Nyender City, 18 ºC - Fim de Verão
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Tensão no ar. Liu estava apavorada. Muito apavorada. Mais de 6 anos na faculdade, saindo para poder prestar residência, e agora estava presa no caos que ocorria ao redor do mundo da política e da confusão que ela nem estava por dentro. Claro, ela sabia quem deveria temer: não foi uma ou duas vezes que um cadete entrou em uma sala vermelha e quando saiu um Apocalipse havia sido morto. Nem outra vez que a força cadete interferiu diretamente na conduta do hospital, por conta de um Armagedon. Era de práxis ter cadetes como autoritários e colocavam o medo em qualquer um.

O banho sobre sua pele macia parecia elevar os pensamentos da moça como um todo. O celular “limpo” colocado dentro do jaleco de novo ali permanecia. Seria uma noite tensa. Tensa porque Liu teria plantão noturno no dia seguinte, o que deixa qualquer plantonista tenso. Tenso porque Liu poderia ser alvo de uma investida cadete se não fizesse nada. E talvez, se fizesse, seria também alvo. O que ela faria com o tanto de informação? Uma enxaqueca leve pegaria a menina que estava tensa. Nada que uma dipirona do SUS e um relaxante muscular não fizesse mágica, até porque, ela estava com as pernas doendo de tanto andar de um lado para o outro no hospital.

Problema da medicação é o efeito colateral. Embora tensa, a menina seria pego por um soninho de qualquer forma, independente do que ela fizesse. E desmaiaria na sua cama king bem acolchoada. Isso, claro, até que 3h30 da manhã ela despertasse. Mole. Meio dorgadas, mas era só o efeito do sono mesmo sobre o corpo. O que acordou a menina? Um vaso caindo no chão no meio de sua sala, seguido de cochichos. ¡Mira lo que has hecho! ¿Quieres que te atrapen?- o grito sussurrado fora captado diretamente pela menina em seu quarto. Naquele momento, se tinha alguma coisa que segurava o seu sono, com certeza foi retirado pela impressão de ter alguém em seu apartamento.