Alpha Saphire Squad - Exploração Abyssal

Watery Grave

Raissa estava sendo crucial para evitar que Matthew surtasse, esse que via as várias semelhanças a uma outra expedição que não correu tão bem na atual. Medo e receio são sentimentos completamente normais de se sentir em um ambiente adverso, tão adverso a ponto de trancar o caminho de volta. Por sorte Raissa que estava ao seu lado não era afetada por tais emoções, pelo menos não ainda. Seria porque ela é jovem demais e ainda nutre aquela ingenuidade e heroismo infantil? Ou porque ela só é corajosa e destemida mesmo? Veremos.

Monclar deixava tudo documentado em vídeo, se ele e Raissa conseguirem sair sãos e salvos desse ambiente inóspito, vai ser um feito e tanto. Embora a aventura até agora não tenha mostrado contratempos tão grandes quanto nas Whirl Islands, mas mesmo assim, eles estavam apenas no começo e só com esse começo já deu para ver parte da força dos inimigos que os esperam. E tem outra coisa, que não sei se é boa ou ruim, mas fora os piratas, nenhum dos adversários da dupla serão humanos.

Enfim, sem mais delongas, depois de nadarem por um tempo naquela caverna, aparentemente sem vida, eles finalmente saíam de lá e o que viam era de fato bem interessante. Uma cidade, ou pelo menos algo que já foi uma cidade em tempos passados. Várias construções, com a arquitetura semelhante a das mais potentes civilizações da antiguidade. Vários prédios que um dia foram enormes e imponentes para os padrões da época. Com isso eu lanço um combustível pra pensamento: Teria essa cidade alguma relação com os piratas? Seriam eles oriundos dali? Passaram por ali? Quem sabe.

O primeiro ponto de referência de tal cidade é algo que se assemelha a uma praça, com uma enorme construção cuja arquitetura dá a entender que se trata de uma igreja e algumas casas menores, porém longe de serem pequenas permeando o cenário da praça morta, cinco delas pra ser exato. Tinha bastante informação para "desempacotar" ali.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... - me empolguei aos berros.

Não é todo dia que se encontra uma cidade perdida. Sem perceber eu estava apertando Zan para ir mais rápido porque eu queria muito tocar naquelas construções com a palma da minha mão. Sentir o material. Saber que aquilo era real e se estávamos MESMO diante daquele cenário de cidade afundada!

- Eu não acredito no que encontramos... SÉRIO!! Esse é o maior dos tesouros! Conhecimento!!

Não estava sendo piegas ou intelectual. Qualquer informação nos dias de hoje poderia ser vendido. Para revistas, jornal, organizações interessadas... Informações privilegiadas então? Era uma fonte de riqueza fresca que fazia meus olhos brilharem. Claro, tinha o luxo do prestígio da descoberta e a comunhão de saberes com o mundo, mas isso era consequência.

- Raissa, pede pro Rotom tirar foto de tudo e não deixar nada passar, por favor. Acho que uns vídeos podem ser muito daora também!

Eu também faria minha própria exploração. Devia ter muitos artigos que poderiam ser coletados como prova e memória daquele lugar. Só me lembrava de uma coisa antes de me afastar dela. Cautela! Quase fui levado pela emoção com tanto barulho que fiz.

- Vamos tentar não ser percebidos. Capaz de algum pokémon ter tomado posse desse território e se irritar por estarmos invadindo. Qualquer coisa me chamar.

Sim, eu estava afim de passear na velocidade da luz por TODAS as casas e por último na grande construção da praça que parecia um templo religioso ou um fórum político. Minha tour era focada em: detalhes arquitetónicos e objetos remanescentes, como joias e outras mais salvas do tempo e umidade. Mesmo com desejos latentes, Fera me acompanhava para fazer o serviço de guarda.

Watery Grave

A empolgação era imensa, encontraram exatamente o que esperavam encontrar nessa expedição. Um lugar provavelmente cheio de tesouros, sejam eles materiais, ou até mesmo imateriais, como fontes de conhecimento. Esse era o ponto alto de toda aquela expedição, mas, por mais que a empolgação seja grande, eles precisam tomar cuidado. Não podem se esquecer de que estão em um dos ambientes mais brutais para humanos que existe, se não o mais brutal. Desertos, geleiras podem ser lugares ameaçadores, mas seriam mais que um lugar onde nem se pode respirar sem a ajuda de equipamentos?

