Pokémon Mythology RPG
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Iter Criminis!

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Sienna City
Temperatura Amena • Tarde
Electivire não captava nada daquela guarita, porém se sua habilidade realmente fosse útil, talvez mais próximo do local indicado poderia funcionar. Contudo, considerando o ataque na rede, Helena retirava o próprio Rotom Phone e digitava com uma velocidade assustadora no celular, porém não comentava nada com os demais. Ela também acatou a ordem do contratado, porém dessa vez anunciava num walk talk as buscas das equipes de segurança, depois ela se recostou e aguardou o tal funcionário chegar.

Ernest já estava preparado para sair quando Will solicitou que ele mostrasse o caminho e não era muito longe. Descendo a escadaria da guarita, bastava eles caminharem até a parte de trás para encontrarem uma sala vermelha com uma placa "Sala de Registros". Daquele ponto, ele já podia ver que se tratava de uma sala quase minúscula, com apenas o computador e a mulher que digitava a todo vapor. Quando os dois se aproximaram, seus óculos refletiram a tela que estava cheia de arquivos abertos serem fechados de uma só vez.

- Ernest! Bom te ver, como vai?
- Bem... bem. Bom, Will, quero te apresentar Alya - apresentou, mantendo bem as aparências de que não havia nada errado caso o garoto quisesse fazer uma aproximação sutil. - Ela é nossa encarregada dos registros oficiais das embarcações

A mulher então se virou para o jovem e o olhou de cima abaixo até onde podia, porém manteve o sorriso que estava completamente forçado. De resto, ela parecia descansar as mãos embaixo da mesa.

- Como posso ajuda-lo?

•••

Quando o guarda começou a ouvir a história da mulher, ele parecia estar mais assustado do que ela. Por alguns momentos, ele tentava espiar a direção que a mulher indicava. No entanto, com a "desolação" dela, ele não tinha outra opção senão vestir uma falsa cara de quem estava prestes a fazer qualquer coisa.

- Vamos fazer o seguinte então... você se esconde e eu vou dar uma olhada no refeitório. Não acho que as coisas tenham a ver pois disseram por ai que aquela notícia de roubo era mentira - disse, depois inflou o peito. - Mas, se houver uma pequena chance de ser verdade, vou averiguar. Além disso, fique com meu walk talk. Se as coisas ficarem feias por lá, alerte todo o Porto. Sinceramente... o refeitório fica muito longe das outras partes, mas eu vou conseguir - finalizou, com um sorriso confiante e partiu.

E lá se foi nosso guarda, rumo ao refeitório com total despreparo por não saber a aparência dos "criminosos" e esquecendo completamente as ordens superiores que recebia. No entanto, Natalie também tinha outros problemas para lidar: seu campo de visão mostrava que o garoto que encontrara na Sienna Corp estava acompanhado de um outro homem mais alto e ambos estavam na frente da sala de registros.


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Ele já estava ficando cansado de ficar procurando pelo em ovo, rastreando pistas que não o levava a lugar algum. Will era um homem de ação, por isso escolheu os Espadas e não uma das outras Divisões de sua Sociedade. Outro ponto que o incomodava era a sua conclusão do Pokémon roubado já ter deixado Sienna, poderia estar em qualquer canto do mundo. Sua única chance era encontrar o espião no Porto e fazê-lo falar ou tentar encontrar um informante em Cinnabar. Enquanto caminhava até a Sala de Registros ele pesou esses fatos. Mesmo que agisse de forma imprudente, não importava, as vezes você deve forçar para induzir o adversário também a cometer erros.

Parou frente a “salinha” vermelha com um sorriso provocador, se fosse outra a situação, Alya poderia achar até que ele estava flertando com ela. Electivire ao seu lado continuava com sua busca, também com um olhar atento sobre a mulher da qual Will avisara durante o caminho que se a pessoa na sala de registros tentasse alguma coisa, ele não deveria hesitar em paralisá-la.

