— Na próxima vamos lembrar de não carregar tanto...
Tielo havia ganho um suprimento com corda também. o jovem amarrou como fez da última vez, e distribuiu para Beautifly, Dustox, e Tyrunt, para brincarem como se fosse cabo de guerra.
Larvesta não teria condições nessa situação, sua anatomia não auxiliava. Marshtomp já tinha uma tarefa, assim como Jynx.
Colocar três Pokémons talvez ajudassem, se pelo menos conseguissem deslizar um pouco, a inércia pudesse ajudar um pouco. Caso contrário, teria que pensar em uma outra alternativa. Talvez até, descarregar um pouco do peso.
- É uma boa ideia pedir para eles ajudarem. – Comentou Jack pensativo. – Ulti ajude eles a puxar a lona também.
Dessa maneira, as criaturas, da maneira que podiam, se organizaram para começara puxar a lona. Nitidamente, os que detinham maior força eram dos dinossauros, que tomaram a iniciativa puxando pelas cordas presas em suas mandíbulas enquanto os demais, incluindo os jovens, auxiliavam no trabalho. Aos poucos então, começaram a sair do lugar indo em um ritmo bom ao longo do caminho e tendo de parar vez ou outra para arrumar a lona nas curvas para desviar de arvores, pedras ou outros entulhos, a fim de impedir que ela escorregasse para fora do gelo.
- Agora estamos indo bem!
À medida que andavam, podiam notar podiam perceber o trabalho dos demais voluntários pela cidade. Alguns apenas catavam entulhos e lixos, enquanto outros construíam casas, havendo aqueles também que tratavam de reviver a vegetação naquele ambiente. Logo, os jovens se aproximavam do final da cidade ao norte e o local destinado aos entulhos, vendo que Amaura e Jynx já os esperavam lá.
Ao todo precisariam de 5 viagens como aquela para pegar todos os detritos do setor onde haviam trabalhado. A partir de segunda já começavam a perceber que o gelo começava a se desgastar, tanto pelo derretimento quanto pelo atrito causado.
— Certo... Apesar de tudo... Tudo está dando certo... - Disse ofegante enquanto retirava parte da sua vestimenta superior. O exercício estava deixando abafado dentro das vestes, e estava exigindo certo esforço de Tielo.
Imaginava que o mesmo estivesse acontecendo com os Pokémons. Não que fossem sedentários, mas era estranho para eles esse tipo de trabalho. Não era o que Tielo indicava ou pedia, mas era uma forma criativa de se trabalhar força, percepção, determinação e colaboração em equipe. Ainda mais para os que usavam atributos que envolviam seus movimentos especiais. E isso deu uma ideia que pudesse auxiliar ainda mais enquanto treinava os Pokémons.
— Jynx, Amaura... Preciso que ajudem a refazer o trecho. Como é só para corrigir imperfeições, não vai exigir tanto quanto a primeira vez. Marshtomp, ajude com água, se elas congelarem água, talvez seja mais fácil e não usem menos energia que o necessário. Vamos carregar a quantidade apenas suficiente para não nos cansarmos antes de terminar tudo por hoje. Dustox e Beautifly, larguem as cordas, deixem com os dinossauros. Dustox, use movimentos psíquicos para forçar a lona pra frente na próxima vez, Beautifly, use sem movimento de ar, com leveza, para auxiliar a empurrada. Larvesta, continue dando apoio... - Reconfigurou parte da equipe para que eles não se cansassem fácil.
Naturalmente, à medida que o trabalho avançava o grupo começava a demonstrar cansaço, mas tampouco isso impedia de terem novas ideias a fim de otimizar o trabalho. Assim, o bardo tratou de redirecionar as atividades das criaturas que compunham o grupo.
Com auxílio do Marshtompl, Jynx e Amaura tornavam a reconstruir o caminho de gelo para carregar os resíduos, enquanto o trabalho daqueles que puxavam a lona eram direcionados de acordo os seus pontos fortes. Os dinossauros ficavam responsáveis por usar de sua força física para puxar a lona e os insetos voadores usavam de seus movimentos especiais, detendo apenas o suporte da criatura de fogo.
Dessa maneira, não tardou para que logo, apesar do esforço constante e que provavelmente traria algumas dores musculares no dia seguinte, ao fim do dia o grupo houvesse terminado de mover todos os resíduos para o local indicado, finalizando seu trabalho por aquele dia.
- Finalmente, achei que nunca iriamos terminar. - Disse Jack enquanto se largava no chão coberto de suor.- Agora é tomar bom um banho e ir jantar.
