Pokémon Mythology RPG
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[RPG OFF] Capítulo 1 - Recomeço 新規

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 Nyender City, 28 ºC - Fim de Verão
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A doutora tinha que assumir este BO. O homem chamuscado na maca estava vivo, agoniando em dor, não sabíamos o que ele era, mas portava ao seu lado um Mightyena que era um Pokémon ferido também. Claro, ela atenderia o Pokémon primeiro, mas o cara estava pior. O socorrista logo pigarreava, com olhos ainda de pena e nojo, já que a carne tinha sido corroída boa parte pelas chamas. - Homem de 28 anos, encontrado na cena de loja de departamento em chamas após explosão, suspeita de ataque terrorista. Não tem documentação, não quis se identificar, mas nega patologia previa, alergia medicamentosa. Tem 71% do corpo queimada com lesões de terceiro grau, dor constante. Aplicamos 500 ml de Ringer Lactato no transporte e morfina. Pressão tá de 160x 110, Frequência cardíaca de 112, frequência respiratória de 30, saturando 92% em cateter nasal com oxigênio, com 5 litros,

E foi quando Liu assumiu o seu posto, que os profissionais ali foram. As duas fisioterapeutas e a enfermeira assumiam aquele BO. A fisio que assumiu o plantão disse que a colega poderia ir embora, mas esta quis ficar, pois não tinha nenhum técnico ali. A enfermeira já conduzia o homem até duas macas livres na sala vermelha: um pro homem misterioso e outra pro canino. - Pokémon Mightyena, do tipo Dark, encontrado junto ao corpo do homem sem identificação, com marcas de queimaduras em membro inferior esquerda, comprometendo deambulação eficaz, não aceitou medicamento, mas aceitou vim de bom grado para acompanhar o que achamos ser eu treinador. Não encontramos licença de porte ou posse Pokémon com ele. Frequência respiratória de 28 e só isso que temos de dados vitais. Não recomendamos aproximar dele.- foi quando a enfermeira dava um pulo para trás, porque depois de colocar o homem na maca, que urrava de dor, ela ia tentar coloca o canino na maca ao lado, mas deixou na maca do 192.

Ai foi a vez de Liu trabalhar. A mulher tirava uma “xuxinha” do pulso, amarrava o cabelo em um coque alto, usava seu estetoscópio para avaliar o pulmão, que tinha um som que não era bom. Ao abrir a boca do rapaz, viu que ali dentro estava cheia de fuligem negra. Não tinha jeito. Com sua mente asiática, recalculou a quantidade fluido para poder colocar e pediu para os colegas do SAMU pegar outro acesso venoso, pra ter dois pra poder manipular. Ele estava desidratado e precisava de aguinha... todo mundo estava trabalhando, depois de uma troca de olhar.

As fisios pegavam uma máscara com válvula, famoso AMBU, e acoplava na boca do homem, que se agitava. Alguém falava que estava ali para ajudar, mas ele se mantinha temeroso. Não conhecia ninguém, e olhava na cara de todos, sobretudo de Liu, quem parecia ser a líder dali. Mighthyena rosnava, parecia que atacaria qualquer um que fizesse mal ao seu mestre. E teoricamente, Liu faria, pois prosseguiria para intubar o cara, com ou sem consentimento, pois ela precisava salvar a vida dele. O homem gritava mais uma vez de dor e em seu olhar vinha um questionamento para a doutora: vou morrer?!


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Liu recebia os relatórios em silêncio, abrindo a boca apenas para solicitar os procedimentos e apoios que concluísse serem necessários para cada caso, e ali ela tinha dois para lidar. Como um maestro, regendo a orquestra que era a equipe de apoio.

Quanta informação. A mente de Liu podia ser definida como o clássico gif da Nazaré calculando, mas por fora ela só esboçava seriedade e uma leve tensão. As sinapses deviam ser como cinquenta pistas de fórmula 1 sobrepostas, com corridas acontecendo em simultâneo, sendo cada carro uma informação sendo processada.

- Podem sedar. - autorizou, quando viu que o Pokémon tornaria difícil o tratamento.

Não sabia como os técnicos fariam aquilo, mas haviam de dar um jeito, nem que fosse com os antigos: atirando dardos contendo tranquilizante animal. Mas, foi inevitável lembrar da graciosa Butterfree da chefe; aquele inseto podia ser útil em momentos como esse.

