Pokémon Mythology RPG
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The Cake

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Lilycove City
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Ah eu estava passando por uma paz sem igual, férias auto impostas mas completamente merecidas. Passaram cerca de duas semanas mas minha mente ainda não assimilava tudo o que aconteceu naquele deserto, as vezes eu até perguntava se tudo aquilo, inclusive Ren, era real. Mas de fato era, eu tinha uma pedra estranha pode até se dizer que a pedra é intrigante na minha mochila. Eu não sabia o que aquilo era, tinha um brilho que chegava a ser místico, não era uma joia qualquer e como alguém que veio de família rica eu meio que conheço joias. Quando eu estava sozinha no meu quarto, eu pegava a tal pedra e ficava fitando-a. O que era aquilo?

Mas acho que eu deveria procurar algum especialista para saber o que é aquilo. Alguma pessoa nesse mundo enorme deve saber. Eu não sou nenhum tipo de "personagem principal" que conseguiu uma pedra sagrada que contém o Rei Demônio selado. A tal pedra que eu tinha era rara, mas tenho certeza que não era única. Já falei o suficiente de pedras, melhor eu começar a falar de mim mesma e minhas férias.

O lugar onde eu passava as férias era Lilycove. Um lugar não tão convencional para pessoas introvertidas que nem eu. Se eu quisesse praias, é coisa que não falta em Hoenn, eu poderia ter escolhido um lugar sem multidões, menos populoso e mais calmo como Mossdeep ou até mesmo Pacifidlog se eu realmente quisesse calmaria. Mas depois de tanto passar tempo nas Shimmer Ruins eu literalmente sentia falta da "civilização", da cacofonia da cidade grande, dos vários passos em uníssono. Para alguém que ficou tanto tempo na desolação, salva apenas por seus Pokémon e seu maravilhoso parceiro, a multidão era confortável.

Mas também não era pra tanto, no fim eu fiquei em um lugar mais pacato da cidade. Não estava nas praias pois estas estavam cheias de mais. Procurei um parque, um lugar espaçoso onde eu poderia ficar ao lado dos meus queridos Pokémon, com certa tranquilidade naquele final de manhã. Estava sentada em um banco, vestida com um vestido branco, sandálias e um chapéu para me proteger do sol, olhando para os céus, com um sorvete em mãos que estava a ponto de derreter pois eu estava quase esquecendo dele. Ao meu lado estavam dois de meus Pokémon, um que eu acabei por conhecer bem: Wisdom, agora um Metagross e uma outra figura peculiar, a Hatenna. No fim voltei minha atenção à eles:

- Wisdom, acho que eu já te disse antes, mas você está literalmente perfeito. Agora você não precisa depender mais dos outros, tenho certeza que você consegue me proteger muito bem. - Apesar de evoluído o Metagross não tinha muita confiança em si mesmo, ele provavelmente nunca lutou sério, provavelmente sempre foi protegido pelo Metagross líder do seu bando no Valley of Steel e Wisdom também sentia que não fez muito por mim dentro das Shimmer Ruins: - Querido não se preocupe é tudo uma questão de experiência. Os meus Pokémon, tipo o Zen, ele nem parece que já foi um Abra de Fire Punch. - Eu acariciava o Metagross, mesmo ele sendo feito de metal. O Pokémon mostrava um conforto, mas não acho que seja minhas carícias. Na verdade se parar pra pensar, acaríciar um pokémon metálico é um pouco estranho. Bem, quem tiver passando e vendo isso deve achar estranho mesmo.

- E você, nunca pude te dar boas vindas ao time. - Em cima do Metagross estava uma pequena bolotinha rosa, que parecia ter um chapéu. Essa era a Hatenna. Wisdom não se incomodava com a presença da pequena Pokémon. - Tenho certeza que seremos ótimas amigas. - Eu ainda não conhecia nada da Hatenna, ela estava quieta, um tanto inexpressiva. Volta e meia ela fazia cócegas em Wisdom com sua anteninha, mas não tinha efeito, seja lá pelo corpo metálico de quem recebia as cócegas ou o Metagross simplesmente estava calmo.

