[Evento AVENGERS] Wish Festival

Ainda enquanto aguardava no camarote, tinha recebido uma mensagem de Ren. Ele estava atrasado. Já estávamos encerrando a primeira semana de trabalho, mas, bem, não importava tanto. Nosso cronograma estava em dia e restavam apenas alguns detalhes. Pedi para que viesse ao restaurante.

Momentos depois sou chamado por quem esperava. Com um largo sorriso dizia:

— Me mostra o que você separou pra mim. Estou ansioso!

Não queria que fosse muito diferente do repertório normal da Senkyo, só queria que fosse mais eclético, com mais vida! E novidade, claro. Queria encher aquele lugar de boas energias! E se tinha uma pessoa que conseguia me mostrar algo com a cara da Senkyo, esse alguém era o DJ da casa.

— Porra, manda muito!!! Sabe que é meu DJ preferido? O real-oficial! - comentaria, animado com o que ele tinha preparado. - Vou começar a avaliar quem você trouxe, se eles tiverem deixado alguma coisa contigo separada, pode lançar ao meu sinal. Só vou conversar com os meus meninos e já já a gente bota esse palco pra queimar.

Tinha percebido uma movimentação. Lilith enviava alguns rapazes pra frente do palco. Dois eu conheci, mas o terceiro me era estranho. Dei bom dia ao pequeno Sckar (que estava vestido como gente grande, mas o estilo social não ficava tão bem nele quanto em mim... ainda preferia ele de Flabebé!) e então um sorriso seguido de um abraço de lado com Hudges — Ta atrasado, mocinho. Precisei de você essa semana. Mas não importa, está aqui hoje e a opinião de vocês será importante. - dizia em tom de brincadeira, mas falando sério.

Logo levantava o olhar para o rapaz que eu não conhecia. Seria ele o rapper P.K.M.? Se fosse, talvez o garoto no palco não conseguisse ter uma boa performance ao vê-lo. Decidi me apresentar para saber.

— Olá, sou Matthew Monclar, administrador do restaurante e sócio da Avengers. Você é? - estendia a mão em cumprimento aguardando resposta.

Joe queria conhecer mais pessoas da sua sociedade e com sorte conhecia até mais do que imaginava. Começando por Lilith, a gerente do estabelecimento, com um sorriso no rosto o recebia muito bem e o tentava deixar confortável no local. Sem questionar, o treinador apenas seguia para um canto perto do palco e terminava de se apresentar para a moça.

— Olá, senhora Lilith. Sou o Joe, prazer. Sou novo na sociedade e não estava sabendo da audiência, se não viria um pouco mais apresentável. — Deu um sorriso sem graça.

Em seguida era vez de um loiro entrar em ação, se vestindo muito bem com suas roupas sociais. Yokosuka tentava puxar na sua memória qual foi a ultima vez que vestiu roupas sociais e falhava miseravelmente, o jovem era da roça e era bem capaz de nunca ter vestido trajes tão bonitos na sua vida. Toda a "presença" daquele rapaz logo seria confirmada e não seria a toa: era nada mais e nada menos que o administrador do restaurante e sócio dos Avengers.

— Olá, senhor. Pode me chamar de Joe, prazer. Sou novato na sociedade e Cindy me falou pra vir pra cá para ajudar. — Estendeu a mão para apertar, tentou tratar o rapaz com o máximo de respeito possível. — Um belo estabelecimento que o senhor possui aqui, hein? — Poderia até parecer uma puxação de sardinha para o Matthew, mas o jovem estava realmente maravilhado com o que estava vendo. Desde que começou sua aventura dava para contar nos dedos os restaurantes veganos em que visitou, para ele que possuía uma dieta vegetariana acabava sofrendo com essa falta de restaurantes capacitados.

Por fim, mais dois rapazes se apresentavam e para o desconforto do rastafari, ambos estavam vestidos de roupas sociais. Ficava um pouco nervoso e começava a bater pouco a pouco seu pé no chão, por que não foi avisado das vestimentas antes? Ficava pensando e só queria queria que aquele sentimento passasse logo.

O primeiro treinador, era Sckar. Este era bem conhecido por Joe, afinal era o líder da divisão em que resolvia fazer parte e filho de Cindy, a mulher no qual ficava jogando alguma conversa fora e conhecia mais a respeito da sociedade. O outro era um coordenador com lindas madeixas rosadas que deixaria qualquer um morrendo de inveja, este parecia mais tímido e apenas cumprimentava de longe o rastafari, que respondia com um aceno e um sorriso.