— Banho...! Sim! Banho... - Disse ofegante, caído ao chão, o corpo molhado de suor, ainda quente do serviço braçal. Seria bom finalmente poder limpar o corpo mas, mais que isso, lavar sua roupa que não era a exata para trabalhar.
A palavra causava misto de reações nos Pokémons. Marshtomp era o que mais amava entrar na água, e se animava prontamente para sua merecida recompensa. Enquanto Larvesta tinha uma reação estranha para isso.
— Vamos sim pro banho... Nos vemos logo então... - Comentou indo para a parte dos chuveiros, que era dividido entre masculino e feminino.
Jynx e Dustox iam para a parte feminina, enquanto Tielo e o restante iam para a divisória masculina.
Marshtomp ficava embaixo da água se divertindo. Beautifly acompanhava o amigo brincando com o chuveiro. Tielo pegava um pano úmido e passava gentilmente em Larvesta, para que pudesse limpá-lo de forma mais sútil do que enfiá-lo embaixo da água. Apesar de insatisfeito, não era relutante.
Por último... Chegou a vez de Tyrunt. Que não queria entrar embaixo da água, mas era relutante até com o pano umido. O Pokémon começou a chorar, de maneira manhosa enquanto corria pelo banheiro atropelando outras pessoas. Até sair da divisória masculina e ir para o feminino em busca de Jynx.
O alvoroço do outro lado foi gigante, só ouvia o barulho de armários caindo, e Tielo estava pelado correndo para o outro em busca de seu Pokémon, porém sem poder entrar na parte feminina.
As mulheres saíam enroladas em sua toalha, assim como Dustox enrolada numa pequena e linda toalha feita por Tielo, e por último, Jynx com cara de brava acompanhada de Tyrunt. A Pokémon também saía enrolada numa toalha, e outra enrolada em seu cabelo. Ela soltava uma frase de desaforo em seu próprio dialeto não só pra Tyrunt como para seu treinador, e retornava para dentro do banheiro irritada...
O único jeito de fazer esquecer que Tyrunt estava na água, era entregando um Psyduck de borracha que estava perdido por ali. O Pokémon parecia deslumbrado, momento perfeito para banhar-lhe e logo após, terminar seu próprio banho.
Agora poderiam ir dormir, esperar o próximo dia... Que fosse menos conturbado por desejo de todos.
Apesar das estripulias causadas no banho por Tielo e seus parceiros, logo as coisas, da melhor maneira possível iam se resolvendo no acampamento, não tardando para que todos se encaminhassem para o jantar e, por fim, descansar em seus sacos de dormir após um longo dia de trabalho. Naquela noite, diferente das demais, uma leve frente fria invadira o ambiente, deixando que tudo ficasse um pouco mais “aconchegante”, para quem gostasse de tal, é claro.
Logo após a higienizações matinais e o café da manhã, todos os voluntários que haviam terminado suas atividades e precisavam de novas se reuniam em volta do senhor responsável em frente do acampamento. Assim, cerca de apenas seis ou oito pessoas se encontravam presentes naquele espaço, incluindo Jack Horner.
- Bom dia, pessoal, como foram nessa noite? Fez um até um friozinho agradável. – Começou o senhor. – Bom... Indo direto ao assunto: Hoje nós temos algumas atividades que iremos passar para vocês. Mas antes, nós queríamos alguns voluntários para uma atividade em especial. Dado o histórico da Torre de Lavender, não queríamos delegar essa atividade a ninguém, pois há quem não goste. Então, quem se voluntaria a trabalhar lá no dia de hoje? O serviço envolve algumas reparações e limpeza principalmente.
— Eu! Por favor! Eu! Por favor por favor por favor por favor por favor! - Levantou a mão e balançou chamando atenção.
Definitivamente era um estranho no meio do grupo. Mas queria muito poder entrar na Torre. Embora pudesse fazer isso posteriormente, qualquer outra hora, quando a cidade estivesse inteiramente restaurada, sentia-se como tendo um acesso vip e privilegiado. Uma prévia. Uma amostra grátis. E não iria perder isso por nada.
Nesse momento olhou para Jack. Se perguntando se ele iria também. Não iria pressioná-lo ou oferecer a sua companhia. Mas, apesar de ser um lobo solitário, um acompanhante para quem pudesse compartilhar seus pensamentos fosse bom...
