Trainwreck

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Eu sabia que as vitaminas não eram a melhor coisa do mundo pra se ingerir; quando eu era pequeno eu tinha as minhas próprias, não gostava muito de comer num geral, e era a pior hora do dia. Mas, infelizmente para meus bebês, era extremamente necessário que eles tomassem tudo, e se mantivessem fortes. Não era um dia comum, e eles provavelmente já tinham percebido isso, nós estávamos em missão, e por isso eu estava tentando levar tudo mais a sério, com exceção de algumas situações onde envolvia Boomburst.

Conforme eles foram tomando, eu fui os retornando para suas respectivas esferas, ignorando a reclamação de Tião e seguindo com meu plano; ora, depois de eu ter virado a lancha inteira ele estava preocupado com um pouco de peso a mais? Tsc.

Enfim, não demorou para que tudo tivesse se terminado, eu tivesse retornado todos os monstrinhos, e a situação problemática acontecesse. As vezes eu pensava se tudo de ruim no mundo acontecia somente comigo, porque era muito azar o motor arriar agora; mas não, era só minha incrível má sorte mesmo. O pior é que eu não sabia se poderia usar Kai para energizar a bateria, ela costuma comer coisas elétricas, fica ávida quando as vê, e seria problemático se ela simplesmente comesse a bateria.

- É muito longe pra ir nadando? Ou, sei lá, Wimber voar com a gente, um de cada vez. Aí como eu queria um padrinho mágico pra consertar esse barco agora. - Minha reação foi de decepção, e principalmente cansaço, mas eu ainda estava disposto a encontrar alguma solução para nos tirar dali, qualquer que fosse.

Venonat: 27 Posts

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É claro que eu não tinha como saber o que exatamente havia acontecido com a bateria, eu suspeitava que a energia em excesso que Kai usara para atacar os Tentacool possa ter causado algum curto nos sistemas, mas não tinha como ter certeza. O que eu tinha certeza, no entanto, era que minha sorte estava prestes a mudar. Tião sabia bem do que a gente precisava, uma chupeta de energia, pra poder colocar a bateria de volta no lugar e restaurar nossa força, só assim o barco poderia voltar a andar e a gente conseguiria voltar pra ilha; ele estava certo, eu nem conseguia enxergar ela, e isso significava que ir voando ou nadando estava completamente fora de cogitação.

Para minha surpresa, havia exatamente o item que eu precisava para transferir eletricidade de uma outra bateria, de outro barco, que estivesse carregada; e bem, agora só faltava o barco, né? - Não tem como algum daqueles seguranças vir nos buscar não? - Minha pergunta foi sincera, apesar de eu imaginar a resposta. Contudo, Tião sequer teve tempo de me responder, já que o barulho de uma lancha se aproximando na linha do horizonte dizia que os mares estavam mudando, e que eu estava de volta com minha sorte usual. A reação do homem foi até engraçada, ele pulando com os braços levantados e balançando me fazia rir, mas quando eu entendi a situação, passei a ajuda-lo.

Tentei chamar a atenção do capitão dali, que mais parecia um anão, e... Voava? Ok, aquilo era bem estranho, principalmente se juntarmos com a aura brilhante que ele exalava. Aquilo definitivamente não era normal, mas que outra opção tínhamos? Quando ele estava próximo o suficiente para que me ouvisse gritar, eu o fiz. - EIII, PODE NOS AJUDAR? NOSSA BATERIA PIFOU, PRECISAMOS DE UMA CHUPETA! - Tentei ser o mais breve e explicativo possível, e parecia que iria funcionar. Só restava ser algum ser místico que magicamente trouxe o barco pra gente; meu padrinho mágico?

Venonat: 29 Posts

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Não posso dizer que eu entendi algo do que aconteceu, mas aquele capitão era certamente estiloso; eu não sabia o porque dele ter tantos anéis e coisas glamorosas, levando em consideração que ainda atualmente existiam piratas que assaltavam barcos e roubavam coisas de pessoas ricas, mas também não me importava tanto. Por mais que a primeira reação de Tião fosse meio estranha, eu estava disposto a receber ajuda dele, seja lá quem ele fosse. A música não era tão agradável para mim, e aparentemente para meu companheiro de lancha também não, mas o carinha ali parecia realmente gostar, então não o julgaria.

Quando ele perguntou, não demorei duas vezes para assentir a cabeça positivamente, dizendo que era sim, e assistindo o show que se sucedeu. Talvez ele fosse um Pokémon, mas seria estranho demais se um Pokémon pilotasse uma lancha, né? Não sei, mas aquele cara era com certeza estranho, e mal nos deu tempo de acompanhar tudo. A bateria estava funcionando, num estalar de dedos dele, e ele ainda nos ofereceu doce. Doce se bem entendo era um tipo de droga que levava a lugares bons, dependendo de quem a usava, e eu tinha um apelo para coisas alucinógenas; se não fosse isso, deveria ser um doce real, e seria bom do mesmo jeito. Então, apenas assenti de novo, confirmando e estendendo a mão, esperando algo que nem mesmo imaginava o que seria.