Para todos os fins, a tensão de Liu era facilmente justificável pelo caso grave que tinham em mãos. Porém, em alguma parte do seu íntimo havia uma outra razão: até então tratava-se de um cidadão suspeito aos olhos da lei. Podia ser somente um civil, vítima de tudo, tanto quanto podia ser um rebelde, pego no fogo cruzado. Essa última possibilidade tinha altas chances de ser verídica, dadas as circunstâncias.

Não que Liu fosse uma apoiadora diretamente ligada às rebeliões, é só que em algum lugar de si a sua bússola moral vibrava, desviando da direção, sempre que imaginava a remota possibilidade em auxiliar alguns rebeldes a, no mínimo, se manterem vivos. Era quase como se essa fosse sua própria forma de rebeldia, mascarada como Juramento de Hipócrates.

Enfim, os procedimentos fluiriam muito bem, obrigada. Porque Liu era especial, competente e tinha o sangue frio no nível adequado, além da tranquilidade necessária, para lidar com os dois casos ao mesmo tempo. Só uma coisinha a inquietava por dentro. Tinha a sensação de estar esquecendo alguma coisa... A palpitação se anunciava aos poucos, mostrando que ela poderia ficar nervosa caso não desse conta desse detalhe. Maaaas, foi um detalhe que a lembrou daquilo que estava esquecendo:

- Vai ficar tudo bem. Faremos tudo pra ajudar. - sussurrou, próxima ao rosto do paciente, olhando para seus olhos sofridos de dor e pânico.

A médica não estava mentindo, afinal. Era seu dever ajudá-los, até o último dos recursos disponíveis para tal. Mesmo se, no fim, salvar a vida não fosse mais possível; bem, o abraço da morte também poderia ser considerado uma paz para tanta dor.

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 Nyender City, 28 ºC - Fim de Verão
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Na sala vermelha, a tensão estava tensa. Tinha equipe reduzida, então os paramédicos estavam ali para ajudar. Mightyena era contido pelos dois homens fardadas, uma enfermeira dava uma injeção de midazolam na coxa do canino, enquanto ele inda se debatia. Mais uma de prometazina. Mightyena caia da maca, após rebater os dois paramédicos, mas já não tinha muita força. O rosto no chão era arrastado, enquanto as patas traseiras começavam a correr pelo chão frio, aos poucos, perdendo o movimento. Bora pro cara grave.

O olhar de Liu e sinceridade, com boa dose de simpatia e rebeldia capturavam, momentaneamente, a confiança do rapaz. Ele estava preso ali sob os cuidados daquela equipe. O medo de morrer o fez ficar paranoico. Paranoico o bastante para segurar no jaleco de Liu, olhar bem nos olhos dela, prioritariamente demonstrando fúria e tentando intimidar, passando por um olhar de incerteza e terminando em um olhar de: preciso de ajuda. A colega fisio colocava a máscara nele de novo, a enfermeira achou por bem anestesia-lo com etomidato, mesmo sem Liu pedir. Foram segundos pro cara desabar.

E aí começava o show da medicina: Liu pedia para administrar rocurônio, assim como a fisio deu o aval que estava tudo sobre o controle. Os paramédicos usavam um bisturi para cortar o resto de trapos queimados que ele dizia ser roupas, deixando o rapaz completamente nu sobre a maca, ao passo em que fios eram instalados. Liu passava o tubo com maestria pela garganta o rapaz, alcançando o local exato antes da divisão dos brônquios. Instalando ali, a fisio dava aval de que tava tudo bem.

Letícia, a enfermeira, instalava a sonda facilmente, precisava saber se teria retorno de diurese, assim como se preparava para colocar a sonda nasal, que ia até o estomago. De um lado, começavam a chegar os técnicos da noite, atrasados, e a enfermeira, brava como só uma enfermeira, botava moral e mandava eles prepararem a medicação para manter a sedação do desconhecido. A outra fisio acoplava o tubo no ventilador mecânico, uma grande máquina que simulava a respiração do pulmão, como deveria ser, garantindo uma boa resposta do corpo. A pressão caia! Liu tava preparada, assim, um técnico trazia já um pouco de adrenalina, que ela conseguia manter a pressão boa, até que a noradrenalina fosse ligada.

