Quando não se sabe onde ir, qualquer caminho serve. Uma novata e seu Sempai

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Parecia que estávamos em um mesmo ritmo, e aquilo deixava tudo mais fácil. Assim que Rayssa terminou de falar, a coelhinha começou a se mover. Ela vinha em nossa direção como se não se importasse muito com nossa presença, em seguida ela olhava em seu relógio de bolso, que tirava de dentro das vestes de forma bastante pomposa.

- Rayssa!? – Eu disse fazendo uma expressão de dúvida. - Não querendo mudar de assunto, mas já mudando. É normal um Buneary se comportar assim? – Eu comentei enquanto a coelhinha se aproximava.

Depois de olhar as horas em seu relógio, Buneary começou a saltar, se movendo ao redor de nós dois, em seguida começou a gesticular com suas patinhas, como se pedisse para segui-la.

- Será que devemos segui-la? Ou será que está querendo um pedaço de torta?

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Eu fazia como se fosse pegar um pedaço da torta cenográfica, mas como Rayssa dizia para seguirmos o coelho, eu deixava a comida de lado e fechava a cesta de piquenique antes de me levantar. Mesmo sabendo que era uma atitude irrelevante, eu precisava parecer natural, e nada mais natural do que fechar os alimentos para não deixa-los desprotegidos.

- Esperem por mim! – Eu dizia ao seguir os dois em direção ao buraco. - Parece até que está atrasado. Pra que tanta pressa? - Eu fazia uma pergunta retórica, já que não esperava que Buneary respondesse, pelo menos não antes de passarmos pelo buraco.

Enquanto seguíamos a Buneary, eu me perguntava o que aconteceria. O que será que tem no buraco? Será que vamos escorregar para algum lugar dos bastidores, para poder esperar a mudança do cenário? Seja lá o que fosse, eu já estava preparado para me jogar em algum lugar.

Assim que passamos pelo buraco depois de seguir o Buneary fofamente vestido, as cortinas se fecharam para indicar a troca de cena. Parecia que a rápida introdução da peça tinha terminado, e nós ficávamos em meio à escuridão. Não conseguíamos ver direito o que acontecia, além de alguns vultos em meio à penumbra. Apesar disso podíamos ouvir os sons de objetos sendo arrastados com muito cuidado e muita pressa. Os contrarregras estavam fazendo a troca de cenário, levando algumas peças enquanto outros traziam as novas.

Quando as cortinas se abriram, finalmente pudemos ver o que tinha mudado no cenário. Não tinha sido uma mudança muito estridente, já que o cenário anterior era uma floresta e depois da mudança permanecia assim. A diferença era que agora pokémon faziam o papel das árvores, e deixavam um ar mais sombrio sobre o palco. A parte em que encenávamos o piquenique tinha sido removida, e agora tínhamos em seu lugar uma entrada de caverna, além de um novo personagem que a guardava.

Aproximamo-nos do senhor rechonchudo com suas roupas de serviço finas. O cumprimentei com um aceno de cabeça enquanto ele se apresentava e começava a falar varias coisas que ainda não faziam nenhum sentido. Baile, objetos perdidos, nos fim ele queria nossa ajuda para encontrar algumas coisas. Para completar o pedido, ele se ajoelhava e começava a implorar por nossa ajuda. - Calma, senhor Francis. Não precisa disso. – Eu disse me aproximando dele para ajuda-lo a se levantar. - É claro que vamos te ajudar. Mas precisamos de mais alguns detalhes sobre o que vamos procurar. Tipo: O que são? Sabe quem pegou? Faz alguma ideia de onde estão? – Eu dizia concordando com Rayssa em ajudar o desconhecido.  

O homem não se demorava a levantar, com a nossa ajuda é claro. Logo que demonstrávamos total simpatia por seus problemas e prometermos ajuda-lo a resolvê-los, ele demonstrava sua felicidade e agradecimento com um grande sorriso meio sem dentes. Eu tive que me segurar um pouco para não rir, mas foi uma tremenda surpresa aquilo.

Logo em seguida, o homem começou a contar os detalhes. Por incrível que parecesse, ele sabia até muito sobre os ladrões, e até mesmo sobre a localização dos objetos. O primeiro era um medalhão que parecia ter um grande valor sentimental para a Rainha de Copas. Uma dupla de animais o havia surrupiado apenas por causa de seu brilho. O segundo item era uma Diadema, que representava todo o poder que a Rainha tinha sobre aquele reino. Esse roubo tinha sido um pouco mais pensado que o primeiro. Por último e de longe o menos importante, não se trava exatamente de um objeto, mas sim da princesa do reino. Este último resgate deveria ser o grande desafio final, já que iriamos enfrentar o senhor dos monstros para resgatar uma princesa.

Depois de ouvir tudo aquilo, olhei para minha parceira, a pequena e “Valente” Rayssa. Cheguei a imagina-la rasgando o vestido e empunhando um arco e flechas para ir ao resgate da princesa. Dei um sorriso disfarçado e conclui. - Francis, pode deixar que vamos retornar com todos os objetos e a princesa sã e salva. – Eu tentei memorizar todo o trajeto que ele havia especificado. Primeiro uma casa simples, segundo a Floresta dos Cogumelos e por último a Montanha Ju-juba, ou algo assim. - Não tenho dúvidas. E você maninha? - Terminei olhando para Rayssa novamente.