#Cinnabar - Pleiteando um estágio!

Enquanto as pessoas seguiriam seus próprios planos pra aproveitar as últimas horas de festival, Ayzen tinha os seus também, mas longe dali. De volta ao seu quartinho no Centro Pokémon, depois de se despedir de James que ao que parecia pretendia se estender mais nas comemorações. Mal sabia ele que seu colega ainda tinha artigos pra estudar e uma pequena investigação a fazer.

Investigação essa que não sei se lhe renderia tantos frutos. Exceto algumas informações oficiais de por onde o Pokémon tinha sido avistado - quase todas as regiões próximas de Kanto - e que ainda era incerto quando ele começou a aparecer. Essa deveria ser uma informação importante, já que as lendas contam que a estadia de Jirachi na terra não dura mais que sete dias. Em todo caso, os Rangers tinham que lidar com vários pequenos desastres e acidentes, provenientes de desejos mal feitos e, certamente, pessoas tolas e ambiciosas.

No fim não lhe restaria mais nada a não ser aproveitar seu pequeno, confortável e quieto cômodo. Com uma janela agraciada com uma boa vista pro céu da noite, ainda estrelado, levemente nublado e, bem, sem lua... A manhã seguinte seria de volta ao laboratório, claro. Fizera uma longa tour no dia anterior, e atividade em vários andares distintos do longo prédio. Agora que estava livre pra agir, por onde começaria seu novo dia?

Ayzen – De Capitão à Estagiário – Cinnabar

Para a manhã seguinte o que aguardaria Ayzen após seu ritual matinal era o encontro com o pesquisador. Por acaso aquele dia Roger chegaria como na primeira vez que o Ranger o encontrou: atrasado por ter perdido o horário. Então, quando se encontraram, o velho homem levou um tempo pra relaxar e focar no que precisava ser feito.

Não teriam uma rotina tão intensa quanto ontem. Ele tomaria um pouco de tempo pra discutir mais algumas teorias que norteavam os trabalhos por ali, sobre a ênfase nos métodos de se obter uma maior Felicidade (bebidas, itens, massagens) além de ocasionalmente abrir espaço pra mencionar alguns dos artigos e abrir para perguntas.

Depois da sua primeira hora de "aula particular" aí sim iriam até o laboratório. Ayzen seria recebido com saudações e parabéns pelos colegas que estavam lá. Roger seria atualizado da notícia e ficaria bastante contente com a vitória do aluno. Ou melhor, a vitória de ambos, de certa forma! Ele ameaçava até espalhar pros outros colegas, só pra ter algo pra se vangloriar sobre ter alunos com Pokémon OP.

Ayzen conheceria máquinas diferentes hoje. Primeiro os métodos rústicos de se obter os dados que usavam, com equipamentos antecessores dos mais modernos. Depois, conheceria outros diferentes que ele podia até usar se sua curiosidade desejasse. Existia um que captava a energia emanada de Pedras Evolutivas, pra detectar se tinham energia suficiente pra evoluir um Pokémon. Eles tinham até uma Dynamax Band! Mas essa não dava pra usar, já que não conseguiam sequer simular o fenômeno por ali, infelizmente.

Até o fim da manhã Roger se daria por satisfeito pelo seu tempo com o novo estagiário. Lhe daria uns formulários padrões que os colegas poderiam ajudar a preencher se tivesse dúvidas. Ali Ayzen teria que tomar nota de parâmetros básicos nos seus testes com Swampert, além de ter um espaço extra pra escrevesse (ou digitasse, no caso) detalhes de observação pessoal sua. Assim, o resto da tarde seria todo pra pesquisa, sem Roger por perto, mas os Marotos e Lillian pra ajudar se precisasse.

Uma rotina que se repetiria pelo menos pelos próximos dias dessa semana. Com mais ou menos colegas no laboratório, já que todos tinham outras coisas além da pesquisa, como aula com preceptores de outras regiões...

Ayzen – De Capitão à Estagiário – Cinnabar

Ué. Como assim você não tem nada pra fazer? Você ganhou uma Swampertite e uma planilha de dados pra preencher com suas análises dela! Ora, Capiton, mexa sua bunda loirinha e gorda daí e vá pesquisar! Tomar notas de Eevolutions? Boa! Quem sabe seu colega que trabalha com elas não lhe ajude a ver as coisas com outros olhos, ou que use algumas das suas informações em colaboração pra sua pesquisa? Em laboratório é isso, principalmente com novatos, todos acabam se ajudando mutuamente.