No mais era tudo tão pacato. Eu não tinha o que fazer, pra onde ir. Não tinha pressa de nada. Até queria chamar alguém, talvez da Requiem ou só alguém que eu conhecesse para passar o tempo comigo. Mas provavelmente devem estar ocupados. Oh bem, vou passar minhas férias em paz.


Última edição por Sleepy em Seg Abr 17 2023, 21:29, editado 1 vez(es)

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As nuvens estavam bonitas hoje também. Avançavam gradualmente conforme o vento soprava. Grandes, pequenas, em formato de cachorro ou algodão. O sol de Lilycove é quente, mas em um sentido acolhedor e tranquilizante. Os raios surgiam por entre aquelas muitas nuvens, abrindo caminho em meio ao branco pincelado no céu. Eu ando olhando bastante para o céu recentemente, me perdendo dentro de sua vastidão azulada. Por algum motivo, me dá uma estranha sensação de paz e conforto, de segurança até.

Olhar para o céu me faz evitar olhar para o espelho. Ou ainda, para as minhas memórias. Honestamente, não consigo ver muito sentido em tudo isso. Teria eu de fato visitado o deserto, visto o que vi, alucinado o que alucinei? Teria eu de fato ficado longe do mundo e da civilização por praticamente um ano? Teria eu realmente o direito de ainda estar aqui, olhando para o céu de Lilycove da janela do meu hotel, depois de ter preocupado tantas pessoas, de ter sido tão inútil, de ter sido tão imprudente?

Um ano. De alguma forma, consegui perder o corpo e a mente, quiçá até mesmo a alma, por um período de tempo tão gritante?

Não é como se eu mantivesse o melhor acompanhamento de tempo, pra início de conversa. Desde que saí de casa, criei um costume de evitar ao máximo qualquer tipo de calendário ou contagem fixa de tempo. Até conferia com uma certa frequência quando era época dos contests, mas ainda assim costumava deixar essa tarefa para meu Mr. Mime acompanhar. Pensar em tempo, datas, compromissos, fazia minha cabeça doer, fazia eu me lembrar de quando minha vida girava ao redor de datas e calendários.

Fazia quanto tempo desde que vovó havia morrido? Fazia quanto tempo desde que eu fugi de casa e comecei a rondar o continente e afora? Fazia quanto tempo desde quando perdi o ânimo inerente dentro de mim, e encontrava alguém cansado e deprimido sempre que olhava para o espelho? Desde quando sentir minha bochecha ser acariciada por lágrimas virou um costume?

Droga, odeio ficar sozinho. ''Uma mente vazia é oficina de Giratina'' é? Não é meu ditado favorito, mas em alguns momentos, parecia bastante preciso. Confesso que ultimamente, minha cabeça parece até ter feito várias viagens involuntárias ao Mundo Distorcido.

Mas eu não tenho coragem de fazer o que preciso fazer. Não tenho coragem de encarar quem preciso enfrentar. Não tenho forças para ir ver quem me ajudou. Estou na cidade já há duas semanas, mas não consigo sair do hotel para ir visitar Lisia. Não consigo mandar uma mensagem para nenhum dos meus amigos. Não consigo fazer porra nenhuma, na verdade. Desviei o olhar do céu por alguns instantes, para mirar o relógio. Estava chegando perto da hora do almoço. Eu não como nada faz... um dia? Talvez mais.

Acho que vou ter que sair para comer alguma coisa. Por mais que goste de cozinhar, não consigo tirar forças para fazer comida. Creio ter visto alguns restaurantes por perto, na região. Havia um parque na esquina de trás, e vários carrinhos de comida. Talvez um cachorro quente caia bem. Poderia até tirar alguns dos meus Pokémon e fingir que estava bem, chamando-os para caminhar.

