❁ Nobody Knows |
Route 124
Runaway ♪
O outono, é...? Apesar de não ser lá muito delimitado ou marcante na região sudoeste de Hoenn, talvez não se pudesse dizer a mesma coisa para o nordeste desta. A paisagem vermelho-amarelada era capaz de deixar seus observadores um tanto quanto... atônitos, para dizer um mínimo. A brisa que escoava por entre o ambiente parecia permanentemente carregar consigo uma ou duas folhas alaranjadas, além do relativamente distante ar marinho. Aquilo tudo era, de certa forma, revigorante — apesar de, talvez, por motivos que eu nem mesmo consiga explicar, exatamente.
Um mover de músculos, os propositalmente globos escurecidos. Enquanto as pálpebras voltavam a fazer da luz bem-vinda em seu lar, um inspirar. O ar a debater-se por entre tubos, até alcançar sua expandida câmera na qual agora fluiria. Um expirar — mas não um expirar qualquer, mas sim um ruidoso e proposital: um suspirar.
E claro, uma mente sempre a divagar.
Curiosamente, aquele cenário fazia com que Ren recordasse da cidade de Ecruteak, também coberta por uma infinidade de plantas supostamente "outonais". E estas memórias eram, de certa forma, bem-vindas, por mais peculiar que esta sentença pareça, momentaneamente. Bem, o coordenador havia visitado a cidade quando estivera em condições um tanto quanto catastróficas, de fato, mas ao menos; as coisas eram mais simples, menos... confusas, na época. Decerto, na época ainda tinha seus problemas como sempre, mas talvez estivesse menos... surtado? Louco? Irritado com o mundo? A ponto de explodir? Parecem ser todas respostas viáveis, de certa forma.
Tsc. Pois é, fica fácil olhar para trás, pensando em tudo o que foi e até no que poderia ter sido, enquanto tenta-se fugir do presente — e até mais adiante também: do futuro. Mas infelizmente, o tão reconfortante pensar não resolve magicamente toda a confusão e agonia que atuavam no coração do rapaz, que insistia em bater mais pesado e lento sempre que Ren buscava, em vão, perder-se na distância dos pensamentos.
Talvez por isso que a indisfarçável presença de Hatterene, que liberou-se da Poké Ball por vontade própria, tenha servido para acalmá-lo um pouco. O jovem sabia que a psíquica ainda estava acostumando-se com a nova forma e a nova dimensão de seus poderes, e que ficava um tanto quanto nervosa na presença de sentimentos fortes — ou no caso, pela forte ausência de sentimentos. E eu garanto: ver Salem nervosa não era uma programação recomendável mesmo para os mais ousados e tenazes.
— É, eu acho que você está certa — disse o rapaz em voz baixa, ao notar o chapéu pontudo da Pokémon flutuando próximo de si, reparando logo em seguida os lapsos de luz rosa em seu redor. — Preciso... focar um pouco. Prometi pra Lisia que a ajudaria com isso, mas estou enrolando há tanto tempo que não ficaria surpreso se ela tivesse até esquecido — comentou ele, depois de exalar mais um sonoro suspiro. Tendo dito isso, ele cuidadosamente tirou seu celular da bolsa, além de também deixar separadas outras duas de suas esferas avermelhadas, enquanto esperava o ar ao seu redor parar de cintilar.
Ren apertou alguns botões, digitando rapidamente no aparelho. Parecia que algo que via na tela do dispositivo acabava deixando-o um pouco apreensivo, mas ele tentou não transparecer. — Parece que as coisas em Lilycove estão meio complicadas, de fato, mas espero que Cass e seu namorado consigam vir sem mais problemas. Não estamos em um lugar ruim, né? Quero dizer, você se deu o trabalho de teleportar-nos até as proximidades de Lilycove, apesar de termos chegado pela entrada de Aztlán... Só tente não se exaurir muito, tá bem? — disse então, um pouco apreensivo com a saúde da bruxa feérica.