Mediante ao anúncio de que haveria trabalhos a serem realizados no interior da torre de Lavender, o jovem bardo não tardou em de forma bastante animada, quase que implorando, pedir para ser um dos voluntários naquele serviço. Contudo, por outro lado, Jack Horner não era um dos mais entusiasmados em visitar aquele lugar, muito menos em trabalhar nele.
- Opa, isso não é pra mim não. – Começou se dirigindo a Tielo, levando a mão a sua própria cabeça e começando a coçá-la enquanto exibia um sorriso sem graça na face. – Desculpa, cara, mas fazer serviços em lugares assombrados não para mim. Sinto muito.
- OOOOOOOOKYUUUU! – Gritava alguém por entre as pessoas, aparentemente animada com a ideia de trabalhar na Torre de Lavender.
- Pois bem, parece que temos dois voluntários bastante animados aqui! He he! – Disse o senhor. – Podem esperar, por favor? Irei orientar os demais e depois converso com vocês.
Logo que saiu do meio das pessoas pode observar a detentora da voz bastante animada, uma jovem garota de feições orientais que detinha uma franja repartida ao meio e rabo de cavalo como penteado. Suas vestes eram bastantes singulares. Trajava uma camisa branca, uma saia florida em companhia de meia calças esverdeadas, além de uma jaqueta azulada que detinha detalhes prateados e verdes, onde uma estrela prata era gravada em suas costas.
- Ôôôô, quem é você? E por que está tão animado para ir na torre de Lavender? – Disse a jovem animada para Tielo. – Achei que só eu quisesse ir para lá!
Olhou para o lado, e viu alguém tão entusiasmada quanto ele. Neste momento, se conteve. Não era o tipo de atenção que queria chamar, mas em partes, ficou aliviado de não ter que ir sozinho, e ficou feliz por sua até então, nova companheira, ter tanta empolgação em visitar a torre quanto ele.
Ela era um tanto quanto excêntrica. Não à nível de Tielo. Mas, particular igualmente. E ao se aproximar do bardo, ele cumprimentou-a retirando o chapéu e em uma leve reverência.
— Sou Tielo, um contador de histórias errante. Bom... Essa é só uma de minhas alcunhas... - O jovem iria terminar sua frase, mas o seu aparelho vibra de maneira frenética. O jovem levanta o dedo indicador, como uma forma de pedir um tempo, enquanto observa qual tipo de ocorrido demandava tanto de sua atenção...
Um péssimo timing para isso. Tielo mal havia entrado na sociedade e lidava com intimidades... Íntimas... De outras pessoas. Mas apesar de surpreso com o conteúdo, admirava o bom gosto do dono do objeto. Logo retornou o aparelho para o bolso, e continuou com o diálogo.
— Como eu dizia. Sou um contador de histórias. E dizem que mortos não contam histórias... Eu acho diferente. Quem sabe não dou o azar ou sorte de encontrar um conto moribundo? E te faço as mesmas perguntas! - Jack havia se abdicado da missão. E não era surpresa. Entusiasmado agora com a Torre, não via a hora de adentrar no local.
Um tanto quanto o que parecia ser surpreso o jovem bardo tratava de se apresentar para a jovem bastante animada, a qual, talvez por sorte do destino, aparentava estar mais animada do que ele para visitar as curiosidades e segredos da Lavender Tower. Apesar disso, devido ao grupo que recentemente fazia parte, recebera uma estranha mensagem sobre uma cueca um tanto quanto peculiar. Estranho, não? Talvez as coisas fossem ficar mais intimas do que esperava. Voltando-se ao cenário atual, logo a jovem de jaqueta lhe estendeu a mão para um aperto enquanto exibia um grande sorriso na face.
- Sou Hammie! E faço parte dos Kyuranger! – Se apresentou com bastante animo evidenciado. – Bom... Eu queria ver se realmente tem fantasmas lá! Sempre me falaram de muitas histórias sobre lá!
Ao passo que ela se apresentava, o senhor que orientava o local se aproximou dos dois e, após a jovem terminar, começou a explicar o que eles deveriam fazer.
- Bom, o serviço de vocês será um pouco complicado, pois são poucos. – Suspirou ao fim. – Mas basicamente, vocês devem limpar térreo que está repleto de lama e alguns pequenos detritos e vistoriar os andares superiores e reconstruir algumas partes deles. Por exemplo, algumas lápides se estiverem quebradas. Vocês estão livres para levar os materiais que quiserem, só pedir e iremos providenciar.
Ali, o senhor deixava a margem livre para o garoto pedir quaisquer outros materiais, sendo assim, o que pediria para sua missão de hoje?
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