[Skies (were) blue] – Mt. Silver –

Sim, Karinna, aquilo ali tinha algum "problema", talvez no plural. Quando começou a subir o monte, talvez tomara uma decisão, mas antes disso ele era uma pilha de nervos, medos e surtos. Junto disso, vocês decidiram aparecer logo no turno-de-guarda-do-rapaz, já lhe fazendo se sentir o ser mais azarado do planeta.

Quer dizer, aquela era sua primeira ronda no caminho principal e ele não devia culpar a "sorte" por alguém andar por ali ou não. É simplesmente o caminho mais comum, não é?! Se nunca havia visto ninguém nos outros caminhos, era - provavelmente - por sua escala ser em lugares tão inúteis quanto as fontes termais.

Para piorar tudo, quando decidiu olhar para trás, viu-se sendo perseguido por um dragão e uma máquina de lavar, e essa combinação não poderia ficar mais estranha. Por essas (e outras) apressou um pouco o passo e parou ao lado de um pedregulho muito maior que os demais. Quando ali parou, olhou para um lado e para o outro com uma postura suspeita.

Sabe quando você olha em volta e se certifica de que não há ninguém olhando antes de você fazer... merda?! Pois é, parecia ser exatamente isso que ele estava fazendo.

Aceitando a derrota na corrida, o homem que havia desistido de fugir pulou rapidamente pra trás daquela pedra, num pulo em estilo "mergulho", como se ali houvesse uma piscina ou algo assim. Balthazar e Ivy, sem entender muito o ato, continuaram atrás do meliante apenas seguindo os passos vistos com os olhos, chegando até aquela bendita pedra...

... e quando chegaram, olharam atrás dela.

Estranhamente, o homem havia desaparecido. Chá de sumiço! O elétrico olhara em volta um pouco confuso, enquanto Ivy se preocupava mais em olhar para o chão. Nesse meio tempo, dera tempo de Natalie e Karinna se aproximarem o suficiente para ouvirem uma conversa abafada, que parecia vir de algum lugar muito, muuuuito incomum.

Sabe quando você ouve algo e não sabe bem para onde olhar?! Pois é. Quando seus ouvidos e seus olhos simplesmente não batem direito.
- Sai daqui! - Exclamou uma voz - Não cabe dois nessa desgraça - Prosseguiu o mesmíssimo timbre.
- Shhhhhhhhh - Um segundo respondera, emitindo a onomatopeia que exige silêncio - Faz silêncio, por favor.

Quando se olha para o lugar certo já previamente, é um pouco mais fácil. Foi Ivy que deu um soprinho no chão e afastou uma pequena porção de mato que não combinava com a textura do local, revelando um alçapão no chão.

Se o cronômetro marcou 10 segundos foi muito, sério! Fora bizarro o quão rápido eles desistiram de fingir "não estar ali" quando entenderam o plano das duas moçoilas sobre suas cabeças. Sim, o tempo marcado foi apenas o necessário para algumas sinapses simples sinalizarem que alguém estava tentando os matar afogado.

Antes que a água sequer batesse na metade da canela, um deles começou a subir desesperado, batera forte no alçapão e o abrira em desesperado, revelando sua carinha alva, rechonchuda e angustiada para todos ali presente.

Era estúpido como o outro homem, sem reação, fora desmascarado sem ter a intenção alguma de o fazer, ao menos não por agora. Na cabeça do magricela dentro do "mini-bunker", os segundos que lhe restavam podiam ser úteis para pensar num plano, mas o afobado de cara-vermelha e respiração ofegante subiu cedo demais, dando graças a deus por Ivy não ter sentado a bunda no alçapão e impedido o retorno à superfície.

Mas ela tinha um Thunder Punch carregado, o que não era lá um bom convite também, né?!

Além do mais, quando a porta foi aberta, o homem sentiu uma tensão bastante esquisita, junto de um misto de sentimentos que lhe confundiram um pouco. Ainda meio bambo do aeróbico rápido (subir as escadas), terminou de sair daquela construção subterrânea e deixou o cubículo a mostra, com seu colega ainda de pé, no fundo, com uma enorme gota caricata na testa e um olhar de decepção.