Por isso que Cirilo acabava convivendo bastante com Rômulo, já que esse último trabalhava com as duas Eevolutions que o outro não. Por isso que Lillian e James passavam bastante tempo juntos também, já que ela contribuía um bocado com as análises de Happiness dele. Claro, também tinha uma tensão sexual pesada entre os dois, mas eles até que sabiam disfarçar e se comprometer com o trabalho quando deveriam.

Enfim, seu projeto é Swampert e ele já está correndo. Tem parâmetros pra computar, membros pra medir, ilustrações e fotos pra tirar, amostras biológicas pra colher, sangue pra tirar, habilidades pra testar; já verificou se é possível combinar Z-move com Mega Evolução? Pois é.

Entre tantas coisas, foi ali pelo fim da segunda semana que Ayzen recebeu uma visita inesperada. Ela o aguardava no saguão, antes das catracas, sentada nas poltronas da recepção usando seu uniforme escolar e, dessa vez, acompanhada do pai. Luna estaria de olhos vidrados nas portas desde que a recepcionista lhe disse que Ayzen ainda não tinha chegado ao local. E assim que o visse, sairia correndo para encontrar seu amigo.

– Olá, você!

Ayzen – De Capitão à Estagiário – Cinnabar

– Bom dia. Tudo bem, sim, obrigado. Espero que esteja contigo também.. Há dias que Luna não esquece o encontro de vocês e insiste em querer te ver pra te entregar algo. Como hoje eu tinha um tempo livre pela manhã, viemos antes dela ir pra escola. – explicou, dando alguns passos para se afastar e dar alguma privacidade à pequena que se portava com um pouco de timidez.

– Eu vou bem, obrigada. Prometi que ia te ajudar a encontrar o Pokémon especial, e eu vou. – dizia com convicção, daquele seu jeito ingênuo e ao mesmo tempo sábio; remexendo na mochila – Deve encontrar a minha mãe. Ela vive no Ice Path, é a sacerdotisa de lá. – Henrique estava li pra agitar a cabeça positivamente e confirmar o que fosse preciso – Entregue isso a ela e fale da gente. Ela vai te mostrar o caminho pra encontrar o Pokémon especial.

Luna estendia dois itens para Ayzen, ou melhor, três. O primeiro era aquele pingente grande, esférico, azul e brilhante; a orb que outrora fez parte do corpo de um Dragonair, mas ela não ia confessar isso, ele teria que descobrir sozinho. Ela estava embrulhada em um tecido bem fino, sedoso, cheio de estampas solares e lunares. Seria a suposta Relíquia da Sorte que ela possuía, ou somente um tecido bonito, de fato. E o terceiro era um presente para o próprio loiro, o desenho que Luna tinha feito lá naquele segundo dia, com Ayzen, Swampert e o próprio Dragonair na mesma página, bem coloridos agora.

– Você é muito bom. Por favor, aceite e busque. – sorria largamente, e seu pai também, só que com ternura ao vê-la.

Ayzen – De Capitão à Estagiário – Cinnabar

Luna sorria largamente quando Ayzen aceitava seus presentes e sua proposta, que apesar de todo um contexto místico tinha sim um propósito real, concreto, e que ela gostaria de se ver cumprir. Não falo dessa história de encontrar com a mãe dela e, possivelmente, dar-lhe notícias ou até convencê-la a voltar pra casa. Não. Me refiro ao encontro de um amigo especial com uma criatura especial que ela tanto gostava, afinal carregou aquela esfera azul o tempo inteiro e, realmente, era um bem íntimo seu.

– Obrigada! E boa sorte. Ainda vamos nos encontrar e você vai me dizer como foi. – estava empolgada, óbvio, por isso era toda sorrisos.

– Então, mocinha, tudo certo? Vamos deixar o seu amigo trabalhar? – ela concordou; esticou os braços pra um abraço tímido de adeus (ou seria até logo?) e começou a se encaminhar até a porta, no que seu pai aproveitou o caminhar lento para uma última palavra rápida e particular com o loiro – Bem, vejo que você é praticamente tão cético quanto eu sobre a parte mística disso tudo. Eu mesmo demorei a compreender como Luara, uma mulher da ciência, decidiu abraçar as tradições familiares sem nem contestar mas... Enfim, aconteceu. Agora, ela de fato conhece Pokémon raros até mesmo pro radar de um especialista. Se tem alguém que pode lhe ajudar a encontrar este, é ela. – seguiu seu caminho pra porta – Você é muito sortudo por isso. Nem eu tive a honra, e olha que fui casado com a própria sacerdotisa! – riu bastante disso, antes de partir com um aceno também.

Ayzen – De Capitão à Estagiário – Cinnabar