Convite do passado

   Criança sinistra que veio e se foi por um buraco tinha deixado Ame tão surpresa que mal conseguiu entender ou acreditar no que acabou de ver.

  — Você viu ela também, não é??. — Ame perguntou a Beatriz.

  A maitre não parecia tão chocada, ela parecia impaciente acima de tudo e Buneary também.

  — Crianças vivem se enfiando em lugares onde não deviam, só causam problemas e sujeira. Os pais dela devem estar por aí, deixa isso com eles.

  Com isso dito, Beatriz tomou a liberdade de levar Ame pelo braço rumo a fazenda, tinham uma tarefa pra cumprir e quanto antes melhor. Ame por outro lado não parava de olhar pra trás, preocupda, mas acima disso curiosa. De onde surgiu aquela criança? Sempre foi ela que estava lá, escondida e lhe dando essa impressão estranha?

  Yukina seguia tranquila ao lado de sua treinadora, claramente contente. Tabe e suas perninhas eram quem penava para acompanhar o passo rápido de Beatriz que guiava o grupo.

Off: ...

  A situação da praia podia ser vista de dois modos muito bem demonstrados pelas reações respectivas de Beatriz e Ame:

  — Urgh, olha essa zona.

  — Alguém se divertiu muito aqui!

  Ambas se encararam e não comentaram nada. Foco em lidar com a obvia presença dos pokemons baderneiros ali, a questão era saber onde acha-los nesses tuneis de areia escavada.

  Enquanto a dupla pensava e discutia como proceder, o trio de pokemons estava ocupado brincando perto delas. Tabe começou a desenhar na areia com graveto que estava por ali jogado enquanto Buneary marcava na areia as suas pegadas. Yukina se mantinha apenas por perto, seu interesse era ouvir qualquer menção de seu nome vindo de Ame, qualquer oportunidade para surgir e resolver o problema e novamente ganhar todos os louros.

  Quando Ame percebeu que Munchlax estava desenhando na areia, ela enfim notou que provavelmente isso podia ser o que os digletts fizeram só que numa escala muito maior.

  — Yuki, você pode...

  Pronta como um cadaver para o velorio, Froslass se pôs diante das duas jovens, posando como se estivesse entrando em palco após anunciarem sua presença. Beatriz se assustou, mas Ame apenas não se impressionou, já esperava por isso e meramente continuou o que dizia:

  — Yuki, pode olhar o desenho de cima e me dizer como ele é?

  "Só isso?" O olhar da fantasma quase dizia, uma tarefa tão simples era quase indigna do seu ser, mas Froslass cumpriu de todo jeito. Quando voltou de seu pequeno "voo" sobre  a areia, Ame já a esperava com sua agenda aberta e uma caneta pronta para rabiscar.

  Quando Ame terminou de desenhar e mostrou para Froslass e Beatriz o que fez, ambas tiveram dificuldade em entender o que era aquele rabisco. Era tão confuso que a maitre teve de perguntar o que era.

  — É um Meowth! É claramente um! Não parece um meowth?

Off: O que raios é esse troço?! Campo minado!?? (Foi isso que eu pensei de primeira e depois eu raciocinei e me guiei pela resposta do enigma. E depois eu joguei essa imagem sua no google pra saber de onde veio esse jogo.)

  Vendo seu próprio desenho, Ame chutou uma possibilidade de onde os pokemons iriam dar as caras se eles ainda pretendiam preencher aquele desenho. Apontando no desenho, a coordenadora de cabelo azul explicou como os três pokemons delas deviam agir.

  Yukina e Tabe ficaram com a parte da gema e da testa por serem próximas uma da outra, caso munchlax não fosse rápido o bastante para pegar diglett, Froslass podia rapidamente vir ajuda-lo por ser a mais rápida ali. Por fim, Buneary ficou com o canto da orelha.

  — Pronto, agora é só esperar pelo menor sinal de movimento. — Ame disse já pronta com três pokeballs em mãos.

  —Tem certeza que vai funcionar?

  — Nenhuma, mas eu espero que sim!

Off: Vão, dadinhos!

  Deixando uma praia bagunçada para trás, Ame e Beatriz seguiram rumo a fazenda, atentas para qualquer sinal de mais diglets. Ou assim tentavam.

  Yukina estava sendo carente demais durante o caminho e isso obrigou Ame a retornar a pokemon a pokeball.

  —Como lida com uma pokemon assim todo dia? — Beatriz perguntou assim que a fantasma foi recolhida.

  — Não é tão ruim, Yuki é só insegura. O primeiro treinador dela deu ela pra mim quando ainda era uma snorunt sem muita questão. Nem lembro quando foi, mas faz muito tempo.

  —Ele só deu ela? Assim por nada??

  Ame pensou antes de responder. Realmente, se sua memória era precisa, Yukina só lhe foi dada sem nada em troca por alguém como se ela fosse nada. Desde então Yuki cresceu e se tornou uma pokemon muito carente e temperamental.

  — Acho que a maioria dos meus pokemons só cairam nas minhas mãos, sabe? Alguns só foram largados comigo, outros eu peguei contra vontade.

  —Se não os queria, não devia ter capturado. É irresponsável ter mais pokemons do que consegue cuidar.

  — Ah, não. Eu os queria muito, mas eles nem tanto. Tenho tantos pokémons que não consigo lidar que realmente acho que você ta certa, é irresponsável da minha parte.

  Ame falava cabisbaixa, lembrava principalmente de Sableye e Galvantula. Beatriz não quis continuar o assunto, parecia pesado demais.

  Munchlax vinha andando do lado da sua treinadora, ouvindo a conversa sem muito interesse. Ele estava de boa, olhava pro chão, pros lados, as vezes para Buneary que Beatriz levava no colo.

Off: Drama time!

Hora do pickup, Thito! Ativar pickup!

  O brilho do cano da espingarda saltou aos olhos da coordenadora mesmo tão distante. Em um segundo, Ame parou e segurou Beatriz pelo pulso para que não prosseguisse.

  — Ela tem uma arma! Vamos voltar.

   Não foi algo muito bem recebido pela loira ouvir isso. Beatriz não acreditou de início e teve de olhar para a outra loira para enfim reparar que sim, aquilo era uma arma.

  — Por que ela tem uma arma? O que a gente faz se ela atirar?!

  —Ei, ei! Acalme-se primeiro.

  "uma arma, uma arma, uma arma" era só o que Munchlax estava ouvindo de sua treinadora e não soava algo bom. Afinal, o que era uma arma?

  Munchlax nunca viu tal coisa e soava perigosa como um golpe poderoso de outro pokemon. "Aquela humana lá é perigosa" concluiu e se colocou diante de Ame e Beatriz. Ele era o ser mais forte, ele que ia batalhar.

  — NÃO! — Ame berrou ao ver Tabe marchando até a loira armada.

   Só que esse berrou alarmado e escandaloso fez a loira apontar direto para Ame e munchlax que estavam bem entre ela e Beatriz naquele caminho de terra; Sem opções, Ame ergueu seus braços e disse:

  — Não atire. Eu sou Ame, estou aqui para recolher os digletts que estão causando problemas. Sou gerente de um restaurante famoso, aquela é minha empregada, esta aqui me ajudando. Por favor, não atire.

Off: Então só os meus posts contam pra recarregar o pickup? Juro que não vi isso no guia quando li. (´-﹏-`)