Mas ai vocês sabem: se ligou a noradrenalina, tem que passar central. Ali ia a doutora criando um acesso em região femoral esquerda, onde manteve o fluxo de Noraadrenalina em sua potencia máxima. Problema era o braço direito! O braço estava totalmente corroído pelas queimaduras e Liu sabia que ali ia começava a ter um problema sério de síndrome compartimental, então, ela metia o bisturi em vários sentidos no braço, abrindo vários cortes grosseiros, mas que preservariam a pressão interna dentro do braço e impediria de ser amputado.

Isso tudo demorou um pouquinho. Quando ela terminou todos os procedimentos e deixou o paciente bem estável, registrou todo o ocorrido em prontuário, não poupando teclas no computador para poder finalizar o registro adequado. Por fim, lá pelas 20 horas, sem sombra da dupla de plantonista da noite, que deveriam terem rendido a nossa médica, Liu estava pronta.

- Doutora?- a enfermeira letícia se aproximava. - O Delegado Bira está a sua espera lá fora. - dizia para ela. Toda cidade tinha seu delegado de polícia, e em Shinki, eles notoriamente faziam parte da mesma família, seja pelo negócio de família, como, também, pelo nepotismo, quem sabem. Imagem Meramente Ilustrativa Liu já teve oportunidade de conversar com ele sobre assuntos importantes para investigação, e já recebeu alguns cantadas dele.


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Eu não poderia ter descrito melhor tudo que se sucedeu naquela sala vermelha. Não, definitivamente eu não poderia ter feito melhor. -qq

Exausta, porém realizada pelo sucesso na emergência, Liu já esticava as costas na cadeira, suspirando depois de ter terminado de digitar as últimas palavras do prontuário. Aquele singelo "doutora" faria a moça fechar os olhos por alguns instantes, desejando que, ao abri-los, pudesse despertar de um sonho infeliz... Só que não.

- Uhm?! - custou a fazer o raciocínio das coisas e dos nomes mencionados por Letícia - Ah, ok. Obrigada. - respondeu automaticamente.

Liu já estava de pé, sendo movida por forças invisíveis e involuntárias, quando parou abruptamente e girou o corpo na direção da enfermeira que a tinha chamado. Vai ver foi a pontadinha de surto voltando à flor da pele.

- Ei, Letícia! Se você ver a chefia por aí, pode dizer que os plantonistas do turno da noite ainda não apareceram nem se manifestaram!? Estou aqui há mais tempo do que deveria e... - simulou uma olhada no smartwatch - Bem, sabe como é... A não ser que alguém esteja a fim de me pagar as horas adicionais. Aí o Kinga também agradece. - um risinho e uma piscadela, pra induzir a boa vontade na enfermeira, e então a médica saiu.

Aos poucos, já podia sentir o sabor amargo do desgosto na boca. Bira não era lá a pessoa que Liu gostaria de encontrar, nesse momento. Sua figura de autoridade era controversa para a mulher, além de que aquelas cantadas infelizes eventualmente a irritavam. Mas, obviamente, ela nunca deixaria transparecer nenhuma destas coisas.

Uma respiração profunda e pôs na mente o procedimento bem sucedido mais recente; abriu a porta que dava para a saída e, quando visse o delegado, o cumprimentaria:

- Oi, boa noite. Disseram que estava me procurando.

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 Nyender City, 28 ºC - Fim de Verão
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Coitada de Liu. Bixinha tava no lugar errado na hora errada. Como médica plantonista do serviço, a emergência era dela, mesmo fora do horário dela. Abandono de plantão é crime civil, ético e penal. Ela ia ser processada até a alma, principalmente se o desconhecido morresse. Queria sim deixar claro que ela estava ali até além do horário dela, mas Letícia apenas riu. Achou que era brincadeira. Todo mundo aqui sabe que não é, né? A mulher deixou a sala vermelha com um trabalho impecável. Se ele morresse a partir dali, era porque Deus quis.