- Muito bom dia, Alya! – Disse se aproximando. – Tivemos um probleminha lá em cima. Parece que a rede caiu ou algo assim. Mas estávamos em um trabalho importante. Ernest vai continuar da sua máquina. Não mexa em mais nada, por favor! – Will abriu a porta da sala, sem autorização da mulher, mas ainda amistoso, simpático e com tom galanteador. Ele gesticulou para que ela saísse enquanto Electivire não tirava os olhos dela e pediu que Ernest assumisse ali. Veja bem, ele contava com a ajuda do homem na persuasão, que até onde sabia era o chefe ali, e a todo momento foi um cortês incisivo, sem dar chance de ela mexer mais no computador.

Não é necessário reafirmar que se ela tentasse alguma coisa suspeita, Electivire agiria sem pensar duas vezes, eletrocutando a mulher até ela ficar paralisada feito estátua. Melhor pedir desculpas e jogar a culpa em um Pokémon arisco a ser você a vítima.

Agora se tudo corresse bem até ali e Ernest assumisse o posto, cabia ao jovem começar a plantar as sementes. – Ernest, veja o histórico do computador, acesse o log de registros da máquina e do servidor – Tentou parecer entendido, esperando na verdade que o homem soubesse o que fazer para confirmar que a invasão tinha vindo daquele computador. Entretanto, o que ele realmente queria era observar as reações da mulher sobre aquele assunto. Ele tomou um tempo, para ver se ela mordia a isca e depois, para não parecer ainda mais suspeito ao observá-la, fez algumas perguntas, simulando o início de um diálogo com ela. – Não se preocupe com o meu Electivire, ele é mal encarado assim mesmo – Fingiu uma risada e continuou – Você já trabalha há muito tempo nesse Porto, Alya? Notou algo estranho no sistema nesses últimos dias?

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...Tá, não era bem isso que tinha em mente.

Quer dizer, sabe como é: Não acreditava realmente que o homem ia tentar pagar de herói, principalmente se levasse em consideração que ele bem mais parecia um ratinho assustado a cada parte de seu simples e curto relato. Suas pretensões eram basicamente que o bendito fosse denunciar aquela leve escapada para o pessoal da guarita e pôr à prova a confiança (ou falta de) no rapaz contratado para a investigação - afinal, tinha lá suas dúvidas de que gostariam de arriscar um "e se" com uma pulga atrás da orelha cuidadosamente plantada.

Porém, entretanto, contudo e todavia: No fim das contas, era possível que fosse até melhor que o segurança se distanciasse momentaneamente. Poderia comprar tempo fazendo com que as pessoas esperando por ele acabassem suspeitando e indo atrás, desviando sua atenção do que era/poderia ser verdadeiramente importante e, no fim de tudo, ele provavelmente repassaria suas informações de qualquer jeito e o atraso se prolongaria ainda mais.

...há males que vêm para o bem?

— E-Eu... Você tem certeza? — Gaguejou, encolhendo os ombros e encarando com certa indecisão o Walkie Talkie estendido pelo homem - mas, claro, não era lesada o suficiente para simplesmente recusar o aparelho ou algo do tipo. — Você vai... Sozinho? Pode ser perigoso! — Insistiu, como que preocupada com o bem-estar do funcionário. — E-Eu... — Pressionou os dentes sobre o lábio inferior. — ...Tá bom. Eu... Toma cuidado, tá? — Pediu, em baixo tom, os ombros encolhendo como resposta natural à pose do guarda, trazendo o eletrônico para perto do peito e apertando a superfície negra com delicadeza. Então, o observou se distanciar sem sequer pedir por algum tipo de identificação dos tais dito cujos que, aparentemente, tinha avistado.

...um baita d'um galinha, isso sim.

A primeira atitude quando se viu novamente só, então, foi imediatamente baixar o volume do dispositivo comunicador. Não queria lidar com a desagradável surpresa de ser abordada por algum dito cujo aleatório que brotasse do inferno tentando descobrir porque diabos tinha uma voz de segurança ecoando atrás de um dos contêineres - e, bem, muito menos querer explicar o que estava fazendo com um dos Walkie Talkies caso não fosse, uh, extremamente necessário.

