[BROOKLYN - SECUNDÁRIA] 001 - Começando do Começo

Broo era uma pessoa bem esquentada, aquilo era óbvio. Mas ao se deparar com uma situação como aquela as coisas só se complicaram, a jovem nem mesmo pensou em sua segurança, se o rapaz estava acompanhado com mais alguém ou se havia algo de errado acontecendo nos arredores... Apenas se jogou, usou de toda a sua força de intimidação para tentar fazer com que o rapaz recuasse de suas acusações, contudo aquilo fora apenas reprimido quando o intimidativo Houndour grunhiu com raiva e ameaçou abrindo a boca mostrando os grandes dentes afiados.

Uma mordida seria fatal, mas a jovem tinha outras ideias contra aquele Pokémon. Nada mais justo do que resolver aquilo com uma batalha, não é mesmo? Josivaldo foi o primeiro a se juntar, ficou no meio dos dois e concordou com a jovem. – Tamo junto, eu vou ver caso alguém faça algo errado. – Josivaldo, mesmo falando em geral sobre as influências externas e roubalheiras, falava aquilo olhando diretamente para o rapaz mal encarado, deixando claro que suas palavras eram para ele.

O homem estava um tanto encurralado, por isso não correu, afinal, estava em jogo sua masculinidade também. Já pensou como ele seria chamado se soubessem que ele havia fugido de uma garotinha?

- Ai princesa, tu ta muito confiante. – Ele falava. – A gente vai te amassar. Houndour, use Frustration e logo depois Bite!

Ainda que estivesse em uma situação complicada, talvez fosse mais fácil para Broo lidar com aquilo do que Josivaldo. Mas enfim, enquanto uma batalha iria se iniciar dois curiosos treinadores observavam por entre as cercas aquela movimentação toda. Natalie não se atentava com o fato de que a pessoa que batalhava do outro lado se tratava de uma pessoa conhecida de Drac, contudo, o desejo de permanecer junto daquele que ama lhe fazia admirar a moça tanto quanto ele.

Parecia estar tudo tranquilo com a dupla observadora, até que a pequena Cleffa resolveu querer olhar mais de perto. Pulou da cabeça de Luch e passou por um espaço bem apertado da cerca, obviamente a ruiva e seu amado não conseguiriam passar por ali, mas para o Pokémon fada aquilo servia perfeitamente.

Será que seria perigoso para a frágil fada ficar tão perto de uma batalha real? Eles deveriam fazer alguma coisa para que nenhuma tragédia ocorresse por ali.

Era fato: Ao botar a cabeça pelo espaço da cerca, uma parte de si já esperava por alguma batalha que estivesse ocorrendo do outro lado e, bem, não é que estivesse errada - mas admitia que em nenhum momento a moça esperava pela visão da treinadora de madeixas cerúleas no meio daquele pequeno projeto de confusão. Por conta disso, acabou que sequer deu tanta atenção para o resultado de sua tentativa de susto no unoviano, embora a pequena parcela de foco que ainda se mantinha no rapaz se deu bem por satisfeita com a espontânea reação do bendito.

— ...Brooklyn? — Deixou escapar, erguendo as sobrancelhas em uma surpresa quase silenciosa. O olhar, então, volveu na direção de Valassa, balançando a cabeça em negativa com discrição. — Se ela tá fazendo confusão ali dentro, tenho medo do que aconteceu. — Disse, encolhendo os ombros com suavidade, incerta. Sinceramente, já estava quase perguntando se deveriam ir embora antes que a possível briga ali acabasse caindo nos seus braços mas, hah, o destino não parecia disposto a colaborar - e a moça só se deu conta desse "detalhe" quando enxergou uma bola rosa se arremessando dos ombros do moreno na direção do terreno baldio, bem pela fresta que não poderia utilizar para recuperá-la.

