[Battle Pyramid] ???5 - Mais um desafio.

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A noite tinha recém se instalado no céu de Petalburg quando Robin viu a Pirâmide voadora cruzar as nuvens, lá no alto. No horizonte ainda dava para ver os tons lilases no poente, mas não era para lá que nossa protagonista correria.

Robin seguiria o próprio fluxo da multidão, indo mais ao sul, já que a cidade tinha parado para receber o evento. Este seria um dos últimos pontos por onde a Pirâmide passaria, em Hoenn, então era uma honra recebê-la. Por isso, até a imprensa estava se encaminhando para lá e, com tanto, o trânsito obviamente não era dos melhores.

Fazia um pouco de frio, graças à proximidade com o mar, às muitas florestas e parques de Petalburg, além dos ventos vindos de Petalburg Woods ali perto. Enfim, nada que uma corridinha e pressa não ajudassem a resolver, aquecendo o corpo.

A Pirâmide pousaria na água, próximo ao porto da cidade, pois só ali havia espaço suficiente para ela. Era incrivelmente larga e alta, com capacidade para comportar centenas de pessoas por vez. A multidão estaria isolada pelas próprias limitações do porto, enquanto duas pontes móveis dariam acesso à estrutura.

Na principal e central, o próprio Brandon estaria, isolado de todos, no alto de um púlpito, falando para a população e para a imprensa. Enquanto isso, os treinadores cadastrados teriam passe livre pela segunda ponte, exclusiva, que levava até uma das laterais da Pirâmide. Ali tinha, de fato, bastante gente, de todas as idades e aparências; muitos ofegando como se fossem atrasados do Enem. Mas, tinham chegado a tempo de se reunir e aguardar as portas serem abertas. A expectativa era quase palpável!

Robin não demoraria a descobrir que Brandon era, também, um homem muito pontual. Pois, quando o relógio marcou uma hora completa daquele começo de noite, a lateral da Pirâmide revelaria a porta extremamente larga, com capacidade para pelos menos uns seis carros lado a lado. Mas, neste caso, não haviam carros, apenas treinadores em grande número e que também não se demoraram a entrar, apressados para descobrir o que havia lá dentro.

Por hora, encontrariam apenas um grande salão para comportar todos em uma razoável aglomeração. Havia uma música baixa, ambiente, instrumental. Mesas nas duas laterais, repletas de aperitivos, doces e salgados, e bebidas diversas (sem álcool). Alguns centímetros acima delas, nas paredes, telões mostravam coisas diversas - sem áudio -, sobretudo propagandas dos patrocinadores, além de alguns com imagens ao vivo do lado de fora onde Brandon atendia a mídia e o público.

O lounge era assim, amplo e simples, feito para os treinadores alimentarem as barrigas e as expectativas, além de darem umas analisadas uns nos outros. Tinha gente de todo tipo: crianças animadas, outras tímidas; os jovens adultos sérios e isolados, mas também os excêntricos que chamavam atenção de alguma forma; até treinadores que traziam a experiência escrita em suas rugas e fios brancos. Boa parte das pessoas inevitavelmente se reunia em pequenos grupos, trocando ideias e se conhecendo. Outras apenas preferiam se isolar, comendo ou apenas aguardando. Robin sentiria no ar aquela leve tensão de olhos que a observavam. Também pudera, sua altura e aparente calma atraíam, principalmente, os olhares daqueles que imaginavam que todos ali eram adversários, até que se diga o contrário!

Battle Pyramid – Noite | 17ºC – Bedendo

Sem sem incomodar com os olhares ou se intimidar com a quantidade de adversários em potencial, Robin apenas aproveitava o tempo no lounge para se alimentar e hidratar, antes de embarcar numa aventura que ela nem fazia ideia de quanto tempo poderia durar.

Seus olhos não reconheceriam nenhuma face, infelizmente, mas com certeza se surpreenderiam quando visse os anúncios nas telas sumirem instantaneamente, dando lugar a um rosto familiar, sim, mas não humano:


– Energizado! – veio a voz robótica e do além, grave, quase masculina, e que se sobrepunha a todo som de música e vozes, para ser ouvido por todos – Boa noite, treinadores. É com orgulho e prazer que Brando, o Cérebro da Fronteira, os recebe em sua Battle Pyramid. – enquanto a imagem de Rotom tinha a atenção para si, as grandes portas por onde as pessoas entraram, se fechavam de uma vez por todas – Em instantes, serão conduzidos para dentro do nosso labirinto de desafios. Cada obstáculo vencido lhe renderá recompensas, além do direito de prosseguir rumo a desafios ainda maiores. Perca ou erre, e sua aventura terminará. – a introdução, por mais breve e imprecisa que fosse, gerava murmúrios de expectativa vindos de todos os lados.

