Uma simples pesca.

As vezes as coisas mais simples do mundo são fáceis assim, quem diria? Você chega, pede um emprego e te dão! Olha só que vida boa a do estagiário de pesca Rafael Luck! Ou quase, porque ele gastaria quase metade da grana que acabou de receber nas roupas sua e da psíquica que o acompanhava (-25 roupa da Hatenna; -20 roupa do Rafael). Ao menos a roupa da menor era fofa, igual de bebê, por isso também era mais cara!

Pois bem, logo que comprou a capa na primeira loja que encontrou, o treinador deu uma rápida passadinha no CP e voltou correndo para o porto atrás do Coralina 2. Era um basco pesqueiro pequeno e não tinha mais ninguém além do coroa que agora era capitão do aprendiz a pescador. Logo que foi avistado, Rafael já recebia os primeiros comandos:

- Desfaça o nó da corda que nos prende ao cais. Vou levantar a âncora pra gente zarpar.

Enquanto o pescador mirim desamarrava o nó, a âncora era erguida e o capitão já se preparava para partir. Assim que Rafael e seus pokémon estivessem prontos, não haveria porque demorar um minuto a mais.

- Se segure! - ele deu o aviso...

"Ta bom" disseram os olhos do capitão ao ver Hatenna agir como imediato antes de partir. Dentro do barco o rapaz viu que o capitão não estava completamente sozinho. Ele tinha um ajudante! Não era um ser humano, era um pokémon. Apontando a pk-déx descobriria ser um Poliwrath, o pokémon sapo lutador natural de Kanto. O azulão achava engraçado o guri se amarrando pra não cair, mas deixou ele quieto e foi pra perto do capitão na direção.

- Ta vendo aquilo ali? É um recife de corais. Passando deles o mar é menos violento, mas ainda assim temos que ficar atentos ao clima. A qualquer sinal de raios ou vendavais nós vamos voltar.

Tira realmente uma formação "invisível" na superfície que limitava onde as ondas começavam a crescer. Eles passaram por turbulências, tomando um pouco de banho, mas a roupa especial os mantinha aquecidos e menos molhados do que se fosse uma roupa não impermeável como aquela. Logo estavam a uns metros depois do recife, onde o mar estava um pouco mais calmo.

- Pegue o balde de iscas. Poliwrath me ajude aqui! - Ele estava estabilizando o barco enquanto Poli abaixava uma rede bem grande. - A gente vai pendurar algumas iscas e esfregar um pouco na rede pra atrair e pegar o maior número de peixes possível. Quando a maré sobe em Cinnabar os Goldeen ficam ainda mais fáceis de capturar que os Makikarp por estarmos em mar aberto.

Era um conhecimento a se administrar de alguma forma, porque aparentemente por mais perigoso que fosse sair em dia de chuva, as chances de pesca pareciam facilitadas. De toda forma, agora com a rede lançada, o capitão dispensava Rafael dizendo que quando fosse a hora de puxar ele o chamaria de novo. Ou seja, o rapaz poderia fazer sua própria pesca do lado oposto para não atrapalhar os peixes que cairiam na rede do chefe.

Muita coisa acontecendo. Tinha a chuva, a pescaria, o convéns todo encharcado do mar e dos pingos de todos os lugares, Hattrem e ainda um novo companheiro nascendo? Santo Arceus, que dia! Mais tumultuado que isso só se outro bebê resolvesse nascer naquele barco. Acho que o capitão não era muito fã de casca de ovo no convés.

Poliwrath tinha percebido e apareceu com o esfregão pro rapaz dar um jeito na bagunça que criou e de quebra tirar o excesso de água para que eles não escorregasse no piso liso.

Enquanto Rafael estava ocupado arrumando aquela bagunça a vara velha e podre dele parecia puxar. Será que tinha pego alguma coisa? Bastava fazer forma e puxar pra fora da água para descobrir!

Pois é. Uma joia! Não era de muito valor, mas ainda era empolgante!

Quando o capitão voltou ao convés e analisou a cena, só disse uma coisa

- Um aviso: todo pokémon que você puxar pra fora do mar num tempo desses vai atacar, então ataque antes que estraguem meu barco!

Era meio que uma dica e um esporro? Tipo isso. Talvez por ver o convés menos úmido que o habitual não tinha deixado ele a ponto de ficar muito puto. Hattrem estava bem envolvida e mesmo assim não sentia emoções fortes... Só o normal. Talvez homens escondessem muito bem os sentimentos quanto mais velhos ficassem.

- Aliás, essa sua vara parece muito velha. Depois procure o GURU PESCADOR DE CERULEAN, talvez ele possa te ajudar. Conte uma história pra ele, talvez algo que aconteça hoje de interessante. Pescadores gostam de histórias marinas.

Ele dizia aquilo de maneira melancólica... Que coisa mais triste. Poliwrath parecia ignorar a solidão do capitão por experiêcia própria. Talvez fosse melhor responder como tinha sido requisitado e prestar atenção nas ações do que ficar de conversa.