— CLEFFA! — Exclamou de repente, os instintos fazendo-a se encolher contra o espaço da cerca em uma tentativa frustrada de passar - óbvio, sem muito sucesso, considerando que não tinha nenhuma finura de papel. — Ai, deus, segura aqui! — Impôs ao unoviano, passando de imediato o sonolento Togepi para os braços até então despreparados do moreno. Sinceramente, já se preparava para tentar pular para o outro lado mas, felizmente, antes de qualquer cena patética, percebeu que a cerca não se estendia por muitos metros - então, o que fez foi virar para o outro lado e correr para contornar a dita cuja, invadindo o terreno baldio e se jogando de cabeça no meio da batalha sem parar para pensar duas vezes. — Volta aqui, sua danada!!! — Disse, tentando chamar a atenção da bebê - felizmente, porém, era bem mais rápida que a recém-nascida, principalmente considerando suas perninhas curtas, então provavelmente não teve muito trabalho em agarrar a pequenina e trazê-la aos próprios braços, num acolher imediato, apertando-a com delicadeza e puxando bem de leve uma das orelhas da pequenina. — Você, hein! Que história é essa de sair pulando por aí? — Reclamou, balançando a cabeça com suavidade, deixando escapar um "tsc, tsc".

...Mas, então, como era? Invadir o campo, né? Pois é.
E lá estava, no meio da bagunça e com um bebê no colo. Er...

— ...Hã... — Disse, devagar, a atenção se voltando na direção do trio, desajeitada. — ...E aí, galera? — Um sorriso amarelo. Será que ainda dava tempo de virar e ir embora? Porque, particularmente, parecia uma boa ideia, sei lá...

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A batalha de Broo estava começando finalmente, Sneasel era indiscutivelmente mais rápida do que o adversário do tipo fogo. Aquilo lhe fava uma vantagem extremamente alta, fazendo com que ela pudesse correr com suas garras e atacar com toda a sua fúria por exatas cinco vezes. Sim, a jovem havia dado sorte de Sneasel ter stamina para aguentar cinco garradas no Pokémon noturno lhe deixando bem comprometido. (7x5)

O Pokémon frustrado, literalmente, investiu no Pokémon de gelo da jovem de Unova com um poderoso bater de corpos, lhe deixando comprometida parcialmente, mas isso apenas fez com que ele se afastasse um pouco.(-13) Mas ainda assim, Sneasel não se deixou abater e, com isso, acertava um grande ataque de garras que, devido a batida de antes lhe deixava um tanto cansado e por isso somente acertava duas vezes(7x2).

Por fim, o grande Pokémon de fogo acertava uma mordida estratégica na pata do Pokémon de gelo que o jogava longe nos pés de sua treinadora(-11). Sneasel levantava com dificuldades, mas se via que houndour estava com mais dificuldades ainda.

Para a surpresa dos três que estavam ali, eles foram surpreendidos por uma fadinha que passeava no meio do campo fazendo com que eles tivessem que parar por um momento a troca de golpes e chamava atenção deles. Logo Natalie chegava junto e todos prestaram atenção nela e no rapaz que estava atrás da cerca observando.

- Hey garota, sai dai. Não ta vendo que ta tendo uma batalha por aqui? – O rapaz mal encarado dizia. – Quer ser a próxima a ser surrada é?

Enquanto isso Josivaldo se mantinha calado e Broo... Bem, Broo tinha assuntos para resolver com o rapaz que observava da cerca.

Ora, não é lá como se estivesse esperando ser recebida de braços abertos por todo mundo (e obviamente estava longe de ser, principalmente por parte do aparente mentor do estressado canídeo em campo), mas as primeiras palavras que vieram em sua direção foram responsáveis por não só fazê-la ponderar se deveria ou não se apressar em sair do meio, mas também pelo breve e inevitável erguer de sobrancelhas que se estampou na expressão. Foi com uma delicadeza sutil, aliás, que as pálpebras se estreitaram para o mal humorado do lado direito do terreno baldio, os braços aconchegando um pouco mais o filhote entre si e os dígitos acariciando com gentileza a cabeça da pequena rosada - e, no mais, só podia pensar o quão desnecessariamente desbocado era aquele projeto de falastrão.