Pena que antes mesmo de cruzar a porta da sala, ela olhou o grupo de whatshapp pelo celular e pouco antes do 192 chegar, os médicos plantonistas da noite mandara mensagem procurando o plantonistas da tarde. Por que eles não foram na sala vermelha? Ah, lembra do colega de trabalho da tarde? O que tava na uti 2 pegando a enfermeira de lá? Pois é, ele postou no grupo que estava no consultório da emergência, a grande sala onde Liu estava no inicio desta narração, onde encontrou com Aracele e sua Butterfree. Pois é, ali mesmo o médico passou o plantão e tirou a responsabilidade de Liu passar a parte dela, achando que estava arrasando e fazendo um bom serviço pra a coleguinha slow Ou seja, para a dupla de plantão, eles tinham assumido um plantão limpo, sem pendencias ,sem nada pra fazer... kkkkkk

Bem, não daria nem tempo da moça falar nada no grupo. Bira, um homem moreno, de feições asiáticas, alto, magro e definido, com um uniforme cadete que se destacava. A maioria era bege, mas aquele delegado, nível jounin, tinha um azul-escuro. O sorriso bobo se abriu ali. Ele entraria na sala vermelha mesmo contraordens. Os cadetes gostam de exercer um pouco de abuso de poder, imagine delegados, que tem poder mesmo!!! Muitas coisas não estavam na lei, mas no mundo de Shinki, havia poucas limitações de poder sob os militares. Persian acompanhava o seu chefe de perto. O gatuno grande, com fortes músculos que se evidenciavam sob o seu pelo grosso. Ronronava em uma posição que poderia atacar Liu qualquer momento.

– Doutora Qiáng! - se surpreendeu ao ver a mulher saindo da sala. - Que delícia essa surpresa de te encontrar. Estava só respondendo algumas ligações. Vejo que você deve ter recebido o suspeito, né?- atrás dele, dois cadetes, com seus Meowths, de prontidão, pronto pra seguir qualquer ordem dele. QUALQUER. - Espero que não se incomode de eu ter que interroga-lo. Não deve ter nada de grave nele.- exceto mais de 50% do corpo derretido em maca e uma dor do demonho. - Mas se você puder ofertar a sua avaliação pra mim, em um jantar... Que tal? Tá tendo muito reboliço na loja queimada, mas, nada que os meus homens não dão um jeito.



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A essa altura já deve ter ficado óbvio o quanto a irritação de Qiáng só aumentava, somando-se ao estresse natural do plantão, sobretudo a última hora tensa. Seria preciso bastante traquejo e respirações profundas para que ela conseguisse manter o autocontrole, ao menos até o momento em que pudesse sair daquele inferno.

Bira não era uma presença que ajudava muito no humor, já deixei isso subentendido antes. Enfim, o sorriso inicial dele foi respondido com um erguer leve nos cantos dos lábios de Liu; por educação. Talvez só a tremida sutil nas sobrancelhas da moça tenham denunciado a estranheza dela à frase "essa surpresa de te encontrar", afinal ele não tinha pessoalmente a convocado até ali?! Não era para ser uma surpresa...

- Mhum. - Liu concordou sobre ter recebido o suspeito, sem precisar protelar demais naquela identificação duvidosa, pois já conhecia algumas das formas de agir do delegado - Bem... Pra ser honesta, não sei se o senhor vai ter algum sucesso em falar com o paciente agora, pois ele ficou desacordado devido a medicação pra segurar a dor. E como teve mais que cinquenta por cento do corpo queimado, além de ter inalado bastante fumaça, suspeito que até a fala esteja comprometida por enquanto. - relatou sem precisar de muito esforço, pois era a realidade no quadro do cidadão - Mas, caso queira tentar, sugiro procurar os doutores... - insira aqui o nome dos novos plantonistas do turno - ... ou até mesmo a senhorita Aracele, pois meu plantão terminou, hehe. Mas com certeza ficarão honrados em ajudar no que precisar. - um outro sorriso falso, acompanhado de um olhar açucarado para incrementar uma lábia cansada.

Nada do que Liu dissera era uma mentira. O quadro do paciente falava por si só. Mas, sobretudo, ele agora era "propriedade" do hospital e não dela, responsabilidade do lugar e da nova equipe que assumia o turno.

Só havia um único problema em todo aquele papo: Qiáng teve que escolher sobre o plantão. Ou ela fingiria ainda não ter trocado de plantão, pra evitar o convite de jantar com o homem. Ou ela assumiria o fato recente de ter sido rendida do plantão, pra se eximir da responsabilidade de decidir sobre o acesso de Bira ao paciente - não que ela tivesse assim tanto poder de o impedir, se ele realmente quisesse cumprir o interrogatório. Enfim, ela decidiu pela segunda opção, como já percebemos. Isso nos traz, então, ao desfecho da outra situação...

