Ao ser anunciado o novo serviço, o bardo mal dava ouvidos. Estava ansioso somente pela possibilidade de entrar na torre. Mas imaginava que não encontraria nada demais. Entretanto, tinha que se forçar a focar.
— Ah. Não sei o que nos espera lá dentro, mas acredito que um pouco de argila sirva para restaurar as lápides. Se pudermos avaliar primeiro e depois pedir mais equipamentos, seria ideal.
Ajeitou-se para seguir. Iria cuidar do térreo primeiro. Seus Pokémons lidariam com retirar o excesso de lixo e sujeira mais fácil.
Pensando primeiramente na reconstrução das lápides, o jovem bardo pediu por um pouco de argila para esse serviço, o qual seria atendido. Contudo, pediu para avaliar o local também ante de dar procedência aos demais equipamentos que seriam necessários. Assim, em companhia da animada Hammie, seguiu em direção a torre de Lavender.
- Bom... Você é de onde Tielo? – Perguntou. – Que tipo de Pokémon você tem aí? E que tipo de histórias conta?
Realmente a garota era bastante curiosa, sendo assim, enquanto caminhavam ele enchia Tielo de perguntas. Mas não haviam tardado a chegar na torre, percebendo que sua faixadas estava bem suja por lama e detritos, além das paredes que descavam, retirando um pouco da pintura cinza que recobria as paredes. Já seu interior, estava igualmente repleto de lama e detritos, além de janelas e bancadas de mármore quebradas. Nitidamente, o local estava com aparência bastante abandonada e decrepita, dando uma ideia de desolação, algo que se intensificava pelo vento que atravessa as janelas quebradas e criavam assobios esquisitos. Como se encontravam no primeiro andar, onde ficava a recepção, não conseguiam ver as lápides.
- Uau... O lugar tá bem acabado mesmo. – Comentou Hammie. – Vamos ter um trabalhão aqui.
— Que diferente. Também estou para ver alguma coisa sobrenatural. Não sei bem se acredito. Porém estou interessado até na minha própria reação. Enfim. Nasci em Sootopolis, mas, meu povoado é nômade, toda terra é nosso lar.
Comentou bem superficialmente. Apesar de ser um contador de histórias, estava tão focado que acabou não conseguindo... Contar uma história...
— Conto todo tipo de história. Contos. Lendas. Mitos. Romances, terror... Experiências reais e fictícias...
Ao chegar no local, pode avaliar a verdadeira situação. O local tava lotado de lama. Mal conseguiriam permanecer ali. Colocou Marshtomp na linha de frente. Retirando o Pokémon da Pokébola juntamente dos dois Pokémons voadores. Jynx, Tyrunt e Larvesta ficariam na Pokébola por enquanto.
— Marshtomp. Precisamos limpar esse local. E talvez isso aqui possa te ajudar... - Retirou de sua bolsa um disco, que, inserindo em sua Pokédex e apontando para Marshtomp, fazia o Pokémon se sentir um tanto quanto estranho. Mas era seu Surf, que, em abundancia talvez retirasse a lama dali rapidamente.
- Curioso, curioso... – Dissera Hammie enquanto pensava nas palavras do Bardo.
Tampouco avaliavam o local, o jovem Tielo, antes de retornar ao acampamento a fim de conseguir outros materiais e equipamentos que necessitasse, decidia começar a limpeza no local com ajuda de seu parceiro anfíbio. Sendo assim, buscando otimizar o serviço, decidiu que era hora de ensinar ao seu parceiro um movimento bastante especial: O Surf.
- Ótima ideia! Acho que tenho algo certo para ajudar nisso! – Comentou a jovem enquanto liberava de uma de suas esferas um pacato camaleão de listras azuladas na barriga. – Kecleon, use Mimic para repetir o movimento dele e ajudar a limpar o lugar!
Com as orientações dadas, ambas as criaturas invocaram esferas de água e as lançaram contra a lama do local, fazendo-as explodir em pequenas ondas que levavam a lama superficial para os cantos do recinto, assim como para fora do ambiente através da entrada. Enquanto as criaturas trabalhavam, os treinadores puderam se abrigar ficando em cima de uma das bancadas, evitando serem atingidos pelas ondas criadas.
À medida que as criaturas trabalhavam foi possível perceber que alguns torrões de lama mais antigos continuavam fixados no chão, demonstrando que somente a força da água não seria o suficiente para executar a limpeza. Nos cantos do térreo uma parte da lama havia se acumulado, a qual seria necessário levar para fora depois.
A onda de Keckleon e Marshtomp lavava o local. Pelo menos parcialmente. Suficiente para que Tielo pudesse realocar agora, coisas menores. Os blocos de lama seca haviam ficado presos, enquanto outra parte havia acumulado na parede. Isso tornaria mais trabalho, porém mais leve.
— Ótimo vocês dois... - Disse ao descer e ajudar a jovem que estava com ele. - Acho que agora vou pedir mais lona, pá e uma corda. Conseguiremos tirar a lama dos arredores primeiro assim. Depois tratamos dos bloco de terra ressecados. O que acha? - Pediu a opinião da moça...
