.
Aiko apenas perguntava-se qual seria a primeira situação que se meteria junto da sua Charmander.
Littleroot
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001!
5:55pm

O dia nas ruas de Littleroot Town era comum, não muito diferente do ordinário: com o final do entardecer, algumas pessoas se recolhiam para dentro de suas casas, enquanto outras sentavam-se à varanda para conversar e tomar um suco refrescante dentre a grande temperatura que assola a região de Hoenn. O sol começava a desaparecer dentre as altas copas das árvores que delimitavam a cidade e o vento trazia o delicioso cheiro de alguns pratos feitos à lenha no principal restaurante da cidade.

Aiko devaneava sobre seus pais enquanto caminhava pela cidade, porém seu pensamento mórbido logo era substituído pela graça que sua recém recebida Charmander exalava; a pequenina salamandra saltitava alguns centímetros na frente de sua treinadora, animada para todas as aventuras que eventualmente poderiam encontrar.

A estrada onde nossas heroínas caminhavam era um tanto quanto larga com algumas casas dispostas em ambos lados da rua asfaltada. Por seu trajeto haviam alguns arbustos pelados que enfeitavam os jardins dessas mesmas residências, porém sem qualquer fruta que pudesse ser consumida. Mais a frente, se a jovem de cabelos descoloridos prestasse atenção, havia uma casa aparentemente deserta e um tanto quanto distante das outras, com suculentas Oran Berries distribuídas por todo quintal, contudo, para entrar era necessário pular uma pequenina cerca, que não seria problema para elas.

Do lado oposto e um pouco mais próximo das duas, um burburinho chamava atenção de alguns locais. Um alto garoto de cabelos castanhos era visto à distância, rodeado por outros rapazes que pareciam torcer por algo que estava passando na televisão. Alguns gritos de torcida eram repetidos em intervalos não-recorrentes e todos ali pareciam animados para alguma coisa.

Caso Aiko ignorasse as duas opções ali presentes, poderia simplesmente seguir em frente, passando pela vazia casa ao rumo da rota mais próxima.




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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




#001 WCU65Ru
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Dentre as garotas que vivem em Hoenn e principalmente na idade de Aiko, podemos facilmente dizer que o seu estilo é no mínimo "incomum"; roupas pesadas e com cores vibrantes, moletons predominam seu guarda-roupa. Acontece que, mesmo estando a quase 8 anos no continente de Hoenn, ainda não havia se acostumado totalmente com o clima, especialmente naquela época do ano; o Sol dizia adeus, pondo-se no oeste, mas a brisa calorosa ainda continuava presenteando a nativa de Kanto.
— É... você me venceu. — Ai dirigiu-se ao Sol com uma expressão desgostosa. Retirou a PokéDex do bolso de sua blusa moletom, colocando-o no bolso de trás de sua calça. Retirou a camisa de frio, revelando uma regata de alça branca. Aiko amarrou a blusa em volta de sua cintura, dando uma leve arrumada em sua blusa. Odiava manter-se daquele jeito; era como se estivesse pelada com aquele decote.
— Bela forma de começar uma vida de treinadora. — Revirou os olhos, mas acabou repousando-os na pequena Charmander que saltitava alegremente naquele ambiente. — É... pelo menos alguém tem que ficar feliz, né Mandy? — Conseguiu esboçar um ligeiro sorriso para a sua companheira. Andar por Littleroot nunca fora tão entediante; todas as mesmas casas, as mesmas árvores e até mesmo algumas pessoas conhecidas; o corriqueiro aroma de comida feita em um dos restaurantes de Littleroot - que inclusive, já vira seu pai cantar nesse mesmo estabelecimento -  invadia as narinas das duas personagens, e isso foi o suficiente para despertar a fome, que até então mantinha-se adormecida. Aiko observou tudo ao redor com os seus olhos azulados, mordiscando levemente o lábio inferior - uma espécie de "tique" da garota quando precisa pensar sobre algo - e tudo em sua volta se resumia em casas e comércio, mas algo afastado de tudo isso chamou a atenção da treinadora; uma casa destacava-se das demais por apresentar árvores frutíferas, e mesmo não tendo um vasto conhecimento, aparentavam ser Oran berries. A casa não havia moradores - pelo menos era o que aparentava - e a única coisa que separava as duas era uma cerca que não seria problema para nenhuma das duas.
Aiko virou-se para falar com a pequena salamandra, mas aquilo foi o necessário para que a garota pudesse perceber uma outra coisa "interessante"; havia um grupo de pessoas, todos homens. Não sabia a idade de nenhum deles, mas por julgar um garoto de cabelos castanhos, diria que seriam pelo menos próximos de seus 17 anos. O barulho incomodava a garota de cabelos brancos, mas aparentemente chamava a atenção da salamandra. Pelo o que conhecia de sua amiga, Aiko sabia que não iria conseguir fazê-la deixar aquilo de lado. Agachou-se, ficando na altura de sua Pokémon.
— Escuta só, meu bem. Eu sei que você quer ir para lá, mas vamos nos alimentar primeiro? Eu estou com fome, e você também. E olhe para lá. — Apontou o dedo indicador para as árvores com frutos. — Que tal irmos comer lá? Depois a gente volta. É uma promessa. — Disse a última frase com um sorriso leve no rosto, tentando passar confiança para a Charmander. Ela pareceu aceitar, e as duas tomaram rumo para o quintal aparentemente vazio. O único objetivo de Aiko era pegar algumas frutas para comer, e iria fazê-lo sem pestanejar. Aquela cerca? Poderia ter mais de 3 metros de altura que a garota Sayuri arrumaria uma forma de entrar naquela área. Caminhava tranquilamente após invadir a propriedade com a sua Pokémon em direção a uma árvore repleta de Oran berries.
littleroot
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001!
6pm