Tão devagar quanto deveria, o segundo homem subiu para a superfície, ficando de pé e bufando já irritado:
- São só duas garotas, você tava com medo de duas garotas?! - Caçoou, torcendo a barra da blusa molhada e passando a mão nos fios de cabelo - Ta certo que são duas garotas bem surtadas, mas são só duas garotas...
- TEM UM DRAGONITE - Gritou o mais desesperado.
- TIM IM DRIGUINITI - Replicou o segundo, ainda caçoando - Deixa de ser BURRO. Se eu levar isso pro chefinho, NUNCA MAIS VOU FAZER ESSE TRABALHO DE MERDA DE GRUNT!

E a discussão continuaria pelo resto da manhã se nada fosse feito. É importante reiterar que, apesar do primeiro-Grunt-visto não ter um uniforme colorido, o segundo era o típico Grunt representado nas buscas por "Rainbow Rocket" nos sites de busca. Tinha consigo uma boina preta, um uniforme completamente obscuro com ressalvas ao R enorme, em tons múltiplos, no centro da blusa. Seu cabelo era violeta, sua pele era levemente pigmentada e seus olhos tinham um tom caramelo claro.

E o bunker, agora vazio, era sustentado em madeira. Claramente a estrutura fora feita a pouquíssimo tempo e extremamente as pressas: era apenas um buraco, onde as paredes e os tetos eram apoiados por escoras e taipás para não desabar sobre os Grunts escalados para rondas. Se tivesse mais que 2,5m² era muito! Cabia apenas uma cama meio apertada e pertences ao chão: duas mochilas meio úmidas.

Sobre a cama, havia dois pedaços de papéis, mas graças a escuridão do subterrâneo, era difícil dizer com clareza o que eram ao certo. No mais, Natalie recebia outro "beep" na PokeNav, mas essa não é a ênfase de agora, né?!

Uma Gyarados, um Tyrunt e uma Dragonite. O primeiro não é lá tão imponente assim, mas a pedra em seu pescoço, somado aos dois dragões ao seu lado, fazia o olhar do Rainbow magrelo brilhar. Ganância o nome?! Acredito que sim.

Era o início da aventura delas, mas eles estavam ali a semanas e ainda não haviam visto nada como aquilo.

Ele então lambeu os lábios e, em seguida, abriu um sorriso ladino. Seus olhos semicerrados e sua sobrancelha franzida deixava mais do que óbvia suas intenções:
- Matar?! Você não acha isso meio... dramático?! - Disse, ainda caçoando da garota.
Só que o outro Grunt não achava aquilo nada dramático: ele realmente tinha medo. Era como se um tivesse lhes dado respeito demais, enquanto o outro nem sequer lhes leva a sério ao ver seus pokémons. Uma discrepância muito grande para chamar aquilo de dupla, de fato; mais provável que fossem dois trapalhões ordenados a trabalhar juntos.

Seguindo o desdém, o PokeNav de Natalie talvez fosse o protagonista da vez: ao vê-la o olhando despretenciosamente, o magricela pegou do bolso duas esferas e jogou no campo, revelando dois pokémons:


- Persian, Fake Out no aparelho, tire-o da mão da garota... - Ordenou.

Não preciso nem dizer que Ariel não iria deixar, não é?! Intimidando-o... talvez?! Não sei ao certo, só sei que Persian não obedeceu a priori. Talvez o segredo esteja no que aquele homem segurava... é, realmente, pode ser isso. Os dois pokémons vieram de Rocket Balls, é normal que eles não o obedeçam tão bem, não é?!

Fora este o provável motivo do gatuno não ter seguido a ordem ao ver que Ariel avançaria contra si. Sendo assim, Natalie leu a mensagem sem mais problemas:

De Nicholas escreveu:

Ela ta aqui sim, você ta na missão de investigação?
Meio arriscado dar um mapa pra todo o Rocket
Vai que cai na mão da Rainbow
A localização da base é numa caverna escondida, ramificação da trilha original
Posso te explicar como chegar, mas se quiser também posso tentar pegar o relatório pra você

... O que Natalie preferiria?! Ou melhor... ela preferiria uma dessas duas coisas?! Não sei, não saberemos até o próximo episódio, porque neste, o homem magricela já estava irritado demais com seu Persian inútil, dando cotoveladas em seu amigo para lhe ajudar. Ele, "acordando", joga uma esfera bicolor em campo, revelando o terceiro pokémon que iriam enfrentar:

- Persian, Fake Out em Dragonite, depois Bite. Haunter, Confuse Ray em Gyarados, depois Hypnosis em Dragonite.
- Eeer... Double Edge em Dragonite, depois Hyper Fang!