Coloquei uma roupa qualquer, e liberei um dos mais recentes integrantes do time. O Mawile não me conhecia bem o bastante para dizer que não estava bem. Poderia fingir estar feliz em sua presença. — Oi, pequeno. Como você está? Vamos sair para andar um pouco? Mostrar ao mundo a grandiosidade do radiante Mistelle! — Brinquei com ele, forçando uma risada enquanto lhe apresentava seu novo nome. — O que acha de um cachorro quente? — Perguntei então, já saindo do quarto.

É simples, Ren. Você só precisa sair por alguns minutos para comer alguma coisa. Ninguém vai te parar e querer te levar para um hospital. Ninguém vai desconfiar que, lá dentro, você está um caco. Você até tem um Mawile cor-de-rosa! O que pode dar errado? Vamos lá, você já saiu do hotel. Você está chegando na praça. Está com o cachorro quente na mão. Só precisar comer, rir um pouco com seu Pokémon, dar algo para ele comer também, e voltar para seu quarto. É simples assim.


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Última edição por Renzinho em Dom Abr 09 2023, 01:51, editado 1 vez(es)

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Lilycove City
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O fato de alguma forma eu ter ficado um ano naquele deserto quando eu sequer senti que fora mais de um dia. Claro, foi agonizante e momentos agonizantes fazem o tempo parecer passar mais devagar, mas o que aconteceu foi que o tempo passou rápido demais e eu não percebi. O tanto de pessoas que pensaram que eu provavelmente morri, isso é, se eu sou relevante o suficiente para alguma dessas pessoas sentirem falta de mim. Esquece, eu já disse que tentaria esquecer como tudo o que aconteceu naquele deserto funciona. Não conseguirei respostas, apenas dor de cabeça.

Esses pensamentos intrusivos arruinavam um pouco minhas férias. Kath, deixe a auto depreciação de lado, é claro que tem pessoas que sentiram sua falta. Mas, o que será que essas pessoas devem estar pensando? Agora que eu parei pra pensar, o fato de eu ter passado um ano no deserto só chegou em mim agora, a minha mente teve um "delay" ao assimilar essa informação. Pensando bem, eu deveria falar com as pessoas que eu conheço. Ninguém some por um ano desse jeito. Enfim, eu abria o famigerado PokéZap e começava a mandar algumas mensagens:

Para Winnie escreveu:
@Cocaine

Oi. Faz um tempo né? Eu nem sei como começar com isso, mas eu estive desaparecida por um ano? Mas agora eu estou bem, quero saber o que eu perdi nesse tempo em que eu estive fora. As coisas devem ter mudado muito. Como anda a Requiem e é claro você mesma Winnie?


Para Daisuke escreveu:
@Cunha

Oi. É meio estranho falar com você assim do nada, ainda mais você que me enchia o saco por não me comunicar direito. Mas e se eu te disser que eu fiquei um ano presa em um deserto. Pra mim foi como se fosse um ou dois dias, mas no fim foi um ano. Não é o tipo de coisa que se fala por mensagem sem elaborar sobre, mas eu mesma não sei o que aconteceu.


Ok dei meu sinal de vida, agora poderia ficar parada naquele parque sem fazer absolutamente nada. Nah, talvez fosse bom encontrar algo para fazer. Mas o quê? Deveria batalhar o ginásio da cidade? Quem sabe checar se o Contest Hall está tendo atividade. Meh, no fim vou acabar fazendo nada, mas acho melhor dar uma passeada pela cidade. E como eu andaria pela cidade, eu me virava para Wisdom. Certamente tinha que retorná-lo para a Pokébola, afinal um Pokémon daquele tamanho andando pelas ruas cheias de pessoas não era uma boa ideia. Mas bem, o Metagross na verdade gostaria de voltar para a Pokébola, no fim ele é que nem eu, gosta de um pouco de paz e silêncio.

Já a pequena Hatenna ficaria comigo, inclusive ela ficava no meu ombro. Coisa que era um pouco estranha para mim, mas era até comum para treinadores. Meus Pokémon foram sempre do tipo que não fazem muita birra para voltar para as suas Pokébolas, principalmente o meu inicial. A Hatenna, que eu realmente não sabia se tinha olhos ou não, mas eu conseguia notar uma expressão facial impressionada por parte da pequena psíquica enquanto eu caminhava pela cidade. Ah, o meu sorvete já estava derretido, uma pena, mas quem sabe eu ainda possa saboreá-lo?