Logo que tanto o anfíbio quanto o camaleão conseguiam finalizar seu trabalho inicial com proeza, o jovem bardo pensava no restante dos materiais e equipamentos que necessitaria e, logo, indagou o que a moça acharia do plano.
- Por que especificamente as lonas e a corda? – Questionou Hammie curiosa. – Planejando algo diferente com isso?
Agora, com um plano em mente, a grupo pode rapidamente voltar ao acampamento, pegar o material requisitado e retornar a torre de Lavender sem maiores problemas. Assim, com tudo em mãos, como Tielo começaria tal serviço?
Desdobrava aquela lona, e a estendia no chão. Tielo também ia pegar uma picareta e uma pá. Colocaria a mão na massa literalmente e retiraria os blocos secos com a ferramenta que fosse mais apropriada.
— Eu tinha um plano inicial, mas acho que vou mudar, pelo menos por agora. Vamos quebrar essas coisas aqui em pedacinhos. Com ajuda de Tyrunt e Jynx. Depois vamos usar o Surf para limpar tudo de novo. Mas dessa vez vamos usar a lona para redirecionar a água, e evitar menos acumulo de lama nas extremidades. - Disse liberando os dois Pokémons. Enquanto a cabeçada de Tyrunt e o Ice Punch de Jynx quebravam, Tielo removia os excessos para longe da parede enquanto colocava as lonas de maneira a direcionar a água pra parede.
Quando tudo estivesse pronto, recolheria a dupla e utilizaria Surf novamente para reforçar a limpeza.
Pensando em evitar que houvesse maiores problemáticas relacionadas ao acumulo de lama nas extremidades do térreo, o bardo decidiu mudar um pouco seus planos. Contudo, antes resolveu lidar com os torrões de lama que se acumulavam no chão, recrutando Tyrunt e Jynx para isso. Diante a isso, a Kyranger não tardou em agir também, tendo entendido o plano do contador de histórias, lançou de uma de suas esferas um sapo azulado de cachecol de algo que lembrava espuma.
- Frogadier, ajude os demais a quebrar os torrões de lama! – Anunciou enquanto pegava uma das pás para remover os restos de lama dos cantos e ajudar Tielo a posicionar as lonas. – Ooooookyu!
Dessa maneira o grupo começou a trabalhar da melhor maneira que podiam, se esforçando para retirar a lama dos cantos, montar as lonas e quebrar os torrões. Com quase duas horas de trabalho árduo, o grupo havia conseguido atingir seu objetivo, permitindo que Marshtomp e Kecleon tornassem a disparar seus movimentos de água e ajudar a lama a escorrer pela entra do recinto junto de outros detritos menores. O movimento Surf foi repetido mais algumas vezes para retirar tudo o que se podia de se sujeira, finalizando enfim aquela etapa do trabalho.
Fariam uma pausa antes de partir para a próxima parte do serviço? Ou continuariam o trabalho sem interrupções? Alguns lanches e garrafas de água haviam sido cedidos quando foram pegar os equipamentos.
A comida chegava enquanto o estomago do jovem roncava. Tielo liberou então o sexteto. Três haviam trabalhado já hoje. Na etapa de reconstrução das lápides, usaria os insetos, então, o descanso merecido pra metade, e o preparo para a outra.
— Até que não foi tão ruim. Agora outra equipe que vier pode cuidar de uma faxina mais cautelosa. Entretanto, espero que esteja tudo bem lá fora onde a água escorreu. - Comentou com a garota enquanto comia o lanche e distribuía entre sua equipe alguns alimentos.
- Acho que não vai ter muito problema não. – Comentou a menina de boca cheia. – Já que a faixada vai precisar ser limpa depois também.
Com um belo lanche e pausa para respirar, os jovens então podiam continuar seu trabalho. Tielo, em especial, deixou que seus três parceiros trabalharam mais cedo tivessem algum descanso, estando decidido a deixar que agora os insetos pegassem no batente. Dessa maneira o grupo seguiu para o primeiro andar do recinto, encontrando não muito diferente do que fora descrito pelo coordenador de atividades.
De fato, havia algumas lápides quebradas por ali, além de vasos que outrora provavelmente deveriam deter flores. Realmente, parecia quase um local histórico abandonado as mazelas e com nítidas teias. Havia também cacos de vidros espalhados pelo chão, provavelmente vindo de janelas quebradas, além de folhas e a nítida poeira de um lugar intocado por dois anos. Estranhamente, devido a pouca entrada de luz, aquele era um local escuro, então seria inteligente tomar cuidado ao se movimentar por ali.
- Será que tem fantasmas? Hi hi – Disparou Hammie. – OOOOOOLÁÁÁ, SENHOR FANTASMA? TEM ALGUÉM AÍ?
Sem sombra de dúvidas Hammie era bastante animada. Já o bardo, como reagiria? E por onde começaria o serviço?