A segunda questão, huh, se tratou basicamente da observação dos dois homens se aproximando da sala de registros. As sobrancelhas se franziram quase que imediatamente, os ombros encolhendo e a respiração indo e vindo, suave - no primeiro momento, porém, se deu ao luxo de simplesmente apenas observar. Não tinha certeza se precisaria interferir para auxiliar a mulher do lado de dentro; Não sabia se a presença da dupla se dava pelas câmeras terem sido desativadas, mas... Ela não agiria de qualquer jeito com esse risco iminente sem ter algum plano de escape, agiria?

Ugh, não queria mais ter que ficar limpando bagunça dos outros...

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Sienna City
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Quando o jovem se aproximou da sala, automaticamente Electivire sentiu algo se movendo nas sombras dela. Ainda era difícil dizer do que se tratava, porém o Pokémon se manteve apenas em alerta como solicitado pelo seu dono. Alya, por outro lado, desfazia o sorriso simpático para um olhar de desgosto. Entrando sem serem convidados, a sombra rapidamente penetrou nas paredes e "desapareceu" do campo de vista, porém não do rastreamento do elétrico.

- Houve problemas? Que infortúnio, pois aqui tudo funciona na mais perfeita conformidade - disse, se levantando da cadeira, porém barrando a passagem do próprio chefe. - Ernest quer mexer? Tem certeza? Você colocou um de seus sobrinhos para trabalhar com você na guarita pois não entendia muito dos sistemas - continuou, cruzando os braços. - Me desculpe, porém não quero ninguém bagunçando meus registros
- Vamos dar um jeito sem atrapalhar seu serviço, não se preocupe - decretou, dando um leve empurrão na mulher para assumir a cadeira.

Quando o jovem fez a solicitação, a mulher abriu um sorriso irônico de canto de boca. Ela tinha plena consciência de que aquele homem não tinha a mínima ideia de como fazer aquilo, então apenas ajeitou um pouco os óculos antes de se virar para Will. Ambos pareciam se "julgar" sem falar nada, porém a questão do homem a fazia falar.

- Não tenho medo de Pokémon. A maioria das vezes são inofensivos quando estão sob uma coleira - retrucou. - Bom, pode se dizer que sim. Vim trabalhar aqui quando inauguraram o porto, então é, sou bem conhecida. Praticamente ajudei na construção desse sistema, então acredite em mim, se houvesse algum problema, eu saberia - explicou, com um leve tom de superioridade. - Com problemas Ernest? Posso abrir o que ele solicitou para você
- Não será necessário, só preciso me adaptar a esse teclado minúsculo - completou, com um olhar nervoso.

O homem então deu uma mexida no próprio pescoço e olhou pela janela por alguns segundos, o que o fazia encarar um aparentemente funcionário olhando em sua direção. A princípio, ele não fez nada, porém parecia mantê-lo sob sua visão periférica enquanto tentava entender como funcionava o sistema do computador.

•••

Natalie estava numa pequena vantagem de ainda não ter sido percebida, porém não tinha a mesma sorte por muito tempo. De inicio, ela viu a dupla invadir a sala dos registros e retirarem sua "parceira" do comando. O detetive contratado e a criminosa infiltrada estavam fora do campo de visão da mulher a partir daquele momento. No entanto, ela ainda podia encarar o homem que tomava frente no computador, porém talvez alguma parte do cérebro dele tenha o alertado que estava sendo vigiado, pois ele olhou diretamente para onde a mulher estava. Ele pareceu não ligar para aquilo de inicio, porém a ruiva teria que tomar cuidado com os próximos passos.


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- Sério? – Provocou, demonstrando o quanto ele se importava com a superioridade dela. – ohhhhh isso é bom. – Provavelmente ela não mentira, já que o seu chefe estava ali, no entanto, aquele fato foi fundamental para subir ainda mais o nível de alerta do Karateka. Ele já desconfiava de alguém infiltrado com alto nível de acesso ao Sistema de Sienna – desconfiou até de Helena –,  aquilo era a única coisa possível para explicar o quão organizado foi a invasão e a fuga da Equipe Rocket. Um funcionário antigo que participou da própria fundação do lugar, fora do radar da Companhia, mas não de alguém fora do seu convívio social na Empresa.