Eu andava sem rumo, não sabia para onde ir, quem encontrar. Não é como se eu não tivesse planos para o futuro, apenas não sentia vontade de começar tais planos nesse exato momento. Planos tais como se tornar aprendiz de ginásio como todo treinador que se foca em um tipo específico. Um dia eu irei para Mossdeep e finalmente fazer esses trâmites. Ah e é claro, eu gostaria muito de saber que pedra era essa que eu tinha.

Enquanto eu andava sem rumo eu pensei ter visto alguém bem familiar, um garoto de cabelos rosados, o que certamente já não é algo comum de se encontrar e a pequena criaturinha que o acompanhava era certamente um pokémon bem típico de Hoenn, mas sua coloração era estranha. Tal Pokémon era uma fada, e há apenas uma pessoa que eu conheço que tem cabelos rosados e treina fadas. Oh, eu já estou indo na direção dele, não vejo a hora de corar e ficar da cor de um Cherubi quando perceber que estou falando com um completo estranho.

- O-oi. Não esperava te ver por aqui. - Uma frase curta, sem mencionar nome nenhum. Se eu não falar nenhum nome, fica menos estranho do que se eu falar, caso eu estivesse falando com a pessoa errada. Não é?

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Pobre Mistelle. Ele parecia realmente estar gostando daquela nossa breve volta na praça, observando alegremente tudo ao nosso redor. Quando ofereci um pedaço do meu cachorro quente, o coitado saboreou por um longo minuto, deixando o pão derreter em sua boca. Era algo doce de se ver, e de certa forma, foi capaz de me fazer sorrir espontaneamente por algum tempo. Saudades de quando eu conseguia me dar o luxo de aproveitar as coisas bobas da vida daquela forma. Talvez ter saído de casa não tenha sido tão ruim assim.

Eis que ouço uma voz familiar. Lentamente, virei meu corpo, questionando minha própria audição. E então eu a vi. Cabelos loiros e relativamente curtos, envolvendo um rosto pequeno e fino. Olhos avermelhados, brilhantes como dois rubis, quase que sempre apertados, cobertos de dúvida. Eu tenho visto ela há algum tempo, nas noites em que consigo dormir um pouco. Ela me visita nos meus sonhos, também. Faz com que me lembre de coisas que minha cabeça quer que eu esqueça, de lágrimas que minhas bochecham não querem mais sentir, de arranhões que ardem em minha pele sempre que lembro deles.

Areia. Rochas. Monstros colossais. Deserto, sede, drogas, telepatia, visões, distorção temporal. As memórias foram lentamente voltando ao meu cérebro, ainda confusas, tortas, enebriadas. Seria aquilo de fato acontecimentos passados, ou apenas fruto da minha imaginação fantasiosa? Não sei se algum dia terei certeza.

Mas não custa tentar, né? — Katheryne? — Perguntei, com uma grande dose de incerteza. Parte de meu cérebro queria chamá-la de Catarina; parte ainda tinha certeza de que nunca a vira antes. — É você, não? Eu... Não tenho certeza. Gosto de dizer que Lilycove é a cidade que me acolheu. Mas... Confesso que estou um pouco com medo de ter pedido parte dessa conexão. — Falei então, de repente despejando algumas informações pessoais.

... Ren, o intuito era fingir que estava tudo bem, não sair falando coisas que nem mesmo você tem certeza. Ah, droga, já é tarde demais. — Sabe como é, depois de tanto tempo, estou um pouco inseguro em relação ao que fazer. — Comentei então, tentando jogar verde em relação às últimas semanas, para ter algum jeito de confirmar que eu não estava de fato louco. — E você? O que te trás à cidade?

Continue conversando. Ela não vai reparar nas suas olheiras: você tomou cuidado de passar um corretivo antes de deixar o quarto. Também não vai ter como saber que você não sai do hotel há duas semanas. É só fingir que está tudo bem.