- E, delegado... - levou a mão esquerda até a nuca, coçando a área limite dos cabelos, que ainda estavam presos em um coque; sua expressão era agora a do cansaço que realmente sentia - O dia foi pesado, principalmente por esse paciente que foi um caso bastante delicado e tenso. Então não sei se serei uma boa companhia pra um jantar, a essa hora. Mas... - que saco! Apesar de muito querer recusar, faltou esperteza naquela cabecinha cansada, para encontrar uma forma de despistar o homem - Quem sou eu pra recusar uma gentileza, uhm?! Um café gelado até que cairia bem. - outro risinho, um que ocultava o arrependimento que crescia por dentro - Até suspeito que não tenho nada novo a lhe contar, porque tudo que sei é o que a equipe do um nove dois me disse, e o que minha análise médica inferiu do estado do homem. Ele, realmente, só abriu a boca para mim à força, se é que me entende, pra que eu visse a situação na garganta, heh.

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 Nyender City, 28 ºC - Fim de Verão
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Uma mistura de sensações. O senso de justiça de Liu queria muito proteger o homem desacordado na sala vermelha, embora não fosse responsabilidade dela. Em nenhum sentido! Mas a menina não mentia em nada, embora usasse palavras que fizesse a atenção do delegado mudar de foco. O foco, agora, era a saidinha com Liu! Coisa que ele tentou algumas vezes e falhou. Mas também, nem tentou tanto, né? Uma hora a mocinha ia ceder, ele poderia pensar. - De acordo!- abriu o sorrisão, fazendo com que deixasse explícito que ele nem sabia o que estava fazendo ali. Os cadetes só se entreolhavam. Bira estou os dedos e apontou para a sala vermelha e os dois brutamontes acompanhados de seus meowths montavam guarda ali.

Persian era um pokémon intimidador. Por natureza e por ser de Bira. O pokémon caminhava junto ao seu mestre, sempre com um olhar muito fugaz. Se Liu abaixasse os olhos, perceberia que o gatuno estava a encarando e não estava gostando muito daquela proximidade, isso, porque, de fato, Bira estava BEM próximo de Liu. A médica até sentiu a mão dele conduzindo a médica pela cintura.

No corredor, claro, a dupla de plantonistas da noite achavam estranho ver a menina ali, mas não questionaram, apenas sorriram de longe e acenaram. Ver ela com Bira era intimidador. A figura do delegado era de extrema autoridade, talvez, do mesmo nível do prefeito da capital de Shinki, mas muito abaixo de Angélica Thompson, comandante geral, e do Presidente, Giovanni.

Saindo do hospital com sua bolsa de um lado e Bira do outro, a menina descia as escadarias do prédio, acompanhando até o famoso restaurante Kinga, que devo dizer, era um trailer de cinza-metálico, com algumas mesinhas de madeiras dobrável ao redor com suas respectivas cadeiras. Não tinha nada de luxo ali, porém, o cheiro ali era extremamente convidativo, principalmente porque Liu estava exausta e cansada. Parece que nem viu Bira não calar a boca, de dentro do hospital, até ali fora, naquela noite onde já era quase 21h. Céu negro, poucas nuvens, muitas estrelas. Lua nova.

- E imagino que tenha sido um dia exaustivo, né? Nada comparado ao meu. Cada dia mais ataques. Tenho que virado para poder distribuir os meus homens pelas cidades. Muito novos! Um caos. - tentava puxar um pouco da atenção para si, enquanto seguiam até uma cadeira, que ele fazia questão de puxar para que a menina sentasse, enquanto Persian deitava-se ali perto da cadeira de seu treinador.

Imediatamente após se sentarem, ali estava o homem. Tinha uma idade de 30 ou 40 anos, com cabelos grisalhos e toga de cozinheiro. Aparecia com uma frigideira na mão. Fora sutil, Liu nem Bira nem viu Kiga se aproximando, mas isso já era comum para eles. Suas feições de desastrados eram óbvias, mas ele sempre dava conta do serviço. E pelo serviço, digo, cozinhar, atender e gerenciar o estabelecimento. Se tinha outro funcionário? Não sabemos ainda. [Imagem Meramente Ilustrativa] - Oficial! Doutora! No que posso servir este lindo casal hoje?- sorria.