- Já que confia tanto no sistema que ajudou a implementar. Poderia me explicar como os computadores da Guarita foram hackeados? – Ele sorriu para ela com uma sobrancelha erguida dando ênfase a pergunta, mas antes que ela respondesse, continuou – A coincidência foi incrível, uma invasão de fora não teria tal sincronismo, ainda mais depois de ter juntado todas as peças. – Ele ergueu o dedo indicador para apontar a questão mais importante. – Nosso chefe ali me disse que só existe um ponto de acesso àquele sistema de fora do supervisório, a “sala de registros”. Você me parecia muito bem acomodada em sua cadeira para dizer que acabou de chegar... Deveria trocar de óculos, eles refletem muito a tela do computador. – A verdade é que pela distância ele não sabia no que a mulher estava trabalhando, mas viu seu empenho em digitar e os arquivos abertos serem fechados assim que chegaram, ou ela jogava paciência ou fazia algo muito pior que precisava esconder. Por isso insinuou ter visto demais para ver se ela caia na armadilha.

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Ok, nada bom.

Ou... Talvez não necessariamente (nada) bom. É como já havia pontuado: Se a mulher houvesse simplesmente agido sem um único plano backup para escapar de uma possível captura ela era, para dizer o mínimo, burra. Afinal, independentemente do quão confortável pudesse estar naquela posição, era inegável que estava sapateando em cima de uma ratoeira - e a ruiva, que era de fora, não deveria precisar se meter simplesmente porque uma qualquer da organização não sabia trabalhar.

Infeliz e ironicamente, não foi essa sua maior preocupação. Ela surgiu, em realidade, quando o olhar cruzou com o do homem que se apossava do computador da sala de registros, um calafrio percorrendo a espinha e a mente lutando contra todos os impulsos do corpo para se manter imóvel. Entenda: Enxergarem um ao outro não era, por si só, um problema; Atrair atenção para si caso tentasse fugir imediatamente de seu campo de visão era uma suspeita que não pretendia ter em mãos, então, fingiu indiferença ao encostar de maneira casual na parede do contêiner e retirar do bolso seu pokénav (e ninguém poderia culpá-la, afinal, hora do almoço, e a gastava como bem queria!), espiando algumas mensagens recentes para tentar acalmar o coração agitado.

Para Karinna escreveu:
@Karinna:
"veja bem, você quem escolheu qual pegar, então se a sua for de mentira, a culpa é todinha sua que se apressou, ok?

AI QUERO IR PRA PRAIA COM VOCÊ, eles são legais? VÊ SE NÃO SURTA, VIU!!!

Tô... Tentando sobreviver. Acho que vou morrer de tédio, e ao mesmo tempo não posso morrer de tédio. S.O.S.

Te amo, também."


Para Luch escreveu:
@Luch:
"Ei, o que foi? Aconteceu alguma coisa?
Eu tô... Viva! Meio ocupada, mas nada demais. Mas, TÔ EM TOHJO! Yey!
'Cê tá bem?"


... ...e guardou no bolso, outra vez. Um suspiro, suave - e uma espiada de canto na janela de registros antes de, enfim, recuar para os fundos e sair por trás para se locomover na direção de outro meio de contêineres. Não queria simplesmente ficar sendo vigiada por sabe-se lá quem e, bem, se o investigador da Avengers estivesse junto e a encarasse, talvez poderia acabar tendo problemas; Por invasão, para dizer o mínimo, e não estava muito afim de usar todas as suas cartas para lidar com aquele tipo de situação.

...será que o bendito do guarda ia demorar muito?

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Alya exibia um olhar azedo para o jovem e continuava com os braços cruzados. Ela ficou em silêncio por longos segundos, o que era bem estranho para uma pessoa que parecia ter a resposta para tudo, porém logo em seguida ela sorriu e se aproximou mais da porta de saída.