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Lilycove City
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Eu olhava para baixo evitando contato visual com aquela pessoa que podia ou não ser Ren, muito provavelmente não era. Eu sei que nós combinamos de nos encontrarmos novamente uma vez, mas nada foi definido, não é como se pudessemos dar de cara um com o outro simplesmente por acaso. Certo? Errado, eu ouvia a voz da pessoa que eu abordei e comecei a ficar perplexa.

- Oh, é você mesmo Ren. Que bom te ver por aqui. Oh agora que eu juntei as peças, você como especialista em fadas deve ser aprendiz da Lisia. - Eu lembro de ter sido um esquadrão de busca enviado pela própria líder que nos resgatou do deserto, mas aquela informação pode estar errada, então não farei suposições sobre coisas que não estavam concretas nas minhas memórias: - Sendo honesta, eu não tenho esse tipo de sentimento com nenhum lugar, no máximo Rustboro que foi onde eu nasci, mas é menos com a cidade, mas pelo fato de simplesmente onde minha família, ou melhor, apenas meu pai se encontram. Se ele fosse para outro lugar, Rustboro seria apenas outro lugar qualquer para mim. Se quiser fortalecer essa conexão, acho que você pode visitar Lisia quando quiser né? - Eu meio que lançava um conselho bobo para Ren.

- Eu realmente não sei o que estou fazendo por aqui. Apenas queria passar umas "férias" em algum lugar. E Lilycove é uma cidade grande, ou seja, tem várias coisas por aqui, o que eu quiser encontrar provavelmente vou achar. Devem ter enormes shoppings por aqui. Eu gosto de lugares com menos pessoas, tanto que nem fui para as praias daqui embora gostaria de ver o mar, pois são muito cheias. Mas eu também queria as conveniências de uma cidade grande.

Eu dava uma pausa. A Hatenna que se encontrava em meu ombro apenas observava Ren e seu Mawile atentamente, ocasionalmente balançando sua antena, que certamente é algum tipo de órgão sensitivo da Pokémon, as vezes balançando até forte demais. Eu notava o comportamento da pequena psíquica. Eu ainda não a conhecia bem, então não sei dizer se ela realmente estava alarmada com a presença de Ren.

- O que foi querida? Ele é apenas um querido amigo meu. Não se preocupe. - Mas Hatenna não se mostrava confortada com minhas palavras, na verdade ela sequer mostrava estar preocupada. Eu que queria ser a psíquica no lugar dos meus Pokémon, saber o que eles pensam e coisa do tipo. Quer dizer, o pouco que eu sei da espécie de Hatenna é que ela é extremamente sensível à emoções, e eu sei que Ren é bastante emotivo. Mas logo a mesma parecia ter acalmado. Com isso eu voltava a falar com Ren:

- Então você quer passar um tempo junto comigo? Quem sabe a gente possa se conhecer melhor e ter tempo para conversa fiada ao contrário de quando estávamos naquele deserto?

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Ai.

Às vezes, as pessoas não tem intenção, mas acabam por abordar tópicos sensíveis com uma indiscrição audaciosa. Mal tive tempo de processar a avalanche de memórias, ou até mesmo de tentar exibir um sorriso. Katheryne, em apenas alguns poucos instantes, foi capaz de jogar sal em diversas feridas diferentes. Desde a palavra pai até chegar em Lisia, foi como se a loira estivesse dando vários socos consecutivos em meu estômago.

Ah... Sou aprendiz dela sim... Acho que de fato eu posso visitá-la. — Comentei, tentando futilmente não demonstrar como aquelas bobas palavras me impactaram. Como saberia ela que eu estava na cidade já há duas semanas, pensando em ir ver Lisia, mas não havia juntado coragem ainda? Quanto ao outro assunto... preferi não comentar. Eu realmente não estou em um bom momento para começar a conversar sobre a cidade em que nasci, muito menos dos traumas que meus pais me deixaram como cicatrizes, sejam mentais ou físicas.