Não só o fato de não conseguirem respirar ali embaixo, mas como também, as ameaças. Matthew e Raissa já enfrentaram coisas bastante fortes desde Jellicent mutantes e piratas zumbis e falando em piratas, o Holandês Voador os alertou dos perigos que poderiam encontrar ao prosseguirem o seu caminho, porém, a dupla de aventureiros ainda não encontrou nenhum dos indícios de perigo que o capitão tinha indicado, como as nuvens que de alguma maneira existem debaixo d'água.

Enfim, se forem explorar aquela cidade ou o que sobrou dela que era o que eles iriam de fato fazer, o maior prédio, aquele que se assemelhava a uma igreja era provavelmente o lugar mais ideal para começarem e onde provavelmente encontrariam mais coisas. Inclusive se passassem por perto da entrada da tal construção, eles veriam um enorme altar que parecia ter vários focos luminosos, coisas brilhando. O que seria aquilo? Joias? E isso era apenas o que era visível do lado de fora, aquele prédio era o mais bem conservado, o maior, logo tinha mais andares em cima que podiam guardar ainda mais segredos.

Ou poderiam começar pelas casas e edifícios menores, também podem abrigar algo. Que inclusive eu digo edifícios menores, mas eles eram grandes, dando a entender que era uma espécie de distrito de classe alta. Porém, algumas dessas casas estavam repleta de escombros e a navegação por elas era quase impossível, deixando apenas duas da cinco realmente exploráveis sem muito esforço.

Claramente não era a Fenda do Biquíni. Estava mais para Atlantis ou uma cidade com história equivalente... Espera. Havia em Hoenn alguma história de cidade afundada e correlatos ligando Kyogre aos acontecimentos? Procuraria não esquecer disso para gravar mais tarde no Rotom Phone de Raissa, já que tínhamos nos separado.

Bem, como pretendia deixar o mais e melhor pro final, iria explorar as casas menores e ver o que dava para aproveitar dos objetos e histórias sobreviventes ao que quer que tinha acontecido lá. Não me importei em "dividir e conquistar" agora porque otimizaria nosso tempo e a cidade parecia bem vazia, sem sinais de vida ou... morte recente! Assim não me preocuparia por ela, tão pouco por mim. Ainda assim estava curioso para o que eu encontraria e mais ainda pelas coisas que ela também poderia encontrar sem a minha presença.

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E então a dupla se dividia afinal conseguiriam cobrir uma maior área em menor tempo desse jeito e não era exagero dizer que ambos eram fortes o suficiente para se protegerem sozinhos. E com isso, cada um ficava com uma das duas casas menores que ainda eram navegáveis, na esperança de acharem pistas, tesouros e até mesmo conhecimento. Mistérios poderiam se desvendar ali mesmo, mistérios sobre a besta das profundezas.


Apesar daquela ser uma das casas "navegáveis" era tudo menos fácil para um pokémon grande como Lanturn nadar por ali e o gigante Feraligatr ocuparia espaço demais, teria que ficar de fora. Então lide com isso, Matthew, fique sem o seu Fera, mas só por um instante. Ele pode ficar de guarda do lado de fora pelo menos, melhor que nada. As ligações soltas e os pedaços de mármore em lugares inoportunos poderiam ser perigosos, poderiam dar perigosas pancadas tanto no Lanturn montaria quanto no tanque de oxigênio do treinador.

Aquela casa tinha mais de um andar e o térreo era quase impossível de fazer a travessia por lá, pois o teto foi caindo gradualmente até o térreo ser uma pilha de escombros. Em contrapartida, o segundo andar era bem livre, então nadando pra cima, ainda tomando cuidado com qualquer obstáculo que venha a ser perigoso. Por sorte não demorariam muito tempo procurando por ali, pois algo já aparecia bem na frente deles um grande ornamento dourado, parecia pesado, mas Matthew provavelmente conseguiria carregar e se ele não conseguisse, o seu Feraligatr o faria. Era um grande "aro" com várias ramificações que na verdade se parecia com o aro das costas de Arceus, pelo menos pelo que era descrito na mídia.


A casa onde Raissa foi parecia oferecer um nado mais livre para Jayna a sua Lanturn, do que Zan o Lanturn de Matthew teve do outro lado. Mas apenas parecia, pois em uma questão de um triz, Raissa não foi esmagada, na verdade graças a percepção de Jayna que notou que o teto do andar térreo não estava em bom estado. Enfim, o teto foi abaixo e Jayna rapidamente deu um solavanco para trás, salvando a si e a sua treinadora.

Bem, explorar o andar de cima seria mais fácil talvez, não é? Mas a questão é que provavelmente não precisaria, tinha algo brilhando bem em cima daquela pilha de escombros e essa coisinha brilhante acabou escorregando pela pilha e caindo, infelizmente ficando entre alguns pedregulhos, mas nada que a ajuda de um pokémon não resolvesse. A tal coisinha pequena e brilhante era uma chave, dourada.