O calor característico de Hoenn começava a incomodar a jovem, que apesar de gostar de manter seu look intacto, preferia por retirar seu leve moletom e amarrá-lo em seu quadril para a parte superior de seu corpo poder respirar um pouco. Charmander parecia extremamente animada em ver o que estava acontecendo e causando todo aquele alvoroço entre os homens, mas após ser levemente repreendida por sua treinadora, decidiu por segui-la até uma residência repleta de deliciosas frutinhas que avistaram ao longe.

Aiko, talvez por pura fome, não se importava com o fato daquela cerca estar ali separando-as de seu objetivo e decidiu por invadir a propriedade de qualquer jeito. A cerca era de madeira e não muito grande, sendo talvez alguns centímetros maior que nossa heroína e com algumas farpas dispostas por toda sua vertical extensão. Com um corpo apto e a disposição necessária, nossa heroína conseguia pular facilmente por ali, porém ralando um pouco sua coxa esquerda na descida.

Mandy não parecia muito feliz com a decisão de sua treinadora e reclamava baixinho enquanto repetia os movimentos para conseguir entrar também na propriedade. Após aterrissar sem nenhum dano — diferente da jovem — caminhava na frente na curiosidade de ver o que o belo quintal a reservava, apenas para parar bem de frente para uma árvore de cerca de dois metros, com quatro deliciosas Oran Berries espalhadas por toda sua copa. Imediatamente os olhos da pequena brilhavam, voltando sua atenção para Aiko, como quem pedisse autorização para subir e pegar todas.

O quintal era belíssimo e parecia extremamente bem cuidado para uma casa abandonada; se espalhava pelas bordas da casa e terminava em um backyard que poderia ser visto à distância, com alguma coisa que brilhava bem no seu final, reluzindo devido os fortes raios solares providos pelo pôr-do-sol. O vento característico da região continuava e agora o aroma de comida era substituído pelo de flores selvagens, provenientes da floresta que rodeava a cidade.



