The Cake

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Era difícil. Na realidade, a parte mais fácil aqui certamente estava sendo a batalha entre monstrinhos de bolso e aberrações robóticas, principalmente se comparada ao que se passava na cabeça de Kath e Ren. Para a pequena Bella, tudo estava tranquilo - a criança não sabia exatamente de quem estavam falando, mas com um olhar determinado, concordou: "Vamos salvar seu amigo, então, tia! Estou pronta!".

Para muitos que, dado o secreto contexto, quebrariam-os em muitos pedaços.

Não parecia que o cientista se importava com o que era dito. Na realidade, um levantar de sobrancelhas mostrava que sim, o próprio ouviu tudo que Kathryne disse, mas não se importou em responder, pelo menos não agora. Seu único movimento, além do de mexer em sua bancada, foi apertar um botão na parede, que revelava mais duas aberrações após a queda do gigante e do venenoso, que por muito pouco não explodiam após o Shadow Ball de Zen e Future Sight de Hatterene.

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Day Care:
26
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Não sei se talvez para ajudar o ser Etéreo que os narra, mas Salem e Zen estavam inspirados: a sequência de ataques foi certeira para derrubar os adversários em dois únicos turnos. Claro que a resposta das máquinas foi brutal, mas não ao ponto de conseguir fazer com que os psíquicos desmaiassem. O importante aqui, no entanto, era observar o que acontecia lá no fundo: O cientista, ao perceber que suas máquinas não resistiriam muito tempo a Kath e Ren, adentrou o elevador e se despediu sem dizer uma única palavra. Bom, a única saída daquele laboratório parecia ser exatamente por ali, então, é fácil assumir que em algum momento nossos especialistas precisariam segui-lo - ainda mais dada a urgência do que acontecia com seu amigo no andar de cima.

Apesar dos apesares, finalmente posso descrever o que havia no laboratório, agora não tão limpo devido os fluidos que escorriam pelo seu piso - em todo o resto do local - minuciosamente limpo. Bancadas enfeitavam todas as suas paredes, sem exceção. Algumas geladeiras e uma estufa química posicionadas no canto norte possuíam um líquido furta-cor escapando de seus interiores - alguns dos líquidos dentro de béquers pareciam "talhados", mas dois fracos fechados pareciam em bom estado de uso, caso decidissem pegar para si.

Além disso, alguns itens comumente encontrados em laboratórios - álcool, alguns remédios e mais estavam dispostos em uma prateleira próxima, algo que talvez Kath e Ren poderiam usar para tratar Bella. Falando nela, após a queda das aberrações, a pequena foi a primeira a correr para dentro do laboratório - puxando a aquática e o metálico junto consigo, mesmo sem força para fazê-lo, mas ambos "fingindo" que ela conseguia... Uma graça.

- T-tios, vamos atrás do homem malvado! - a criança pegou uma pequena pipete volumétrica para usar de espada - Vamos salvar seu amigo!

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A ideia de Ren era primorosa (see what I did there?), sem sombra de dúvidas - usar o álcool para curar o ferimento de Bella, que no momento balançava a pipeta de um lado para o outro, pronta para ir atrás do cientista. Uma cena bem fofinha, diga-se de passagem. Infelizmente, para o seu azar, não havia qualquer sinal da bula dos remédios presentes ou algo do tipo; no final das contas, esse espaço era quase como uma oficina glamurizada, onde não teria fundamento ser tão minucioso com certas coisas. Os remédios estavam ali, mas Ren não saberia a dosagem correta.

Independente disso, o ferimento profundo de Bella não conseguiria ser tratado daquela maneira - parecia que somente os cuidados de um hospital de verdade pudesse descobrir do que se tratava aquilo e, muito provavelmente, possuir alguma espécie de injeção para reverter o dano o mais rápido possível. A limpeza ajudou, sim, mas Ren e Kath pareciam estar correndo contra o tempo.

... E não só por isso, não é? O amigo mencionado pelo cientista os aguardava no andar de cima, sabe-se lá em que estado. Com isso em mente e após pegarem os frascos em cima da bancada, todos se dirigiram para o elevador. Com uma única alavanca dentro, é sabido que só havia um único lugar para ir.

E aqui que começa a surpresa.

....

Ao chegarem no andar, um aroma perfumado de essência de rosas brancas os recebia, quase que inundando seus olfatos. Velas perfumadas de diversos tamanhos eram as culpadas: espalhadas sobre o chão brilhante de mármore, formavam uma espécie de corredor que no final aguardava um grande portão de grades brancas. Por toda a extensão do local, imagens e estátuas de Gilatina enfeitavam as paredes e as mesa de mármore e vidro, tudo perfeitamente limpo e bem-cuidado. O teto, bem alto, possuía diversos desenhos em gesso branco, assim como as paredes brancas impecáveis mostravam que aquilo era, no mínimo, limpo duas ou três vezes por dia. "Que cheiro bom, tia Kath!", a pequena Bella comentou, fechando os olhinhos para sentir o aroma das velas.

Ao chegarem até o portão, se deparariam com um grande salão semelhante ao de igrejas de grande porte: assim como no corredor, imagens e estátuas de Gilatina enfeitavam seu entorno, com velas e bancos para discípulos espalhados em toda sua extensão. Os problemas aqui seriam dois:

1. Em um púlpito no local contrário de onde Kath e Ren estavam, um cultista parecia entoar alguns cânticos que, enfim, abriram em milissegundos uma espécie de portal arroxeado, que aos poucos começava a aumentar de tamanho. Dentro, caso se esforçassem para ver, conseguiam observar um outro universo onde tudo estava destruído. O que parecia ser uma garra de tamanho desproporcional parecia agarrar no portal, pronta para não somente sair, como também buscar a "oferenda" que lhe foi oferecida - como poderão ler no problema de número 2.

2. Kauan. O rapaz estava amarrado, desacordado, embaixo de onde acabara de surgir esse portal.

E aqui, desculpem, mas me equivoquei. Não eram apenas dois problemas, eram três.

- I-irmão?

3. Bella, ao ver seu irmão mais velho, após um audível gasp, conseguiu se desprender de Asherah e tentou correr até seu irmão, aos prantos. O portal continuava aumentando e, em breve, a criatura conseguiria alcançá-lo.

... Ou alcançá-la, quem sabe.

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