Resolvi, então, fazer o que faço de melhor: desconversar. Ou melhor ainda, selecionar um ponto fútil mencionado e explorá-lo como se mais nada tivesse sido jogado ao ar. — Férias, é? Parece de fato ser uma boa ideia. Lilycove é uma ótima cidade para se visitar, ainda que queira evitar os pontos movimentados. Sabia que existe uma trilha semi-secreta que dá em uma parte da praia que é quase deserta? — Questionei, contando alguns fatos interessantes que sabia da cidade para tentar tirar o foco da conversa de cima de mim. Felizmente, a loira me deu bastante material para trabalhar.

Ela me fez uma proposta simpática que, confesso, não estava muito afim de aceitar. Contudo, além de não ser muito educado, tenho certeza de que acabaria sendo negativo para mim apenas voltar a mofar dentro de meu quarto de hotel. — Hum... Claro! Eu posso te levar para conhecer alguns lugares da cidade. O que você gostaria de ver primeiro? Eu normalmente acabo ficando mais pela parte central, nos arredores do Contest Hall e Ginásio, então até que seria interessante dar uma andada por aí também.

Minha atenção então se desviou para a pequena monstrinha que a moça carregava consigo. Era uma familiar e amigável bolotinha de chapéu. Dessa vez, exibi um sorriso espontâneo. — Perdão, pequena. Sei que às vezes eu posso ser um pouco demais. Vou tentar me conter mais. — Prometi, apesar de saber que provavelmente não conseguiria cumprir. Ainda assim, vê-la acabou por me tranquilizar um pouco. Apesar de não estar com ela há muito tempo, Salem se tornou um dos meus pilares emocionais. — Hatenna, né? Eu já tive uma também. Leva um tempo para se acostumar, mas já tive várias ótimas experiências com a espécie.

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Ren | Lilycove Streets | Kath


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Lilycove City
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Ah Kathryne, acho que não é uma boa ideia ficar supondo coisas sobre as outras pessoas, por mais que elas possam parecer óbvias como um treinador de fadas em Lilycove sendo um possível aprendiz de Lisia. Minha Hatenna balançava sua antena, mas não de maneira extrema, mas acho que eu pude notar que ela estava preocupada. Será que eu falei algo que deixou Ren desconfortável ou Hatenna simplesmente estava reagindo às minhas emoções. Eu também não estava lá completamente calma, eu não esperava ver Ren por ali e por mais que tudo o que passamos, eu ainda não sentia Ren como um amigo, quer dizer, eu não sentia que ele ficasse tão confortável ao meu lado.

Eu sentia que Ren também percebia o que eu percebi. Realmente não parecíamos grandes amigos que simplesmente ao encontrar um ao outro nos cumprimentaríamos e jogaríamos minutos e até mesmo horas de conversa fiada. Não sabíamos de assuntos que eram sensíveis para o outro e as vezes poderíamos machucar um ao outro sem querer. O problema é que eu não sabia se eu falei algo de errado, mas sentia que tinha o feito. De qualquer forma Ren mudava de assunto e já se oferecia a mostrar a cidade de Lilycove para mim.

- Espera aí, você não mencionou uma trilha que dá pra uma parte mais vazia da praia? Que tal irmos lá? Um lugar mais quieto e calmo, inclusive vai ser até melhor pra essa pequenina aqui. - Eu dizia me referindo a Hatenna, fazendo uma carícia na mesma, que chegou a se mostrar confortável com o gesto: - Mas caso você não quiser praia, eu sempre quis ver um Contest Hall, inclusive eu queria ter participado de um Contest, mas sempre acabei perdendo as inscrições. Não sou a pessoa mais organizada, hehe.

- Bem, eu diria que leva tempo para se acostumar com qualquer Pokémon, e com a Hatenna aqui não vai ser diferente. - Eu dizia enquanto Ren conversava sobre a Pokémon que estava no meu ombro. - Você não tem ideia do quão difícil foi pro Zen, o meu Alakazam e meu inicial se conciliar comigo. Depende das experiências que vamos ter juntos e eu estou otimista em relação ao meu relacionamento com a Hatenna. - Hatenna voltava a balançar a sua antena em resposta a meu leve entusiasmo. Enfim, agora eu só tinha que esperar a resposta de Ren sobre a tal trilha semi secreta.