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Liu bem que tentou, mas deixar os guardas para trás foi um sinal de que, eventualmente, a polícia voltaria para lá e tentaria arrancar algo do homem queimado. Agora, então era só ele, Arceus e o que o destino tivesse reservado.

Sobre a médica, ela não estava muito melhor no quesito sorte. O preço foi pagar por não poder ir direto para casa, mas sim desfrutar da nem-tão-agradável companhia do delegado.

Bira não é de todo mal, Liu poderia admitir. Tinha essa coisa cavalheiresca antiquada que chegava a ser boa e, certamente, ele seria um partido altamente recomendável pelo Clã Qiáng: os traços orientais, a boa reputação, a alta patente, os patrimônios. Como dizem popularmente, era "o genro que mamãe pediu a Arceus". Mas, algo naquele homem quebrava o potencial encanto que a moça poderia ter por ele. Suspeito eu que seja a reputação, de fato o lado obscuro dela, e as fofocas que dizem sobre como ele chegou até onde chegou, e o que faz para se manter lá.

- Mhum... - agitava a cabeça em concordância, sem prestar muita atenção em todo falatório, mas fazendo de conta que estava.

Se Liu dissesse tudo que vinha à sua mente, já teria cortado muitos assuntos pela raiz, como esse de que seu esforço nem se compara ao dele. Graças aos céus Kinga apareceu bem na hora, ajudando a moça a ter um segundo motivo para não falar o que gostaria.

À abordagem do Chef, Qiáng olhou automaticamente para trás, procurando o dito "casal lindo". Foi uma reação de impulso, sem pensar, mas levou a fração de segundos para que caísse a ficha.

- Oi, Kinga. - cumprimentou, suspirando e se ajustando na cadeira; enfim tinha parado para refletir sobre os riscos de ter aceitado aquela saidinha: viraria o assunto da vez em muitas bocas. Que saco! - Eu aceito aquele sanduíche de lula maravilhoso que você tem. Pra acompanhar, um Chai Iced Ginger, se tiver, se não vou com um clássico Frappuccino. - café a essa hora da noite, Liu? - ... Ainda tenho uma noite longa pela frente, em casa. - justificou para ninguém, e essa parte não era necessariamente uma verdade, mas poderia cair como uma boa desculpa muito em breve.

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 Nyender City, 28 ºC - Fim de Verão
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- Boa pedida, doutora!- Kinga piscava o olho, anotava o que precisava em seu bloquinho sujo de gordura, enquanto Bira pedia uma porção de batatas fritas, com um refri. Nada convencional para o delegado que apesar de algo e aparentemente magro, estava começando a acumular porções de gordura onde antes não tinha. Claro, isso era pouco percebido por terceiros, sobretudo debaixo do uniforme azul bem vestido. Bira não era o cara da frente que treinava mais. Acabava que o conforto de sua cadeira de chefe o tivesse tirado de muitas obrigações fitness.

A rua estava calma. Céu negro, um vento fresco que deixava a noite bem agradável, embora Liu ficasse debaixo do ar condicionado a noite toda. Algumas poucas mesas estavam ocupadas, do outro lado da rua, um homem vestido de mímico francês, ao lado de seu Mr. Mime, fazia um show de rua, com dança, sapateado e uma performance interessante, mas que só levantava os olhares de desprezo das pessoas que passavam. Deveria tá ali há 1 hora e ganhou só uma moedinha de pena em sua cartola descosturada. Era o preço da arte que um Stylist tinha que viver.

Já ao redor do trailer de comida do Kinga, Bira continuava falando. Falando, falando, falando. Ele falava do que tinha, do que conseguira comprar com seu alto cargo na capital, e de como ele conhecia grandes homens. Bem, isso não era mentira, ele realmente conhecia gente poderosa, só não tinha intimidade com eles! Bira era visto como o empregado deles, e isso qualquer um poderia ver de longe, porém, Bira também tinha seus subordinados, então, o homem acabava se tornando alguém bem cheio de poder, mas que só era um pet na mão dos políticos.