– Vou chamar vocês um a um. Quando ouvirem seus nomes, entrem na cabine ao fim da sala. – e eis que a única parede vazia, oposta às portas de entrada, deslizava para o lado revelando sete cabines estreitas, de material transparente e resistente, similar ao vidro – Encontrarão uma bandana na sua cabine. Vistam como e onde desejarem, desde que fique à mostra. Suas jornada na Battle Pyramid começa agora! Que a sorte esteja sempre a seu favor.

E então Rotom sumiu, tão rápido quanto tinha aparecido. A música ambiente retornou, mas ainda mais baixa do que antes, pois logo a voz robótica do Pokémon voltaria a ser ouvida. Aos poucos, chamaria um treinador de cada vez. Sempre que as sete cabines se preenchiam, as pessoas lá dentro subiam, como num elevador. Nem primeira, nem última, Robin logo ouviria o seu nome:

– Robin Riot Júnior. Cabine número três. – e o número surgia na respectiva cabine, onde uma bandana na cor amarela fora pendurada em um gancho discreto. Hora de aventura!

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Sendo uma das primeiras daquele grupo de sete pessoas, Robin precisou aguardar até os demais serem convocados. Se notasse, chegaria a conclusão de que cada bandana tinha uma das setes cores do arco-íris, formando um padrão multicolorido que se repetia a cada grupo, como Power Rangers em gerações diversas.

Assim que todos tivessem entrado em suas cabines, a porta se fecharia por completo. Em questão de segundos, o chão se moveria, fazendo os participantes subirem [imagem ilustrativa]. Assim que a imagem do lounge sumisse sob seus pés, a garota veria nada além de uma parede lisa e metálica, constante, enquanto seguia se movendo.

Levaria cerca de dois minutos naquele deslocamento, até que Robin pudesse ver algo diferente. Quando seu estreito elevador transparente parou, estava diante de um longo corredor. As paredes ali já não eram mais metálicas, mas sim de um design rústico de tijolos expostos, num estilo envelhecido e em tons castanhos e róseos [imagem ilustrativa]. Eram paredes bastante altas, mas que não encontravam o teto (ainda mais alto) lá em cima.

A voz robótica soava distante quando iniciou uma contagem progressiva "Um, dois,..." antes que finalizasse, um canhão disparou em algum lugar lá adiante, bem longe, onde seria o meio da pirâmide e do labirinto. Depois, o som orquestrado acompanhou a abertura da porta da cabine [sons aqui]. Robin estava finalmente livre. Pronta para seguir um corredor longo, misterioso e aparentemente sem fim... Será que armadilhas a aguardam no caminho?! É um labirinto, né?!

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Para a infelicidade de Robin, a parede não teria nenhum sinal suspeito ou pista de qualquer coisa. E se duas paredes (uma de cada lado) não fossem o suficiente, ainda haveria uma terceira. Pois, quando a garota deu alguns passos naquele caminho, ele se moveu!

Robin teve que cambalear para manter o equilíbrio, pois o corredor inteiro se movia para a direita, com o próprio chão se movendo junto. Assim, o elevador por onde ela veio logo sumiria de vista, sendo substituído por uma parede lisa, indicando que ela não tinha mais a opção de voltar. À sua frente, entretanto, o caminho enfim ganhava uma outra cara. Lá, no fim do corredor, ele se bifurcava. Esquerda ou direita. Clássico.

A poucos passos de chegar naquela exata bifurcação, Robin ouviria a canção [toque essa aqui]. Cantada, dizia coisas indistintas, mas era animada, de certo modo. Na parede diante da moça, bem na esquina em que os caminhos se dividiam, viu um buraco, feito uma toca, na altura do seu tórax. Dali um par de olhos brilhantes e um largo e sádico sorriso a espreitavam:


– Perdeu algo? – disse-lhe a "coisa", quando parou de cantar a estranha música – Ah, um momentinho. – voltou a cantar enquanto seus olhos giravam loucamente, indo parar debaixo da boca; depois, voltaram para a posição quando a criatura botou a cabeça toda para fora do buraco na parede.


– Perdeu a direção? Se não sabe para onde ir, qualquer caminho serve. – Purrloin atuava com precisão, movendo a boca sorridente, mas a voz vinha mais do buraco onde ele estava do que dele propriamente – Nesta direção mora um Chapeleiro. – apontou com a patinha para a direita – E nesta direção mora a Lebre de Março. – apontou depois com a esquerda – Visite quem você quiser, ambos são loucos. – sorria, encarando Robin. De repente, até a cauda do Pokémon saía para fora do buraco e se movia como se tivesse vida própria ao redor da cabeça do gato.

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