- Não houve hackeamento algum. Eu mesma estava tratando de tudo - ela então repousou o corpo na porta. - Os arquivos de vídeo estavam começando a pesar. Sabe a quanto tempo não dão uma olhada neles? - a mulher então apontou para a CPU embaixo da mesa. - Arquivei tudo naquele lindo HD, o qual eu iria pessoalmente levar até a corporação no final do expediente. Além disso, não vejo problemas em meus óculos refletirem nada, afinal, sou uma funcionária de confiança do Porto

Ela finalizava a fala com um sorriso quase tão azedo quanto o olhar e não parecia ser contestada por Ernest, que ainda estava focado em entender as diversas coisas que estava abrindo naquele computador. Assim ele ficou por um tempo, até se levantar e dar uns tapinhas na janela e gritar para fora:

- Barney! Venha aqui imediatamente! Precisamos conversar com você

O chefe parecia ter localizado o funcionário que estava na segurança no dia do ataque, o que fazia a mulher torcer o pescoço e olhar em várias direções como se buscasse um ponto de fuga. O funcionário, que até então estava em linha reta, desviou o percurso para ir direto até a Sala de Registros.

•••

Natalie fingia a maior normalidade que podia, o que até retirava as suspeitas dela sob a visão do homem na Sala de Registros. A ruiva podia comemorar por alguns minutos, pois o guarda do portão finalmente tinha saído do Refeitório e caminhava em direção ao ponto que ela estava. No entanto, um grito quase irritado cortava todo o Porto e inclusive desviava o destino dele.

- Barney! Venha aqui imediatamente! Precisamos conversar com você

Seja o que for, pelo tom, não era algo bom. Além disso, ela sabia que o funcionário estava sendo chamado pelo chefe. Sua "amiga" parecia estar em apuros por toda aquela movimentação ao redor da Sala de Registros.


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- Humm... As diretoras Sanders dão muita liberdade para seus funcionários – Fingiu estar caindo na conversa da mulher que não passava de abobrinha para ele, entretanto, atacou novamente – Pensei que era tarefa dos chefes de segurança decidir o que apagar do sistema ou não daquilo que é de interesse deles... Bem, já que você salvou tudo no HD, menos mal. Espero que não se importe em nos acompanhar até o Supervisório lá em cima – Apontou para a guarita, local isolado e de difícil acesso/fuga no caso de sua suspeita cada vez maior estar correta. Venha para a ratoeira.


Will e Hyperion continuaram vigilantes, mas com a possível dificuldade do chefe do Porto em verificar o computador, o jovem tentou apressá-lo. – Não se preocupe em fuçar tudo Ernest, se estiver complicado, chame algum expert de confiança para terminar o trabalho. Vamos levar esse HD para o supervisório e conferir com a Alya o trabalho dela lá em cima.

Ele não esperava que o expert iria passar por ali tão rápido, mas ao observar com cuidado o homem que Ernest chamou, o Karateka lembrou do guarda que vira nas imagens. Distraído, sentiu uma dormência seguida de um comichão correr pelo seu braço direito, aviso combinado entre ele e seu Pokémon para alertá-lo de algo sem alarde. Ao olhar para a mulher, notara que ela pareceu nervosa com a aproximação do novo sujeito. Aquilo estava ficando cada vez mais interessante. Apertou os olhos e continuou atento ao que ela faria.
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Talvez seja válido mencionar que, quando as opções esgotam e o receio de uma operação que a qualquer momento pode descer pelo ralo inevitavelmente se afunila em processo lento, sórdido. Admito que é nesse ponto da situação que, muitas vezes, decisões arriscadíssimas precisam ser tomadas, com o risco tanto de colocar tudo a perder, quanto o de oferecer à situação uma simples, uh, "pausa para respirar", por assim dizer.

