[Battle Pyramid] ???5 - Mais um desafio.

A verdade era que a imagem formada não me dizia muita coisa, o que fazia me sentar ao chão e  ficar pensativa, pensando se já conhecia aquele pokémon ou não.

"Cinquenta e quatro espíritos caíram à esquerda. E cinquenta e quatro à direita. Ele não é nenhum deles, tampouco é todos. Muito menos a armadilha que carrega em sua pedra. "

Isso parecia muito com uma lenda antiga de Sinnoh, na dúvida acessava minha pokédex para ver se havia alguma informação sobre o tal pokémon. A principio não havia encontrado tal pokémon, o que me fazia apelar para a internet.

Procurava por lendas de Sinnoh e logo inúmeros resultados surgiam, lenda do espaço-tempo, trio dos lagos, criação do universo e o mundo reverso. Nada parecia fechar com o que eu precisava. Ainda bem que não havia tempo para concluir a charada, pelo menos acreditava que não tinha.

– Eu nada vejo. – disse a lagarta quando Robin começou a divagar sobre "ele deve ser ele".

Absolem então ficou quieto em seu canto, enquanto a garota desenhava nos quadrados e buscava por uma resposta mais precisa. Quando ela disse o nome do Pokémon, a lagarta azul se levantou para olhar na parede uma vez mais.

– Eu nada... – estava pronta para refutar mais uma vez, mas então a compreensão veio e ela enfim encontrou a resposta que queria – Oh! Você é mesmo ela, Robin. Só você seria capaz de descobrir quem é ele.

A imagem então sumiu da parede, antes que os próprios bloquinhos quadrados começassem a se agitar e mover para os lados, revelando uma larga porta de madeira, destrancada. Ao dela uma máquina dessas tipo de snacks, em que você olha pela vitrine, escolhe e aperta o botão correspondente para que seu produto seja entregue pela portinha na base da máquina. Nesse caso, esta não continha snacks, mas sim pelúcias diversas e o logotipo das irmãs Dollie & Plushie.

– Tome, leve um presente consigo por ter descoberto quem era ele. – Absolem apontava para a máquina – Escolha um, o que desejar. Vá. Leve. Robin que é você mesma. E que a sorte esteja sempre a seu favor, pois a noite é escura e cheia de horrores... – dizia em tom solene, antes de voltar a se embriagar no narguilé e cantar sua música soletrada das vogais.

> Consulte as pelúcias disponíveis aqui <

Battle Pyramid – Noite | 17ºC – Bedendo

Não tinha opção, Robin precisava voltar para o labirinto e bastou cruzar a porta para se ver em um novo corredor. Quando a porta se fechou atrás dela, os blocos da parede deslizaram para cobrir a passagem completamente, sinalizando mais uma vez que voltar não era uma opção.

O longo corredor fazia uma curva abrupta mais adiante, conduzindo para a direita. Mas antes de Robin chegar naquela esquina, houve um som de canhão, seguido por uma música solene [esta aqui] e contínua. Por sobre os muros dos caminhos, fagulhas azuis foram lançadas, caindo com leveza e sumindo antes de alcançarem o chão. O que significava?

Bem, no momento não importa, pois pelo menos aquilo serviu de alerta para que a garota prestasse atenção no caminho após aquela curva. Sim, pois algo de errado não estava certo ali. Haviam furos discretos nas paredes. E o chão, que antes era liso e metálico, se convertia em vários blocos de concreto. Qualquer um que tenha brincado de jogos eletrônicos de aventura reconheceria os dispositivos que podiam ser armadilhas em potencial. Mas, como passar por eles agora?

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Por tentativa, erro e acerto, Robin tentaria passar por aquele caminho mais do que suspeito. Midori vinha para tentar lhe auxiliar e manter o mais segura possível. Então, a criadora fez o primeiro teste.

Robin viu que corredor era dividido em vários blocos, mas seguia um padrão: só havia quatro blocos em cada linha, um ao lado do outro. Então, basicamente, a cada passo ela tinha quatro chances, e descobriria que só uma podia levá-la adiante em segurança. Isto é, se não encontrasse outra forma de passar por tudo sem nem precisar quebrar a cabeça com isso. Enfim, quando fez suas primeiras tentativas, o resultado foi o seguinte, da esquerda pra direita:

- O primeiro bloco acionava uma armadilha, então dos buracos na parede esferas coloridas eram atiradas com força, se espatifando na parede oposta e revelando serem pelotas de tinta - claro, Brandon não era louco de matar ninguém... Eu acho. Ok, era só tinta, mas devia doer um bocado na pele humana e sem proteção nenhuma.

