Flores de fogo - Tony Dragnell

Flores de fogo!

Não tinha muito o que ser feito, a batalha era iminente e Garm já se preparava para lidar com as ameaças do fantasma que os atacava. Com as ordens de Tony, o canídeo lançou seu poderoso Flamethrower e acertou-o em cheio. Irritado, Sableye lançava algumas orbes que acabavam deixando Garm confuso; é, Confuse Ray realmente poderia ser um problema para Tony e seu aliado nessa batalha.

Delirante, Houndoom balançava dentre suas quatro patas e quando parecia que ia ser pego pela confusão, conseguia se recompor mesmo que momentaneamente e lançava mais um Flamethrower, deixando o fantasma inimigo já em estado crítico. Tentando devolver o dano, Sableye saltava na direção do noturno e arranhava-o diversas vezes, mas parecia fazer cócegas no cachorro.

Mesmo com Garm confuso, a batalha parecia estar bem fácil para nossos heróis...

Mas será que é possível subestimar um fantasma?

Flores de fogo!

Felizmente, independente da confusão ou não, Houndoom focava nas palavras de seu treinador e conseguia lançar mais um Flamethrower e encerrar a batalha de uma vez por todas. Sableye sequer tinha dado trabalho à dupla, mas ao que parece, o pesadelo só estava começando: extramente exausto, o fantasma desapareceu à vista mas não sem antes gritar — um cry agudo, quase que como alertando que havia um intruso no local. Os próximos passos do rapaz deveriam ser bem precisos para não acabar caindo em nenhuma armadilha.

Por sorte, as chamas do canídeo não afetaram nenhum dos livros, algo que poderia ter dado um pouco de dor de cabeça à Tony caso tivesse destruído alguns daqueles exemplares; caso o rapaz observasse, todos pareciam edições de colecionador e valeriam bastante dinheiro se vendidos ao mercado negro.

Com o sumiço do fantasma derrotado, Tony não havia nenhuma opção a não ser seguir em frente, porém, havia um problema: a luz que iluminava as janelas começava a se dissipar, o que indicava que, mais à dentro, iluminação seria algo bem escasso para o nosso herói. Ao chegar em um corredor, uma escada poderia levá-lo para o andar de cima ou para o porão; caso decidisse ignorá-la, poderia simplesmente seguir em frente.

Além do problema já discutido sobre iluminação, algo também chamava atenção: no andar de baixo era possível escutar um fino choro, no de cima alguns pisões no chão e em frente algo como correntes sendo arrastadas pelo chão... Poderia ser mais uma peça dos fantasmas, mas e se não fosse?

O que fazer?

Flores de fogo!

Mesmo perdidos em meio à escuridão com somente as chamas de Garm para iluminar seu caminho, Tony não fraquejava e decidia seguir em frente, na direção do que pareciam ser correntes sendo arrastadas pelo chão. Talvez por ser do tipo noturno, Houndoom não parecia nem um pouco amedrontado pela intimidação dos fantasmas, mantendo sua atenção sempre focada em qualquer barulho que poderia escutar no meio do caminho.

A situação do Contest Hall chegava à ser deplorável: o que antes parecia ser bem luxuoso diante do que encontrara na recepção, agora o corredor que nosso herói caminhava estava acabado, com as paredes arranhadas, lâmpadas quebradas pelo chão e ornamentos derrubados sem qualquer cuidado. Talvez por ninguém nunca ter ido tão profundo investigar o que estava acontecendo, nas camadas mais internas do edifício os fantasmas tinham feito a festa... Sem dúvidas algo que incomodaria a pobre da senhora que aguardava receber seu Contest Hall ainda inteiro.

Seguindo ainda em frente, os barulhos de corrente aumentavam significativamente: ora estavam sendo arrastadas na frente de Tony, ora por trás. Sem dúvidas mais uma das peripécias dos monstrinhos que ali habitavam. Já sem paciência, Garm começava a prestar atenção no padrão do que estava acontecendo, mas não poderia iniciar qualquer coisa sem as ordens de seu treinador.

De repente o silêncio voltou a reinar; à frente dos rapaz, uma sala com a porta fechada separava-os do que restava do corredor. De início parecia trancada, mas Houndoom sinalizava com a cabeça que ambos poderiam sim abri-la na força bruta. O que fazer?

Flores de fogo!

Utilizando de pura força e até mesmo dando um incentivo para Houndoom ficar mais forte, Tony decidia derrubar a porta o mais rápido possível. Sincronizados, tanto o Pokémon quanto o treinador derrubavam-na com somente um empurrão e, para nossa surpresa, as coisas não seriam tão agradáveis assim.

Nossos heróis agora deparavam-se com o que parecia ser um dos camarins para quem se apresentava no Contest. Tudo ali dentro havia sido destruído: seu sofá, suas mesas, seus espelhos... a mobília toda estava quebrada e espalhada pelo chão. Em um dos cantos escuros da sala era possível ver somente um olho, mas que mais parecia uma bússola que qualquer outra coisa. Garm, já intimidado, começava a mostrar seus dentes e rosnar, intercalando com algumas chamas para que Tony conseguisse ver do que se tratava, afinal, fantasmas de verdade não existem, certo?

Não demorou muito e a assombração começou a se mexer: atrás dela, praticamente grudada no canto da parede estava um CD, algo bem parecido com os TMs que tanto conhecemos. Algumas correntes começavam a se esgueirar pelas paredes, mas eram rapidamente reprimidas pelo canídeo que acompanha nosso mono-treinador. Já sem paciência, Houndoom desferia um poderoso Flamethrower para alto, forçando o fantasma a ser revelar de uma vez:

Flores de fogo!

A situação não era nada favorável para nosso herói: o cômodo era relativamente pequeno e com muitas mobílias destruídas que poderiam acabar queimadas pelos ataques de Garm. Sendo assim, Tony logo sugeriu uma estratégia que poderia resolver essa situação, mas ao que parece Dhelmise não estava a fim de colaborar. Se esquivando da intimidação do canídeo, a âncora ambulante conseguia disparar suas correntes e fechar a porta atrás do nosso herói - agora, sem dúvidas, as coisas ficariam bem quentes ali dentro.

E assim o embate se iniciava: mais rápido, Houndoom logo lançava suas chamas contra Dhelmise, que era atingido com sucesso, mas alguns livros acabavam queimando com a brasa! Se nosso herói não pensasse em uma solução rápida, acabariam todos queimados ali dentro! O fantasma invasor, mesmo sentindo o poder do ataque super-efetivo, rapidamente começava a sugar a energia do fiel escudeiro de Tony com Giga Drain - algo que não causava muito dano pela resistência, mas servia para recuperar parte de sua vitalidade. Tentando mirar um pouco melhor, Garm conseguia acertar mais um Flamethrower que acabava queimando Dhelmise. Até aí tudo seria ótimo, mas o gramíneo aproveitava das brasas em seu corpo para alastrar ainda mais o fogo pela sala. Batendo suas correntes no chão para tentar intimidar Tony e Houndoom, o fantasma utilizava mais uma vez seu Giga Drain, deixando-o um pouco melhor e menos exausto do que estava.

A batalha estava indo bem melhor para Tony, mas o crescente fogo que se alastrava pela pequena sala poderia acabar estragando seus planos... Como lidar com isso?