Enfim, cada um dos nossos vingadores achou um artefato interessante. Como um deles era uma chave, certamente abriria algo. Mas será que essa coisa que seria aberta pela chave ainda funcionava? E a "réplica de Arceus" que Matthew achou? Será que também era uma chave, só que uma chave "menos óbvia"?

Infelizmente meu amigão ficava de guarda do lado de fora. Ele não pareceu se importar muito, já que eu o tinha deixado tão preocupado com os arredores quanto antes eu comigo mesmo. Dentro da casa, o Lanturn me acompanhava ao lado para não batermos nas coisas. Eu não seria doido de entrar sozinho, porque ainda estava com medo de ter alguém morando ali. A experiência no Holandês Voador não foi traumática, mas não queria que se repetisse.

Procurei não tocar muito nas coisas para não abalar a estrutura que ainda mantinha o lugar de pé. Seria uma perda muito grande que aquele lugar desmoronasse (ainda mais conosco dentro). Isso me lembrava de ensinar Protect para alguns pokémon! Bem, isso ficaria para um momento mais tranquilo porque depois de encontrar o que eu encontrei, queria saber QUE TREINADOR conseguiria manter a calma com tanta tranquilidade ao relacionar com a joia do deus Criador...

- Isso... é uma joia de verdade?! - minhas mãos tremiam e por um momento senti minha garganta seca. Grande ironia! - Zan, consegue nos carregar? Se não, deixa pro Fera.

O novato não tinha que provar nada, além de me aguentar até o final da expedição. Ele foi capturado para fazer parte do Esquadrão de Mergulho da Avengers. Não sabia se treinaria um Lanturn, já tinha o encosto do Whiscash que era outra dúvida cruel. As dupla tipagens eram incríveis, mas os pokémon não combinavam com meu estilo. Certamente se tivesse superado minha relação problemática com o tipo Water mais cedo teria uma equipe mais preparada. Enfim, já estávamos no fundo do oceano mais perigoso de Hoenn que abrigava a morada do Deus da Destruição/Criação (a depender do ponto de vista).

Ainda procurava entender a Equipe Aqua. Os Rockets nunca revelaram interesse nesse tipo de poder, apesar por serem loucos nessa palavra. Já tinha ouvido boatos sobre Mew e uma clonagem, mas eram estudos muito distantes dos meus interesses pessoais e profissionais. Os Aqua tinham uma lógica de devolver o mundo para os pokémon... Era até bem sensato subir o nível do mar para acabar com as empresas que estão matando o meio ambiente, mas a parte do genocídio da espécie humana no processo era um empecilho... Por isso esse título ambíguo. Certamente o terror de muitos, mas o salvador do ambiente marinho.

Enquanto pensava sobre essas coisas, analisando filosofias de sociedades criminosas, íamos agora explorar o edifício central. Provavelmente Raissa deveria estar os esperando por lá. Ainda não imaginava o que faria com aquele artefato, mas algo me dizia que tinha de carrega-lo comigo.

Watery Grave

Cada um dos vingadores iam até um ponto de encontro cada um com suas descobertas. E cada um reagindo a tais descobertas de maneira diferente um do outro, Raissa sempre animada e energética, já Matthew pensativo. Pensando no que era aquela joia, se treinaria pokémon aquáticos e até pensando sobre as enigmáticas metas da Equipe Aqua. Enfim, ambos se reuniriam de volta naquela "praça" para explorar o tal edifício central.

Porém foi aí que algo estranho acontecia. Uma barreira se levantava, mais precisamente uma cúpula, cobrindo a praça e limitando o acesso a todos os prédios daquela cidade abandonada, tanto os que já foram explorados quanto o prédio central, o objetivo atual dos vingadores. Como era uma cúpula, obviamente não podiam nem tentar passar por cima e nem contornar. Estariam eles presos para sempre? Aquela joia e aquela chave eram armadilhas?

Depois de um tempo desolador naquela prisão, Matthew e Raissa perceberam que não estavam sozinhos. Seja lá de onde, mas figuras apareceram, figuras que pareciam observar os movimentos da dupla desde que ele entraram naquelas ruínas. As figuras em questão, no entanto, eram pokémon. Quatro deles para ser preciso e inclusive um deles tinha uma certa semelhança com um pokémon lendário: Manaphy, porém não era o príncipe dos mares.


E sem mais nem menos, os olhos das criaturas brilharam em vermelho e eles avançaram contra os aventureiros. Seria aquilo outro desafio?