Day Care:
The Cake 633 1
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São poucas as coisas que, com as palavras certas, não podem ser resolvidas. Sempre gostei de pensar que palavras têm um poder especial e único, sejam elas escritas em um livro ou narradas em um discurso. E bem, eu acabo por utilizá-las em meu favor com certa frequência; nem que seja para apenas apenas para me tirar de um assunto desconfortável para algum outro mas agradável. Além dissso... acho que andar um pouco mais pela cidade pode me fazer bem.

Ocupar o corpo para desocupar a mente.

E Katheryne parecia grata em ter alguma ação a se fazer também. — Bem... A gente pode  ir em ambos, acredito. É preciso atravessar a cidade para chegar nas praias, e bem, o Contest Hall acaba ficando no caminho. — Disse, matando dois coelhos em uma cajadada só. Era só uma volta na cidade, afinal. Nada demais pode acontecer. — Eu costumava participar bastante dos Contests., Mas de um tempo pra cá, até mesmo a organização dos mesmos não está lá aquelas coisas.

Às vezes sinto saudades de estar sobre o palco. Era um lugar em que todos os meus problemas sumiam, e eu podia ouvir aplausos e ver sorrisos. Era revigorante, apesar de todo o trabalho e cansaço que dava.

Enquanto puxava a loira para andar, visando dar mais algumas voltas pela praça para pegar um sorvete antes de enfim sair, eu a respondi. — De fato. Eu mesmo, tenho que me acostumar e conhecer melhor o pequeno Mistelle. — Comentei, enquanto dava um pedaço do sorvete para o Mawile comer. — Mas vai dar tudo certo. A Hatenna pode ser um pouco... mais delicada, confesso, mas vai dar tudo certo. Se quiser, posso mais tarde mostrá-la minha Hatterene. Tenho certeza de que Salem vai gostar: ela estranhamente é muito mais calma que o restante da espécie.

The Cake 109 112  - Day Care
The Cake 860 19 - Day Care
The Cake 707 02 - Day Care


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off escreveu:
oie

mesmo o sleepy não merecendo cá estou eu

espero que gostem da minha narração <3


Lilycove
Ah, Lilycove City. A grande metrópole da região de Hoenn, lotada de transeuntes apressados, de barraquinhas com filas quilométricas, lojas de departamento lotadas, pedintes a cada esquina... O caos normal de uma cidade grande. A estrela central do sistema solar brilha forte até às sete horas da noite todos os dias, com nuvens acolchoadas que mais parecem travesseiros de plumas, dançando sobre o céu enquanto a brisa marítima quente termina de torrar as pessoas estiradas na areia da principal praia no leste da cidade.

... Ou pelo menos é o que normalmente acontece.

Veja bem, queridos: vocês ficaram um bom tempo presos em um local absurdamente quente - chamaria até de loucura se enfiar em outro logo de cara, principalmente onde tem AREIA - mas cá estamos nós. Como o bom ser Etéreo que narra essa aventura, reservo-me no direito de dar um breve descanso para nossos protagonistas, apesar de não ter muito envolvimento na corrente fria de ar que se aproximava da cidade. Se de manhã o sol estava a pino, agora, no começo da tarde, sua timidez começa a atacar e as nuvens aos poucos se aborrecem, sendo substituídas pelas irritadiças acinzentadas derivadas do mar.

Não entendeu?

Chuva.

Vai cair um belo de um toró.

Não agora, claro, já que seria injustiça impedir Kath e Ren de tomarem seu sorvetinho. Inclusive, foi Hatenna quem percebeu que o tempo estava começando a dar uma virada, focada em observar alguns trovões inofensivos que aconteciam por cima das nuvens, encantada com aquele fenômeno natural. Se vocês fossem crianças que não conhecem nada do mundo também ficariam, tenho certeza.