...não pense que é desespero quando eu digo que foi um certo brilho anômalo que cruzou seu olhar quando, ao analisar cuidadosamente seus arredores, encontrou o gigantesco símbolo de inflamável em um dos contêineres dispostos nas proximidades, longe o suficiente para que não precisasse se preocupar (tanto) com as consequências dos atos e perto o bastante para poder tentar formular uma estratégia simplória.

Algumas pessoas gostam de ver o mundo queimar.
Outras, simplesmente precisam de uma desculpa para tocar fogo - obrigadas ou não.

Um suspiro manso foi suficiente antes que a ruiva retirasse uma de suas esferas bicolores do bolso, liberando então o sádico sarcófago que trazia consigo para aquela perigosa empreitada. Foi com o debochado sorriso de sempre que o animal a cumprimentou, as mãos se acomodando nas superfícies adjacentes enquanto se localizava no local, torcendo o nariz que não tinha ao se ver cercado por sabe-se lá quantos diabos de contêineres.

— ...Navi, — Começou, com a consciência de que precisava atrair a atenção e o desejo sórdido do pokémon para forçar um interesse em sua goela. — quer se divertir um pouco? — Perguntou, um sorriso simplório no rosto enquanto desviava o olhar e apontava com a cabeça, serena, na direção do estampado inflamável do outro lado do lugar. — ...Vá oculto pelos contêineres, entre no chão se precisar. — Aconselhou - ah, os bônus de lidar com fantasmas! — ...Quero que você veja se tem conteúdo naquele contêiner, ou em qualquer um ao redor com o mesmo símbolo. Esquente um pouco as coisas com seu Will-O-Wisp, sim? — Sugeriu, ajeitando com delicadeza uma das madeixas por detrás da orelha. Mesmo que os danos pudessem ser altíssimos (ou não, vai saber), o Focus Sash provavelmente daria tempo necessário para que o assombroso espécime pudesse escapar. — Volte assim que possível, mesmo se não conseguir. — Disse, simplesmente.

Arriscado, não?
...estava ali pra isso, de qualquer jeito. Se arriscar.

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- Bom, justamente por isso. Com a cópia das gravações de segurança em mãos, eu poderia repassa-las para a Chefe de Segurança de lá e assim ela decidiria o que fazer. Já faz anos que as gravações estão paradas e considerando que não houve qualquer acontecimento relevante - respondeu a mulher, num tom consideravelmente calmo, o que era estranho considerando que seus olhos não descolavam de "Barney". - De qualquer forma, não fomos alertados de nada para pensarmos que estamos numa situação excepcional

Ernest olhava torto para trás, porém estava aliviado de finalmente pode mandar seu sobrinho descer e mexer naquele computador que ele mentalmente xingou de "idiota". De qualquer forma, quando todos estavam saindo da Sala de Registros, uma grande explosão surgiu de repente no Porto, porém pareceu ser bem controlada dentro de um container, que segundos depois começou a liberar uma fumaça espessa e escura. Se aproveitando da deixa, a mulher cobriu a mão com a boca e depois saiu correndo.

- Oh céus... estamos acabados - soltou Ernest, com a mão na cabeça.

•••

Com sua "parceira" em ameaça, seu próprio disfarce e até mesmo seus objetivos naquele local, Natalie tinha a ideia mais assustadora que alguém em sã consciência numa investigação disfarçada teria: explodir tudo.

Pois bem, ela liberava um sarcófago ambulante para fazer seu trabalho sujo, se esgueirando dentro do chão como uma sombra feita por nada. O Pokémon parecia bem disposto a tal ato de vilania e se surpreendeu a encontrar algo também dentro daquele container. Mismagius, um fantasma quase tão caótico quanto o da criminosa também parecia disposto a explodir tudo e, juntos, eles fizeram o maior estouro que aquele porto já viu.

Turistas correndo, pessoas gritando, curiosos gravando tudo, funcionários desesperados, tudo formava uma sinfonia que parecia animar a dupla de fantasmas, que segundos depois, retornaram para seus respectivos donos. Apesar de ser capaz de conter a explosão, o container abria uma pequena fresta na porta, liberando uma fumaça escura e espessa que se espalhava rápido.


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