#010 How far I'll go

Mais uma volta pela vila e eu conseguia encontrar a casa dos Perman. No caminho não consegui evitar ficar levemente ansiosa pra encontrar as crianças lá. Afinal, eram crianças e num lugar pacífico como aquele elas podiam estar em qualquer canto!

Quando o homem abriu a porta eu sorri, não apenas pela gentileza mas porque vi meninas correndo logo atrás dele, então mesmo sem saber da minha sorte neste dia já antecipava que elas seriam as testemunhas. Ah! Não posso me esquecer de guardar Noivern assim que pousar.

– Bom dia! É o senhor Perman? Eu sou Nakeisha, amiga da Moana, a futura líder daqui. Ela me pediu pra ajudar com uma criatura voadora que tem assustado moradores. Disse que as crianças desta casa já encontraram com ele e então eu gostaria de fazer algumas perguntinhas, saber o que viram, onde; se o senhor não se importar e nem elas, é claro! – usava bem do meu carisma pra lidar com isso, resta saber se funcionará.

Me alegrando ainda mais o dia e a estadia em Ciang High Rapids, fui muito bem recepcionada pelo senhor Perman. Ele me ofereceu até um lanche! Eu aceitei, é claro. Entrei e me sentei no sofá junto das outras meninas e deixei que falassem.

Um Pokémon grande, redondo, gosta de frutas e que lança água...?! Wailmers voam? A não ser que não tenha sido água e sim... Bem, não. Se fosse um líquido desagradável tenho certeza que as meninas estariam com nojo ou algo assim. Talvez eu deva reconsiderar a descrição de "redondo" como um ponto de vista. Pelipper pode parecer mais arredondado dependendo do ângulo que se vê. São carnívoros, mas um fora do habitat não seria incomum de estar caçando outras fontes de alimento... Enfim.

– Nossa! Que bicho encrenqueiro... Ou talvez ele só tenha se assustado com vocês brincando com fogo, né?! Vocês podiam ter se machucado, ou queimado o quintal. – fiz questão de não depreciar demais a criatura, já que se fosse um Pokémon Voador eu não gostaria de ver ninguém o odiando, independente dos feitos; mas também não quis soar como se repreendesse as meninas, longe de mim! – Mas, me contem, vocês viram como era o bicho, além de ser grande? Como ele se parecia? Podem desenhar, se quiserem! – quem sabe além de um estímulo aquilo não fosse bem útil pra mim – E foi só essa vez que vocês viram o bicho? – bem, elas tinham um quintal assim como a velha dona, talvez o bicho tenha ido atrás de comida ali também.

Foi divertido ter aquele momento com as crianças, me lembrou de quando conheci Lilo e descobri que eu tinha algum jeito para lidar com elas. Sempre achei isso meio estranho em mim, imaginando que devesse ser o contrário uma vez que até hoje sou a caçula. Digo, minhas referências com crianças até então eram zero!

– Obrigada! – aceitei a Limonada trazida pelo pai e bebi; nada como frutas frescas pra uma bebida gelada – Acho que elas me ajudaram bastante e... Ah! Na verdade, talvez tenha mais uma coisinha. Sabe onde consigo encontrar um Mantyke? São as raias... Um minuto. Rotom Phone, mostre Mantyke, por favor.

Uma informação de interesse mais do que pessoal. Com a foto do Pokémon no aparelho talvez eu tivesse uma pista objetiva dos nativos sobre o local adequada pra encontrar esta espécie. Independente da resposta, meu interrogatório por aqui estava feito e me restaria montar mais uma vez em Allomere pra voar ao próximo destino: the Rock, que pelo nome me dava impressão de ser um homem bem grande e imponente! Careca? Talvez.

A resposta do homem me animava e ao mesmo tempo me deixava meio confusa. Será que os Mantyke ainda estariam por lá quando eu fosse atrás? Dois meses é bastante tempo, eles podem ter saído do período de acasalamento e já mudado de área... Caramba, falhei em não ter estudado um pouco mais dessa espécie. Tudo bem, eu que lute. Vou tentar ir lá mesmo assim, depois.

– Eu imagino, deve ter sido lindo! Gostaria de poder ter visto. Bem, obrigada pela atenção de vocês, as informações e o suco. Até! – enfim me despedi, saindo para a rua mais uma vez.

Tirei Allomere da Pokébola e lhe fiz um carinho. Devia estar gostando do passeio, apesar do incomodo de ir e voltar da sua esfera, essa parte ele devia estar estranhando já que há pouco tempo era pequenino o suficiente para caber aninhado na minha cabeça.

– Vamos lá, amigão. Temos mais uma casa pra visitar. – voaria até a residência do The Rock agora; era a última das testemunhas que Moana me listou.

Mesmo com um par de informações eu sigo caçando o próprio bicho pelos ares enquanto cruzo a vila. Se eu tivesse a sorte de encontrá-lo assim, direto, teria o problema todo resolvido, acredito eu.

Enquanto eu sobrevoava a caminho do novo destino, meus olhos, até então pousados no mapa do Rotom Phone, perceberam algo interessante, uma semelhança que ligava as três residências das testemunhas.

Havia uma nascente bem para onde seus quintais apontavam e isso parecia se encaixar com a informação mais recente de que nosso monstro atentado lança água. Bem, o senhor The Rock que me perdoe mas meus instintos estão me guiando para outra direção. Não me custa nada fazer esse pequeno desvio, né?!

– Allomere, vamos mudar de direção, querido. – isso aí; vou até a nascente descobrir se há algo suspeito por lá.