Malfeito feito

Eu quis rir quando tudo que Ay disse naquele momento tenso foi uma instrução para que o homem me desse ouvidos. Entendi o reconhecimento e a graça na frase, mas precisei guardar a risada pra outro momento. Agora só a seriedade era necessária pra encerrar aquilo.

Como previ, o cara realmente tentou fugir; uma ação estúpida típica e que falhou miseravelmente já que eu havia prevenido isso com as pedras no caminho. Encurralado e desesperado, Elsing foi facilmente detido pela polícia quando os oficiais chegaram. Eu só consegui respirar aliviada e sair da minha posição de apreensão quando vi ele ser desarmado e as algemas à caminho dos seus pulsos. Aí sim eu pude desfazer as várias amarras que prendiam meu corpo naquele estado de tensão.

– Nyra, Kludd. Bom trabalho meus amores, descansem. – retornei meus bebês.

Eu não pensei duas vezes em correr até Ayzen e desabar nos braços dele, relaxando um pouco o corpo, mas sem lhe entregar meu peso, obviamente; era só uma manifestação de alívio e busca de conforto. Meus braços envolviam sua cintura e parte do tórax.

– Nossa... – suspirei, elevando meu rosto até o dele para roubar um beijo rápido que veio no calor do momento, quase instintivamente; só pra buscar conforto, claro – Me diz que agora acabou?! – busquei seu olhar como um marinheiro atrás de um porto pra ancorar.

Era uma pergunta retórica, claro - mas eu adoraria que pudesse responder que "sim". No fundo eu sabia que o problema não parava por ali. Tínhamos contas a prestar com a população e os monges, também envolvidos em toda aquela confusão e ainda alheios aos pormenores das últimas horas. Pensar nisso me fez voltar os olhos para Jenny, a oficial da cidade.

– Pronto pra apaziguar uma briga furiosa? Dessa vez acho que sem Pokémon... – dei de ombros, voltando a olhar para o Capiton. Acho que compartilhamos da mesma impressão de que ainda temos dois lados de uma miniguerra pra apartar.

Off: Kazinho, dos moves todos só quero ensinar Knock Off pra Gligar no lugar de Poison Sting. Obg ^^

Shellder: 40/40 | Fletchling: 39/40~~~~~~~~ Kiki & Ayzen - Malfeito feito - Violet

E lá estávamos nós, de volta à Sprout Tower, prontos (ou não) para resolvermos a maior das desavenças. Foi uma surpresa chegar e encontrar poucos manifestantes, pois eu esperava achar o próprio caos, com a polícia pronta pra intervir com gás lacrimogênio e tudo - andei vendo alguns jornais.

Bem, como disse, o cenário não era exatamente um caos, ainda bem. Só um grupo de moradores resistentes ficaram para trás, na porta da Sprout Tower, decididos a não aceitarem a informação de que Elsing era um canalha Rocket. Eu até tinha algumas ideias de como poderíamos iniciar a ação, mas quando pousei preferi tomar bastante fôlego pra reestabelecer a aparência calma e gentil.

– E lá vamos nós... – comentei aleatoriamente pro meu companheiro.

A minha ideia era tentar dar mais algumas informações, vindas de outra fonte que não as fofocas que espantaram os demais. Infelizmente, acho que essa parte do gado que ficou se rebelando é aquela que apenas simpatizou com a proposta, independente das promessas que recebeu. Esses talvez fossem os mais difíceis de convencer... Enfim, tomei a iniciativa de começar o diálogo.

– Boa tarde pessoal. Erh... Bom, sei que provavelmente não nos conhecemos, mas estou aqui como alguém que acompanhou de perto toda situação com Elsing, e quero lhes dizer que é tudo real sim! Infelizmente estamos falando de alguém que age em comum com os Rocket, uma facção criminosa. – era inevitável desviar o olhar para Ayzen algumas vezes, pedindo apoio – Ele enganou alguns de vocês com promessa de dinheiro e emprego, tudo às custas de derrubar a Sprout Tower... Se duvidam, podem ir ou ligar direto pra polícia, porque ele acabou de ser levado pra lá. – talvez eu tenha feito uma cara exageradamente sonsa de "pesar", mas foi a expressão mais conclusiva que consegui ter. Acho que Ay deve ter algo mais a dizer também... Inclusive, pensando bem, sem dúvida ele deve ser muito bom nessa parte. Patentes na sua carreira devem ser bem exigentes com diplomacia, imagino.

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Bem como eu imaginei, Ay tinha as palavras certas pra dizer, e eu não posso negar que fiquei extremamente inspirada pelo seu discurso. Foram questionamentos muito verdadeiros e sinceros, capazes de mudar várias opiniões. Eu o olhava enquanto ele falava, uma mescla de admiração e agradecimento, principalmente depois de ver o efeito de tudo.

Ele conseguiu. Eliminou totalmente o conflito e tirou um peso das nossas costas. Os últimos manifestantes dispersavam e nós colhíamos a gratidão e agradecimentos dos monges, o que pra mim tinha efeito dobrado, por todo meu saudosismo. Em meio às últimas palavras com os representantes da Sprout Tower, me afastei, o suficiente para testemunhar em particular o nascimento das duas criaturinhas cujos ovos trazia comigo.

Shellder veio primeiro, mas ainda sonolento se fechou em suas conchas e eu o guardei numa esfera. O segundo ovo tinha sido um presente de Ayzen e continha nada menos do que um fofíssimo Fletchling, que deu o ar da graça com um olhar curioso e atento, observando tudo ao redor. Como de praxe com novos passarinhos, rocei meu rosto no dele antes de deixá-lo se aninhar na minha cabeça, entre meus cabelos.

Com todas as burocracias encerradas, acho que já estava pronta pra encarar o fim do dia e algumas melancolias de despedida. Principalmente da cidade, é claro. Porque no que dependesse de mim ainda levar mais um tempo pra me despedir de Ayzen. Restava descobrir se ele pensava o mesmo... Por isso, quando pude o puxei pra um canto, pegando uma de suas mãos com ambas as minhas e já lhe entregando um riso maroto, que denunciava algumas intenções.

– Bom trabalho, Capiton. – dei um soquinho leve em seu ombro e sorri, mordendo levemente o lábio inferior – Arma? Check. Molhados? Check. Exploração? Check. Batalha? Check. – ia enumerando com os dedos cada item – Roda gigante? Erh... Serve uma Torre? – apontei pra Sprout Tower sem conseguir conter uma gargalhadinha, agora finalmente ficando um pouco mais sem graça – A gente não parou hoje, né? – me distraía olhando os primeiros sinais do evento que logo se iniciaria, enchendo os céus de Violet de luzes flutuantes, uma cena encantadora e que, provavelmente, contribuía para meu estado: emocionada – Janta comigo? – posso dizer que me senti um pouco tímida, mas ousadia era um dos meus fortes então isso passou batido – Quer dizer, se o Capiton não estiver com o resto da noite comprometida, né?! – aí, de novo, veio o riso maroto cheio de malícia. É claro que jantar era um pretexto mínimo, mas o que vem depois não dá pra antecipar...

Kazeee! Obg pela rota! Também lamento não ter dado mais tempo pra explorar bem o plot, pq eu amei! Me pegou muito de surpresa em algumas partes. Obg obg! :3
Espero nos reencontrarmos! o/

Ps: Choquei os dois Eggs que trouxe aqui XD

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