009 — Reencontros

Reencontros

As preces do garoto ecoavam pela masmorra, mas infelizmente nenhuma intervenção divina iria salva-lo daquela situação. Intervenção divina não o salvaria, mas quem sabe alguém não pudesse dar uma mãozinha.

Vejo que nos encontramos novamente
Pena não ser em uma melhor situação
Minha tentativa de ajuda não foi suficiente
Parece não haver solução

Quem falava era o guardião que Charlie havia conhecido mais cedo naquele mesmo dia, Sazs. Ele surgia da escuridão com seu violão e voltava a fazer suas rimas.

As vinhas foram obras minhas
Para parecer ser o único invasor
Agora ambos fomos capturados
Mas temo pelo senhor

Enquanto chegava perto do ruivo, Sazs continuava as rimas e ao mesmo tempo, retirava as cordas do seu instrumento. Dessa vez, falava muito mais baixo para que Braviary não ouvisse.

Temos sorte de estarmos juntos
E daquele mercenário ser puro musculo
Ter subestimado meu violão
Não foi um erro minúsculo

Após retirar todas as cordas, o guardião as trançava até formar um lock pick. Enquanto isso, um som vinha da cela da frente, era de um monstrinho sofrendo. Na tentativa de se soltar, a corrente que lhe prendia acabava soltando uma descarga elétrica, fazendo com que o coitado soltasse um choro agonizante. A luz que a corrente produzia enquanto eletrocutava rapidamente o pokémon desconhecido, era o suficiente para iluminar a cela, mostrando todos os outros pokémons presos lá. Certamente não eram apenas os monstrinhos de Charlie e Sazs.

Não será uma tarefa fácil
Precisamos trabalhar em equipe
Se quisermos sair daqui
Vou precisar que se arrisque

Esperando a resposta do ruivo, Sazs tentava manter sua calma para não chamar a atenção de Braviary. Mesmo assim, por dentro o homem se corroía de raiva por ver um pokémon sofrendo daquela forma.

Reencontros

O ruivo estava para baixo por ter falhado, mas não se deixava abalar por muito tempo. Assim que ouvia a ideia do guardião, decidia ajudar para saírem daquela situação juntos.


O ruivo não tinha chances contra o capanga enquanto batalha sozinho, mas talvez com a ajuda do guardião, a probabilidade de vencer seria maior que zero.


A ideia do guardião não era das melhores, mas para saírem daquele lugar, não tinham muitas opções. Afinal, era bem provável que o treinador não soubesse como usar um lock pick, então o único que conseguiria abrir as celas, era o próprio homem. Bastava saber se o ruivo aceitaria colocar-se em risco naquele plano.

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A ideia do treinador casava perfeitamente com a do guardião. Assim que o garoto mostrava a pedra brilhante, o gavião parava tudo que estava fazendo para chegar mais perto. Se aproximando de Charlie, Braviary torcia a cabeça de um lado para o outro, confuso com o que aquele item brilhante podia ser.

Com a atenção do monstro tomada com sucesso, Sazs começava a colocar sua parte do plano em ação. Com alguns poucos segundos o guardião movia aqueles fios de seu violão dentro da fechadura, e com um clique barulhento significava que a cela deles estava aberta.

O barulho chamava a atenção do gavião, que apesar de ganancioso, não era burro. Assim que o homem abria a grade, a ave se colocava na frente, bloqueando a sua saída.


Era a ultima coisa que o guardião dizia antes de dar uns passos para trás e correr na direção do pássaro gigante, se jogando no chão e deslizando por baixo dele. Assim que o fazia, o gavião virava-se para encarar o homem, dando a chance perfeita para o ruivo pular em suas costas. Com a esperança de que o plano daria certo, Sazs já ia até a cela onde os pokémons estavam presos e começava a usar seu "lock pick" para abrir a grade.

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Enquanto Charlie segurava firme a grande ave, Sazs fazia de tudo para abrir a cela rapidamente. A sobrevivência de ambos dependia daquilo.

Braviary se debatia de um lado para o outro, quase como um touro mecânico, se Sazs demorasse muito, o treinador poderia acabar caindo das costas da ave.

Quando finalmente conseguia abrir a grade daquela cela, todos os monstrinhos que estavam presos, se levantavam para ver o que estava acontecendo. Alguns com medo, achando que seriam punidos por algum motivo. Outros com raiva, prontos para atacar quem quer que estivesse entrando na cela. Era de se esperar... afinal, já estavam ali sofrendo nas mãos dos mercenários fazia um tempo.

O guardião entrava naquele breu para libertar seu pokémon primeiramente. Sem muita luz no ambiente, ficava difícil de ver quem exatamente era quem. Mas assim que via uma silhueta muito maior que as outras, Sazs segurava as correntes com uma das mãos, a qual ele vestia uma luva de borracha, com a outra, usava suas habilidades novamente para abrir o cadeado.

Já não tinham mais tempo, Braviary jogava Charlie no chão que por sorte não se machucava muito na queda. Agora a ave olhava para o ruivo com um semblante assustador.

Enquanto se preparava para ataca-lo com uma de suas bicadas poderosas, algumas vinhas grossas saiam de dentro da cela dos pokémons, prendendo Braviary contra parede, deixando apenas seu bico solto, para que ela pudesse respirar. Sazs corria até o garoto e esticava seu braço para lhe ajudar a levantar, logo atrás, um Venusaur passava pela grade, seguindo seu treinador.


O guardião dizia para o treinador, preocupado porque ainda precisavam libertar todos os pokémons presos dentro da cela, antes que o treinador daquele Braviary voltasse.

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Charlie colocava seu plano de libertar os pokémons em ação, enquanto isso, Sazs ficava de olho no corredor, apreensivo que o mercenário logo podia aparecer por ali.

O treinador pedia para seu dragão ajudar com a destruição das correntes que seguravam os monstrinhos que já estavam ali quando o ruivo chegou. Dracovish, com o balançar de sua calda, destruía corrente após corrente, libertando algumas Sunfloras, Roselias, Bellsprouts e por fim um Mime Jr. que parecia alegre, mesmo estando naquela situação.

Com todos os monstrinhos soltos, era a hora de fugirem dali. A dupla não teria chance de vencer os pokémons daquele homem em especifico, quem dirá vencer os pokémons do chefe dos mercenários.


O guardião dizia, enquanto esperava todos saírem de dentro da cela. Pronto para correr na direção de onde haviam vindo.