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Pular a cerca para Aiko não foi algo difícil; muito pelo contrário: foi fácil. Mandy nem demorou para passar a frente de sua treinadora, deparando-se com uma árvore que aproximadamente media dois metros com algumas oran berries espalhadas nos galhos. Aiko revirou os olhos ao lembrar-se do seu ensino médio; nas aulas do reino plantae Ai estava dormindo ou lendo algum livro desconexo a aula. Plantas não era um dos assuntos que a garota gostava mais, e talvez por isso não entendesse muito bem as características biológicas da árvore a sua frente. Mas de uma coisa a garota sabia; aquelas oran berries eram frutas, e frutas se resumiam a comida. Mas a grande questão era; como pegar aquelas oran berries tão acima da cabeça das duas garotas? Aiko pensou e pensou, até chegar a uma ideia que provavelmente daria certo. — Escuta, Mandy. Suba aqui. Vou te colocar lá em cima e você usará um scratch nos galhos. — Sorriu para a sua companheira, tentando passar um pouco de confiança para ela. — A gente consegue, né?  — Agachou-se, segurando os pequenos braços para a salamandra equilibrar-se. O Pokémon de fogo pôs a pata inferior na coxa esquerda de sua treinadora, bastando apenas isso para com que a garota soltasse o braço de Mandy e liberando um pequeno urro proveniente de uma mistura de ardência e dor. — Mas que diabos! — Olhou diretamente para o seu membro inferior e percebeu que tratava-se de um ralado. Sua calça moletom havia rasgado juntamente com a pele da garota, mesmo que esta ultima tenha sido de maneira superficial. — Ah. Que ótimo. — Ironizou a treinadora, observando algumas gotículas de sangue que acumulavam-se na perna, mas pelo fluxo ser fraco – e provavelmente tendo cortado apenas vasos capilares – as plaquetas já pareciam fazer o seu trabalho de coagulação. Pensamentos surgiram na cabeça da garota, e esta chegou a conclusão que, devido o clima quente e a atividade física “recém praticada”, o seu sangue estava tão quente quanto Hoenn e por isso não havia se dado conta do machucado, mas sabia que assim que esfriasse, as possibilidades de começar a mancar seriam altas. O estomago da garota roncou mais uma vez ao sentir o aroma floral invadir as suas narinas, substituindo o irresistível cheiro de comida. Dizem que o cheiro nos trás lembranças, e independente de ser verdade ou não, Aiko lembrou-se de algo que não agradou a jovem nem um pouco: o velório e enterro de sua mãe. O cheiro de flores e rosas misturavam-se com o fúnebre aroma de formol usado no embalsamento. Não só ficou triste, mas também deveras surpresa com a capacidade de seu cérebro associar coisas tão incongruentes.
Respirou fundo, na esperança de expirar todos esses pensamentos negativos junto do ar.
— Ok Mandy. Desculpe-me. — Retirou a mochila, colocando-a na base do tronco. Virou-se de costas para o seu Pokémon, olhando-a por cima do ombro. — Vamos fazer assim. Suba nas minhas costas, aí você vai conseguir usar o scratch. — Disse a garota, pegando as patas superiores de Mandy por cima do ombro, ajudando-a escalar. Sentiu o peso de quase 10 quilos subindo nela – nada muito complicado para a garota que carrega até mais do que isso na mochila – pronto para usar o scratch nos galhos. Se desse certo, Ai esperaria que aquelas quatro oran berries caíssem em perfeito estado para as duas se alimentarem. O peso da Pokémon quase não a incomodava, exceto pela sua perna arranhada. Será que iria falhar justamente naquela hora?
littleroot
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001!
6:04pm

Após alguns momentos de leve tensão para pular a cerca que separava-as de deliciosas frutinhas, nossas heroínas elaboravam outro plano para tentar alcançar a copa da árvore. Apesar de estar com a coxa levemente ralada, Aiko parecia não sentir nada devido a bomba de adrenalina depositada em sua corrente sanguínea e, por hora, isso não seria um problema.

A despojada jovem começava a pensar em uma maneira de obter as desejadas Oran Berries, apenas para ser surpreendida por um cheiro considerado bom para a maioria da sociedade, mas que não a trazia boas lembranças. Mandy, ao reparar as duras memórias que assolaram brevemente sua companheira de longa data, sorria e tentava animá-la com alguns pulinhos, apontando na direção das frutas, talvez na intenção de fazê-la esquecer — mesmo que brevemente — da dolorosa recordação sobre sua mãe.

O chamativo e simpático sol agora deixava o ambiente para dar lugar a uma belíssima lua crescente, que gentilmente se posicionava acima de todo o limpo céu do continente de Hoenn. Estrelas, bem como planetas, poderiam ser vistos à distância, nítidos e tão brilhantes quanto o satélite natural que iluminava a região. O vento surgia mais uma vez, como quem anunciasse a chegada de sua matriarca aos gritos, agora um pouco mais forte que anteriormente, levando os cabelos descoloridos da jovem para trás.  

A treinadora respirou fundo, em fim, conseguindo focar na situação em suas mãos.