Não só isso: Se de um lado vinha o enxotamento, do outro um "Princesinha" que, por bem ou mal, caiu do jeito errado no âmago de seu ser. Veja, não se iludia - o breve período de tempo passado com a treinadora de cabelos neon não era nem de longe algo o suficiente para se tornar algum tipo de melhor amiga de Valdstok, mas imaginava que o mínimo de tranquilidade e calmaria era o que poderia esperar daquela criatura; Particularmente, não sabia se estava enganada ou se simplesmente tinha levado as palavras de Brooklyn um pouco mal demais, mas...

— ...Bem, você não tá conseguindo surrar nem numa batalha que devia ter vantagem, né? — Retrucou ao combatente, o humor afetado pelos baques tomados de ambos os lados do campo. Um breve revirar dos orbes acinzentados resumiu o estado d'alma, os pés se arrastando para se retirar do meio da arena com sua pequenina Cleffa, batendo-se com Luch no processo (e a atenção passeando pela maneira bem-humorada com a qual o unoviano cumprimentava, aos apelidos, a caçadora de Rattatas. Quantas coisas teria perdido no período de tempo que passaram separados, ela e seu amante?). — Tá tudo bem, sim. Ela só resolveu ser um pouco metida, mas não rolou nada. — Respondeu, apertando com suavidade a bochecha da pequenina fada entre o indicador e o polegar. — ...Talvez a gente deva sair? Ir logo na Devon e resolver o lance com o Stone? — Sugeriu, em baixo tom, os ombros se encolhendo com sutileza. Não chegou a se alarmar com a falta do outro filhote nos braços de Drac, considerando que pôde observá-lo com o sereno Togekiss do rapaz. — Acho que foi uma hora ruim. — Murmurou, balançando a cabeça com simplicidade. Não sabia se tinha vontade de se meter naquela palhaçada do trio, mas acabou deixando a escolha nas mãos do companheiro, considerando que ele talvez preferisse, sei lá, falar com a... Uh, parceira ali do lado, dona da Sneasel.

Enfim.
Que reviravolta repentina de atmosfera, não?

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- Use Ember assim que tiver chance! Você vai me pagar por essa humilhação garota... – O rapaz apenas dizia isso, não tinha mais nada a acrescentar, uma vez que não possuía sequer a vantagem sobre aquela oponente e seu Houndour estava em cacos. A ameaça parecia ser apenas da boca para fora, visto o estado que se encontrava.

Como disse acima, não foi necessário muito para que o Pokémon noturno de Brooklyn derrubasse completamente o oponente. Com apenas uma patada em forma de foice contra o canino de trevas, o Pokémon adversário foi completamente trucidado sendo derrotado por completo com aquele golpe decisivo.(-19)

Ali se iniciou uma certa confusão, afinal, tanto Luch quanto Broo haviam se reencontrado após um bom tempo sem se reencontrar. Eles conversavam um pouco e até mesmo Josivaldo ficava entretido com aquela interação, afinal, era uma novidade chegando. Aquela fora a oportunidade perfeita que o homem derrotado via de fugir, recolheu seu Pokémon e correu covardemente para a saída daquele terreno baldio, ele tentava ao máximo ser discreto, mas deixou escapar um sonoro "AII" quando tropeçou em alguma pedra no caminho.

Eles iriam correr atrás daquele homem ou iriam deixar pra la?