Liu poderia desligar a mente sobre este papo indelicado. Poderia pensar no que quiser, até no possível gangster que ela ajudou a salvar a vida. Mightyena certamente teria alta primeiro, pois estava menos ferido, e seria levado para a delegacia. Não era problema dela, né? - Você tá tão quieta hoje..- só agora o homem notara. - Mas imagino! Você deve ter ficado intimidada de ter que salvar a pele daquele criminoso!- se referia ao homem queimado - Olha, não posso falar isso pra ninguém, mas acreditamos que ele seja um Gangster Armagedon, que entrou em briga com um Gangster Apocalipse.- sim, os Gangsteres não eram aliados entre si. Brigavam um com os outros e contra os cadetes, então, era um caos só - Colocaram fogo em uma grande loja, mas já está tudo sobre controle. Os bombeiros já cuidaram de lá, a prefeitura disponibilizou recursos para rever os danos. Está tudo salvo, por hoje. Mas em breve eu irei interroga-lo, usando todos os métodos e iremos saber mais sobre os esconderijos deles. São muitos! E organizado. Sei que tem um quartel general, ou algo assim.

Sim! Era sabido que os Gangsteres eram bem organizados e seus membros fieis as suas organizações. Suspeitavam de vários níveis de gangsteres, alguns até infiltrados nos cadetes, mas poderia só ser conspiração da Pokénews e sua página de fofocas. Mistério mesmo é como que a Pokénews está publicando isso contra o governo e não foi preza ainda.

- Olha! Nossos pedidos. Estou faminto.



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É um fato que a moça estava, sim, desligada do papo furado do delegado. Era um misto de cansaço com falta de interesse daquela ladainha. A mente de Liu viajava entre a imagem mental do sanduíche que acabou de pedir, até o artista do outro lado da rua. Desejava poder arremessar, dali mesmo, a moeda de maior valor que tivesse na bolsa, ou até duas delas. Afinal, levantar e ir até lá só para isso seria extremamente indelicado.

A médica devia ter transparecido no rosto tamanho desinteresse, além de, em algum momento, ter se esquecido de sorrir, acenar e resmungar "uhum" para Bira. Pois foi aí que o homem finalmente percebeu que ela estava mais cá, do que lá.

- Oh, perdão, eu... - ensaiou uma resposta, enquanto rearrumava o corpo na cadeira, mas o homem parece ter feito a questão só para lhe atrair a atenção, pois seguiu falando mesmo assim.

Sem querer, Bira tinha entrado num assunto que, realmente, capturava a atenção de Liu. Não que ela gostasse de saber dos Gangsters, longe disso! Vamos dizer que o interesse estava na fofoca e no tom de confidencialidade, isso sim. Cof cof.

- Obrigada, Kinga. - receberia o pedido com um sorriso, mas só quando o cozinheiro estivesse mais afastado ela iria retomar o assunto - Mas, nossa! Eles [os gangsters] estão mesmo bem organizados, hein?! Não imaginava nada nesse nível. Achei que só combinassem as coisas no boca-a-boca ou, sei lá. - bebia um gole generoso do seu copo, algo que resfriaria o cérebro - E que bom que vocês também tão conseguindo avançar nas coisas. Devemos muito ao serviço exemplar da polícia pra podermos nos dar, por exemplo, esse luxo de sentar tranquilos na rua.

Filha de pais abusivos e controladores, Liu se tornou boa em dissimulação e puxa-saquismo, ferramentas essenciais para conseguir o que queria. Assim, chegou até a erguer levemente o copo, como se estivesse brindando pelo bom serviço dos oficiais. Falsa. Abocanhou um pedacinho modesto do sanduíche, para não parecer uma ogra faminta na frente do homem.

Por dentro a moça queria muito poder comentar também sobre o paciente importante que tinha acabado de atender. Mas, conteve esse impulso. Seria muito suspeito tornar-se tagarela depois de ter passado a noite murmurando "uhum"; bem como poderia deixar escapar a leve ansiedade que começava a palpitar, preocupada com o homem agora acamado e que, em breve, podia ser vítima de toda sorte de formas para fazê-lo falar. Arceus sabe se não tentariam algo até mesmo com o homem sendo incapaz de reagir, moribundo e drogado naquela maca...

Uma outra dentada de leve no sanduíche vai manter a boca de Liu fechada, ao menos até a próxima oportunidade conveniente de falar.

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