Apesar da ameaça no céu, não parecia que a chuva cairia por agora. O maior problema em si era a moderada brisa que já espantava alguns turistas da praia, mas acredito que não teria problema caminhar um pouco por ali, nem que fosse para jogar conversa fora enquanto observavam o mar começar a criar ondas cada vez mais altas; um espetáculo a parte, inclusive.

Vejam pelo lado bom: pelo menos a costa de Lilycove ficaria com cada vez menos gente, um ponto positivo se quer ter um pouquinho de paz enquanto caminha e observa o panorama - belíssimo - do litoral.


Progresso da Rota - Ren :


Progresso da Rota - Kath :




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Bônus:
- Especialista II Psychic;
- Gestora Rocket:
- Skill Rocket: Queimando a Largada! (+3 Atk; +3 Sp. Atk para Pokémon em batalhas);
- Skill Rocket: Aprendizado Prático. (20% a mais de EXP em batalhas durante uma Missão Rocket);




The Cake WCU65Ru
Awards :

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Lilycove City
What's next?
- Conhecer novos Pokémon é sempre um desafio. É como conhecer novas pessoas, coisa que eu nunca fui boa em fazer, ainda mais que os Pokémon tem peculiaridades ainda mais específicas. Inclusive gostaria muito de ver sua Hatterene. Quem sabe a pequena aqui fique animada? - Eu desviava o olhar para a Hatenna em meu ombro, ela olhava para cima, bastante impressionada com o céu. Sei que ela é nova, mas eu também me peguei olhando para o céu e percebia algo. Começaria a chover.

Eu não concordo que ir para uma praia depois de passar um longo tempo no deserto seja uma ideia tão ruim. Ambos são lugares quentes e com areia, mas na praia eu tenho a brisa fresca marinha, ou seja, não é um lugar seco, difícil até mesmo de respirar, com tempestades de areia constantes. São realidades bem diferentes, inclusive, ao contrário da maioria das pessoas, eu via a ameaça de chuva como algo bom. Como eu sentia saudades do clima tropical.

Já Ren e eu estávamos um tanto sem rumo, apenas iríamos em direção a praia, inclusive aproveitar essa calma antes da tempestade, aproveitar que as pessoas estão indo embora de lá, para ter um pouco de paz e tranquilidade. Enquanto eu caminhava, eu retirava o meu Rotom Phone, ver se responderam minhas mensagens:

Para Winnie escreveu:
@Cocaine
Bem, eu nunca fui boa em manter contato, mas dessa vez o sumiço não foi por minha culpa. Achei que seria só uma breve aventura e quer dizer, não pareceu um ano. Eu tô por Lilycove mesmo, ir pra praia depois de passar tanto tempo no deserto. Inclusive eu encontrei o Ren por aqui e tô com ele.


Para Daisuke escreveu:
@Cunha
Nem tem como você ter me chateado, porque a gente nem interagia muito. Mas prometo que depois dessa eu prometo ficar mais em contato.

E legalmente eu posso beber. Se é uma boa ideia, eu não sei.


Estávamos na praia, logo mais choveria e sequer tinha ideia do que faria ali. No fim apenas poderia jogar conversa fora com Ren e deixar nossos Pokémon experimentarem um pouco de liberdade. Falando nisso, eu liberava Alya, a Starmie. Eu fiz o favor de tê-la liberado em um deserto, com ela sendo uma Water-type, então nada melhor que compensá-la, deixando experimentar um ambiente adequado. Eu ainda tinha dificuldade em decifrar como a Starmie se sentia, ela ainda era inexpressiva e críptica para mim, a mesma apenas ia em direção a água e parava na maré, apenas sentindo as ondas.

- Oh parece que vai chover. - Eu falava, mas na verdade direcionado a Ren, queria começar uma conversa: - Bem, não temos muito o que fazer. Que tal trocarmos algumas histórias? - Eu dizia, sem manter contato visual com Ren, apenas fitando o infinito horizonte.

Day Care:
The Cake 633 2
The Cake 082 2

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