Aiko se posicionava agora de certa maneira que daria altura para sua Pokémon utilizar de Scratch para derrubar as frutas. Charmander tentou uma vez, montando nas costas da jovem e ainda assim não alcançou seu objetivo. Deu um alto cry, como quem dissesse que teve uma ideia. Desceu, correu alguns metros para trás e emitiu outro som ininteligível, avisando que estava a caminho. Correu, pulou em sua treinadora e com o impulso, derrubara três das quatro Oran Berries ali presentes, todas em perfeito estado de conservação. Mandy sorriu, animada e orgulhosa por ter tido uma ideia tão inteligente.

A felicidade das nossas heroínas em atingir seu objetivo era iminente. Em seu primeiro dia de jornada já conseguirem de cara achar uma casa vazia com um quintal tão bem conservado quanto esse e ainda com berries tão deliciosas disponíveis de graça? Quem teria uma sorte dessas?

Um barulho de janela rangendo chamava atenção. De dentro da casa, uma sombra um tanto quanto alta surgia após o acender de luzes. A figura desconhecida dava lugar à uma senhora alta, com cabelos grisalhos presos em um coque e confortáveis pijamas, segurando um cigarro em sua mão esquerda e apontando com a direita diretamente para Aiko e Mandy.

— Ora minha filha... Se desejava algumas frutinhas, por que não pedir? — sorriu gentilmente, caminhando da janela até a porta, abrindo-a com certa dificuldade — Tenho mais algumas aqui em casa, tem interesse? — respirou fundo, colocando sua mão direita sobre a testa, lamentando — Tanto tempo que não tenho visitas.



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O astro rei do sistema solar parecia deixar de observar a cena das duas garotas que tentavam incessantemente pegar as oran berries, dando lugar a uma nova curiosa; o satélite natural do planeta Terra, sereno em sua meia-lua acompanhado de diversas estrelas dispostas de formas aleatórias pelo céu. Ai conseguia reconhecer algumas constelações, embora não dominasse muito bem o assunto. Lembrou-se vagamente de uma história que o seu pai lhe contava quando era criança; havia tempos - estes, tão longínquos que se tornaram incapazes de se contar - existiam duas luas que envolviam o planeta, como marido e mulher. A grande questão, que viria a ser o problema, é que a mulher possuía um brilho tão forte que acabava sendo impossível para o seu marido aproximar-se dela, mas isso não o impediu de tentar, tentar e tentar mais um pouco. Acabou que no fim, o brilho de sua esposa era tão forte que ele explodiu em zilhões de pedaços minúsculos, espalhando por toda a galáxia. Fadada a solidão, a esposa, antes uma lua, se tornou "A Lua",  única e imponente no céu, mas isso não era nada sem o seu marido. Como uma última jogada, ela abdicou-se de seu brilho, sendo iluminada apenas pelo Sol. Desde então, as estrelas tentam se juntar mais uma vez como a segunda lua para finalmente poder voltar para o seu único amor. Enquanto pensava nisso, Aiko parecia agir no automático e mal havia percebido que Mandy havia obtido sucesso ao usar o movimento certo nos galhos. O vento - agora não tão quente quanto antes - parecia fazer uma coreografia singular no ar, sendo o suficiente para desfazer o coque da menina. Seu cabelo caiu pelo seus ombros, escorrendo até as suas costas. Aiko pouco se incomodou com aquilo, já que a sua única preocupação era matar a fome. Foi quando por fim, percebeu que a pequena lagarta havia utilizado o seu corpo como um impulso para alcançar os galhos. As suculentas frutas caíram no chão. Sua coloração era de um azul intenso e vívido, além de um suave e adocicado aroma.
Pegou uma Oran berry, abocanhando-a em seguida, sentindo o gosto único da fruta, regozijando o seu corpo com o gosto doce da frutose. Olhou para a sua Pokémon que aparentava estar do mesmo jeito enquanto comia uma segunda berry. Pegou a terceira fruta no chão, guardando-a seguramente na bolsa. Estava prestes a chamar a Charmander para finalmente irem embora da propriedade quando ouviu uma janela velha rangendo. Dela, uma mulher alta e tão velha quanto a janela surgiu,  segurando um cigarro enquanto apontava para as duas invasoras. Parecia convidá-las, mas Aiko não se sentiu confortável com aquilo. Sussurrou com o canto da boca para a sua Pokémon enquanto mantinha os olhos na senhora. — Mandy... vamos correr, ok? Não confio nessa mulher. Ela mora no meio do nada e... Mandy! — Mal havia percebido que a sua companheira já estava anos luz a sua frente, correndo de encontro com a mulher parada na porta. Aiko revirou os olhos; aquilo era tão previsível e mesmo assim deixou que passasse despercebido.
— O que eu vou fazer com você, hein garota? — Murmurou para si mesma, tornando a caminhar em direção das duas com passos pesados. Aiko claramente não confiaria em alguém que invadisse o seu quintal e muito menos o convidaria para entrar em sua casa, mas aquela mulher era diferente. Estendeu a mão esquerda para ela em um claro sinal de cumprimento cordial. — Olá, e me desculpe por invadir o seu quintal.
littleroot