— Sem problemas, senhor Sckar. Ér... pode te chamar de Sckar? Acho que é mais fácil. — Disse meio sem graça, passando a mão na parte de trás de sua cabeça, bagunçando ainda mais seus dreadlocks.

Mas pera, "senhor"? O garoto era mais novo que Joe... Pelo jeito o mesmo tentava seguir a conversa tentando ser o mais educado possível, afinal esse seria seu chefe a partir de agora.

— Está certo, me chamo Jou... Yokosuka Jou. Mas pode me chamar de Joe, todos acabam me chamando assim mesmo. Prazer! É claro, por enquanto só tenho esse celular velho, mas está sendo útil, isso que importa. — Terminou de responder para Sckar retirando seu celular tijolão do bolso, aproveitando também para enviar o seu contato para o mesmo. Por fim o ás iniciava um papo bem agradável, que era sobre a música, aquele assunto trazia boas lembraças para o rastafari. — Eu acho ótimo um show eclético, sou de uma família bem ligada a música e é sempre bom ouvir outros estilos para buscar referências para se tocar, já que desde pequeno sei tocar violão e me arrisco em alguns outros instrumentos. Mas sem dúvidas meu estilo preferido é o reggae ou o nyabingi, o último é pouco conhecido e é mais religioso. Ah! Também curto o reggaeton, para animar um pouco. — Acabou se empolgando com o assunto e não parava mais de falar.

Respirei fundo ao ouvir eles reclamando das músicas do DJ. Na real era meio que uma reunião privada entre nós dois e eles foram levados para um outro espaço justamente para não influenciarem no trabalho de um artista que eu confiava, do contrário ele não trabalharia na Senkyo. Decidi não dizer nada apenas fazer um sinal com a cabeça para ele não ligar e seguir com o plano. Sim, dei liberdade pra ele. Se quisesse colocar 2h de funk, era com ele, desde que seguisse o conceito de energia e animação.

Quanto ao rapaz que tinha um estilo mais despojado que o de Ren e até mais confiante que o de Sckar, gostava da sua simpatia. O analisava bem, palavra, comportamentos, andados e até mesmo a pressão com a qual apertava minha mão. Parecia gente de bem e segundo o líder de Copas, Cindy tinha boas recomendações e aquela mulher nunca falhou comigo. Jou podia contar com a Ouro.

— Ah, muito prazer, não tinha notado que era um agente. E obrigado, trabalhei bastante para fazer esse lugar legendário! Bem, se tiver talento musical, além de conhecer música, e quiser fazer um teste, você pode ser o número 5. Se me derem licença eu vou dar início nas audições.

Sendo assim, quem fosse se apresentar deveria ir se preparar enquanto os demais deviam se sentar nas cadeiras para me ajudar a decidir pelo sim ou pelo não. As performances ao vivo seriam um diferencial no festival.


OFF: Luch, o Gray não conseguiu ser liberado a tempo da audição, mas vou considerar que ele compareceu e fez o teste com metade da banda que ta formada.

off:

Por enquanto Joe estava se dando muito bem com o líder da Ouro. Inclusive era uma divisão que o jovem tinha ficado com muita dúvida em escolher, uma pena que a ganancia pelo dinheiro acabou pesando contra.

Logo, Matthew colocava ordem no cabaré e dava início a audiência, mandando quem fosse se apresentar se preparar e quem não fosse sentar nas cadeiras. O rastafari ficava num impasse, nunca tinha se apresentado para um público antes e nem tinha se preparado para isso, sendo pego totalmente de surpresa. Porém aquilo poderia ser uma chance perfeita para testar suas capacidades musicais, espalhar boas vibrações e é claro ajudar sua sociedade com um evento épico.

— Você me pegou de surpresa... C-Certo! Irei me arrumar agora. Não custa nada né? — Na sua fala dava para notar um pouco de nervosismo. Respirou fundo e com um sorriso no rosto partiu para o camarim para se preparar.

A sorte estava a favor de Yokosuka, que só seria o quinto a se apresentar e isso seria tempo o suficiente para escolher um repertório e se arrumar da melhor maneira possível. Sua fantasia já estava pronta, afinal só possuía uma e era a de mariachi, apenas a vestiu -deixando o sombrero de fora por agora, pela questão do calor- e pegava um violão emprestado. Enquanto afinava o instrumento, ficava ensaiando suas músicas e pensava quais se encaixariam perfeitamente na temática proposta da festa.