(014) — heart of glass

Apesar de Dragon's Den ser belíssimo e ser muito bem conservado, aparentemente seus moradores não são lá dos mais educados. Toda a presença imponente do senhor me deixava um pouco balançada — para não dizer com medo da mentira ser descoberta — mas em nenhum momento o ancião abriu os olhos para me observar. Ainda assim, parecia que eu estava sendo veemente observada, não somente o físico como principalmente o íntimo, onde a mentira sobre o Eevee descansa.

Me mantive calada, afinal, fiquei com medo de abrir a boca e acabar falando a verdade. Depois de tanto conhecer o místico que revolve esse universo, acredito que qualquer coisa mágica possa acontecer, inclusive essa, onde eu me sentiria forçada a falar a verdade. Consenti com a cabeça, dando um meio sorriso para o explorador, que explicava a situação para o homem.

Continuei acompanhando Sr. Wickelson, apreensiva para saber onde poderia ser esse lugar de que tanto falava. Pelo tom de suas vozes, não seria difícil encontrá-lo, mas sim permanecer sem que seja a vontade dos dragões.

Vamos ver.

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Eggs escreveu:

Ponyta - 28/40

Blackthorn City

Continuamos caminhando, seguindo mais para dentro de Dragon's Den. A caverna começava a ficar cada vez mais úmida, mais claustrofóbica, principalmente por conta da entrada ficar cada vez mais distante. À essa altura, se eu acabar contando a verdade e nos desentendermos, sabe-se lá se conseguirei sair sozinha daqui. É complicado, mas abaixei a cabeça e continuei seguindo Sr. Wickelson.

O rio voltava a ser ouvido e, junto com ele, alguns grunhidos esquisitos. Achei estranho à princípio, mas duvidava que seriam os dragões que vim atrás, denunciando sua posição com tanta clareza. Busquei a esfera de Starmie e Aron, liberando-as diante de mim, no mesmo momento que um Poliwag e um Poliwhirl surgiram para nos interceptar.

— Gyoza, duplo Thunderbolt no maior. Sashimi, duplo Metal Claw no menor!

Vamos ver como Sashimi se sairá em sua primeira batalha de verdade.

Day Care escreveu:

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Eggs escreveu:

Ponyta - 29/40

Blackthorn City

Como no combate anterior, os selvagens não tiveram chance contra o poder de Starmie. Aron também tinha sua estreia, pegando o jeito de utilizar suas poderosas garras de metal de forma bem efetiva contra Poliwag. Abri um sorriso de orelha a orelha ao ver a confiança crescente na metálica de participar de batalhas; para quem ficou um pouco perdida na primeira onde sua irmã lhe defendeu, agora dava para ver que estávamos em um caminho promissor.

— Muito bem, filhas. — acariciei ambas, retornando Sashimi para sua esfera após a pequena se acabar no carinho — Bom descanso.

Até agora estava tudo muito fácil, com oponentes que sequer queriam nos atacar de verdade, somente defender seu território de intrusos que os incomodavam na calada da noite. Sr. Wickelson pedia atenção e para não termos medo, mas a única coisa que me assustava ali era como eu sairia daquele lugar caso a verdade viesse à tona. Existem também a questão dos monstrinhos que nos aguardam nas camadas mais profundas; antes eram dois peixes, agora dois anfíbios... Não posso mentir e dizer que não me assusto com o perigo crescente que nos assola.

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Ponyta - 30/40

Blackthorn City

Caminhamos por mais alguns minutos, somente para encontrar uma interseção com uma forte luz em seu final. Senhor Wickelson indicou ser por ali, mas, sinceramente? Após a experiência que tive no Mausoléu de Arceus com Natalie, qualquer coisa do tipo me deixava bastante escaldada. Senti os pelos do meu corpo arrepiarem quase que por completo enquanto os dígitos tentavam impedir a forte luz de incomodar minhas orbes cerúleas. Respirei fundo, retornarnado Gyoza e buscando coragem para continuar: havia chegado até ali e não ia desistir tão rápido. Não mesmo.

Você não está fazendo isso para você mesma, Karinna.

Trêmulos, os pés começaram se mover na direção da branca luz, somente para a mesma me engolir por completo. Por alguns momentos me perguntei se eu não estava... Morta. Que Sr. Wickelson e eu morremos em algum momento e não nos demos conta. Aos poucos, comecei a escutar o choro de um bebê, como se estivesse tentando se comunicar comigo. Do outro lado, uma voz masculina surgiu do nada, extremamente familiar: se tratava do velho de alguns minutos atrás, me confrontando sobre a minha mentira.

Não tinha jeito.

Não tinha mais como mentir.

— ... — engoli seco, cerrando os punhos; o consciente implorando pela verdade, mas ainda assim era muito difícil verbalizá-la, ainda mais para um desconhecido — Minha mãe. — abaixei a cabeça, relaxando as mãos — Estou aqui por ela. — respirei fundo — Infelizmente o universo decidiu que seria uma ótima piada de mau gosto tirá-la de mim antes do tempo. — ergui a cabeça, encarando o homem — Ela sempre foi apaixonada por Dratini, mas nunca teve a oportunidade de conseguir um. — dei uma risada debochada, balançando a cabeça negativamente — ... Falando desse jeito até parece que ela tinha escolha, né? — os olhos começaram a lacrimejar — Mas não. Nunca teve. Sempre foi um sonho distante. — limpei os olhos com os antebraços — Hoje eu vim até aqui realizar o sonho dela. — fitei a escadaria e logo depois o velho meditador — Minha pergunta é... Você está aqui para me ajudar ou para me impedir?

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Ponyta - 31/40

Blackthorn City

Como todas as coisas que envolvem minha presença, o místico começava a tomar conta de toda ambientação, com o homem desaparecendo logo após dizer que não estava ali nem para me ajudar e nem para me atrapalhar. Um alívio, sendo bem honesta... Era difícil não acreditar que Arceus iria me punir naquela situação. Toda oportunidade que o ser Etéreo tinha, ele tentava entrar na minha cabeça e me destruir ainda mais, tanto psicologicamente quanto fisicamente.

Pilares de pedra começaram a surgir em minha volta e também na minha frente, formando uma espécie de escada que me levaria sabe-se lá para onde. Consegui sentir meu coração batendo o mais rápido possível dentro do meu peito sem que eu tivesse um troço; o nervosismo me consumia, já que não sabia exatamente no que estava me metendo e, pior, se tudo seria em vão ou não. Os pés, tímidos e trêmulos, subiram no primeiro e menor pilar, buscando força para continuar subindo nos outros até o topo da "escada".

— Não precisa ter medo. — cerrei os punhos, respirando fundo antes de continuar subindo os pilares; ao chegar no mais alto, o grito agudo e um leve semblante azulado chamava minha atenção — Tá tudo bem, pequena... Estou indo.

Day Care escreveu:

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Ponyta - 32/40

Blackthorn City