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001!
6:06pm

Depois de relutantemente aceitar a oferta, Aiko se aproximava em pesados passos de onde a velha se mantinha em pé com dificuldade, se apoiando na base que sustentava a antiga porta de madeira. Mandy corria na frente de sua treinadora, parando exatamente alguns centímetros na frente da alta senhora, que por sua vez começava a fazer carinho na cabeça da Pokémon.

— Bem-vinda, minha filha... — caminhou com dificuldade, dando um trago em seu cigarro e soltando a fumaça para o alto — Não repare na bagunça, por favor.

O interior da casa era belíssimo, com uma enorme sala no estilo vitoriano com paredes em creme e um enorme tapete com desenhos rupestres que ocupava todo o cômodo. Uma lareira se encontrava acesa, apesar do calor da região, com alguns quadros antigos dispostos acima dela, dando um toque acolhedor ao local. Um sofá de três lugares e duas poltronas próximas à porta enfeitavam o aposento, bem como uma baixa mesinha de centro de madeira com uma jarra de flores e um cinzeiro de prata repousado em cima.

— Me chamo Lily, muito prazer. — sentou-se com dificuldade, buscando o cinzeiro da mesinha de centro e apoiando nos braços da poltrona — Há muito tempo não recebo visitas... Tenho três filhos, mas fazem anos que não vêm me visitar.

A senhora lamentava, enquanto tossia entre uma sentença e outra. Seu estado de saúde não parecia muito bom: sua pele, alva, era mais clara que o normal, com algumas vermelhidões dispostas no pescoço e nos braços — o que era possível Aiko ver, já que o pijama recobria a maior parte de seu flácido corpo. Alguns segundos se passavam e um pequeno barulho poderia ser escutado de dentro dos aposentos. Rapidamente Lily ria, talvez para nossa heróina não se preocupar com o barulho:

— Deve ser a Eva fazendo bagunça... É uma Pokémon que apareceu aqui em casa há uns meses e eu acolhi.
— sorriu gentilmente, dando um último trago e apagando seu cigarro. — Você entrou aqui por que achou que não tinha ninguém, né? — indagou, encostando suas costas no apoio do assento — Eu possuo uma condição genética chamada xeroderma pigmentosa, então não posso sair no sol. — seu semblante agora era triste e sua voz quebrava um pouco, tentando esconder suas feridas na pele — E a idade também não ajuda... Mas sempre que posso vou lá fora e cuido das plantas, são meus chamegos.

Após o grande monólogo, Lily tentava se levantar mais uma vez, demorando alguns longos segundos para se manter em pé. Caminhou com dificuldade até a lareira, pegando um pequeno envelope fechado dentro de um baú de madeira, voltando sua atenção novamente para nossas heroínas. Mandy, à essa altura, se divertia no aconchegante tapete, rolando de um lado para o outro.

— Tenho um pedido para lhe fazer... Posso te dar Pk$500 de recompensa, somente pelo incômodo.
— sorriu gentilmente mais uma vez — Há anos tem uma encomenda parada para mim nos Correios da cidade, mas nunca pensei que precisaria buscá-la... — ficou triste novamente, abaixando o tom de voz conforme dizia a frase — Mas acho que chegou a hora.


Lily respirou fundo, posicionando o envelope em cima da mesa de centro. Caminhou com dificuldade até uma de suas janelas, fechando os olhos e aproveitando o aroma de flores que o vento carregava. Seus olhos lacrimejaram, talvez pensasse na difícil vida que levara todos esses anos com essa condição complicada.

