off :
Oi, Senhor Narrador! Vim aqui encher o saco de vossa senhoria pra poder treinar um pouquinho antes do PvP que está por vir. <3
Estou voltando do Pyre agora após uma longa e cruel jornada (Q) pela Dungeon e rolaram muuuuuitas coisas por lá, então ainda tenho que ajeitar algumas personalidades e tudo o mais (eu juro que vou tentar, sério). Imagino que o KB brote na rota eventualmente... Algum dia.... Mas não tenho certeza Q
Enfim, espero que possamos nos divertir, ok? o/
~> Estou pontuando aqui para curar os pokémons!
~> Sobre a Box: É possível que eu altere mais de uma vez, então não precisa realmente editá-la. Pode trabalhar com uma imaginária se quiser, tudo certo?
Estarei atualmente com essa equipe:
- Ovo de Shellos
- Rotom
- Nidoking (Retirar o Expert Belt e equipar Power Belt, por gentileza!)
- Nosepass
- Elgyem
- Horsea
Estou voltando do Pyre agora após uma longa e cruel jornada (Q) pela Dungeon e rolaram muuuuuitas coisas por lá, então ainda tenho que ajeitar algumas personalidades e tudo o mais (eu juro que vou tentar, sério). Imagino que o KB brote na rota eventualmente... Algum dia.... Mas não tenho certeza Q
Enfim, espero que possamos nos divertir, ok? o/
~> Estou pontuando aqui para curar os pokémons!
~> Sobre a Box: É possível que eu altere mais de uma vez, então não precisa realmente editá-la. Pode trabalhar com uma imaginária se quiser, tudo certo?
Estarei atualmente com essa equipe:
- Ovo de Shellos
- Rotom
- Nidoking (Retirar o Expert Belt e equipar Power Belt, por gentileza!)
- Nosepass
- Elgyem
- Horsea
Aquela era uma manhã escura.
Já fazia algum tempo desde a última vez que o olhar se perdia no horizonte, enquadrado pelos limites lisos de uma janela. Sua tonalidade cinza vagueava por aquela idêntica que coloria o distante céu do Monte Pyre, ainda assolado por poucos raios e trovões que rasgavam a garganta nublada e torturavam a terra úmida pelo choro celeste - os dedos se pressionavam com delicadeza pelo parapeito do retrato do mundo exterior, e a brisa fria soprava com frustração as madeixas avermelhadas que escorriam pelos ombros. Um barulho irritante e agudo soava ao fundo do quarto, próximo à cabeceira; Por quase três minutos completos o alarme berrava em insistentes clamores para ser ouvido por aquela que o programara, sem obter nem mesmo um ínfimo sucesso no trabalho para o qual fora designado.
Sem nenhuma emoção e em movimentos quase mecânicos, um dos braços se estendeu em exposição silenciosa ao lado de fora da estrutura na qual encontrara abrigo. Foi em silêncio que observou enquanto a garoa finíssima, quase inexistente, umedecia a superfície de sua epiderme pouco a pouco, tornando disforme à visão as áreas em que acertava: Tímidas, deslizavam até a borda do membro superior e pingavam em direção à calçada alguns metros abaixo. Naquela mesma posição manteve-se por segundos, minutos até; Tempo suficiente para que o estridente relógio abandonasse seu posto e por fim se silenciasse, em desgostosa rendição. O fato não a abalou simplesmente por não se importar com sua existência - não era de hoje, tampouco de ontem, que o alarme estava acertado. Em verdade, não tinha lugar algum para ir, e o sonoro aviso apenas existira por não tê-lo desligado previamente.
Não fazia tanto tempo desde que retomara a consciência: Apenas dois dias, e aquele era o primeiro em que não estava aprisionada à uma maca. Não havia contatado ninguém - não exatamente por não poder, pois sequer havia tentado. Naquele instante, não era uma de suas preocupações: Distante, o pensamento ainda bailava com delicadeza por todos os acontecimentos pelos quais passara nas vísceras do Monte Pyre. Chegava a ser engraçado o quão vívidas eram suas memórias e, ainda assim, sequer tinha certeza se eram reais, visto que a única afirmação recebida ao despertar entre equipamentos e enfermeiras foi a respeito de seu corpo encontrado na entrada da cidade, vítima de um raio qualquer em meio à tempestade. Recordava com uma clareza impressionante o olhar escuro do gigantesco e imponente alado que fazia do pico do cemitério o seu ninho, a maneira como suas penas espinhentas se balançavam em meio ao abraço da estática que o envolvia e se dissipava por todos os diferentes níveis da montanha, os guinchos que ecoavam por toda a ilha que carimbavam sua presença e o temor na alma de todos que o ouvissem.
...Ao longe, a luminosidade de um raio rasgou os céus.