Em seguida, ele lançou as duas Poké Ball ao ar, recebendo os monstrinhos que saíram delas com um abraço. Os dois Linoone pareciam um pouco confusos com sua súbita convocação, mas estavam tão animados por estarem para fora (e com a promessa de achar coisinhas, cochichada em seus ouvidos) que nem ligaram muito. Depois, entrou em um aplicativo estranho em seu Rotom Phone, antes de olhar para Salem novamente, forçando um breve sorriso. — Bem, eles devem chegar logo. Enquanto isso, o que acha de procurar alguns tesouros ou sei lá? Pode ser bom para acharmos, também, as árvores e arbustos com berries que Lisia havia comentado; e se duvidar, é capaz até de encontrá-los lá também!
A Pokémon mirou seu treinador por algum tempo, expressão indecifrável. Mas logo cedeu, balançando a cabeça em concordância, também tentando exibir — por alguns milésimos de segundo — sua própria versão bizarra de um sorriso. Era uma cena realmente estranha, se fosse parar para pensar. Sempre que Ren abria sua Pokédex, via que Salem deveria ser uma monstrinha bastante agressiva. Por algum motivo, no entanto, a Hatterene costumava ser sempre bastante... calma. Enquanto olhava para ela, acabou por lembrar-se um pouco de suas doces memórias do Dreamy Lake, o lugar no qual encontrara a espécie pela primeira vez. Quase que num passe de mágica, sentiu uma certa aura de... paz tomar conta de si.
Era engraçado. Desde quando a psíquica evoluíra, sempre que o coordenador pensava em sua tarde no National Park, ele estranhamente acabava por sentir-se mais pleno e tranquilo. Sua imaginação começava a sussurrar ideias que o antigo leitor de contos-de-fada dentro de si definitivamente apreciava bastante, mas o coordenador logo calou-a. Bem, não devia ser nada demais... Afinal, como é que a sua monstrinha, ainda não era nem nascida em ovo, saberia de suas semelhantes que habitavam o longínquo parque, além de todas as experiências de seu treinador? Ren piscou algumas vezes, desatando-se, por fim, dessa linha de raciocínio, passando então a apreciar a paisagem, seguindo seus Pokémon em passos leves e — diria eu — um tanto quanto desatentos.
... Talvez por isso que ele tenha subitamente sorrido enquanto divagava, pensando na imagem de um curioso monstrinho esverdeado que havia ficado marcada em sua memória, voando tão graciosamente quanto as fadas dos livros que o rapaz lia quando pequenino. Provavelmente, aquele ser iria gostar bastante de balançar suas asinhas por entre aquelas árvores avermelhadas...
Sim, o tempo é realmente uma coisa intrigante, não acha?
30/40
02 - Day Care
02 - Day Care
OFF :
Oi narradorzinho! Obrigado por assumir a rota. Então, isso aqui vai ser eu fazendo uma missão que a Lisia passou pra mim, bem simplezinha: vai o Ren e outros dois aprendizes dela pegarem berries na rota, mas na real, o Ren vai ter que ajudar os dois a criarem laços melhores com seus pokémon (enfim a babá). Vai acabar sendo um negócio mais interpretativo mesmo, acho, mas sinta-se livre pra tentar encaixar o que conseguir aí no meio. Além disso, quero ver de desenvolver um pouco a personalidade da minha Hatterene, e quem sabe, da Blissey também se eu achasse uma Buneary não ia achar ruim tbm.
Então eu vou aproveitar isso pra fazer uma rota de achar itenzinhos também, colocando meu Itemfinder e meus dois Linoone pra funcionar com o Pickup desde já. Para mais informações da missão em si, a gente vai precisar performar um ritual de necromancia pra convocar a falecida @Haruki, mas faz parte. Fora isso, espero que possamos fazer algo divertido!!!
Missão de Aprendiz"Desolate Hearts" :
Ren está encarregado de liderar uma missão atrás de berries em uma das rotas próximas de Lilycove acompanhado por dois aprendizes de Lisia. Entretanto, o verdadeiro objetivo é melhorar os laços de Cass e Eustace com os seus Pokémon. Enquanto uma possui um Pokémon com Happiness negativa, o outro está tendo dificuldades para chocar o ovo que lhe foi entregue.
Então eu vou aproveitar isso pra fazer uma rota de achar itenzinhos também, colocando meu Itemfinder e meus dois Linoone pra funcionar com o Pickup desde já. Para mais informações da missão em si, a gente vai precisar performar um ritual de necromancia pra convocar a falecida @Haruki, mas faz parte. Fora isso, espero que possamos fazer algo divertido!!!
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