Então, a batalha se encerrou - rápida, simples, crua. Seu desfecho foi óbvio para a ruiva, considerando o estado ofegante no qual o canino de fogo se encontrava diante da ameaça felina titereada pela monotreinadora noturna, mas nem por isso menos prazeroso. Além de tudo, a situação ainda ficava feia para o homem mal encarado, que sequer conseguia dar conta da própria batalha, e já tentava "ameaçar" outras pessoas que só cruzaram seu caminho por um mero acaso acidental. Poderia até taxar todo aquele lance como patético (mesmo se não o fizesse, era fato que ele o era) mas, huh, talvez não estivesse com tanta vontade assim de esfregar alguma coisa na cara daquele maluco, considerando que ele era um desapontamento para e por si só.

Dentro do peito, o coração começou a restabelecer seu humor quando o unoviano concordou que o melhor a ser feito seria simplesmente saírem dali - humor este que facilmente se desbalanceou ao ouvir o intrometido "Por que não me levam para passear por aí?". A ruiva teve de segurar na língua o ácido questionamento se, por acaso, a princesinha tinha virado babá de marmanjo; Percebendo que a tal Blueberry parecia ocupada com sabe-se lá mais o quê, porém, logo ponderou se não poderiam sair de fininho e fingir que nada tinha acontecido. Inclusive, se preparou para fazê-lo - mas, óbvio, o destino teve que interrompê-la mais uma vez com um brilhante agito dentro dos pertences de Valassa, o qual logo descobriu se tratar de um ovo chocando que, quer queira ou quer não, não poderiam sair correndo enquanto o fato se desenrolava.

Ugh.
Que timing incrível, não?

— ...É o ovo que 'cê tinha mencionado? — Perguntou, com a consciência que não poderia culpar o pobre recém-nascido pela situação em que estavam metidos. A moça se inclinou um pouco para frente, observando com interesse a casca que vagarosamente se descolava de si mesma, num brilho pulsante quase invejável. Em ato genuinamente inocente, estendeu uma das mãos para tocar com gentileza a superfície do ovo - e qual não foi sua surpresa quando foi "rechaçada" por uma pequena corrente elétrica, que "mordiscou" a ponta de seus dígitos em um choque inocente. — Ai! — Exclamou, recuando a mão quase que imediatamente. O cenho se franziu com sutileza, e foi no meio daquela discreta "problemática" que a moça enxergou a carinha miúda do que parecia ser uma minúscula enguia elétrica escapando por um dos buracos do formato oval nos braços do rapaz. — ...Aaaawn! — Deixou escapar, reconhecendo a expressão inocente da barraca de capturas em que haviam passeado durante a estaria no festival de bonecas, em Johto. — Olha, Luch! É um Tynamo! Não é?

...Pelo menos isso serviu para lhe distrair, momentaneamente, da parasita que parecia disposta a acompanhá-los a partir dali.

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Uma das coisas mais complicadas que os jovens poderiam ter que lidar no momento era uma fuga. E sendo sincero, aquilo parecia complicado demais para se lidar tendo a opção de andar junto com o seu antigo companheiro de bandidagem e a sua atual namorada rocket. É... isso é muito mais interessante.

Josivaldo resmungou um pouco sobre alguma coisa e simplesmente saiu na direção oposta daquela onde o homem fugia. – Ta me achando com cara de sidekick? Eu não vou ficar correndo atrás de ninguém não, não enquanto você estiver passeando com seus amigos... - Ele com certeza já havia dado o famoso perdido e por isso não acho que valeria a pena correr atrás desse homem. Enfim, Josivaldo e o homem saíram dali em lados opostos e ambos bravos com Brooklyn.

Natalie já queria dar um jeito de fugir também, mas infelizmente o egg que Luch segurava começava a chocar e revelava um pequeno parasita voador. Como qualquer recém nascido ele chorava um pouco em busca de colo e encontrava em Drac o conforto paterno. Enquanto isso, a jovem de cabelos azulados ia verificar como o Taillow estava encontrando o filhote ainda em luto, chorando diante do outro Pokémon morto.

Ao ver Brooklyn, ele voava para perto dela e pousava em seus braços procurando conforto, mostrando que no caso de ela quiser captura-lo, não seria necessário uma batalha para que a captura fosse um sucesso.