- O segundo bloco também era uma armadilha, mas essa mais esquisita. Quando pisou nele, o pé de Robin deslizou rapidamente para o lado esquerdo, induzindo a garota a pisar mais uma vez na armadilha de tinta. Era, em outras palavras, um piso que simulava uma esteira e poderia atirá-la para algum lado.

- O terceiro bloco era o único aparentemente seguro. Firme, sólido. Nada aconteceu quando ela pisou nele.

- O quarto e último bloco, à direita, tinha a última das armadilhas. Ele iria afundar alguns centímetros assim que ela tocasse mesmo que com a ponta do pé. Do próprio chão um líquido pegajoso e cinza brotaria, formando uma poça fedida. A princípio não dava pra ver se apenas fedia ou fazia algo mais grave. Mas, convenhamos, quem quer ficar horas e horas fedendo num labirinto?!

Estas foram as primeiras impressões da jovem ao experimentar aquele piso estranho. Adiante, muitos outros blocos como aqueles se espalhavam e escondiam, de quatro em quatro. Não pareciam ter, neles, qualquer sinal de como reconhecer qual fazia o que. Acima do piso apenas as lâmpadas, pendendo em arranjos de cabos grossos [imagem meramente ilustrativa]. Se tinha outra solução diferente de sair pisando por aí, talvez precisasse procurar melhor.

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Quase tão arriscado quanto ir caminhando, poderia ser ir aos saltos com teias, feito mulher aranha. Digo, as luminárias pendentes mais pareciam um descuido casual da produção do que uma alternativa. Parecia...

Sem muito esperar, Midori lançou sua teia até o primeiro dos cabos e pressionou o cordão de seda algumas vezes, com força, só pra averiguar se era mesmo seguro. Era um inseto valente, não temos como negar. Então, quando sentiu que estava pronta, agarrou Robin pela cintura e então as içou. Mas foi preciso se balançarem, pendulando para frente e para trás algumas vezes, até Midori sentir segurança para se lançarem até a segunda teia e seguirem.

Assim foi, balançando para lá e para cá, até que ambas pegassem o jeito e começassem a avançar mais e mais. Robin não tinha estabelecido um ponto de parada, então acabariam tendo que criar um na próxima curva do labirinto, quando Midori finalmente parou e escorregou devagar até seu pé tocar o chão e o sentir firme e seguro. Era sem dúvida uma Pokémon zelosa.

Enfim, quando pousaram e passaram pelas incontáveis armadilhas, se viram num corredor bem mais curto, que se abria numa sala um pouco mais espaçosa, porém vazia. Correndo pelo salão, sem rumo, um Pokémon curioso e muito nervoso, um Scorbunny de terninho e um relógio de bolso na mão.


No fim da sala havia uma portinha pequena, do tipo que precisa engatinhar para passar. Havia também uma garota, forçando a porta em si, para descobrir que a mesma estava fortemente trancada.

– É tarde. É tarde. Tão tarde até que arde. Ai ai ai meu Deus. Alô. Adeus. É tarde é tarde é tarde. – repetia o ansioso coelho branco, olhando freneticamente para seu relógio. Mas nem ele e nem a garota notavam a presença de Robin e Midori na sala.

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– Precisamos é de uma chave. – disse a garota, sem se assustar com a chegada repentina de Robin.

Quando ficou de pé, deu pra ver que a menina não era tão alta, mas bastante magra. Usava uma maquiagem mais gótica que combinava com sua pele pálida e cabelos muito negros e longos.


– Ah, finalmente, você chegou. É tarde, sabia?! – o coelho também se virava para a Criadora, ficando aliviado e aflito por vê-la também.

– Então é você a outra Robin?! – questionava em tom irônico e retórico.

– Ai ai meu Deus. Duas Robins na minha frente. Você é a falsa? Ou você é? – apontava de uma para outra, claramente confuso – Não importa. Só uma Robin tem a chave. E só eu e a Robin verdadeira conseguimos passar pela porta. É tarde é tarde é tarde. Vamos logo com isso! Qual é a Robin? – tudo era um teatro muito louco, até que...

– Só temos um jeito de descobrir: vamos batalhar. – a outra Robin, de azul, sacava um par de Pokébolas.

– Mas é tarde, menina! Ai ai... Então vamos depressa! Uma batalha em duplas, 4x4 Pokémon apenas. Não pode usar itens, só o que equiparem antes. Aceitam?

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