Os orbes acinzentados esquivaram-se por um breve momento, observando as nuvens que não pareciam mais tão carregadas quanto antes. Foi de maneira mecânica que o braço foi retirado da chuva; A mão seca agarrou-se quase à altura do ombro e deslizou por toda sua extensão, escorrendo o excesso das gotas aquosas e as lançando ao chão em um movimento parvo, enquanto afastava-se sem pressa da janela e permitia que o corpo tombasse contra o colchão para si reservado. Sem emoção, fitou o teto de tinta branca enquanto permitia que os pulmões se inflassem pacientemente de ar antes que o estoque escapasse por uma fresta ínfima dos lábios. Seus músculos ainda ardiam em resposta à qualquer tentativa de um gesto mais brusco, assim como alguns curativos restavam espalhados pelo corpo - nada disso importava, afinal, tudo se resumia ao seu azar de ter sido vítima da fúria da tormenta que chicoteava qualquer desavisado que atravessasse seu caminho.
...
Não conseguia engolir essa versão.
Foi numa queda silenciosa que a cabeça (e apenas ela) se virou no travesseiro. Os orbes pairaram perdidos por um instante antes de se afixarem em uma diminuta esfera tão resistente quanto um diamante - o braço mais próximo se movimentou para recuperar a relíquia entre os dedos e, silenciosamente, a trouxe para perto de si. Observar a maneira como as infinitas cores fluíam com a delicadeza da maré em seu interior apaziguava sua alma a níveis quase estrondosos; Eram inúmeras as sensações que vibravam por seu peito em reação à objeto tão minúsculo e, exatamente por isso, se via incapaz de aceitar a teoria de que todas as experiências pelas quais passara ao longo das rotas anteriores se resumiam em delírio inconsciente causado por uma coincidência da natureza. Aquela esfera entre seus dígitos era o maior fator que embasava suas negações, mas também não era somente: O desaparecimento "mágico" de seus recursos, o surgimento dos animais exóticos em seu depósito (havia checado anteriormente) e até mesmo uma pequena "almofadinha" bicolor havia encontrado entre seus pertences, tão parecida com duas que já possuía no estoque.
Ao mesmo tempo, era a incerteza que se apoderava mais e mais de seu coração. Temia o abraço dos fantasmas e demônios que sussurravam em seus ouvidos, e também a possibilidade de que sua sanidade há muito se esvaía de maneira exponencial. Não só uma vez que se aventurara em lugares em condições... Estranhas, ainda que fosse a primeira que em momento algum havia chegado a atravessar alguma barreira e/ou vórtex que distorciam por completo a realidade ao seu redor - a menos que aquela mencionada pelo Team Aqua fosse passível de fazer parte da conta. A verdade é que quanto mais e mais tentava refletir a respeito de toda a sua situação, mais ainda colocava em xeque a possibilidade de que os delírios fossem os responsáveis por se apossar gradualmente das aventuras nas quais se arriscava; Até para si mesma algumas de suas experiências pareciam patéticas ou surreais o suficiente para se passarem com tranquilidade por fantasias de uma mente atormentada ou, bem, de uma com bastante imaginação.
...O corpo se virou no colchão, enquanto ainda observava a relíquia e a movimentava silenciosamente entre o médio e o indicador. Não tinha ideia de qual seria a serventia de tão peculiar objeto - e tampouco as enfermeiras que chegara a perguntar a respeito. Particularmente, queria acreditar que existia algum significado esplendoroso por trás daquele arco-íris finito; O desejo de que pudesse se tratar de uma lembrança de um rei derrotado (ou talvez não necessariamente, visto que as últimas cenas daquele encontro fatídico ainda se estampavam como um borrão confuso em sua memória) como reconhecimento ao esforço era latente, ao ponto de fazer estremecer sua estrutura - mas, bem, não saberia quanto tempo levaria para desvendar os segredos da esfera vítrea e, sinceramente, sequer tinha consciência se algum dia chegaria a fazê-lo ou mesmo se eles realmente existiriam.
Um suspiro indiferente escapou de seus lábios - estava cansada.
Cansada da fraqueza física e mental que a assolava constantemente, e chegavam até mesmo a afetar seus pokémons diante de decisões mal planejadas ou estúpidas à situação, principalmente. Naquele instante único de quietude - interrompido somente pelo assobio agudo dos ventos que rodopiavam do lado de fora -, desejou um pouco de paz ao próprio coração maltratado. Questionou-se até mesmo a justiça que residia no fato de não ter se afogado junto à sua terra natal quando a grande baleia lendária afundou os dois continentes que passara toda a sua vida. Em pensamentos sórdidos, sussurrou angústias ao mar distante e também à Arceus; Em preces quase acidentais, desejou que todo o peso em seu coração a deixasse livre para enfim partir, assim como ocorria com as sombras de correntes que aprisionavam seus membros à um passado sombrio e sem sentido.
...Por um instante que fosse, as pálpebras se cerraram.
E, em silêncio, curtiu a própria escuridão.