— Não tenho ninguém mais na minha vida, todos se foram... — se apoiou na beirada da janela — Hoje fazem 10 anos que perdi o amor da minha vida. — engoliu seco, respirando fundo mais uma vez — Me perdoe por estar sendo tão mórbida, mas não converso há tanto tempo que acabo me deixando levar.

Aiko aceitaria a oferta?




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A mulher alta acariciava a cabeça da lagarta enquanto cumprimentava a garota, tragando o seu cigarro. O cheiro de nicotina era algo muito presente nela, e aquilo incomodava um pouco a treinadora.
A casa da idosa era extremamente bela, provando o bom gosto de sua dona. A senhora sentou-se apresentando uma pequena dificuldade, em busca de um cinzeiro para que pudesse por o seu cigarro. Aiko sentiu-se um pouco mal ao ouvir da boca de Lily que mesmo havendo três filhos, nenhum deles a visitavam. Infelizmente, para os humanos, só se percebe o que se tinha quando se perde aquilo, e isso foi o que aconteceu com a garota de cabelos brancos em relação a sua mãe. O estado de saúde da mulher era visivelmente ruim, já que a mesma tossia sem parar. Aiko viajou em seus pensamentos, até ser puxada a realidade por um som que havia se originado no interior da casa. Aiko preocupou-se, mas logo foi tranquilizada pela senhora que afirmou que era um Pokémon. Após a primeira indagação, Aiko tornou a falar: — Me desculpe, mas é que eu e a minha companheira estávamos com fome e bem... vimos as berries no quintal e assumimos que ninguém morava aqui. — Lily não pareceu se importar, encostando-se no assento enquanto dizia a sua atual condição. Aiko não detinha o conhecimento acerca dessa doença, portanto preferiu não se pronunciar sobre, mas sentia-se triste pela senhora. Ela se levantou e a garota até pensou em ajudá-la, mas não foi necessário embora a mesma tivesse com dificuldade. A senhora ofereceu uma proposta ligeiramente tranquila para a treinadora enquanto caminhava até a janela, amargurando as suas palavras em relação a perda de sua cara metade e vitimizando-se por não ter com quem falar. Aiko suspirou. — Sabe... um pouco mais de 7 anos atrás eu perdi a minha mãe. — Desviou o olhar da senhora, olhando para um dos cantos da sala. — Nós nunca tivemos uma relação muito boa, mas mesmo assim, eu tento guardar só os bons momentos com ela. Não se entregue a esses pensamentos. Eles vão acabar te consumindo. — Aiko não era muito boa com as palavras, mas pelo menos imaginou passar uma boa mensagem para a mulher. — Bom, em relação do seu pedido, eu o aceito sim, sem problemas. Do que se trata a encomenda? — Esperou atenciosamente a resposta da senhora.
littleroot

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001!
6:08pm

Nossa heroína aceitava a oferta da velha senhora, que imediatamente sorria na direção de Aiko e Mandy. Se distanciou da janela, agora colocando o envelope em cima da mesa de centro, não sem antes afagar mais uma vez a cabeça da salamandra, que parecia adorar os carinhos de Lily; talvez suas mãos calejadas fossem boas para cafuné... Quem sabe?

— Sinto muito pela sua mãe, querida... — lamentou — Ao menos você, mesmo tão nova, consegue filtrar os sentimentos ruins e deixar somente os bons. Parabéns. — se sentou com dificuldades novamente na poltrona.

Ouviu a pergunta de Aiko referente a encomenda e ficou calada por alguns segundos, como quem pensasse exatamente nas palavras corretas que diria a seguir. Respirou fundo, ajeitando o tecido de seu pijama nas pernas com as mãos, como quem passasse-os tal qual um ferro quente. Fechou os olhos por alguns segundos.

— Digamos que irá me ajudar muito.
— sorriu — Principalmente da forma que estou hoje. — mudou seu tom de voz, agora um pouco mais séria. — No final da rua existe uma filial dos Correios, não precisa ir muito longe, tá bom? Assim que voltar eu lhe pago.

Levantou vagarosamente, indo em direção à porta e abrindo-a para nossas heroínas. Mandy, além de gostar dos carinhos de Lily, estava enormemente entretida com o tapete da sala, arranhando e rolando de uma ponta até a outra, disfarçadamente olhando para Aiko de vez em quando para saber se levaria bronca ou não.

— Abrirei a porta para que voltem em breve. — riu da própria brincadeira — Aguardarei vocês com chá e biscoitos.






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