Nesse momento eu olhei para a cara de Tião, e tive certeza: ele estava tão confuso quanto eu. Apesar da situação estranha, era inegável que o loirinho nos ajudou, sem cobrar nada, e salvou nosso náufrago. Não tinha motivos para desconfiar dele, e agora, depois que ele fosse embora, poderíamos voltar para a ilha, sãos e salvos, e eu poderia finalmente dar prosseguimento a pesquisa. Assim espero, pelo menos.

Venonat: 31 Posts

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Não tive tempo pra responder qual tipo de doce eu queria, o carinha simplesmente me entregou duas coisas, tocou uma música bastante questionável, e deu o fora. Ok, não foi tão rápido assim; quando ele me entregou os dois itens, eu parei para ver do que se tratava. Na mão esquerda, havia um pequeno quadradinho, que eu conhecia por foto, e que com certeza teria um uso interessante, num futuro próximo; na direita, estava um saquinho com cinco Exp. Candies M, que seriam extremamente úteis na minha caça ao título de Especialista Rank 2.

Eu decidi tem um tempo, que me dedicaria a minha classe, me tornando o melhor Especialista Poison que eu pudesse ser; acabou que, o melhor em meus planos era apenas o nível dois, e eu estava relativamente próximo dele. Precisava treinar um pouco mais Wimber e Sylphid, mas Manigold e Kaiser já cumpriam os requisitos; para mim, era importante separar um tempo em minha jornada para focar em algo que faz parte do meu dia a dia, e que é o motivo de eu estar aqui. Os Pokémon venenosos são os meus favoritos, então eu tenho sim que estudar sobre eles, passar na prova, e ter os requisitos necessários para me tornar um bom Especialista de Tipo. Por isso estava forçando Kai contra os Tentacool, e agora daria esses doces para um de meus dois ainda em treino.

A viagem agora seria tranquila. Assenti com a cabeça quando Tião perguntou se poderíamos ir, e então, começamos realmente a voltar para a ilha; me sentei na parte de dentro do barco, deixando o companheiro dirigindo tranquilamente, e tirando um tempo para mim. Bastante coisa tinha acontecido, e eu estava um pouco marejado, então não era boa ideia ficar olhando pras ondas como antes. Wimber estava fora da pokébola novamente, agora um pouco mais confortável, com as cortinas da parte de dentro da lancha fechadas, mesmo não tendo tanto espaço para voar. Dos itens que tinha comigo, eu guardaria o LSD para mais tarde, quem sabe depois que acabasse a missão; as Exp. Candies eu daria para meu morcego, e enfim, me sentaria num dos sofás do lugar, mexendo em meu celular de maneira aleatória, como sempre fazia.

Venonat: 33 Posts

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O barulho da chuva me acordou, já no finalzinho do retorno; eu me deixei cair no sono enquanto sentava em uma das poltronas do lugar, completamente exausto com as coisas que aconteceram desde que cheguei. Não era a aventura mais longa ou a pior que já tive, definitivamente, mas algo nesse vai e volta sem fim me nauseava. Pra ignorar a vontade de colocar todo meu café da manhã pra fora, eu dormi, até que a chuva batendo contra a janela me acordou, e eu pude ver a lateral da ilha de aproximar no horizonte.

Essa era toda aquela chuva que o céu me prometeu? Achei que fosse cair um dilúvio, mas bem, era o suficiente para me obrigar a tomar um banho e né trocar. Principalmente depois de ter sido atirado ao mar, importante não esquecer disso. Quando comecei o processo de juntar minhas coisas para deixar o barco, Wimber também acordou, largando uma barra que ele havia encontrado para se pendurar, e me seguindo.

Deixamos então a embarcação, me despedindo de Tião e agradecendo pela paciência e pelo transporte, garantindo que eu tomaria mais cuidado da próxima vez que andássemos de lancha; ele riu, e me indicou onde poderia realizar a troca de roupa. Wimbie não parecia interessado nessa parte, então simplesmente colocou-se a voar novamente, provavelmente para descansar em alguma árvore próxima, como sempre fazia. Eu segui as orientações até encontrar o banheiro, e adentrar ele sozinho.

Tomei um banho reforçado, garantindo que toda a salinidade havia ido embora, e depois me trocando para algo tão simples e confortável quanto a roupa de antes; uma regata preta e lisa, com uma bermuda de linho bege, num tom meio gesso, nada muito chamativo. Hoje não era dia de arrasar nos looks, então estava contendo esse meu outro lado. Por fim, voltei a caminhar, saindo do banheiro renovado, e indo em direção ao laboratório. Lá, procurei pela sala de Matias, e por um PC que pudesse usar mas não encontrei o pesquisador; o computador por sorte. estava ali, a minha disposição.

Não seria difícil para mim escolher qual Pokémon deixaria a equipe: eu já havia terminado o treinamento de Kaiser, e não era boa ideia levar um Pokemon elétrico pra baixo d'água. Portanto, minha Toxtricity sairia para que Tentacool, ou Krishna, como eu denominei tomasse seu lugar. Com o molusco em mãos eu passei então a procurar pelo professor, que seria meu tutor nós mergulhos. Esperava que a missão andasse agora, estava começando a ficar entediado.

Venonat: 35 Posts